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Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 2 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais A Constituição promulgada em 1988, nos traz em seus artigos 3º e 208 o seguinte: “Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem para todos, sem preconceito de origem, raça, cor, sexo, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: [...] III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; (BRASIL,1988) De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), o Atendimento Educacional Especializado, assegurado no artigo 58 § 1º e § 2º, ressalta que: § 1º. Haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial. § 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. (LDB 9.394/96) A lei Nº 10.845, de 5 de março de 2004, institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas com Deficiência e ressalta no artigo 1º que: Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação – FND, programa de complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de deficiências – PAED, em cumprimento do disposto no inciso III do artigo 208 da Constituição, com os seguintes objetivos: I – garantir a universalização do atendimento especializado de educandos portadores de deficiência cuja situação não permita a integração em classes comuns de ensino regular; II – garantir, progressivamente, a inserção dos educandos portadores de deficiência nas classes comuns de ensino regular.” (MEC/SEESP, 2006: 190) Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 3 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais De acordo com a LDB (artigo 58), existe a possibilidade do Atendimento Educacional Especializado, ocorrer fora do ambiente escolar, entretanto, o ensino regular não deve ser substituído, e sim, apoiado através de intervenções que visem o aprendizado e o desenvolvimento do aluno. Conforme define a LDB, a Educação Especial é uma modalidade de educação escolar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercício da cidadania. Como elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas instituições escolares, cujo projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, e exigir diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades educacionais de todos. A expressão “necessidades educacionais especiais” pode ser utilizada para referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está associada, portanto, a dificuldades de aprendizagem, NÃO necessariamente vinculada a deficiência(s). A atual Política Nacional de Educação Especial, define como aluno portador de necessidades especiais aquele que... “... por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas.” A classificação desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado (preferencialmente na rede regular de ensino), consta da referida Política e dá ênfase a alunos com: • Deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla; • Condutas típicas (problemas de conduta); • Superdotação. As políticas recentes de educação especial têm indicado as seguintes situações para a organização do atendimento: • Integração plena na rede regular de ensino, com ou sem apoio em sala de recursos. • Classe especial em escola regular. Pelas dificuldades de integração dos alunos em salas de ensino regular, algumas escolas optam pela organização de salas de aula exclusivas ao atendimento de alunos com necessidades especiais. Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 4 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais • Escola especializada, destinada a atender os casos em que a educação integrada não se apresenta como viável, seja pelas condições do aluno, seja pelas do sistema de ensino. Alunos com grave deficiência mental ou múltipla têm, na grande maioria das vezes, um longo percurso educacional sem apresentar resultados de escolarização previstos no... Inciso I do art. 32 da LDBEN: “o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo.” Nesse caso, e esgotadas todas as possibilidades apontadas no art. 24 da LDBEN, deve ser dada, a esses alunos, uma certificação de conclusão de escolaridade, denominada terminalidade específica. Terminalidade específica, portanto, é... “uma certificação de conclusão de escolaridade, com histórico escolar que apresenta, de forma descritiva, as habilidades atingidas pelos educandos cujas necessidades especiais, oriundas de grave deficiência mental ou múltipla, não lhes permitem atingir o nível de conhecimento exigido para a conclusão do ensino fundamental, respeitada a legislação existente, esgotadas as possibilidades pontuadas no art. 24 da Lei n.º 9.394/96 e de acordo com o regimento e a proposta pedagógica da escola.” A referida certificação de escolaridade deve possibilitar novas alternativas educacionais, tais como o encaminhamento para cursos de educação de jovens e adultos e de preparação para o trabalho, cursos profissionalizantes e encaminhamento para o mercado de trabalho competitivo ou não. Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 5 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008: Art. 1º A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. § 1º Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. § 2º O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas. O atendimento educacional especializado (AEE) deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno (contraturno) e preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento acontecer em uma escola próxima. Nas escolas de ensino regular o AEE deve acontecer em salas de recursos multifuncionais que é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formaçãopara o atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário a estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. (MEC, 2007) Os professores destas salas devem atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso ao aluno ao currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações que promovam a educação inclusiva. Os tipos de deficiência física são: • a HEMIPLEGIA, que é a paralisia da parte direita ou esquerda do corpo; • a PARAPLEGIA, que é a paralisia dos membros inferiores, ou seja, das pernas; e Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 6 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais • a TETRAPLEGIA que é a paralisia dos quatro membros, sendo assim dos braços e pernas. Causas da deficiência física: • Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras. • Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras. • Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros. • Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras. • Febre reumática – doença grave que pode afetar o coração; • Câncer • Miastenias graves (consistem num grave enfraquecimento muscular sem atrofia). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069/90, no artigo 55, reforça os dispositivos legais citados ao determinar que: “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. (BRASIL, 2001a, p.21). Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos, habilidades, valores e atitudes), necessários para que os seres humanos possam Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 7 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais sobreviver e desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo. Em 1994, a Declaração de Salamanca proclama que alunos com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio orientador que: “as escolas deveriam acomodar TODAS as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (Declaração de Salamanca - 1994, p.330). A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que: As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. (Decreto nº 3.956/2001) Vygotsky considera que o desenvolvimento e aprendizagem estão interligados desde os primeiros dias de vida, sendo que a aprendizagem impulsiona e promove o desenvolvimento. Pois quanto mais cedo e estimulada a criança for, menos evidentes serão suas deficiências. Um defeito ou problema físico, qualquer que seja sua natureza, desafia o organismo. Assim o resultado de um defeito é invariavelmente duplo e contraditório. Por um lado, ele enfraquece o organismo, mina suas atividades e age como uma força negativa. Por outro lado, precisamente porque torna a atividade do organismo difícil, o defeito age como um incentivo para aumentar o desenvolvimento de outras funções no organismo; ele ativa, desperta o organismo para redobrar atividade, que compensará o defeito e superará a dificuldade. (VYGOTSKY, 1984, p.233). Vygotsky deixa transparecer a capacidade de se transformar do organismo e do ser humano, na capacidade do indivíduo criar processos adaptativos com intuito de superar os impedimentos que encontra. A capacidade de superação só se realiza a partir da interação com fatores ambientais, pois o desenvolvimento se dá no entrelaçamento de fatores externos e internos. Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 8 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais A acessibilidade, de acordo com o Dischinger e Machado (2006), se apresenta nas seguintes dimensões: • Acessibilidade arquitetônica, sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos internos e esternos da escola e nos transportes coletivos. • Acessibilidade comunicacional, sem barreiras na comunicação interpessoal (face-face, língua de sinais, linguagem corporal linguagem gestual etc.), na comunicação escrita e na comunicação virtual (acessibilidade digital). • Acessibilidade metodológica, sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo(adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligências múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação de todos e de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, novo conceito de educação, novo conceito de didática), de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística etc. baseada em participação ativa) e de educação dos filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares etc.). • Acessibilidade instrumental, sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo (lápis, caneta, régua, teclado do computador, materiais pedagógicos),de atividade da vida diária, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais etc.). • Acessibilidade programática, sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas, em regulamentos. E em normas de um modo geral. • Acessibilidade atitudinal, por meio de programas e práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade humana resultado em quebra de preconceito estigmas, estereótipos e discriminações. O Ministério da Educação através da Portaria nº 1.679 de 2 de dezembro de 1999 que estabelece as condições básicas de acesso nas instituições de ensino. Art. 2º A Secretaria de Educação deste Mistério, com apoio técnico da Secretaria de Educação Especial estabelecera os requisitos, tendo como referência a Norma ABNT 9050, da Associação brasileira de Normas e Técnicas, que trata da Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 9 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Acessibilidade de pessoas com deficiências, edificações, espaço, mobiliário, equipamentos urbanos. Parágrafo Único. Os requisitos estabelecidos na forma do caput deverão contemplar no mínimo: - para alunos com deficiência física: • eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo acesso nos espaços de uso coletivos; • reserva de vagas nas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço; • construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a circulação de cadeiras de rodas; • adaptação de portas e banheiros para permitir o acesso de cadeira de rodas; • colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros; • instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de rodas. (BRASIL,1999, p.25). A deficiência mental desafia a escola comum no seu objetivo de ensinar, de levar o aluno a aprender o conteúdo curricular, construindo o conhecimento. O aluno com essa deficiência tem uma maneira própria de lidar com o saber, que não corresponde ao que a escola preconiza. O aluno com deficiência mental tem dificuldade de construir conhecimento como os demais e de demonstrar a sua capacidade cognitiva, principalmente nas escolas que mantêm um modelo conservador de ensino e uma gestão autoritária e centralizadora. A promoção automática, quando é exclusiva para alunos com deficiência mental, constitui uma diferenciação pela deficiência, o que caracteriza discriminação. Em ambos os casos, o que interessa para que um novo ano letivo se inicie é o quanto o aluno, com ou sem deficiência, aprendeu no ano anterior, pois nenhum conhecimento é aprendido sem base no que se conheceu antes. É importante insistir que o Atendimento Educacional Especializado não é ensino particular, nem reforço escolar. Ele pode ser realizado em grupos, porém é Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 10 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais preciso estar atento para as formas específicas de cada aluno se relacionar com o saber. Não é indicado realizá-lo em grupos formados por alunos com o mesmo tipo de problema (patologias) e/ou desenvolvimento. Pelo contrário, esses grupos devem ser constituídos de alunos da mesma faixa etária e em vários níveis do processo de conhecimento. O Atendimento Educacional Especializado para o aluno com deficiência mental deve permitir que esse aluno saia de uma posição de “não saber”, ou de “recusa de saber” para se apropriar de um saber que lhe é próprio, ou melhor, que ele tem consciência de que o construiu. A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente. Pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira adventícia, usualmente conhecida como adquirida) em decorrência de causas orgânicas ou acidentais. Em alguns casos, a cegueira pode associar-se à perda da audição (surdo cegueira) ou a outras deficiências. Muitas vezes, a perda da visão ocasiona a extirpação do globo ocular e a consequente necessidade de uso de próteses oculares em um dos olhos ou em ambos. Se a falta da visão afetar apenas um dos olhos (visão monocular), o outro assumirá as funções visuais sem causar transtornos significativos no que diz respeito ao uso satisfatório e eficiente da visão. Os sentidos têm as mesmas características e potencialidades para todas as pessoas. As informações tátil, auditiva, sinestésica e olfativa são mais desenvolvidas pelas pessoas cegas porque elas recorrem a esses sentidos com mais frequência para decodificar e guardar na memória as informações. Sem a visão, os outros sentidos passam a receber a informação de forma intermitente, fugidia e fragmentária. A definição de baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou visão residual) é complexa devido à variedade e à intensidade de comprometimentos das funções visuais. Essas funções englobam desde a simples percepção de luz até a redução da acuidade e do campo visual que interferem ou limitam a execução de tarefas e o Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 11 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais desempenho geral. Em muitos casos, observa-se o nistagmo, movimento rápido e involuntário dos olhos, que causa uma redução da acuidade visual e fadiga durante a leitura. É o que se verifica, por exemplo, no albinismo, falta de pigmentação congênita que afeta os olhos e limita a capacidade visual. Uma pessoa com baixa visão apresenta grande oscilação de sua condição visual de acordo com o seu estado emocional, as circunstâncias e a posição em que se encontra, dependendo das condições de iluminação natural ou artificial. As medidas de quantificação das dificuldades visuais mostram-se insuficientes por si só e insatisfatórias. É, pois, muito importante estabelecer uma relação entre a mensuração e o uso prático da visão, uma vez que mais de 70% das crianças identificadas como legalmente cegas possuem alguma visão útil. A baixa visão traduz-se numa redução do rol de informações que o indivíduo recebe do ambiente, restringindo a grande quantidade de dados que este oferece e que são importantes para a construção do conhecimento sobre o mundo exterior. Em outras palavras, o indivíduo pode ter um conhecimento restrito do que o rodeia. Para que ocorra o desenvolvimento da eficiência visual, duas condições precisam estar presentes: 1) O amadurecimento ou desenvolvimento dos fatores anatômicos e fisiológicos do olho, vias óticas e córtex cerebral. 2) O uso dessas funções, o exercício de ver. O trabalho com alunos com baixa visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais. A utilização de recursos ópticos e não-ópticos envolve o trabalho de pedagogia, de psicologia, de orientação e mobilidade e outros que se fizerem necessários. As escolhas e os níveis de adaptação desses recursos em cada caso devem ser definidos a partir da conciliação de inúmeros fatores. Entre eles, destacamos: necessidades específicas, diferenças individuais, faixa etária, preferências, interesses e habilidades que vão determinar as modalidades de adaptações e as atividades mais adequadas. São os recursos ópticos: • Recursos ópticos para longe: telescópio: usado para leitura no quadro negro, restringem muito o campo visual; telessistemas, telelupas e lunetas. • Recursos ópticos para perto: óculos especiais com lentes de aumento que servem para melhorar a visão de perto. (óculos bifocais, lentes esferoprismáticas, lentes monofocais esféricas, sistemas telemicroscópicos). Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 12 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais • Lupas manuais ou lupas de mesa e de apoio: úteis para ampliar o tamanho de fontes para a leitura, as dimensões de mapas, gráficos, diagramas, figuras etc. Quanto maior a ampliação do tamanho, menor o campo de visão com diminuição da velocidade de leitura e maior fadiga visual. • Tipos ampliados: ampliação de fontes, de sinais e símbolos gráficos em livros, apostilas, textos avulsos, jogos, agendas, entre outros. • Acetato amarelo: diminui a incidência de claridade sobre o papel. • Plano inclinado: carteira adaptada, com a mesa inclinada para que o aluno possa realizar as atividades com conforto visual e estabilidade da coluna vertebral. • Acessórios: lápis 4B ou 6B, canetas de ponta porosa, suporte para livros, cadernos com pautas pretas espaçadas, tiposcópios (guia de leitura), gravadores. • Softwares com magnificadores de tela e Programas com síntese de voz. • Chapéus e bonés: ajudam a diminuir o reflexo da luz em sala de aula ou em ambientes externos. • Lupa digital: aparelho acoplado a um monitor de computador que amplia as imagens e as transfere para o monitor . Pode ser portátil o que possibilita que a pessoa com baixa visão consiga ler seus livros, seus documentos, bula de remédio ou qualquer outro texto ou imagem com total autonomia. Recomendações úteis a serem seguidas: • Sentar o aluno a uma distância de aproximadamente um metro do quadro na parte central da sala. • Evitar a incidência de claridade diretamente nos olhos da criança. • Estimularo uso constante dos óculos, caso seja esta a indicação médica. • Colocar a carteira em local onde não haja reflexo de iluminação no quadro. • Posicionar a carteira de maneira que o aluno não escreva na própria sombra. • Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do aluno. • Em certos casos, conceder maior tempo para o término das atividades propostas, principalmente quando houver indicação de telescópio. • Certificar-se que o aluno enxerga as palavras e ilustrações mostradas. • Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade de ver bem em ambiente com muita luz). Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 13 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais • Evitar iluminação excessiva em sala de aula. • Verificar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno: letras, números, traços, figuras, margens, desenhos com bom contraste figura/fundo. • Utilizar o espaçamento adequado entre letras, palavras e linhas. • Utilizar papel fosco, para não refletir a claridade. • Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas. Lembramos que a configuração do espaço físico não é percebida de forma imediata por alunos cegos, tal como ocorre com os que enxergam. Por isso, é necessário possibilitar o conhecimento e o reconhecimento do espaço físico e da disposição do mobiliário. A coleta de informações se dará de forma processual e analítica através da exploração do espaço concreto da sala de aula e do trajeto rotineiro dos alunos: entrada da escola, pátio, cantina, banheiros, biblioteca, secretaria, sala dos professores e da diretoria, escadas, obstáculos. O sistema Braille, foi criado por Louis Braille, em 1825, na França este é conhecido universalmente como código ou meio de leitura e escrita das pessoas cegas. Baseia-se na combinação de 63 pontos que representam as letras do alfabeto, os números e outros símbolos gráficos. A combinação dos pontos é obtida pela disposição de seis pontos básicos, organizados espacialmente em duas colunas verticais com três pontos à direita e três à esquerda de uma cela básica denominada cela Braille. 1ª Série: série superior que utiliza os pontos superiores 1, 2, 4 e 5 2ª Série é resultante da adição do ponto 3 a cada um dos sinais da 1ª série 3ª Série é resultante da adição dos pontos 3 e 6 aos sinais da 1ª série Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 14 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais 4ª Série é resultante da adição do ponto 6 aos sinais da 1ª série 5ª Série é formada pelos sinais da 1ª série posicionados na parte inferior da cela 6ª Série é formada pela combinação dos pontos 3, 4, 5 e 6 7ª Série é formada por sinais que utilizam os pontos da coluna da direita da cela (4, 5 e 6) A escrita Braille é realizada por meio de uma reglete e um punção ou de uma máquina de escrever Braille. A inclusão do aluno com surdez deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe, desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para superar as barreiras no processo educacional e usufruir seus direitos escolares, exercendo sua cidadania, de acordo com os princípios constitucionais do nosso país. A inclusão de pessoas com surdez na escola comum requer que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula como no Atendimento Educacional Especializado. Conforme Dorziat (1998), o aperfeiçoamento da escola comum em favor de todos os alunos é primordial. Esta autora observa que os professores precisam conhecer e usar a Língua de Sinais, entretanto, deve-se considerar que a simples adoção dessa língua não é suficiente Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 15 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais para escolarizar o aluno com surdez. Assim, a escola comum precisa implementar ações que tenham sentido para os alunos em geral e que esse sentido possa ser compartilhado com os alunos com surdez. Considerando a necessidade do desenvolvimento da capacidade representativa e linguística dos alunos com surdez, a escola comum deve viabilizar sua escolarização em um turno e o Atendimento Educacional Especializado em outro, contemplando o ensino de Libras, o ensino em Libras e o ensino da Língua Portuguesa. Ao optar-se em oferecer uma educação bilíngue, a escola está assumindo uma política linguística em que duas línguas passarão a coexistir no espaço escolar. Existem três tendências educacionais: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do bilinguismo. As escolas comuns ou especiais, pautadas no oralismo, visam à capacitação da pessoa com surdez para que possa utilizar a língua da comunidade ouvinte na modalidade oral, como única possibilidade linguística, de modo que seja possível o uso da voz e da leitura labial, tanto na vida social, como na escola. O oralismo, não conseguiu atingir resultados satisfatórios, porque, de acordo com Sá (1999), ocasiona déficits cognitivos, legitima a manutenção do fracasso escolar, provoca dificuldades no relacionamento familiar, não aceita o uso da Língua de Sinais, discrimina a cultura surda e nega a diferença entre surdos e ouvintes. Os resultados obtidos com a comunicação total são questionáveis quando observamos as pessoas com surdez frente aos desafios da vida cotidiana. A linguagem gestual visual, os textos orais, os textos escritos e as interações sociais que caracterizam a comunicação total parecem não possibilitar um desenvolvimento satisfatório e esses alunos continuam segregados, permanecendo agrupados pela deficiência, marginalizados, excluídos do contexto maior da sociedade. Esta proposta, segundo Sá (1999), não dá o devido valor a Língua de Sinais, portanto, pode-se dizer que é uma outra feição do oralismo. Os dois enfoques, oralista e da comunicação total, negam a língua natural das pessoas com surdez e provocam perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, socioafetivos, linguísticos, político culturais e na aprendizagem desses alunos. A comunicação total, em favor da modalidade oral, por exemplo, usava o Português sinalizado e desfigurava a rica estrutura da Língua de Sinais. Por outro lado, a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social, quais sejam: a Língua de Sinais e a língua da comunidade ouvinte. As experiências escolares, de acordo com essa abordagem, no Brasil, são muito recentes e as propostas pedagógicas nessa linha ainda não estão sistematizadas. Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 16 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais As propostas educacionais dessa natureza começam a estruturar-se a partir do Decreto 5.626/05 que regulamentou a lei de Libras. Esse Decreto prevê a organização de turmas bilíngues, constituídas por alunos surdos e ouvintes onde as duas línguas, Libras e Língua Portuguesa são utilizadas no mesmo espaço educacional. Também define que para os alunos com surdez a primeira língua é a Libras e a segunda é a Língua Portuguesa na modalidade escrita, além de orientar para a formação inicial e continuada de professores e formação de intérpretes para a tradução e interpretação da Libras e da Língua Portuguesa. O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras, em abril de 2002, e sua regulamentação, conforme o decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, legitimam a atuação ea formação profissional de tradutores e intérpretes de Libras e Língua Portuguesa. Garante ainda a obrigatoriedade do ensino de Libras na educação básica e no ensino superior - cursos de licenciatura e de Fonoaudiologia e regulamenta a formação de professores da Libras, o que abre um amplo espaço, nunca antes alcançado, para a discussão sobre a educação das pessoas com surdez, suas formas de ocorrência e socialização. A surdocegueira é a incapacidade total ou parcial de audição e visão, simultaneamente. Com base nos estudos de McInnes, a fim de classificarmos alguém de surdocego é preciso que esse indivíduo não tenha suficiente visão para compensar a perda auditiva, ou vice-versa, que não possua audição suficiente para compensar a falta de visão. Vários autores tais como Writer, Freeman, Wheeler & Griffin, McInnes defendem a surdocegueira como única, não como a soma de dois comprometimentos sensoriais. Acredita-se que cerca de 80 a 90% da informação é recebida pelo ser humano visual ou auditivamente; assim sendo, a privação destas duas capacidades provoca alterações drásticas no acesso da pessoa à informação e no seu desenvolvimento. Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 17 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais A dependência do surdocego aos outros é total, quer para ter acesso a objetos e à pessoas, quer para obter ajuda quanto à organização e à compreensão da informação acerca do meio que o rodeia, com o objetivo de se relacionar com o mundo, quebrando assim o isolamento. O tato desempenha um papel crucial na comunicação e desenvolvimento com estes indivíduos. Há quem defenda que diversos graus de surdez e deficiência visual gerem quadros específicos de comportamento e de adaptação educacional. Assim sendo, este conceito desencadeia a necessidade de categorização dos surdocegos em dois níveis: o sensorial, e o educacional. No que toca ao comportamento infantil, ressaltam-se dois grupos: um de crianças que apresentam comportamento hipoativo (distanciando-se do ambiente social, isolando-se, evitando comunicar-se), e outro de crianças com comportamento hiperativo (que nunca param, apresentam contato visual e apresentam defesa táctil). Pesquisadores afirmam que a privação sensorial, no caso das crianças, lhes limita as respostas aos indivíduos ou às atividades do seu ambiente, isto é, interagem de forma artificial, ou estereotipada. A criança surdocega não é uma criança surda que não pode ver e nem um cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e cegueira, nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que englobe todos esses fatores e alguns mais (MCINNES & TREFFY, 1991). Myklebust (1971) afirma que quando faltam os sentidos de distância, o tato assume o papel de sentido-guia, sendo complementado pelos sentidos remanescentes na exploração e no estabelecimento de contatos com o mundo exterior. Como lembram Vygotsky (1995), e Salomon (2002), é necessário que os estímulos proporcionados sejam apropriados à singularidade de cada criança. Telford & Sawrey (1976) destacam a importância de despertar na criança, por meio de outros canais sensoriais, o desejo de aprender. É, portanto, preciso vencer “o isolamento do indivíduo surdocego e só depois de ter sido estabelecido o contato efetivo e seu isolamento ser reduzido é que a instrução formal se torna possível” (TELFORD & SAWREY, 1976, P. 389). O processo de aprendizagem ocorre por repetição e estimulação orientada em contextos naturais, dado que a surdocegueira interfere na capacidade de aprendizagem espontânea e na capacidade de imitação. O papel do professor, intérprete ou guia-intérprete junto à criança surdocega será o de suprir sua carência de funcionamento sensorial com estímulos organizados e significativos, promovendo a construção de sua consciência e imagem corporal, seu desenvolvimento motor e afetivo, e também sua autonomia (ERIKSON, 2002). Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 18 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Para fins deste trabalho optamos pela utilização do termo transtornos globais do desenvolvimento – TGD e não por transtornos invasivos do desenvolvimento ou transtornos abrangentes do desenvolvimento por acreditarmos que seja o que melhor expressa o quadro (mas todos os termos são sinônimos). O termo “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento”, apresenta como característica do quadro o prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento, tais como: • habilidades de interação social recíproca; • habilidades de comunicação; • presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados. O quadro de transtornos globais do desenvolvimento abrange: o autismo clássico; a síndrome de Asperger; a síndrome de Rett; e o transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação. Dentro do amplo quadro de Transtornos globais do Desenvolvimento encontra-se o autismo infantil, descrito e assim denominado por Kanner, em 1943. A condição então identificada se caracteriza pela presença de prejuízos significativos nas áreas da comunicação, interação social e comportamento (SCHWARTZMAN, 2003). Schwartzman (2003), Gadia C.A. et alii (2004) os TGD são mais comuns no sexo masculino e são acompanhados, em cerca de 70% dos casos, de graus variados de deficiência mental. Quanto ao aspecto comportamental, a criança com TGD apresenta intolerância frente a alterações e mudanças de rotina, expressando-se com reações de oposição. Seus comportamentos e interesses são limitados, tendendo a ser repetitivos e estereotipados, conforme Mercadante et al, (2006). Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 19 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais Destacamos a seguir algumas das características mais comuns em crianças e jovens: Inversão pronominal, isto é, substituição do uso da primeira pessoa do singular pela terceira; Ecolalia, repetição de palavras ou expressões ouvidas anteriormente; Rejeição ao contato físico; Tendência ao isolamento; Uso de pessoas com ferramentas; Comportamentos auto-estimulatórios; Comportamentos autolesivos ou autoagressivos; Dificuldade em manter contato físico; Dificuldade em manter contato visual; Manipulação inadequada de materiais e objetos; Atenção seletiva; Interesse por objetos giratórios; Atraso na aquisição da fala ou ausência de linguagem-verbal; Interesses restritos; Resistência a mudanças de rotina e detalhes do meio ambiente individual; Hábitos alimentares seletivos, Aparência de surdez. Alunos autistas, assim como demais alunos que apresentam necessidades educacionais especiais necessitarão de adaptações curriculares para que possam acompanhar os colegas nas atividades e rotina escolar. Para o Conselho Nacional de Educação os portadores de superdotação são: Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que durante o processo educacional apresentarem: (..) III – altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. (..) Art. 8º As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes comuns: (..) Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 20 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais IX – atividades que favoreçam, ao aluno que apresente altas habilidades /superdotação, o aprofundamentoe enriquecimento de aspectos curriculares, mediante desafios suplementares nas classes comuns, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para conclusão, em menor tempo, da série ou etapa escolar, nos termos do Artigo 24, V, “c”, da Lei 9.394/96. (..) Joseph Renzulli, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa sobre o Superdotado e Talentoso, da Universidade de Connecticut, Estados Unidos, em seu Modelo dos Três Anéis, considera que os comportamentos de superdotação resultam de três conjuntos de traços: a) habilidade acima da média em alguma área do conhecimento (não necessariamente muito superior à média); b) envolvimento com a tarefa (implica motivação, vontade de realizar uma tarefa, perseverança e concentração); e c) criatividade (capacidade de pensar em algo diferente, ver novos significados e implicações, retirar ideias de um contexto e usá-las em outro). Renzulli entende a superdotação como condição ou comportamento que pode ser desenvolvido em algumas pessoas (aquelas que apresentam alguma habilidade superior à média da população), em certas ocasiões (e não continuamente, uma vez que é possível se evidenciar comportamentos de superdotação na infância mas não na idade adulta, ou apenas em alguma série escolar ou em um momento da vida) e sob certas circunstâncias (e não em todas as circunstâncias da vida de uma pessoa) [Renzulli & Reis, 1997]. As crianças superdotadas, também definidas como portadoras de altas habilidades (PAH) ou talentos, constituem um segmento do grupo maior de crianças que, por serem detentores de traços individuais específicos, são definidos como portadores de necessidades (educacionais) especiais (MAIA, 2004, P. 24) Segundo Renzulli (1986, P. 05), o propósito da educação dos indivíduos superdotados é “fornecer aos jovens oportunidades máximas de autorrealização por meio do desenvolvimento e expressão de uma ou mais áreas de desempenho onde o potencial superior esteja presente”. Muitas vezes, o aluno com altas habilidades/superdotado pode ficar desmotivado com as atividades implementadas em sala de aula, com o currículo ou métodos de ensino utilizados (especialmente a excessiva repetição do conteúdo, aulas monótonas e pouco estimuladoras, e ritmo mais lento da classe). Uma criança pré-escolar que apresente um desenvolvimento cognitivo, socioafetivo e/ou psicomotor diferenciado e avançado para a idade não pode ser desconsiderada e/ou desqualificada no âmbito escolar. Nesse sentido, é importante atender os alunos de altas habilidades/superdotados, considerando seu Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 21 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais desenvolvimento real, evitando contemplar níveis de desenvolvimento padronizados, conforme os apresentados em escalas de desenvolvimento. Nesse sentido, podemos nos deparar com uma criança avançada do ponto de vista intelectual, mas imatura emocionalmente. O professor deve estar atento a essa possível falta de sincronia entre desenvolvimento intelectual e afetivo ou físico. Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce, porém ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão totalmente desenvolvidas. Além disso, a habilidade superior demonstrada por essa criança pode ser resultado de uma estimulação intensa por parte das pessoas significativas de seu ambiente. Ao atingir a idade escolar, o desenvolvimento dessa criança pode se normalizar e ela passar a apresentar um desempenho semelhante aos alunos de sua idade. Por isso, nem sempre uma criança precoce poderá ser caracterizada como superdotada. É essencial, portanto, acompanhar o desempenho dessa criança, registrando habilidades e interesses demonstrados ao longo dos primeiros anos de escolarização, oferecendo várias oportunidades estimuladoras e enriquecedoras ao seu potencial. Se interessou pelo tema? Então veja estes meus outros materiais: IPEMIG - TGD - Transtorno Global do Desenvolvimento - Modulo 1 Educação Inclusiva - Questões de Concursos Públicos - Modulo 1 Educação Especial e Inclusiva - O mínimo que você precisa saber sobre.......................................... Página 22 de 26 Gostou? Então CLICA NO CURTIR e me ajude a continuar produzindo novos materiais ALENCAR & VIRGOLIM, A.M.R. Dificuldades emocionais e sociais do superdotado. In: F.P.N. Sobrinho & A.C.B. Cunha (Orgs.) Dos problemas disciplinares aos distúrbios de conduta (pp. 89-114). Rio de Janeiro: Dunya, 1999. ALENCAR, E.M.L.S. & FLEITH, D.S. Superdotação: determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU, 2001. ALENCAR, E.M.L.S. Como desenvolver o potencial criador. Petrópolis: Vozes. 1991. BOBBIO, Noberte. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. BRASIL. Casa Civil. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília: CC, 1990. 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