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Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 1 Este guia tem material orientador para estudo da disciplina de Cuidado da Saúde do Adulto e Idoso, do Trabalhador nas Unidades Hospitalares, NÃO substitui as referências indicadas na ementa, nem dispensa estudo aprofundado a partir da busca de fontes disponíveis. - Trauma de Tórax Tem múltiplas causas e podem ser contusos como nos acidentes automobilísticos ou quedas, penetrantes como nas lesões por arma de fogo (PAF) ou arma branca (PAB) e ainda pela combinação dos anteriores como por exemplo queda com contusão e lesão penetrante associadas). Na fisiopatologia do trauma torácico existem três alterações básicas: a hipóxia, a hipercapnia e a acidose. Podem ocorrer lesões torácicas resultando em trauma fechado ou aberto, e estes podem causar: • Ruptura aórtica • Lesão cardíaca fechada • Tamponamento cardíaco • Tórax instável • Hemotórax • Pneumotórax traumático • Pneumotórax aberto • Pneumotórax hipertensivo • Contusão pulmonar Os sinais e sintomas de trauma de tórax relacionados com a parede torácica e o pulmão são: “falta de ar”, taquipneia, e dor torácica. A dor torácica é geralmente pleurítica, isto é, há dor com a respiração. A dor pode ocorrer com a movimentação, e pode ser descrita como aperto torácico ou desconforto. É importante no trauma torácico realizar a inspeção do pescoço e da parede torácica, pois esta avaliação pode revelar: Objetivos da Aula: I. Apresentar formas de construção de conhecimentos e o desenvolvimento de atitudes e habilidades sobre a assistência integral a clientes adultos e idosos hospitalizados, com alterações orgânicas, funcionais e emocionais relacionadas as afecções respiratórias. II. Discutir os principais fatores fisiopatológicos que podem provocar afecções respiratórias e como o Enfermeiro pode e deve identificá- los. III. Debater o papel do Enfermeiro na assistência sistematizada ao paciente que apresenta afecção respiratória. Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 2 Cianose, escoriações, lacerações, distensão de veias do pescoço, desvio de traqueia, enfisema subcutâneo, ferimentos abertos de tórax, assimetria de expansão e movimentação paradoxal da parede torácica. Pneumotórax Causada pela entrada de ar no espaço pleural. Pode ocorrer espontaneamente em pessoas saudáveis, mas é mais comum após traumas torácicos, em fumantes ou em pessoas com doenças pulmonares. Pneumotórax – sinais e sintomas Dor torácica de grande intensidade associada à dificuldade para respirar. A dor piora ao inspirar, o que leva a um imenso desconforto. Ausência de frêmito tátil. Hipersonoridade à percussão torácica. Diminuição ou abolição dos murmúrios vesiculares no lado com pneumotórax. Desvio de traqueia para o lado oposto ao pneumotórax. Enfisema subcutâneo. Hipoxemia Taquicardia Pode ocorrer hipotensão. Derrame Pleural São acúmulos de líquido dentro do espaço pleural. Eles têm múltiplas causas e normalmente, são classificados como transudativos ou exsudativos. Derrame Transudativo provocados por alguma conciliação de aumento da pressão hidrostática e diminuição da pressão oncótica na circulação pulmonar ou sistêmica. Como no caso da insuficiência cardíaca. Derrame Exsudativo provocados por processos inflamatórios locais, que provocam aumento da permeabilidade capilar e resultando em exsudação de líquido, proteína, células e outros constituintes séricos . Como no caso das pneumonias. Derrame Quiloso (Quilotórax) é o derrame branco e leitoso, rico em triglicerídeos, causado por lesão traumática ou neoplásica linfomatosa. Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 3 Derrames Quiliformes (Pseudoquiloso) semelhantes aos derrames quilosos, mas se diferem deste por possuir alto teor de colesterol e baixo teor de triglicerídios. Hemotórax presença líquido sanguinolento na cavidade pleural, decorrente de trauma ou, mais raramente por doenças da coagulação. Empiema presença de pus no espaço pleural que advir de uma complicação de doenças infecciosas ou não (pneumonias p. ex.), traumas penetrantes com infecção secundária. Derrames Iatrogênicos podem ser provocados por migração ou deslocamento da sonda de alimentação para dentro da traqueia ou a perfuração da veia cava superior por um acesso venoso central, acarretando a infusão de alimentos ou de solução intravenosa para a cavidade pleural. https://www.msdmanuals.com Principais sintomas dos derrames pleurais, são decorrentes diretamente do envolvimento pleural são dor torácica, tosse e dispneia. Procedimentos utilizados para tratamento e diagnóstico dos derrames pleurais e/ou pneumotórax: Toracocentese, Toracotomia, Drenagem torácica. Toracotomia: abertura da parede para visualizar os órgãos internos do tórax, obter amostras de tecido para exame laboratorial ou para tratamento de doenças dos pulmonares ou cardiovasculares. Toracocentese: Técnica cirúrgica responsável pela obtenção da maioria das amostras de líquido pleural (derrame pleural) que são encaminhadas para diagnóstico laboratorial ou descompressão do tórax. Drenagem Torácica: [...] procedimento comum na prática diária realizada para drenar fluido, sangue ou ar de cavidade pleural. A drenagem efetiva requer um dreno posicionado adequadamente e um sistema de drenagem unidirecional hermético para manter a pressão intrapleural subatmosférica. AZAMBUJA e CASTRO Jr, 2021. Toracocentese e Drenagem Torácica Visa manter ou reestabelecer a pressão negativa do espaço pleural. Responsável pela remoção de ar, líquidos e sólidos (fibrina) do espaço pleural ou mediastino. Objetivos: diminuir sintomas, corrigir a insuficiência respiratória, promover a expansão pulmonar, fechar da lesão e evitar recidivas. Drenagem de Tórax - Cuidados com o sistema de drenagem Não fixar ao leito o tubo de borracha que conecta o dreno ao frasco de drenagem pelo risco de saída com a mobilização do paciente Trocar diariamente o frasco, medindo-se o seu débito. Trocar diariamente o curativo em torno do dreno. Verificar se a coluna líquida permanece oscilando e se persiste o débito. Verificar diariamente as conexões. Manter o frasco de drenagem em nível inferior ao do tórax do paciente. Manter este tubo suficientemente longo, mas não deixando a borracha excessivamente longa, pois dificulta a drenagem de líquidos. Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 4 Investigação Diagnóstica das Afecções Respiratórias Provas de função pulmonar Gasometria Oximetria Culturas Estudo de escarro Exames de imagem Procedimento endoscópicos Oxigenioterapia “Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrada na Conceito atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia, aplicada tanto em situações clínicas agudas quanto crônicas”. LAGO & cols., 2010. Ar Ambiente é o nome da mistura de gases presentes na atmosfera da Terra. O ar seco é composto (em massa) por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio, 0,97% de gases nobres e 0,03% de gás carbônico na forma de dióxido de carbono (CO2). Ar ambiente contém a fração de O2 de 21%. Qual sua fração de oxigênio inspirada neste momento? Ar Ambiente FiO2= ......% ou .......... Se no ar ambiente a fração inspirada de oxigênio é de 21%, quanto de oxigênio fornecemos para o paciente em oxigenoterapia? Cálculo da FiO2 A fórmula para cálculo da FiO2 desejada, serve para indicar a melhor fração inspirado de oxigênio de acordo com a necessidade de cada paciente. A Enfermeira colocou o oxigênio através de uma máscara simples com fluxo de 2l/min. FiO2 = (20 + 4x2) = FiO2 = 20 + 8 FiO2 = 28% ou 0,28 Para manter uma FiO2 de 36%, a Enfermeira deverá colocar o oxigênio através de uma máscara simples com fluxo de oxigênio a: Definições Importantes: PaO2 – pressão parcial de oxigênio dissolvido no sangue arterial. Variação normal 80 – 100 mmHg PaCO2 – pressão ou tensão exercida pelo gás carbônico no sangue arterial. Variação normal 35 – 45 mmHg SaO2 ou SatO2 ou SO2 – saturação da hemoglobina de oxigênio no sangue arterial. Variação normal 93% - 100%. FIO2 – fração inspirada de oxigênio. Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 5 Lembrete: Oxigenoterapia – classificação ❑ Uso agudo ❑ Uso prolongado Oxigenioterapia - Indicação • Hipoxemia, ou seja, quando a pao2 ‹ 60mmhg e a saturação periférica de oxigênio (spo2) ‹ 90%, em ar ambiente e repouso, e/ou • Spo2 < 88% durante exercícios ou sono em cardiopatas ou pneumopatas. LAGO & cols., 2010. OBS1: Saturação alvo recomendada para pacientes sem risco de insuficiência respiratória hipercapnica é de 94-98%. OBS2: Para a maioria dos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou outros fatores de risco conhecidos para insuficiência respiratória hipercapneica (por exemplo, obesidade mórbida, fibrose cística, deformidades da parede torácica ou distúrbios neuromusculares ou obstrução do fluxo de ar associada a bronquiectasia), sugere-se uma saturação na faixa de 88-92%. Oxigenoterapia – Também está indicada em casos de: Parada cardiorrespiratória (através do manejo do ressuscitador manual); Infarto agudo do miocárdio (como forma de diminuir a sobrecarga cardíaca); Intoxicação por gases (principalmente o monóxido de carbono); Traumatismos graves; Angina instável; Recuperação pós-anestésica (procedimentos cirúrgicos); Insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada; Insuficiência cardíaca congestiva; Apneia obstrutiva do sono. Como ofertar o Oxigênio? Sistemas de baixo fluxo Sistemas de alto fluxo Cuidado da a de do dulto doso, do rabalhador nas nidades Hospitalares Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 6 Gases Medicinais Ar Comprimido Medicinal: composto por 79% de Nitrogênio, 21% de Oxigênio e é utilizado para aplicações ou tratamentos que requerem uma atmosfera pura, isenta de poeiras e microrganismos e inalações. Óxido Nitroso ou Protóxido de Azoto, possui propriedades analgésicas e anestésicas: usado combinado com outros anestésicos endovenosos ou inalatórios, potencializando a ação destas drogas. Seu uso isolado, não é capaz de proporcionar uma anestesia geral. Aerosolterapia [Nebulização (NBZ) ou Micronebulização (Micronbz)] Administração de pequenas partículas de água em oxigênio ou ar comprimido, com ou sem medicação nas vias aéreas superiores. Finalidades e Indicações Obstrução inflamatória aguda subglótica ou laríngea; Afecções inflamatórias agudas e crônicas das vias aéreas; Sinusites, bronquites, asma brônquica, pneumonias, edema agudo de pulmão e outros; Pós-operatório; Aliviar de processos inflamatórios, congestivos e obstrutivos; Umidificar - para tratar ou evitar desidratação excessiva da mucosa das vias aéreas; Fluidificar - para facilitar a remoção das secreções viscosas e densas; Administrar de mucolíticos - para obter atenuação ou resolução de espasmos brônquicos; Administrar de corticosteroides - ação anti-inflamatórias e ante exsudativa; Administrar dos agentes antiespumantes - nos casos de edema agudo de pulmão. Máscara de ....................... Cateter ...................... Máquinas para .................. ou ....................... Máscara de ....................... Oferecem FiO 2 baixa e variável, pois há diluição aérea Fluxo de 1 a 5l/min A FiO 2 varia entre.............. e .................... Cânula/catet er ................... Cateter ................... Máscara ................... Máscara ................... Capacidade para ofertar fluxo superior a 5l/min até 15l/min Devem ser retiradas para alimentação, trazem menor conforto, claustrofobia. A FiO 2 varia entre.............. e .................... Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 7 Medicamentos utilizados na via respiratória Broncodilatador Corticosteroides tópicos Inibidores da produção de muco Na administração das medicações inalatórias, é comum a utilização de um espaçador. Este dispositivo serve para gerar um espaço entre a via aérea do paciente e o inalador, assim quando ocorre a inspiração a absorção da medicação é mais lenta, proporcionando mais conforto e eficácia. Santos, 2023. Material compilado por Profª Doutoranda Bárbara Cristina G. Santos – 1º sem/2023 Disciplina: Cuidado da Saúde do Adulto/Idoso nas Unidades Hospitalares 1º Semestre/2023 8 Cuidados com o O2 e com sua Administração • Não administrar O2 sem o redutor de pressão e o fluxômetro; • Colocar umidificador com soro fisiológico (0,9%) até o nível indicado; • Informar ao paciente e ao familiar para "NÃO FUMAR”; • Instalar e monitorar a quantidade de litros por minutos; • Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento; • Dar apoio psicológico ao paciente; • Trocar a cada 24 horas: a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade; • Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente observando o volume de água do umidificador e a quantidade de litros por minuto; • Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes; • Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão; • Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter); • Avaliar e anotar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e dar assistência adequada; • Manter vias aéreas desobstruídas; • Manter os cilindros (“balas”) de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor; • Monitorar sinais vitais. Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2 • Em pacientes portadores de DPOC, a administração de altas concentrações de O2 eliminará o estímulo respiratório - apneia; • Ressecamento da mucosa do sistema respiratório; • Intoxicação do sistema nervoso central; • Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolongado ocasionam alterações pulmonares (atelectasias, hemorragia e outros); • Altas concentrações de O2 (acima de 100%) há ação tóxica sobre os vasos da retina, determinando a fibroplasia retrolenticular. Referências de Aula: Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), 2023, available from: https://goldcopd.org/2023-gold-report-2/ Global Initiative for Asthma [homepage on the internet]. Bethesda: Global Initiative for Asthma; c2022 [cited2022 Jun 1]. Global Strategy for Asthma Management and Prevention (2022 update). Available from: https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2021/05/GINA-Main-Report-2022-V2-WMS.pdf CHEEVER, K.H. / HINKLE, J.L. Brunner & Suddarth - Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica - 2 Vols. - 13ª Ed. Guanabara Koogan, 2020. HINKLE, J.L E CHEEVER, K.H. BRUNNER & SUDDARTH - Manual de Enfermagem Médico-Cirúrgica 14ª ED. GUANABARA KOOGAN. 2019. POTTER, P. PERRY, A. G., ELKIN M. Guia Completo de Procedimentos e Competências de Enfermagem- 9ª Ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2021. Espaçador Artesanal Espaçador https://goldcopd.org/2023-gold-report-2/ https://ginasthma.org/wp-content/uploads/2021/05/GINA-Main-Report-2022-V2-WMS.pdf
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