Buscar

8-Afecções cutâneas 2709


Prévia do material em texto

AULA 27/09 
Afecções cutâneas 
 Processos nodulares e granulomatosos: 
o Diagnósticos diferenciais: 
 Envolvem processos neoplásicos, infecciosos (fungos), 
parasitários (habronemose cutânea), além da formação de 
tecido de granulação exuberante que é característica da 
espécie equina 
 Esses processos podem ter aspecto macroscópico 
semelhante e devem ser diferenciados por histopatologia 
 A histopatologia além de nos confirmar o diagnóstico, nos da 
características do processo que estamos avaliando 
 Mesmo quando o aspecto macroscópico é sugestivo, o exame 
histopatológico deve ser realizado para confirmação do 
diagnóstico 
 Uma das coisas que mais enfrentamos na clinica é a falta da 
possibilidade de resolução devido ao tempo de evolução 
 Educar o proprietário para que não deixe passar nada 
despercebido 
 
o Possibilidades terapêuticas: 
 Os principais fatores que limitam as possibilidades 
terapêuticas são o tempo de longo evolução e o custo do 
tratamento 
 
o Prognóstico: 
 A estimativa do prognóstico deve sempre considerar, o retorno 
à função, além da sobrevida 
 Em vista disso temos um prognóstico até mais reservado, 
pode ter um animal que tenha um processo que não vai 
comprometer a sobrevivência dele, mas vai comprometer a 
função, isso não é desejável para o proprietário 
 
 
 
 
 Processos neoplásicos 
 
 Carcinoma de células escamosas: 
o É a neoplasia cutânea mais comum em grandes animais 
o Trata-se de uma neoplasia maligna: 
 De alto poder invasivo local (tecidos vizinhos e linfonodos) 
com alto índice de recidiva, mas sem característica 
metastática 
 Relato de metástases distantes raras 
 Alta incidência 
 O que vamos ver é uma formação que acaba tendo um poder 
de invasibilidade local, ou seja, se dissemina na região onde 
tem o nódulo principal ou a ferida granulomatosa principal. 
Isso faz com que tenha uma limitação em termos de 
tratamento, pois é muito difícil da margem de segurança e as 
células tumorais vão permanecer no leito da ferida e vão levar 
a recidiva do quadro que é a principal complicação desse tipo 
de neoplasia 
 Embora não seja uma neoplasia que vamos ter metástases 
distantes, vamos ter um poder de malignidade considerável na 
histopatologia o grau de diferenciação celular nos dá também 
informações sobre o grau de malignidade e isso ajuda no 
prognóstico 
 
o Etiologia: Acredita-se que o carcinoma se desenvolva a partir de 
lesões pré-cancerígenas (tem transformação do tipo celular) 
decorrentes de queimaduras solares (radiação UV), irritações 
crônicas causadas por agentes químicos, secreções corporais ou 
parasitismo (gera uma lesão com inflamação crônica permitindo 
maior oportunidade de diferenciação celular), ou por metaplasia (por 
acumulo de esmegma), como ocorre no epitélio peniano em equinos 
 
 
o Características clínicas: 
 Clinicamente, o carcinoma de 
células escamosas se 
manifesta por lesões 
granulomatosas (tecido 
vermelho, sangrante, tecido 
vivo, tecido neoformado), que 
podem ser ulcerativas ou proliferativas 
 Na proliferativa vai formar uma massa ou nas ulcerativas que 
tem feridas que permanecem na condição ulcerativa, não se 
forma uma massa exuberante e sim uma ulcera que tem o 
fundo granulomatoso e não tende a cicatrização 
 Lesão de pele que não tende a cicatrização quando está 
sendo tratada da forma correta, já é uma suspeita importante. 
Se não tem nenhum agente, bactéria, um fungo ou parasita 
colonizando e a ferida está sendo bem higienizada, tratada e 
ela não evolui para cicatrização, ela é uma ferida digna de 
investigação 
 A lesão proliferativa pode ser uma massa de tecido com 
volume considerável e a ulcera também pode ser grande, 
sempre com fundo avermelhado, sangrante e com 
característica de cronicidade 
 
o Localizações características: 
 O carcinoma se desenvolve preferencialmente em áreas de 
transição entre pele e mucosas, áreas glabras (ou seja, 
desprovidas de pelos) e áreas despigmentadas 
 Como exemplos, podemos citar a 3ª pálpebra, o prepúcio e as 
regiões perianal, perivulvar e 
perilabial 
 À esquerda vemos um carcinoma 
de 3ª pálpebra. A lesão é de 
caráter proliferativo e pode levar à 
ulceração secundária da córnea 
por compressão e abrasão 
 À direita vemos um carcinoma de prepúcio, que deve ser 
diferenciado da habronemose cutânea em equinos 
 
 
o Modalidades de tratamento: 
 Excisão cirúrgica radical: isolada ou combinada com outros 
procedimentos a fim de proporcionar maior margem de 
segurança 
 Retirar o tecido neoplásico e retirar todas as células 
neoplásicas do leito 
 Para determinar que o leito está livre precisa de um 
exame microscópico, não tem como ver a olho nu se 
deu margem de segurança ou não 
 Margem de segurança: não restaram células tumorais 
no leito e isso só podemos visualizar com exame 
histológico 
 Quando não tem condição de fazer o exame histológico 
do leito, seria aplicar um segundo procedimento, ou 
seja, combinar um procedimento que nos permita retirar 
um pouco mais de tecido sem que esse tecido seja 
retirado de forma cirúrgica, ou seja, sem que tenha que 
ressecar esse tecido criando as vezes uma lesão muito 
grande e profundo 
 Combinação com crioterapia 
 O leito vai ser congelado pela crioterapia, ela vai induzir 
a necrose do tecido que restou, mas não vai mutilar o 
animal da maneira que faríamos para retirar todo o 
tecido cirurgicamente 
 O problema que não conseguimos fechar por primeira 
intenção e vai ter uma cicatriz mais exuberante com 
resultado estético pior, tem alteração da cor da pelagem 
 Sempre vai ter o risco de recidiva 
 Ter em mente a preservação do função para tomar uma 
decisão terapêutica correta 
 
 Fatores a considerar: a decisão terapêutica deve 
considerar a região anatômica afetada, a quantidade de tecido 
a ser removida para minimizar o risco de recidiva e a função, 
que deve ser preservada na medida do possível 
 Quando a quantidade de tecido a ser removida é muito 
grande, a excisão cirúrgica radical não pode ser realizada 
devido ao risco de mutilação e comprometimento da função 
 Neste caso, devemos optar pela excisão parcial combinada 
com outros procedimentos, como a crioterapia 
 A crioterapia corresponde ao congelamento do tecido com 
nitrogênio líquido sob pressão e induz morte celular por 
congelamento, aumentando as margens de segurança 
 Crioterapia: esse procedimento é feito com auxilio de um 
criótomo, que corresponde 
a um recipiente 
pressurizado acompanhado 
de ponteiras de aplicação 
de diversos tamanhos. A 
profundidade de 
congelamento corresponde 
a metade do diâmetro da área congelada 
 A imagem à direita mostra o congelamento de um 
nódulo neoplásico 
 Ela não é um processo hemostático 
 Se fizer a ressecção de um nódulo e for aplicar a 
crioterapia no leito, precisamos fazer a hemostasia 
primeiro e depois aplicar a crioterapia 
 A produndidade é 50% do diâmetro 
 Exemplo: se tiver um nódulo de 1cm de diâmetro, vai 
ter 0,5 cm de profundidade 
 Se o nódulo é pequeno podemos fazer o congelamento 
direto sem fazer a excisão 
 Se fizer a excisão, vai estar congelando 0,5cm abaixo 
do leito, que vai dar a margem de segurança, em 
contrapartida vai ter necrose de uma área maior, com 
tempo de cicatrização maior 
 Faz 3 ciclos de congelamento, aplica repetidamente 
sobre determinada área, o tecido fica branco e depois 
deixa cicatrizar por segunda intenção, vai descongelar, 
o tecido vai necrosar e vai ter que tratar como ferida 
aberta 
 
o Quimioterapia intralesional: 
 Outra modalidade terapêutica que pode ser associada ao 
tratamento cirúrgico é a quimioterapia 
 O protocolo mais indicado é a administração intralesional de 
cisplatina, na forma de emulsão oleosa injetada diretamente 
no leito da ferida ou implantes impregnados com cisplatina de 
liberação lenta, gerandoa necrose do tecido ao seu redor 
 A quimioterapia ela não é seletiva, também vai afetar o tecido 
sadio, também vai ter um ferida que não dá para fazer 
fechamento por primeira intenção e vai gerar também uma 
perda tecidual considerável 
 A injeção de cisplatina nos permite para que a massa diminua 
de tamanho e permita uma cirurgia que não seja mutiladora 
 Alguns produtos de aplicação tópica também podem ser 
usados, como o 5-flurouracil 
 A administração sistêmica de inibidores seletivos da ciclo-
oxigenasse 2, como o Piroxicam, também já foi relatada como 
tratamento adjuvante, uma vez que as células tumorais 
expressam essa enzima 
 
o Exemplos de carcinomas de células escamosas: 
 Na imagem à esquerda mostra 
uma lesão característica na seta 
em vermelho na região perianal 
de bovino 
 Nota-se a lesão granulomatosa 
de caráter ulcerativa localizada 
próxima à transição pele e 
mucosa em uma região glabra 
despigmentada 
 A imagem à direita mostra uma 
lesão atípica no mesmo animal, o carcinoma não é comum 
nessa região, porém não havia histórico de trauma e sim de 
uma ferida crônica de 3 anos de evolução, que foi aumentando 
com o tempo 
 Nessa caso a excisão cirúrgica não era possível e o animal foi 
tratado com curetagem na região afetada, para remoção 
parcial do tecido neoplásico, seguida de crioterapia sem 
sucesso 
 Esse caso ilustra a importância do diagnóstico precoce e do 
exame histopatológico para confirmação diagnóstica 
 É uma região que tem bastante folga de pele, permitindo a 
retirada de bastante tecido 
 
o Outra apresentação clássica do carcinoma de células 
escamosas: 
 Carcinoma de terceira 
pálpebra 
 Nota-se que a pele do 
canto medial do olho não 
está envolvida, o que 
descarta a possibilidade de 
habronemose 
 A lesão no caso é de 
caráter proliferativo e pode levar a ulceração secundaria da 
córnea por compressão e abrasão 
 A ausência da terceira pálpebra não compromete a função 
ocular 
 Tratamento de eleição é a sua excisão completa independente 
do tamanho da sua formação 
 No caso da neoplasia não teria opção de qualquer forma 
 Quanto menor a lesão, maior a margem de segurança e 
menor a chance de recidiva, dai a importância do diagnóstico 
e tratamento precoces 
 Muitas vezes quando essa neoplasia começa a se formar é 
uma pequena formação do canto do olho, passando 
despercebido e essa massa vai crescendo 
 
 
o Outro caso semelhante: 
 Nota-se o tecido granulomatoso neoformado e 
a presença de quemose 
 Tirar com margem de segurança é 
praticamente impossível 
 Tem chance de recidiva 
 Manda a peça cirúrgica para o histopatológico 
 
 
o Outro tipo de apresentação: 
 Foi trazido para o hospital veterinária depois de 
1 ano de evolução 
 O diagnóstico inicial havia sido conjuntivite e o 
tratamento recomendado foi medicação tópica 
com colírio antibiótico 
 A falta do diagnóstico correto permitiu a 
evolução da neoplasia e o comprometimento de 
toda terceira pálpebra piorando o prognóstico 
 Esse é o mesmo animal após a higienização e a 
exposição da formação neoplásica, nota-se 
que não resta tecido sadio o que elimina a 
possibilidade de retirada com margem de 
segurança 
 
 Imagens intra-operatórias da 
retirada completa da formação, 
após a excisão foi aplicada 
crioterapia no leito da lesão, porém 
houve recidiva em 90 dias, 
restando como única opção 
terapêutica enucleação 
 O diagnóstico precoce é fundamental 
 A lesão sendo sugestiva macroscopicamente já tem 
justificativa para intervir cirurgicamente, mesmo sem ter feito o 
histopatológico antes, mas não significa que não deve mandar 
a peça para histopatológico 
 
o Outra apresentação de carcinoma de células escamosas: 
diagnósticos diferenciais 
 Na região do prepúcio 
 Nota-se a lesão 
extensa de caráter 
granulomatoso 
proliferativo observada 
durante o exame inicial 
 Em equinos esse tipo 
de lesão nessa região 
anatômica também 
pode ter como causa a 
habronemose cutânea 
 O animal havia sido atendido por outro profissional que 
recomendou a eutanásia 
 Na ausência de condições para realização do exame 
histopatológico, o animal foi tratado para habronemose o que 
acabou levando ao diagnóstico terapêutico diante da resposta 
favorável obtida após 15 dias de tratamento 
 Nesse caso o tratamento tópico para habronemose cutânea foi 
mantido e a lesão regrediu completamente 
 De fato não era carcinoma, era um caso de habronemose 
 Importante lembrar que, embora o histopatológico seja 
soberano em termos de diagnóstico neoplásico, o aspecto 
macroscópico também não pode ser negligenciado 
 
 
o Carcinoma: 
 Vemos outra lesão 
em região 
semelhante, porém 
mais próximo à base 
do pênis e de caráter 
ulcerativo, o que já 
não sugere 
habronemose 
 Nesse caso a região 
anatômica não permite a excisão cirúrgica sem mutilação e 
perda de função 
 Tratamento foi a crioterapia por ser uma região que ia 
praticamente condenar o pênis do animal, retirando muito 
tecido, mas como não é uma lesão proliferativa e sim 
ulcerativam, a crioterapia nos permite uma profundidade de 
congelamento que é proporcional ao diâmetro 
 De toda forma o prognostico é reservada por riscos de recidiva 
 O ideal para esses animais é fazer um exame periódico de 
acompanhamento 
 Toda vez que notar um pequeno sinal de recidiva já pode fazer 
novamente a crioterapia e preservar a função do animal a 
longo prazo 
 
o Carcinoma: 
 Aqui vemos mais dois casos 
de carcinoma de células 
escamosas afetando a 
região prepucial em equinos 
 No caso à esquerda a 
chance de preservação da 
função é menor, pois a 
quantidade de tecido a ser removida impede a preservação do 
prepúcio 
 Pelo mesmo motivo, não é possível estabelecer margem e 
segurança sem amputar o pênis, o que aumenta a chance de 
recidivas e torna o prognóstico mais desfavorável 
 O caso à direita poderia ser tratado apenas com curetagem 
cirúrgica da lesão seguida de crioterapia, com melhor 
prognóstico 
 
 Sarcóide equino: 
o Trata-se de uma neoplasia benigna, porém há grandes perdas 
associadas em termos de função e bem-estar, como veremos a 
seguir 
o A transformação celular que dá origem a essa neoplasia tem 
relação com diversos papilomavírus bovinos, principalmente os 
tipos 1, 2 e 13 (BPV1,BPV2,BPV13) 
o Sendo uma neoplasia ‘’benigna’’ (manifestações persistentes), 
não há ocorrência de metástase, porém o animal que tem 
sarcoide tende a desenvolver outros ao longo da vida e pode 
haver perda de função, dependendo da localização, o que torna o 
prognóstico reservado 
o Dependendo do tamanho e da localização anatômica, pode ter 
uma interferência muito deletéria sobre a função 
o Tem grandes perdas econômicas, perda de função e obviamente 
também dependendo da característica e da localização da 
formação, o bem estar também tem que ser considerado 
 
 Tipos: 
o O sarcóide tem várias apresentações clínicas e pode haver vários 
tipos em um mesmo animal 
o Importante sempre educar o proprietário ou tratador, para não 
deixar passar despercebido o nódulo 
o Se perde a janela de oportunidade de tratar precocemente, vai 
tender a ter casos mais complexos com prognóstico pior e menor 
possibilidade terapêutica 
o O tipo mais comum é o nodular, que pode ser encapsulado ou 
não e estar aderido ou não 
o Esses nódulos podem ser de característica fibroblástica 
(ulcerados e firmes à palpação) ou verrucosa, existindo também 
tipos mistos 
o Nodular é mais liso, é 
encapsulado 
o Verrucoso: tem aspecto 
macroscópico igual a um 
papiloma 
o Mistos: tem porção verrucosa e 
fibroblastica 
o Outras apresentações mais raras 
são o sarcóide oculto, que se 
assemelha a uma placa, e o 
sarcóide agressivo, de aparência 
maligna 
o Notas-se a presença de dois tipos de sarcoide (nodular e 
verrucoso) no mesmo animal na imagemsuperior esquerda 
o Uma parasitose por habronema vai gerar eosinofilia, um processo 
alérgico também 
o Na lesão próxima a coroa do casco pode ser um sarcoide, pode 
ser um habronema, pode ser só granulação exuberante, então 
nesse caso que não temos a oportunidade de fazer o 
histopatológico, vamos apelar para o diagnóstico terapêutico. 
Tratar como se fosse habronema, tratar a granulação e a 
cronicidade dessa ferida seja a resposta terapêutica, vai nos dar a 
dica se é ou não sarcoide, sem o histopatológico é impossível 
determinar a etiologia 
o Quando estamos diante de um caso agressivo podemos retirar 
esse tecido, deixar praticamente no nível da pele, uma lesão 
ulcerativa e fazer aplicação de crioterapia no leito, mas com 
prognóstico ruim, pois é uma ferida grande, vai gerar uma 
contração, provavelmente vai gerar uma alteração de cor de pele, 
gerando uma deformidade na margem palpebral,um prognóstico 
ruim apesar de ser benigna 
 
 Tratamento: 
o Assim como o carcinoma, o sarcóide também pode ser tratado 
por excisão cirúrgica isolada ou combinada com outros 
procedimentos 
o Crioterapia e excisão cirúrgica 
o Quimioterapia lesional com cisplatina 
o A decisão terapêutica deve levar em conta o tamanho e 
localização da lesão e as possíveis sequelas em termos de perda 
de função 
o Além dos tratamentos descritos para o carcinoma, o sarcóide 
pode ser manejado por imunoterapia intralesional com BCG 
(vacina contra tuberculose)- imunomodelação- no sarcoide pode 
induzir uma redução de tamanho que permita uma retirada 
cirúrgica sem mutilação 
o O protocolo recomendado envolve 3 administrações intralesionais 
na dose de 1 ml/cm3 
o O tratamento tem risco de anafilaxia e não leva à regressão 
completa da lesão, porém permite a redução do tamanho da 
formação, permitindo a excisão cirúrgica sem mutilação 
 
 Diagnósticos diferenciais e condutas: 
o Nos casos 1,3 e 7 o principal 
diagnóstico diferencial seria 
papilomatose cutânea 
o O caso 2 também poderia remeter 
a papilomatose, porém a presença 
de nódulos faz pensar em 
sarcóide 
o O caso 4 é característico de 
sarcóide fibroblástico 
o O caso 5 poderia ser 
habronemose cutânea ou 
simplesmente tecido de granulação exuberante 
o O caso 6 poderia ser um carcinoma de células escamosas atípico 
o Em todos os casos não é difícil de estimar a dificuldade de 
excisão cirúrgica e as possíveis consequências em termos de 
função 
o Isso ilustra bem o prognóstico reservado mesmo de uma 
neoplasia benigna 
 
 Cirurgia-técnica: 
o Imagens intra-
operatórias de sarcóide 
o No caso a esquerda, o 
nódulo é ulcerado e foi 
protegido com uma 
bandagem para evitar a 
disseminação de células 
neoplásicas durante o procedimento cirúrgico 
o No caso a direita, o nódulo é encapsulado e deve ser removido 
sem penetração da cápsula pelo mesmo motivo 
 
 Caso clínico: 
o Nota-se a deformação 
irreversível do pavilhão 
auricular decorrente do auto 
trauma e do longo tempo de 
evolução 
o Já tinha sido cauterizado 
essa lesão 
o Era um sarcoide 
o Nessa região anatômica a ausência de tecido cutâneo livre na 
face interna do pavilhão auricular dificulta o procedimento 
cirúrgico 
o A crioterapia pode ter efeitos deletérios sobre a cartilagem 
auricular 
 
 Melanoma: 
o Trata-se de uma neoplasia com alto potencial de malignidade e 
de prognóstico desfavorável no longo prazo 
o Em grandes animais, o melanoma é descrito com maior 
frequência em equinos e afeta preferencialmente animais 
tordilhos 
o A etiologia não é bem conhecida, podendo envolver 
predisposição genética, características da pele (despigmentação) 
e a senilidade 
o Prognóstico reservado a ruim 
o Tem varias apresentações clínicas 
o Nevo melanocítico e o Melanoma dérmico as formas benignas 
o Formas malignas: melanomatose dérmica e melanoma 
anaplasico 
o Nevo melanocítico: 
 Massas pequenas isoladas 
 
o Melanoma dérmico: 
 É a mais comum e se caracteriza por nódulos isolados ou 
múltiplos, em sua maioria pigmentados e encontrados 
principalmente na face ventral da cauda e nas regiões 
genital, inguinal e perineal, região peri-mamária em 
fêmeas 
 
o Melanomatose dérmica: 
 Se apresenta na forma de massas coalescentes 
(inoperáveis) 
 Localização= melanoma dérmico 
 
o Melanoma anaplásico: 
 Raro em equinos 
 
o Embora de característica incialmente benigna, o melanoma 
dérmico também tende a evoluir para malignidade, o que torna o 
prognóstico reservado no longo prazo 
o As mesmas modalidades terapêuticas se aplicam, porém existem 
diversas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de vacinas, 
ainda sem resultados conclusivos em equinos 
o Nos casos inoperáveis, o animal pode ser preservado sem 
tratamento enquanto conviver bem com a lesão 
 Excisão cirúrgica- sempre que possível 
 Crioterapia: induzindo a necrose da lesão 
 Quimioterapia intralesional- Cisplatina 
 Imunoterapia- vacinas (promissor) 
 Casos inoperáveis- convivência benigna com a lesão x 
eutanásia 
 
o Casos característicos de melanoma dérmico: 
 No caso à esquerda a 
excisão cirúrgica é 
possível e deve ser 
realizada, visto que a 
neoplasia tende a 
evoluir para malignidade 
 No caso à direita, a 
excisão cirúrgica já não 
é possível 
 Em ambos os casos, 
apesar do aspecto 
macroscópico sugestivo, 
o exame histopatológico é importante para confirmação do 
diagnóstico e determinação das características celulares 
 
o Caso de melanomatose dérmica: 
 Nota-se as massa 
coalescentes de grande 
volume 
 O caso é claramente 
inoperável e o animal poderá 
ser mantido enquanto conviver 
bem com a lesão 
 Poderia tentar uma quimioterapia intralesional 
 Feridas membro distal: 
o No equino temos uma característica muito especifica de 
cicatrização que é a formação do tecido de granulação 
exuberante, nas ferida em membro distal 
o Membro distal: carpo e tarso para baixo 
o Pela mobilidade articular e dai para baixo pela falta de tecido 
subcutâneo 
o Então a característica dos equinos, a formação da massa de 
tecido granulomatoso que impede a epitelização de forma 
mecânica e a ferida se torna crônica 
 
 Diagnósticos diferenciais: 
o Tecido de granulação exuberante: 
 Característico equino; iatrogênico (não saber tratar direito) 
 Granulação> epitelização 
 No momento que esse tecido de granulação deveria 
apenas preencher o leito da ferida, para que a epitelização 
possa ocorrer por cima do leito, o que acontece é que ele 
ultrapassa o nível da pele e não só se torna um fator de 
bloqueio mecânico, a epitelização não ocorre, como se 
torna um fator de perpetuação da inflamação 
 Pousa mosca, bate a cauda, animal se auto-mutila 
 Fazer o diagnóstico diferencial: se não tem certeza que a 
ferida não está colonizada por um agente, não tem como 
indicar o tratamento correto 
 A ferida que é apenas granulação ou granulação por conta 
do habronema tem o mesmo aspecto macroscópico, pode 
ter também o pitium (fungo) que também forma uma ferida 
de granulação exuberante 
 
o Habronemose cutânea- raspado: 
 Lesão granulomatosa proliferativa/ulcerativa 
 Cronicidade, prurido 
 Migração errática- larvas de Habronema sp 
 Localização: canto medial do olho e processo uretral 
 Tem uma ulcera crônica- ferida ulcerativa 
 
 
o Pitiose- sorologia: 
 Phythium insidiosum-oomiceto 
 Massa ulcerativas granulomatosas 
 Cronicidade, prurido, fistulas 
 Característica mais destrutiva 
 Mais difícil de diagnosticar pela histopatologia 
 Diagnosticar por sorologia 
 Tratamento difícil de se fazer também 
 Tratamento mais indicado, porém caro- perfusão regional 
com Putrescina B 
 Prognóstico ainda é reservado 
 
 Tratamento: 
o Tentar fazer primeiro o diagnóstico diferencial 
o Acompanhar a fase da cicatrização 
o A medida que a ferida evolui vamos ter que mudar a estratégia 
terapêutica 
o Saber em que fasea ferida está e o que fazer naquela fase 
o Inicialmente toda ferida tem uma fase inflamatória: 
 Eliminação 
 Pode ser mais ou menos prolongada, depende do grau de 
inflamação 
 Tem característica de aumento de volume, secreção, ou 
seja, o organismo tentando eliminar tecido e material 
eventualmente presente na ferida 
 Vai limpar, retirar tecido morto (higienização) 
 Trocas frequentes de curativo, fica sujo devido a presença 
de secreção 
 Estimulo granulação conforme necessidade 
 
o Quando não há mais nada a ser eliminado, vai ter a fase de 
preenchimento: 
 Granulação 
 Se é uma ferida que houve grande perda de tecido, tem 
muita área a ser preenchida 
 O que acontece no cavalo é que uma ferida na canela, em 
pouco tempo a granulação já está no nível da pele, ela 
ultrapassa o nível da pele 
 Nessa fase não podemos agredir e estimular a 
granulação. Esse estimulo pode ser mecânico ao esfregar 
uma gaze, por exemplo, produtos irritantes 
 Usar um produto nessa fase que seja lubrificante, para 
não grudar o curativo 
 Qualquer coisa que tende a irritar nessa fase, vai tender a 
estimular mais a granulação 
 Podemos usar um medicamento que suprime: pomada a 
base de corticoide (omcilon), protege a borda de 
epitelização com vaselina, gel ky 
 Supressão conforme necessidade 
 
o Depois que consegue estabilizar a granulação, a epitelização 
vem progressivamente: 
 Até que a ferida se feche 
 Pode ficar com cicatriz feia, cor diferente 
 Proteção 
 Mínima intervenção

Continue navegando