Buscar

Febre na Infância

Prévia do material em texto

Febre na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1
Febre na Infância 
- BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO
INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO
Elevação anormal da temperatura corporal, que ocorre como parte de uma resposta biológica específica 
ou insulto patológico
EPIDEMIOLOGIA
20% a 30% das consultas pediátricas têm a febre como sintoma principal
Na maioria dos casos, após a avaliação inicial, é possível identificar a causa
Nas crianças menores de 36 meses, em 20% dos casos, essa identificação não é possível – Febre Sem 
Sinal Localizatório (FSSL)
TEMPERATURA
AXILAR
Valor de referência = 36,5 a 37,2ºC
Febrícula = 37,2 a 37,5ºC
Moderada = 37,7 a 38,5ºC
Alta = > 38,7ºC
ORAL
Valor de referência = 37,2 a 37,7ºC
Febre se > 37,8ºC
RETAL
Valor de referência = 37,8 a 38ºC
Febre se > 38ºC
TIMPÂNICA
Febre se > 37,8ºC
CLASSIFICAÇÃO
DURAÇÃO
AGUDA
Febre na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 2
< 7 dias
SUBAGUDA
< 2 semanas
CRÔNICA OU PERSISTENTE
> 2 semanas
PADRÃO
Contínua
Intermitente
Remitente
FEBRE SEM FOCO APARENTE
Início agudo
< 1 semana
Sem sinais de localização
Sem etiologia aparente após anamnese e exame físico
FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA
8 ou mais dias
Etiologia indeterminada
ETIOLOGIA
FEBRE AGUDA
Infecções virais respiratórias ou gastrintestinal
Mais comum
Infecções bacterianas
Otite média
Pneumonia
ITU
FEBRE CRÔNICA
Doença inflamatória intestinal
Diabetes insípido + desidratação
Termorregulação prejudicada
FEBRE RECORRENTE
Infecções virais
Síndromes febris periódicas
Febre na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 3
FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA
Infecção
51% dos casos
59% bacteriana
Doença reumatológica 
9% dos casos
Artrite idiopática juvenil
LES
Distúrbio neoplásico
6% dos casos
Leucemia
Linfoma
FEBRE SEM FOCO APARENTE
ITU
Mais comum
3 a 4% dos meninos < 12 meses
8 a 9% das meninas < 24 meses
Lactentes < 3 meses
7,5% das meninas
2,4% dos meninos circuncidados
20% dos meninos não circuncidados
Pneumonia oculta
26% das crianças não vacinadas para pneumococo
Meningite oculta
< 24 meses é acometida por doença meningocócica
Bacteremia oculta
FISIOPATOLOGIA
EXAMES LABORATORIAIS
Febre na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 4
HEMOGRAMA
Leucocitose > 15.000
Leucopenia < 5.000
Neutrófilos > 10.000
Desvio à esquerda
VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO
VHS > 30 mm no 2º dia de febre
URINA TIPO 1
Obrigatório se febre > 3 dias
LÍQUOR
Indicado em todos os casos de febre sem causa aparente
HEMOCULTURA
Obrigatório quando necessário internar
INVESTIGAÇÃO + CONDUTA
ATÉ 30 DIAS
1. Internação
2. Solicitar hemograma, VHS, PCR, Urina I, Urocultura, Hemocultura, líquor, radiografia de tórax
Febre na Infância - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 5
3. Ampicilina + cefotaxima
a. Indicada para contemplar estreptococo do grupo B e germes gram-negativos
1 A 3 MESES
1. Solicitar hemograma, VHS, PCR, hemocultura, Urina I, Urocultura, Líquor, Raio-X de tórax
2. Internação se alteração de exames
3. Se exames alterados iniciar antibiótico endovenoso com ceftriaxone
3 A 36 MESES
1. Observação ambulatorial
2. Solicitar hemograma, VHS, PCR, hemocultura, Urina I, Urocultura, Líquor, Raio-X de tórax
3. Se exames normais reavaliação em 24 horas
4. Se alterados iniciar ceftriaxone endovenoso
> 36 MESES
1. Se toxemia: iniciar penicilina cristalina ou ampicilina endovenosa
REFERÊNCIAS
PALAZZI, D. L. Fever of unknown origin in children: Etiology. UpToDate, 2023.
PALAZZI, D. L. Fever of unknown origin in children: Evaluation. UpToDate, 2023.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Manejo da Febre Aguda. Depto. Científico de Pediatria Geral e Infectologia. 2021.
WARD, M. A. Febre em lactentes e crianças. UpToDate, 2023.

Continue navegando