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Geovana Sanches, TXXIV EXAME FÍSICO MUSCULOESQUELÉTICO INTRODUÇÃO História • Origem na Grécia, com Hipócrates • Ideia das artrites, infecciosas, por gota, poliartrites... • Rheuma = vem do grego como fluído, “catarro”, “bile”, que iriam se fixas nas articulações o Na Grécia antiga, utilizava-se rheuma como sinônimo de catarros, de acordo com os conceitos humorais então vigentes, segundo os quais esse humor de composição alterada, proveniente do cérebro, atingiria as articulações. o Nessa época, as doenças se baseavam no adoecimento de quatro humores: sangue, muco (fleuma), bile (amarela e escura) e água. • Termo reumatologia o 40 a 90 a.C. o Discórides § Viveu no Século I na Turquia • Guillaume de Baillou o Médico francês (1538 – 1616) o Pai da reumatologia o Escreveu o livro de Reumatologia e Dor Lombar Especialidade A reumatologia é a especialidade médica dedicada ao estudo de doenças do tecido conjuntivo e do sistema musculoesquelético (“reumatismos”). • Tecido conjuntivo o Células: origem mesenquimal o Fibras (colágeno) • Sistema musculoesquelético o Ossos o Músculos o Tendões o Ligamentos Doenças estudadas As afecções estudadas na reumatologia podem ser divididas em dois grandes grupos: • Doenças reumáticas inflamatórias: artropatias inflamatórias o AR, AP, microcristalinas o Doenças sistêmicas: LES, vasculites, espondiloartropatias, esclerose sistêmica • Doenças não inflamatórias o Musculoesqueléticas, artrose, transtornos das sinovias e tendões, tecidos moles, osteoporose, condropatias, transtornos articulares Código internacional das doenças: CID Cap XIII “Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo” • Artropatias • Doenças do tecido conjuntivo • Dorsopatias • Transtornos dos tecidos moles • Osteopatias • Condropatias • Outros transtornos do Sistema Osteomuscular e do tecido conjuntivo A reumatologia une, portanto, diversas especialidades médicas, principalmente a ortopedia clínica e a imunologia. PROPEDÊUTICA BÁSICA • Faixa etária e gênero • Alteração articular Geovana Sanches, TXXIV o Número § Monoartralgia: alteração em 1 articulação § Oligoartralgia: entre 2 e 4 articulações § Poliartralgia: mais do que 4 articulações o Simetria § Simétrico § Assimétrico o Duração § Agudo: < 6 semanas § Crônico: > 6 semanas o Topografia § Axial (coluna, sacro, costelas e esterno) § Periférico o Rigidez matinal o Ritmo § Inflamatório § Mecânico o Flogose § Presença de sinais flogísticos (edema, eritema, calor ou dor) • Manifestações extra-articulares o Sintomas sistêmicos: febre, fadiga, emagrecimento o Olhos: eritema, xeroftalmia... o Nariz e boca: sinusite, úlceras, xerostomia... o Adenomegalias o Sistema cardiovascular: angina, sopro, HAS... o Sistema respiratório: dispneia, dor... o Sistema digestório: DRGE, cólica, diarreia... o Sistema nervoso: parestesia, déficit de forca, convulsão... o Pele e mucosas: fotossensibilidade, alopecia, raynaud, livedo, nódulos... ANATOMIA GERAL Posição anatômica A posição anatômica se refere ao indivíduo em pé, com a cabeça, olhos e dedos do pé direcionados anteriormente (para frente) e membros superiores ao lado do corpo, com as palmas das mãos viradas para frente. É utilizada para definir os planos anatômicos. Planos anatômicos • Mediano (sagital): medial e lateral • Coronal: anterior e posterior • Transverso (axial): superior e inferior Tipos de movimento • Flexão: movimento no plano sagital de aproximação das extremidades de um membro; aproximação do eixo transverso. • Extensão: movimento no plano sagital de afastamento das extremidades de um membro; afastamento do eixo transverso. • Adução: movimento no plano coronal em direção ao plano mediano. • Abdução: movimento no plano coronal em direção contrária ao plano mediano. Geovana Sanches, TXXIV • Rotação interna (medial): traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano. • Rotação externa (lateral): leva a face anterior para longe do plano mediano. • Pronação: movimento de rotação do antebraço pelo qual a palma da mão torna- se posterior. • Supinação: movimento de rotação do antebraço pelo qual a palma da mão torna- se anterior. • Inversão (B): é o movimentar do pé de modo que a face plantar esteja voltada em direção medial • Eversão (A): é o movimento oposto do pé de modo que a face plantar esteja voltada lateralmente • Circundação: movimento circular de um membro que descreve um cone, em torno de um centro ou de um eixo. Termos: alinhamento • Desvio em varo (varismo): desvio angular em que o vértice se afasta da linha mediana. • Desvio em valgo (valgismo): desvio angular em que o vértice se aproxima da linha mediana. • Escoliose: curvatura da coluna no plano frontal (coronal). • Cifose: curvatura da coluna no plano sagital e de convexidade posterior. • Lordose: curvatura da coluna no plano sagital e de convexidade anterior. Articulação sinovial (diartrose) As articulações sinoviais (ou diartroses) são as de maior número no organismo. Nelas, as superfícies ósseas são recobertas pela cartilagem articular e unidas por ligamentos; internamente, são revestidas por membrana sinovial. • Cartilagem • Membrana sinovial • Líquido sinovial • Cápsula articular Geovana Sanches, TXXIV MÃOS E PUNHOS Anatomia Face volar (palmar) Face dorsal Ossos Pontos de interesse • Articulação metacárpica falangiana • Articulações interfalangianas • Iminência tenar e hipotenar • 1ª carpo-metacarpiana • Interfalangiana do polegar Inervação superficial • Nervo mediano: inervação sensitiva para grande parte da face palmar da mão e do polegar, indicador, dedo médio e parte lateral do dedo anelar. o Também é responsável pela inervação da maioria dos músculos do compartimento anterior do antebraço (flexo-pronador) e os músculos intrínsecos da mão. • Nervo ulnar: inervação sensitiva para o dedo mínimo e parte medial do dedo anelar. • Nervo radial: menos importante Inspeção • Unhas • Pele o Fenômeno de Raynaud • Atrofia muscular o Tenar, hipotênar, difusa • Deformidades o Nodulações (Hederben e Bouchard) o Tumorações o Desvios Geovana Sanches, TXXIV § Desvio ulnar das MCFs Unhas à Manifestações encontradas na artrite psoriática Fenômeno de Raynaud Caracteriza-se por episódios reversíveis de vasoespamos (vasoconstrição) de extremidades, associados a palidez, seguido por cianose e rubor de mãos e pés. Ocorrem usualmente após estresse ou exposição ao frio. Nodulações • Nódulos de Hederden: acometem a articulação interfalangiana distal • Nódulos de Bouchard: acometem a articulação interfalangiana proximal Palpação “Squeeze test” Faz-se a compressão da região para avaliar a integridade dos ossos, membrana interóssea e ligamentos. É utilizado para o rastreio da dor. Interfalangiana distal (IFD) e Inter-falangiana proximal (IFP) • Palpação bimanual, com pressão ântero- posterior e látero-lateral • Pesquisa de sinovites e nodulações o Palpação bimanual, com pressão ântero-posterior e látero-lateral o Pesquisa de sinovites Articulação metacarpofalangeana (MCF) • Palpação bimanual • Pesquisa de sinovites Articulação 1ª carpo-metacárpica • Trapézio-metacárpica • Avaliação da movimentação e presença de dor na região Geovana Sanches, TXXIV Punhos • Palpar fosseta dorsal do carpo (fossa radicárpica ou espaço radiocarpal) • Pesquisa de sinovites no punho Tendões • Extensores e flexores: atrito tendíneo • Flexores: dedo gatilho Síndrome do túnel do carpo A síndrome do túnel do carpo é uma enfermidade decorrente da compressão do nervo mediano ao nível do punho. Os pacientes comparecem ao serviço com queixade parestesia e hipoestesia do primeiro ao quarto dedo. Sinal de Tinnel Consiste na palpação da região volar do punho, medial ao tendão do palmar longo. É positivo no caso de parestesia na região inervada pelo nervo mediano. Sinal de Phalen Consiste na flexão dos punhos por 60 segundos, causando compressão no túnel do carpo. É positivo se o paciente apresenta sintomas ao longo da inervação do nervo mediano. Sinal de Phalen invertido Consiste na extensão dos punhos por 60 segundos, causando compressão do túnel do carpo. É positivo se o paciente apresenta sintomas ao longo da inervação do nervo mediano. Manobras do punho Teste de Finkelstein Consiste na oposição do polegar sob flexão dos dedos. O examinador estabiliza o antebraço e inclina o punho para o lado ulnar. O teste é positivo se dor sobre o abdutor longo e extensor curto do polegar. É importante lembrar que esse teste é muito irritativo, sendo importante comparar com o lado contralateral. Ele só será positivo nos casos em que a dor é muito exacerbada ou se houver diferença entre um membro e o outro. Geovana Sanches, TXXIV Esse teste é utilizado para identificar uma tenossinovite estenosante de De Quervain. Vídeo demonstrativo https://www.youtube.com/watch?v=sypB EG9F6uU&t=190s COTOVELOS Anatomia Vista anterior e posterior Vista lateral e medial Pontos de interesse • Olécrano • Bursa do olecrano • Epicôndilo medial • Epicôndilo lateral Nervo ulnar (C8 – T1) A neuropatia ulnar ao nível do cotovelo é a segunda neuropatia mais comum nos membros superiores. Túnel cubital • Epicôndilo medial • Ligamento ulnar colateral • Aponeurose das duas cabeças do músculo flexor ulnar do carpo o Local mais comum de compressão Sulco do nervo ulnar • Entre o epicôndilo medial e o processo olecraneano Inspeção • Pele: coloração, descamação, presença de placas • Nodulações • Edema: recesso infracondilar ou posterior (abaixo do côndilo lateral) • Deformidade: cúbito varo, valgo ou recurvatum Palpação • Epicôndilo lateral o Origem da musculatura extensora do punho • Epicôndilo medial o Origem da musculatura flexora do punho • Olecrano o Avaliar Bursa olecraneana • Nervo ulnar o Sulco entre o epicôndilo medial e o processo olecraneano Geovana Sanches, TXXIV • Edema: nos sulcos entre os epicôndilos e o olecrano Cotovelo de golfista • Epicôndilo medial Teste para o epicôndilo medial Para sua realização, o paciente deve estar com o cotovelo fletido em 90º, antebraço supinado e punho em extensão. O paciente deve realizar flexão ativa do punho contra a resistência do examinador, o qual deve estar palpando o epicôndilo medial. O teste é positivo quando há surgimento de dor no epicôndilo medial, podendo haver irradiação pelo antebraço, indicando uma epicondilite medial. Cotovelo de tenista • Epicôndilo lateral Teste de Cozen Nesse testem o cotovelo deve estar em flexão de 90º e o antebraço em pronação. O paciente deve fazer a extensão ativa do punho contra a resistência do examinador, o qual deve estar palpando o epicôndilo lateral. O teste é positivo quando há surgimento de dor no epicôndilo lateral, podendo haver irradiação pelo antebraço, indicando uma epicondilite lateral. OMBROS Anatomia • 3 diartroses o Glenoumeral o Acromioclavicular o Esternoclavicular • 14 ligamentos e 19 músculos • Estabilizadores: manguito rotador e bíceps braquial Manguito rotador Os tendões dos músculos do manguito rotador diminuem o impacto entre o úmero e a escápula e clavícula. • M. supraespinhal: abdução o o tendão do músculo supraespinhal é o primeiro a se lesionar, pois realizamos muito o movimento de abdução e rotação interna • M. infraespinhal: rotação lateral (externa) • M. redondo menor: rotação lateral (externa) • M. subescapular: rotação medial (interna) Bíceps braquial • Flexão e supinação do antebraço • Origem o Cabeça longa: tubérculo supraglenoidal da escápula o Cabeça curta: processo coracoide da escápula • Inserção: tuberosidade do rádio Ossos Geovana Sanches, TXXIV Músculos Tipos de acrômio Os tipos de acrômio apresentam grande influência sobre o impacto dos tendões. Assim, o tipo 1 é o que menos tem chance de lesão, enquanto o tipo 3 é o que apresenta maior probabilidade. Arco coracoacromial Inspeção estática • Pele • Edema • Assimetria, deformidades • Atrofias Palpação • Articulação esternoclavicular • Articulação acromioclavicular • Tubérculo maior do úmero • Tubérculo menor do úmero • Bursa subacromial-subdeltoidea • Cabeça longa do bíceps braquial • Cabeça curta do bíceps braquial • Músculo supraespinhal • Músculo infraespinhal • Avaliação de crepitações Manobras Sinal do arco doloroso Solicitamos que o paciente realize a abdução do braço, observando-o. O sinal do arco Geovana Sanches, TXXIV doloroso é positivo quando o paciente sente dor no ombro entre 60 e 120º, indicando doença do manguito rotador. Teste de Neer O examinador estabiliza a escápula do paciente com uma mão e com a outra realiza flexão passiva e rápida do membro superior, no plano da escápula (30º de abdução), em rotação neutra. O tubérculo maior do úmero se projeta contra a face ântero-inferior do acrômio e reproduz o impacto, com dor pela irritação da bolsa serosa e do tendão do supraespinhal. O teste é positivo quando há dor no ombro, indicando Síndrome do Impacto. Teste de Hawkins-Kennedy Para sua realização, o paciente deve ter o ombro flexionado em 90º, cotovelo flexionado em 90º e em rotação neutra. O examinador realiza, então, uma rotação interna passiva. O teste é positivo quando o paciente apresenta dor no ombro, indicando Síndrome do Impacto. Teste do Yocum Para o teste de Yocum, o paciente deve colocar a mao sobre o ombro oposto e realizar a elevação do cotovelo contra a resistência do examinador. O teste é positivo quando o paciente apresenta dor no ombro durante o teste, indicando Síndrome do Impacto. Teste de Jobe O paciente deve estar com o membro superior em flexão a 90º, em rotação interna, no plano da escápula (30º de abdução). Nessa posição, deverá forçar a flexão contra a força do examinador. O teste é positivo quando o paciente apresenta dor no ombro, dor que irradia antero- lateralmente ou dor na região do detoide durante o teste. Nesses casos, indica lesão no músculo supraespinhal. Teste de Patte O teste de Patte é realizado com o paciente com membro superior em abdução a 90º e cotovelo fletido a 90º. O paciente deve forçar a rotação externa contra a forca do examinador. Geovana Sanches, TXXIV O teste é positivo quando o paciente, durante o teste, apresenta dor na região ombro, indicando lesão no músculo infraespinhal e/ou redondo menor. Teste “da cancela” O paciente deve estar com o cotovelo fletido a 90º e encostado no tórax. Nessa posição, ele deve realizar rotação externa contra a resistência do examinador. O teste é positivo quando o paciente, durante o teste, apresenta dor no ombro, indicando lesão no músculo infraespinhal e/ou redondo menor. Teste de Gerber O paciente deve colocar a mão no dorso, a nível de L5, e realizar uma rotação interna, ou seja, solicitar que ele afaste a mão ativamente contra a força do examinador, sustentando o movimento. O teste é positivo quando o paciente, durante o teste, apresenta dor no ombro, indicando lesão no músculo subescapular. Teste de Speed No teste de Speed (ou “palm up test”), o paciente deve realizar flexão ativa do ombro com o cotovelo em extensão e rotação externa. É positivo se, durante a realização do teste, o paciente sentir dor no sulco inter-tubercular, indicando lesão na cabeça longa do bíceps. Teste de Yergason O testede Yergason é realizado com o paciente com o cotovelo fletido e junto ao tórax, em pronação. Ele deve realizar a supinação do antebraço contra a resistência do examinador. É positivo se, durante a realização do teste, o paciente sentir dor no sulco inter-tubercular, indicando lesão na cabeça longa do bíceps. COLUNA Anatomia Coluna cervical • C1 a C7 • Lordose Coluna torácica • T1 a T12 • Cifose Coluna lombar • L1 a L5 • Lordose Articulações A coluna apresenta diversas articulações, tanto nos discos, quanto nas facetas. Sendo assim, são passíveis de sofrer com artrose. Geovana Sanches, TXXIV Coluna cervical: inspeção estática • Avaliação o Vista anterior o Vista lateral o Vista posterior • Avaliar assimetrias o Cifose o Lordose o Escoliose • Pele o Manchas o Nódulos o Tufos pilosos Referências anatômicas • Orelhas • C7 • Trapézio • Ombros Coluna cervical: palpação • Apófises espinhosas o Palpação + percussão • Musculatura paravertebral o Pontos doloroses vs o Gatilho (síndrome miofascial) • Palpação das estruturas do pescoço Colune cervical: exame neurológico Força • C5: abdução do ombro (deltoide) e flexão do antebraço (C5, C6 e bíceps) • C6: extensão do punho • C7: extensão do cotovelo (tríceps) • C8: abdução dos dedos (interósseos) • T1: abdução do 5º dedo Reflexo • C5: bicciptal • C6: braquiorradial • C7: tricciptal Sensibilidade • Dermátomos Coluna cervical: Manobras Manobra de Spurling Com o paciente sentado, faz-se inclinação lateral da cabeça para o lado doloroso, com discreta extensão do pescoço. O examinador deve aplicar força em direção ao occipto. O teste é positivo nos casos em que o paciente apresenta dor irradiada com padrão radicular, indicando irritação de raiz nervosa. Se a distração do pescoço alivia a dor, reforça- se ainda mais a impressão de uma radiculopatia. Coluna torácica: inspeção estática • Avaliação o Vista anterior o Vista lateral o Vista posterior • Avaliar assimetrias o Cifose o Lordose o Escoliose o Escápula alada • Pele o Manchas o Nódulos o Tufos pilosos Referências anatômicas • Musculo peitoral (anterior) • Ombros • Escápulas (posterior) Coluna torácica: inspeção dinâmica • Flexão até 45º • Extensão até 45º Geovana Sanches, TXXIV • Inclinação lateral até 45º para cada lado • Rotação Teste da inclinação anterior • Busca detectar gibosidade (escoliose) • Vista anterior ou posterior Coluna torácica: palpação • Apófises espinhosas o Palpação + percussão • Musculatura paravertebral: pontos dolorosos x gatilho o Trapézio o Romboides (interescapular) o Grande dorsal Coluna torácica: exame neurológico Sensibilidade • Dermátomos o T4: mamilos o T7: apófise xifoide o T10: cicatriz umbilical o T12: virilha Coluna lombar: inspeção estática • Avaliação o Vista anterior o Vista lateral o Vista posterior • Avaliar assimetrias o Cifose o Lordose o Escoliose o Membros inferiores • Pele o Manchas o Nódulos o Tufos pilosos Referências anatômicas • Cristas ilíacas • Joelhos • Pés Coluna lombar: inspeção dinâmica • Flexão 40º a 60º o Durante a flexão, a lordose lombar fisiológica desaparece o Piora a dor de fraturas e ciatalgia por hérnia de disco • Extensão 20º a 35º o Piora a dor da espondilólise, espondilolistese, estenose do canal vertebral ou medular e artrose facetaria. § Espondilólise: fratura da pars interarticularis § Espondilolistese: deslizamento da vértebra • Inclinação lateral 15º a 20º o Piora a dor da hérnia de disco • Rotação lateral 3º a 18º Coluna lombar: exame neurológico Quadril • L2 e L3: flexão • L4 e L5: extensão Joelho • L3 e L4: extensão • L5 e S1: flexão Tornozelo • L4 e L5: flexão dorsal o caminhar nos calcanhares • S1 e S2: flexão plantar o Caminhar na ponta dos pés Extensão do hálux • L5 Reflexos • L4: patelar • S1: aquileu Sensibilidade • L4: face lateral da coxa e face medial da perna • L5: face lateral da coxa e da perna • S1: face posterior da coxa e da perna à Ciático • L4, L5, S1, S2 e S3 Geovana Sanches, TXXIV Coluna lombar: manobras Teste de Schober (modificado) O teste de Schober avalia a mobilidade da coluna lombar. Para sua realização, o paciente deve estar em pé. O examinador deve fazer uma marcação na coluna lombar sobre uma linha imaginária entre as espinhas ilíacas póstero-superiores (“covas de Vênus”) e uma outra marcação 10cm acima desta. A seguir, solicita-se que o paciente faça a flexão máxima da coluna, sem fletir os joelhos. O resultado consiste na diferença entre a marcação superior e inferior (em centímetros), sendo considerado o teste anormal quando a diferença for < 5 cm. Essa alteração pode ocorrer, por exemplo, em pacientes com espondiloartrite, afecção na qual há calcificação e consequente diminuição da mobilidade da coluna. Teste de Lasègue O teste de Lasègue, ou teste de elevação do membro inferior é realizado com o paciente em decúbito dorsal. O examinador deve realizar a elevação passiva do membro inferior com o joelho estendido. O teste é positivo quando há reprodução de sintomas radiculares entre 35 e 70º, ipsilateral. Não podemos confundir esses sintomas com dor por encurtamento dos isquiotibiais, a qual se apresenta no posterior da coxa. Roteiro para exame físico da coluna 1. Paciente sentado • Inspeção estática, palpação e inspeção dinâmica da coluna cervical • Exame neurológico da coluna cervical • Exame neurológico da coluna lombar 2. Paciente deitado • Teste de Lasègue • Reflexo cutâneo-plantar (Sinal de Babinski) • Avaliação do quadril e joelho 3. Paciente em pé • Inspeção estática: avaliar curvaturas (lordose e cifose) e a simetria dos membros inferiores • Flexão anterior: avaliar se há escoliose e fazer o teste de Schober • Extensão, rotação e inclinação toraco- lombar • Marcha: normal, nos calcanhares e na ponta dos pés QUADRIL Anatomia Ossos Músculos • Anterior: flexores o Íleopsoas o Reto femoral • Posterior: extensores o Glúteo máximo Geovana Sanches, TXXIV o Posterior da coxa • Lateral: abdutores o Glúteo médio o Glúteo mínimo • Medial: adutores o Adutor longo o Adutor curto o Adutor magno o Pectíneo o Grácil • Rotadores externos o Piriforme o Obturador interno o Gêmeo superior o Gêmeo inferior o Quadrado femoral • Rotador interno o Obturador externo Inspeção do quadril Estática • Paciente em pé o Assimetria o Pele Dinâmica • Marcha • Grupos musculares o Flexão o Extensão o Adução o Abdução Palpação Bursa(s) trocantérica(s) • Complexo de bursas • Palpáveis sobre o grande trocânter femoral • Relação com o glúteo máximo, glúteo médio, vasto lateral e tensor da fáscia lata Manobras FABER(E) – Teste de Patrick O teste de Patrick ou FABERE é realizado com o paciente em flexão, abdução e rotação externa do quadril. O examinador aplica força no joelho fletido e pelve contralateral. É positivo quando o paciente sente dor na virilha do lado movimentado (patologia do quadril) ou na região sacroilíaca do lado oposto (não movimentada – indica sacroileíte). Geovana Sanches, TXXIV Deve-se ter muito cuidado para que a dor não seja confundida com uma dor na região lateral da coxa, a qual indica tendinopatia ou bursite. JOELHOS Anatomia Trato ileotibial • Banda ileotibial que se comunica com o tensor da fáscia lata, glúteo máximo, glúteo médio e vasto lateral • Estabiliza o joelho tanto na extensão (principal), quanto na flexão • Inserção o Tíbia proximal o Face lateral Pes anserinus • Pata de ganso • Músculos o Sartório o Grácil o Semitendíneo • Inserção: face anteromedial da porção proximal da tíbia Fosse poplítea Inspeção estática • Pele, eritema • Edema • Deformidades o Valgo:desvio no plano coronal onde o vértice se aproxima da linha mediana o Varo: desvio no plano coronal onde o vértice se afasta da linha mediana o Antecurvatum: desvio no plano sagital, com joelho em flexão discreta o Recurvatum: desvio no plano sagital, com joelho em hiperextensão Cisto de Baker É uma coleção de líquido sinovial entre a cabeça medial do gastrocnêmio e o tendão do músculo semimembranáceo. Promove a comunicação entre a cápsula sinovial do joelho e a Bursa do gastrocnêmico-semimembranáceo. Palpação • Eritema, calor • Estruturas o Tendão do quadríceps (Bursa) o Tendão patelar (Bursa) Geovana Sanches, TXXIV o Patela (mobilidade) o Trato ileotibial (Bursa) o Pata de ganso (Bursa) o Fossa poplítea (medial – cisto de Baker) o Sinal da tecla o Sinal da “Onda” Sinal da tecla Na suspeita de derrame articular, com o paciente em decúbito dorsal, o examinador estabiliza o quadríceps com uma das mãos. Com a mão contralateral repousada sobre a tuberosidade da tíbia, realiza-se uma compressão da patela com o dedo indicador. A essa manobra, daz-se o nome de manobra do rechaço. A presença de rechaço da patela (Sinal da tecla), após a compressão, indica a presença de derrame articular. Sinal da onda O examinador “empurra” a face medial do joelho, de distal para proximal. A seguir, “empurra” a face lateral, de proximal para distal. O sinal é positivo se surgir uma saliência medial semelhante a uma “onda”. Manobras para análise dos ligamentos Teste da gaveta anterior O teste da gaveta anterior avalia o ligamento cruzado anterior. Com o paciente em decúbito dorsal, o examinador flete o joelho a 80º e se senta sobre o pé do paciente. A seguir, posiciona ambas as mãos na região do terço superior da tíbia e a traciona para frente. Teste da gaveta posterior O teste da gaveta posterior avalia o ligamento cruzado posterior. Com o paciente em decúbito dorsal, o examinador flete o joelho a 80º e se senta sobre o pé do paciente. A seguir, posiciona ambas as mãos na região do terço superior da tíbia e a traciona para trás. Teste de abdução • Estresse em valgo de joelho • Avalia o ligamento colateral medial • Técnica o Flexão de joelho do paciente em cerca de 30º (evita bloqueio ósseo) o O examinador, com uma mão, apoia a região do fêmur do paciente e com a outra, promove o estresse em valgo • Teste positivo: excesso de jogo o Indica lesão no ligamento Teste de adução • Estresse em varo de joelho • Avalia o ligamento colateral lateral • Técnica o Flexão de joelho do paciente em cerca de 30º (evita bloqueio ósseo) o O examinador, com uma mão, apoia a região do fêmur do paciente e com a outra, promove o estresse em varo • Teste positivo: excesso de jogo o Indica lesão no ligamento Geovana Sanches, TXXIV Manobra para análise do menisco Teste de Appley Com o paciente em decúbito ventral, realiza-se a flexão do joelho a 90º e aplica-se uma força para baixo, com rotação externa ou interna. O teste é positivo se há dor no joelho, indicando lesão meniscal; o menisco afetado – medial ou lateral – é indicado pelo lado que “aponta” o tornozelo. TORNOZELO E PÉS Anatomia Inspeção • Pele • Veias varicosas • Eritema • Edema: maléolos • Deformidades o Pé plano x Pé cavo (cavum) o Pé valgo x Pé varo o Hálux valgo Palpação • Calor • Edema • Tornozelo o Dorsiflexão e flexão plantar (tíbio- talar) o Eversão-inversão (subtalar) o Tendão aquileu • Pé o Articulações interfalangianas (IF) o Articulações metatarsofalângicas (MTF) o “Squeeze test” em metatarsos o Fáscia plantar RESUMO DO EXAME FÍSICO REUMATOLÓGICO
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