Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1 Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO QUESTÕES NORTEADORAS 1-Comparar as alterações semióticas observadas nas principais patologias torácicas traumáticas agudas 2- Descrever as técnicas de toracocentese de alívio e drenagem torácica fechada 3- Cite indicações de toracotomia de urgência LESÕES QUE AMEAÇAM A VIDA 1. Pneumotórax hipertensivo 2. Pneumotórax aberto 3. Tórax instável 4. Hemotórax maciço 5. Tamponamento cardíaco PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO FISIOPATOLOGIA Acúmulo de ar na cavidade pleural, entre as pleuras parietal e visceral, através de uma válvula unidirecional no pulmão (como, por exemplo, a fístula pulmonar) ou na parede torácica (trauma de tórax), podendo gerar um colapso pulmonar. A entrada do ar apresenta um colabamento do pulmão ipsilateral, deslocando o mediastino e a traqueia contralateral ao espaço pleural lesado, comprimindo o pulmão sadio, reduzindo o retorno venoso e consequentemente o débito cardíaco ETIOLOGIAS Ventilação mecânica com pressão positiva em indivíduos com lesão da pleura visceral Trauma torácico Trauma pulmonar fechado Trauma pulmonar penetrante Acesso venoso central Traqueostomia Secundário à doenças pulmonares preexistentes Bloqueio do plexo braquial Bloqueio intercostal Fratura de costelas DIAGNÓSTICO QUEIXA DO PACIENTE Dor torácica + Dispneia SINAIS DE CHOQUE Desconforto respiratório Taquicardia Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2 Hipotensão ACHADOS Desvio da traqueia contralateral Percussão hipersonora Ausência unilateral de murmúrio Distensão de veias do pescoço Cianose Sinal tardio de hipóxia NÃO REALIZAR EXAMES TORCACOCENTESE DE ALÍVIO Realizar punção no 5º espaço intercostal imediatamente anterior à linha axilar média TORACOSTOMIA COM DRENAGEM TORÁCICA FECHADA INDICAÇÕES Pneumotórax Hemotórax Derrame pleural parapneumônico complicado Empiema Quilotórax Pós-operatório de toracotomias CONTRAINDICAÇÕES Coagulopatias Infecção cutânea Doença maligna da parede torácica sobrejacentes ao local da drenagem Aderências intrapleurais Coleção pleural loculada TÉCNICA 1. Posicionar o paciente em decúbito dorsal com a cabeceira elevada, com o membro superior ipsilateral estendido sob a cabeça e cotovelo fletido 2. Localizar o sítio da incisão a. 5º espaço intercostal imediatamente anterior à linha axilar média 3. Realizar assepsia, antissepsia e anestesia 4. Medir o dreno 5. Realizar dissecção romba 6. Perfurar a pleura parietal 7. Realizar exploração digital 8. Colocar o dreno 9. Confirmar a local do dreno a. Condensação no interior do dreno b. Fluxo de saída de ar ou secreção Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3 c. Pedir para o paciente tossir pra ver se forma bolha no selo d’água 10. Fixar o dreno COMPLICAÇÕES Sangramento Infecção (cutânea, subcutânea, empiema…) Lesões de estruturas adjacentes (vasos, diafragma, coração, baço, fígado…) Necessidade de toracotomia emergencial Edema pulmonar de reexpansão PNEUMOTÓRAX ABERTO DEFINIÇÃO Comunicação do espaço pleural com o meio externo, a partir de um ferimento com diâmetro > 2/3 da traqueia DIAGNÓSTICO CLÍNICA 1. Orifício maior > 2/3 do diâmetro da traqueia 2. Timpanismo 3. Murmúrios vesiculares diminuídos 4. Traumatopneia CONDUTA TÉCNICA IMEDIATA Curativo de 3 pontas TÉCNICA DEFINITIVA Toracostomia com drenagem em selo d'água TÓRAX INSTÁVEL DEFINIÇÃO Quando um segmento da parede torácica perde continuidade com o restante da caixa torácica. Isso ocorre quando há 2 ou mais fraturas em arcos costais consecutivos, sendo que cada um deles deve ter pelo menos 2 pontos lesionados OU a separação costocondral CLÍNICA Respiração paradoxal A área acometida “encolhe” durante a inspiração e sofre abaulamento durante e a expiração Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4 Crepitação Dor intensa Insuficiência respiratória Secundária a contusão pulmonar e não ao tórax instável em si CONDUTA PADRÃO Analgesia + oxigenação + reposição volêmica QUANDO INTUBAR 1. FR > 35 ou < 8 irpm 2. pCO2 > 55 mmHg 3. pO2 < 60 mmHg com FiO2 > 50 4. Relação pO2-FiO2 < 300 5. Shunt > 0,2 HEMOTÓRAX MACIÇO DEFINIÇÃO Acúmulo > 1500 mL de sangue DIAGNÓSTICO Desvio de traqueia Jugular colabada Hipotenso Macicez CONDUTA 1. Reposição volêmica 2. Drenagem torácica 3. Toracotomia, se: a. Volume drenado imediato > 1500 mL b. Necessidade persistente de transfusões c. Lesão anteriores e mediais as linhas mamilares d. Lesão posterior e mediais às escápulsas TAMPONAMENTO CARDÍACO DEFINIÇÃO 150 - 200 ml de sangue acumulado no saco pericárdico CLÍNICA Pulso paradoxal Tríade de Beck Turgência jugular Abafamento de bulhas cardíacas Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5 Hipotensão Sinal de Kussmaul AESP DIAGNÓSTICO Clínica + FAST (se disponível) CONDUTA TÉCNICA IMEDIATA Pericardiocentese de alívio QUANDO REALIZAR TORACOTOMIA DE REANIMAÇÃO Trauma penetrante + AESP FERIMENTOS COM POTENCIAL RISCO À VIDA 1. Pneumotórax simples 2. Hemotórax 3. Tórax instável e contusão pulmonar 4. Trauma contuso cardíaco 5. Ruptura traumática de aorta 6. Ruptura traumática do diafragma 7. Ruptura esofágica no trauma contuso PNEUMOTÓRAX SIMPLES DEFINIÇÃO Presença de ar livre na cavidade pleural, comum no trauma penetrante ou contuso CLASSIFICAÇÃO PEQUENO Perda de parênquima < 1/3 do volume pulmonar GRANDE Colapso de todo ou quase todo o pulmão, porém sem desvio de mediastino e sem repercussão hemodinâmica CLÍNICA Timpanismo à percussão + murmúrios vesiculares reduzidos/abolidos ipsilateralmente DIAGNÓSTICO Exame físico + Rx tórax CONDUTA PEQUENO Monitorizar GRANDE Drenagem torácica em selo d’água Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 6 HEMOTÓRAX DEFINIÇÃO Acúmulo < 1500 mL CLÍNICA Murmúrios vesiculares abolidos Macicez à percussão Laceração pulmonar CONDUTA Toracostomia com drenagem em selo d’água Toracotomia Drenagem inicial de 1500 mL Drenagem de 200 mL/h Transfusão contínua Hemodinâmica do paciente CONTUSÃO PULMONAR DEFINIÇÃO Contusão mais frequente em traumas fechados (40% dos casos), sendo decorrente de fortes impactos, associada à fraturas de arcos costais e tórax instável CLÍNICA Insuficiência respiratória, que pode evoluir para síndrome do desconforto respiratório agudo DIAGNÓSTICO Raio-X torácico TC de tórax CONDUTA Monitorização Analgesia Ventilação mecânica com pressão positiva CONTUSÃO CARDÍACA DEFINIÇÃO Lesão cardíaca secundária a lesões por trauma fechado do tórax, principalmente quando há fraturas de esterno ou de arcos costais superiores CLÍNICA Hipotensão com elevação da pressão venosa central DIAGNÓSTICO ECG Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 7 Bloqueio de ramo direito Extrassístoles ventriculares múltiplas Taquicardia sinusal Fibrilação atrial ECO Disfunção de ventrículo direito CONDUTA Medicamentos antiarrítmicos Monitorização 24h RUPTURA TRAUMÁTICA DA AORTA DEFINIÇÃO Laceração comumente secundária a lesões de tórax por traumas fechados CLÍNICA Diminuição de pulsos em MMII DIAGNÓSTICO RAIO-X DE TÓRAX Mediastino alargado > 8 cm Perda do contorno aórtico Desvio do tubo orotraqueal e traqueia para a direita TC HELICOIDAL DE TÓRAX CONTRASTADA Diagnóstico definitivo ARTERIOGRAFIA Padrão-ouro CONDUTA O hematoma se mantém estável por 24h. Dessa forma, se houverem lesões mais ameaçadoras, a laceração pode permanecer para segundo plano RUPTURA TRAUMÁTICA DO DIAFRAGMA Mais diagnosticada do lado esquerdo Contuso - rupturas - herniação Sonda nasogástrica e RX Tratamento cirúrgico RUPTURA ESOFÁGICA NO TRAUMA FECHADO Lesões penetrantes Pneumotórax ou hemotórax à esquerda sem fratura Dor ou choque desproporcional à lesão Pneumomediastino Trauma Torácico - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 8 Drenagem do espaço pleural e rafia
Compartilhar