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UNIT - Medicina P5- Bianca Lima de Souza Doenças dispépticas TUTORIA A Dispepsia pode ser definida como um conjunto de sintomas localizados na porção superior do abdome secundários a diversas causas. ● Pode manifestar-se como sensação de distensão abdominal, saciedade precoce, plenitude pós-prandial, epigastralgia em queimação, desconforto abdominal, eructação, náuseas e vômitos. ● Essas manifestações muitas vezes são referidas pelo paciente como má digestão. ● É importante diferenciar dispepsia de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). ● Estudos realizados nos diversos continentes mostram que cerca de 25 a 30% da população mundial apresenta sintomas dispépticos. ● As queixas dispépticas representam cerca de 7% das consultas realizadas pelo clínico geral, e nos consultórios de gastroenterologistas essas queixas são responsáveis por cerca de 50% dos atendimentos. ● É discretamente mais frequente em mulheres, com pequeno declínio com a idade. ● Apesar de não ter consequências em termos de mortalidade, a dispepsia tem importante impacto na qualidade de vida. ● A economia também é afetada, uma vez que cerca de 12,4% dos pacientes com dispepsia faltam ao trabalho. ● Alta prevalência e natural cronicidade e recorrência dos sintomas. ● A dispepsia pode ser causada tanto por transtornos orgânicos como por alterações funcionais (dispepsia funcional). ● Em cerca de 50% dos pacientes não se encontram alterações estruturais ou bioquímicas que justifiquem os sintomas, sendo então classificados como portadores de quadros funcionais. ● A metade restante apresenta causas orgânicas para os sintomas dispépticos, sendo a DRGE e a doença ulcerosa péptica as principais etiologias. DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA ● A prevalência de úlcera péptica em pacientes com queixas dispépticas é de cerca de 10%. ● Os principais fatores de risco são a infecção pelo Helicobacter pylori e o uso de anti- inflamatórios não esteroidais (AINES). 1 Entender as doenças dispépticas (epidemiologia, etiologia e fatores de risco) EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA 2 ● A H. pylori está associado a 90 a 95% das úlceras duodenais e a 60 a 80% das úlceras gástricas. ● Quanto aos AINES, existem alguns fatores que aumentam o risco de úlcera quando presentes: história prévia de úlcera, idade acima de 75 anos, uso por tempo prolongado e associado à corticoterapia ou anticoagulantes orais. DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO ● O diagnóstico diferencial entre dispepsia e DRGE é muito difícil, uma vez que os sintomas podem coexistir. ● Um estudo de prevalência de refluxo ácido patológico esofágico em pacientes com dispepsia funcional mostrou que cerca de 32% apresentavam o refluxo ácido. Daqueles que se queixavam de dor em queimação epigástrica, aproximadamente 50% tinham DRGE. ● Os sintomas clássicos de DRGE são regurgitação e pirose, e podem ocorrer sintomas atípicos, como tosse crônica, otite e laringite de repetição. INTOLERÂNCIA ALIMENTAR ● Alguns alimentos têm sido implicados como responsáveis por quadros dispépticos. ● Contudo, a ingestão de certos tipos de alimentos, como café, alimentos muito condimentados, frutas cítricas, álcool e alimentos ricos em gorduras não mostraram, objetivamente, ser um fator causal bem estabelecido de dispepsia. ● A ingestão alimentar não relacionada a alimentos específicos pode desencadear síntomas dispépticos por: ○ Esvaziamento gástrico acelerado ou retardado. ○ Distribuição intragástrica alterada do alimento em virtude da diminuição da acomodação gástrica proximal e aumento da capacidade de acomodação antral. ○ Hipersensibilidade gástrica e intestinal aos estímulos mecânicos e químicos dos alimentos. ○ Secreção aumentada de peptídeos gastrintestinais ou hipersensibilidade a estes. ○ A intolerância à lactose pode atingir a prevalência de 9% entre os pacientes com queixas dispépticas. NEOPLASIAS GÁSTRICAS E ESOFÁGICAS ● O risco de câncer gástrico e esofágico em pacientes com queixas dispépticas é muito baixo (menos de 1%). ● Incidência de neoplasia no estômago aumenta naqueles com história prévia de cirurgia gástrica, história familiar de câncer gástrico e em pacientes com infecção por H. pylori. ● Quanto ao câncer esofágico, o risco é maior em homens, tabagistas e com história de etilismo significativa. ● Os sinais e sintomas de alarme predizem um maior risco de neoplasia, além da idade acima de 55 anos. ● 95% das neoplasias gástricas sintomáticas já se apresentam em estádios avançados. ● Com isso, muitos autores defendem que o limiar para solicitação de endoscopia deveria ser mais baixo. DOENÇAS GASTROINTESTINAIS NÃO PÉPTICAS ● Infecções do trato gastrintestinal (parasitas); 2 3 ● Afecções inflamatórias (doença celíaca e doença de Crohn); ● Alterações infiltrativas (síndrome de Ménétrier, sarcoidose, amiloidose, linfoma e gastroenterite eosinofílica). ● Os sinais e sintomas da gastroparesia (idiopática, induzida por drogas, secundária a distúrbios metabólicos, doenças sistêmicas e neurológicas) são muito semelhantes à dispepsia. ● A distinção entre gastroparesia idiopática e dispepsia funcional não está muito bem definida. DOENÇAS DO SISTEMA BILIOPANCREÁTICO ● Apesar da alta prevalência tanto de colelitíase como de dispepsia, estudos epidemiológicos confirmam não haver associação. ● A apresentação clínica da cólica biliar é facilmente distinguível da dispepsia e, por isso, não é recomendado investigar colelitíase em todos os pacientes com queixas dispépticas. ● As afecções pancreáticas são menos prevalentes, mas a apresentação clínica das pancreatites e do câncer pancreático podem se confundir com a dispepsia. ● Contudo, as desordens pancreáticas geralmente cursam com anorexia, perda de peso rápida, icterícia e outros sintomas de insuficiência pancreática, como esteatorreia e diabete melito. DOENÇAS SISTÊMICAS E MEDICAMENTOS ● Várias doenças sistêmicas podem ocasionar sintomas dispépticos: insuficiência coronariana; Diabetes melito; insuficiência renal; doenças da tireóide; adrenal e; paratireóide. ● Outro aspecto de grande importância são as queixas dispépticas provocadas por medicamentos, como AINES, ácido acetilsalicílico, corticosteróides, antibióticos (principalmente macrolídeos e metronidazol). ● O uso crônico de ácido acetilsalicílico e outros AINES pode ocasionar sintomas dispépticos em até 20% dos pacientes. DISPEPSIA FUNCIONAL ● Estima-se a prevalência da dispepsia funcional entre 11 e 24%, dependendo dos critérios usados para a definição. ● A fisiopatologia ainda não está bem definida; ● É uma doença mais comum em mulheres, tabagistas, usuários de ácido acetilsalicílico e naqueles com história prévia de gastroenterite aguda. ● É definida segundo o Consenso Roma III como a presença de plenitude pós-prandial e/ou sensação de saciedade precoce e/ou dor epigástrica e/ou queimação epigástrica nos últimos três meses, sendo que os sintomas têm de ter iniciado há no mínimo seis meses e nenhuma causa orgânica, sistêmica ou metabólica possa justificá-los. ● Subgrupos com fisiopatologia distinta: ○ Síndrome do desconforto pós-prandial; ○ Síndrome da dor epigástrica. ● Sexo feminino, ● Idade crescente, ● Diminuição do grau de urbanização, ● Infecção por H. pylori, ● Uso de anti-inflamatórios não- esteroidais (AINEs), 3 FATORES DE RISCO 4 ● Baixo nível educacional e ser casado. ● Fumar é apenas levemente associado a dispepsia, já o álcool e o café não estão associados. ALTERAÇÕES NA MOTILIDADE GASTROINTESTINAL ● O retardo no esvaziamento gástrico ou gastroparesia trata-se deum transtorno da motilidade gástrica em que a habilidade do estômago para se contrair e ser esvaziado encontra-se prejudicada. ● Presente em cerca de 20 a 50% dos pacientes com dispepsia funcional. ● A plenitude pós prandial, náuseas e vômitos são mais frequentes nos pacientes com o esvaziamento retardado do estômago. ● A alteração na acomodação gástrica, ou seja, a incapacidade de acomodar o alimento na parte proximal do estômago, fazendo com que ele atinja o antro mais rapidamente, está presente em até 40% dos pacientes com dispepsia funcional. ● A saciedade precoce e a perda de peso seriam queixas associadas a esse mecanismo fisiopatológico. HIPERSENSIBILIDADE VISCERAL ● A hipersensibilidade à distensão gástrica está presente em cerca de 50% dos pacientes com dispepsia funcional. ● A causa dessa hipersensibilidade visceral é desconhecida. ● Sugere-se que seja causada pela redução do limiar de percepção de estímulos viscerais causada por sensibilização nos mecanorreceptores por inflamação, lesão ou defeitos intrínsecos; maior recrutamento ou excitabilidade de neurônios do corno posterior por estímulos repetitivos e/ou disfunção das vias neuronais antinociceptivas. ● Também há presença de hipersensibilidade visceral para determinados alimentos; FATORES GENÉTICOS ● Fatores genéticos contribuem para a dispepsia funcional, uma vez que há maior risco de ocorrência da doença naqueles que possuem parentes de primeiro grau e história familiar positiva para má digestão. INFECÇÃO, INFLAMAÇÃO E O PAPEL DA HELICOBACTER PYLORI ● Há poucas evidências que demonstrem clara influência do H. pylori na fisiopatologia da dispepsia funcional. ● Alguns advogam que a inflamação causada pela bactéria poderia influenciar na atividade motora proximal do estômago. ● Outros afirmam que o estímulo à secreção ácida é significativamente maior naqueles H. pylori positivos. ● Alguns autores afirmam não haver diferença na sintomatologia dos pacientes entre com H. pylori positivo e negativo. FATORES PSICOSSOCIAIS ● Há clara associação entre fatores psicossociais e dispepsia funcional. ● As comorbidades psiquiátricas mais comumente associadas às queixas dispépticas são transtornos de ansiedade, depressivos e somatoformes. ● Aqueles com transtornos psiquiátricos apresentam sintomas dispépticos mais intensos do que as pessoas sem essas comorbidades. ● Traumas em idades mais precoces e estresse crônico na vida adulta podem causar 4 FISIOPATOLOGIA 5 alterações irreversíveis no sistema de resposta ao estresse (disfunção no sistema nervoso autonômico, especificamente redução do tônus vagal e alteração na via aferente da dor). ● Contudo, ainda há dúvidas se os distúrbios psicossociais teriam algum papel na fisiopatologia da dispepsia funcional. ● Investigar medicamentos em uso; ● Avaliar a presença ou não de sinais de alarme; ● Pesquisar ansiedade e depressão; ● História familiar e social do paciente; ● Exame físico: geralmente normal; ● Exames laboratoriais: Hemograma completo, eletrólitos, avaliação hepática e estudos de função tireoidiana devem ser considerados. Nível de amilase, exame de fezes para ovos e parasitas e teste de gravidez são solicitados quando necessário. Está indicado exame parasitológico. ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA (EDA) ● Deve ser solicitada nos casos de suspeita de doenças orgânicas, pois algumas delas possuem gravidade e complicações significativas. ● Indicada também quando o paciente tem sinais de alarme e aqueles com sintomas refratários à terapia empírica inicial. ● É recomendado que a investigação seja feita, na ausência de sinais de alarme, a partir dos 45 anos. ● A EDA permite visualização direta de úlceras pépticas, esofagite, neoplasias. ● Biópsias do estômago devem ser feitas para pesquisar H. pylori. ● Pacientes com EDA normal podem ter dispepsia funcional ou doença do refluxo gastrintestinal não erosiva. PESQUISA DE H. PYLORI ● O H. pylori cria uma cascata de eventos levando a inflamação gástrica e ativação imune. ● O terceiro consenso brasileiro sobre H. pylori indica pesquisa e tratamento da bactéria em todos os indivíduos com dispepsia funcional. ● Em populações com alta prevalência (> 10%), como no Brasil, a pesquisa seria a conduta preferível. ● O teste respiratório com ureia marcada é universalmente 5 DIAGNÓSTICO 6 considerado padrão-ouro para diagnóstico e controle de tratamento de H. pylori, com sensibilidade e especificidade maiores que 95%. ● Caso o teste respiratório não esteja disponível, o teste de antígeno fecal é o método não invasivo de escolha. ● A pesquisa de H. pylori por EDA nos pacientes dispépticos é realizada quando o exame já seria indicado ao paciente ou na indisponibilidade dos testes não invasivos. Gastrite significa inflamação do estômago. ● Gastrite: indica a presença de lesão epitelial gástrica associada à regeneração da mucosa, obrigatoriamente na presença de inflamação. ● Gastropatia: é atribuído ao achado de lesão e regeneração epitelial gástricas na ausência de inflamação. ● O termo “gastrite” é inadequadamente utilizado para definir sintomas digestivos como “estufamento”, sensação de peso no estômago, mal-estar, eructações e queimação pós- prandial. ● Assim, pode-se dizer que o conceito lato sensu de gastrite implica sintomas desagradáveis, que surgem na região epigástrica, relacionados ou não às refeições. ● Evidentemente, a inflamação da mucosa gástrica não é responsável pela maioria dessas queixas, as quais são reconhecidas hoje como parte de uma síndrome dispéptica. CLASSIFICAÇÃO ● As classificações de Schindler (endoscópicas e histológicas), e a de Whitehead, (anatomopatológica), tornaram-se clássicas. ● Sistema Sidney, para gastrite, é a classificação mais utilizada, a qual envolve aspectos histológicos e endoscópicos e é delineada de modo que se possa, por meio de formulário comum, proceder ao laudo médico e à classificação da gastrite. As gastrites podem ser de caráter agudo ou crônico, de acordo com a característica do infiltrado inflamatório. GASTRITE AGUDA ● Apresentam algumas características especiais: surgem subitamente, apresentam curta duração e habitualmente são afecções transitórias. ● Podem acometer exclusivamente o corpo gástrico, somente a região antral ou ambos, simultaneamente. ● Expressões como gastrite aguda, gastrite hemorrágica, gastrite erosiva e úlcera aguda, designam o mesmo processo, que se apresenta sob diferentes formas. ● Essa reação inflamatória aguda pode acometer, isolada ou simultaneamente, a mucosa do duodeno (duodenite hemorrágica). ● Por essa razão, muitos preferem a denominação genérica de lesões 6 2. Compreender a gastrite (fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento) FISIOPATOLOGIA 7 agudas da mucosa gastroduodenal (LA-MGD). LESÕES INFECCIOSAS ● As infecções bacterianas e virais estão entre as causas mais frequentes de agressão para o estômago. ● Os estafilococos, shigellas e salmonelas são comuns nas chamadas toxi-infecções alimentares, as gastroenterocolites agudas. ● Ocorrem com mais frequência no verão (alimentos se deterioram mais facilmente). ● Os vômitos, a diarréia e a febre constituem os sintomas que levam ao diagnóstico. ● As infecções virais comumente provocam gastrite aguda, como as hepatites agudas, cujos sintomas iniciais podem decorrer da gastrite: náuseas e repugnância ao alimento. ● A gastrite aguda associada ao H. pylori é uma situação que raramente tem sido descrita. ● A infecção por H. Pylori, geralmente é adquirida na infância, mas passa despercebida.● Quando adquirida na idade adulta, pode ocasionar dor ou desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, halitose e astenia, sintomas que se iniciam em um período de três a sete dias após a infecção. ● Muitos casos devem passar despercebidos, porque quase nunca se documentam os casos de dispepsia aguda por endoscopia com biópsia. ● Um achado consistente da infecção aguda é a redução da produção de ácido, a qual volta ao normal após alguns meses. ● Essa perda transitória da secreção ácida tem sido atribuída a fatores bacterianos, como a produção de um fator inibitório da secreção ácida pelas células parietais, ou a uma resposta do hospedeiro, como a liberação de citocinas, como a interleucina-1 beta, capaz de suprimir a secreção ácida em ratos. ● Em razão da alta prevalência de gastrite crônica associada ao H. pylori, supõe-se que muitos casos de dispepsia aguda sejam decorrentes de uma infecção primária pela bactéria. ● Giardíase e estrongiloidíase em suas fases iniciais ocasionam gastrite aguda e, por vezes, são responsáveis por gastroduodenites. INFECÇÕES FÚNGICAS ● Ocorrem usualmente em pacientes imunossuprimidos. ● O microrganismo encontrado com maior frequência nesses casos é a Candida albicans, muitas vezes associada ao citomegalovírus e, mais raramente, ao herpes-vírus. LESÃO HEMORRÁGICA ● O estresse agudo intenso (grandes cirurgias, queimaduras graves, fraturas múltiplas) pode provocar erosões e úlceras agudas na mucosa gástrica, que ocasionam hemorragia digestiva alta. ● A endoscopia de urgência é indicada para diagnóstico e tratamento das lesões sangrantes. ● São também denominadas úlceras de estresse, úlceras de Cushing (quando associadas a traumatismo craniano) e de Curling (quando decorrentes de queimaduras extensas). LESÃO QUÍMICA ● O uso abusivo de etanol é uma das causas da gastrite aguda. ● As lesões produzidas pelo álcool resultam no rompimento da barreira da mucosa gástrica e 7 8 consequente retrodifusão de íons H+. ● As observações endoscópicas revelam a presença de hiperemia, erosões, petéquias e exsudato purulento que retornam ao normal em um período de 7-10 dias. LESÃO MEDICAMENTOSA ● Os anti-inflamatórios não esteroides (AINE), entre os quais se inclui o ácido acetilsalicílico (AAS), são os agentes responsáveis pelo maior número de gastrite aguda. ● Vários outros AINE mais modernos também lesam a mucosa gástrica. ● As lesões decorrentes do uso de AINE e AAS podem apresentar desde discreto enantema até necrose maciça da mucosa, porém, usualmente, a lesão aguda é de pouca importância clínica. ● A resolução das lesões ocorre espontaneamente, em poucos dias, com a suspensão do agente agressor. ● As lesões são quase sempre superficiais. Esse fato ocorre por meio dos mecanismos de adaptação, com o aumento da replicação celular e do fluxo sanguíneo contínuo, criando resistência ao efeito lesivo local dos AINE. ● Essa resistência é conhecida como citoproteção adaptativa, isto é, aumento da produção de prostaglandinas endógenas, permitindo uma melhor defesa da mucosa. ● O grande problema do uso contínuo desse tipo de medicamento é quando sua ação agressiva supera a capacidade de defesa da mucosa; ● Sabe-se que a integridade da mucosa gástrica depende da produção de prostaglandinas. ● A COX-1 tem funções fisiológicas bem definidas, como produzir prostaciclinas, que, quando liberadas na mucosa gástrica, têm papel protetor. ● A COX-2 é expressa, em geral, como parte da resposta a um estímulo inflamatório em diferentes tecidos. ● A inibição da síntese de prostaglandinas pelo uso de AINE pode resultar no surgimento de lesões gástricas. ● Os mecanismos envolvidos nesse fenômeno incluem a agregação de leucócitos a células endoteliais da microcirculação gástrica, reduzindo o fluxo sanguíneo gástrico efetivo, e a redução da produção de muco prostaglandina-dependente e da capacidade de migração epitelial de células adjacentes à área lesada. ● Com a perda da capacidade protetora do muco, o ácido e a pepsina podem atingir mais facilmente a superfície epitelial. ● A circulação da mucosa e a capacidade de defesa celular ficam comprometidas, e o resultado final é a diminuição da capacidade de a mucosa defender-se da agressão do ácido clorídrico, pepsina, sais biliares e 8 9 AINES, álcool e outros medicamentos. ● O uso temporário e ocasional de AINE em indivíduos sem fatores de risco para lesões gastroduodenais associadas não determina a necessidade de medidas profiláticas. ● Para os usuários crônicos, a profilaxia é recomendada para aqueles com pelo menos um fator de risco definido. ● Os análogos sintéticos das prostaglandinas, os inibidores da bomba de prótons (IBP) e, em menor extensão, os antagonistas dos receptores H2 parecem reduzir a intensidade das lesões agudas induzidas por AINE. ● É sempre aconselhável rever a real necessidade da utilização dos AINE e, se possível, substituí-los. GASTRITE CRÔNICA ● A gastrite crônica é hoje conceituada como uma entidade essencialmente histológica, caracterizada por infiltrado inflamatório mononuclear, com ou sem polimorfonucleares, que pode comprometer as mucosas do corpo e do antro ou ambas. GASTRITE CRÔNICA ASSOCIADA AO HELICOBACTER PYLORI ● O H. pylori é o responsável por mais de 95% das gastrites crônicas. ● O H. pylori é uma bactéria espiralada, Gram-negativa, que coloniza a camada de muco que reveste a mucosa gástrica. ● A infecção pelo H. pylori é uma das mais comuns em seres humanos, estimando-se que acometa mais de 50% da população mundial, com prevalência maior em países em desenvolvimento. ● A evolução clínica da infecção é determinada pela interação complexa entre o hospedeiro e os fatores do microrganismo. ● A quantidade de bactérias e a presença de fatores de virulência, associada aos genes cag e vacA e os componentes bacterianos, como a urease e as porinas, são necessárias para que a bactéria possa instalar-se e sobreviver sobre o epitélio gástrico e ser responsável pela resposta inflamatória. ● O microrganismo pode causar lesão diretamente nas células epiteliais por enzimas e toxinas ou indiretamente pela resposta inflamatória do hospedeiro. ● A infiltração leucocitária da mucosa é induzida e regulada por diversos fatores bacterianos. ● A bactéria causa a secreção de uma potente citocina, a interleucina-8, cuja produção é potencializada pelo fator de 9 10 necrose tumoral e pela interleucina-1. ● Uma vez adquirida, a infecção persiste para sempre, já que, embora a presença do H. pylori evoque resposta imune local e sistêmica, ela é incapaz de promover a erradicação da bactéria. ● Indivíduos com gastrite predominantemente antral mantêm a capacidade de secretar ácido e poderão ter risco aumentado para úlcera duodenal. ● Quando a gastrite é mais intensa no corpo haverá uma secreção ácida reduzida, em consequência da destruição progressiva da mucosa oxíntica. A inflamação pode resultar no desenvolvimento de atrofia da mucosa gástrica que predispõe ao câncer gástrico, principalmente quando associada a tabagismo, consumo de álcool ou história familiar. ● A cascata de eventos que ocorre durante a evolução da gastrite crônica H. pylori positiva pode ser aceita como universal. ● A possibilidade de a gastrite crônica progredir para atrofia gástrica, metaplasia intestinal, displasia e neoplasia, junto a relatos implicando a bactéria como provável iniciador desses eventos, deu suporte para classificar o H. pylori como carcinógeno do tipo I. ● Como a infecçãogástrica adquirida ocorre quase sempre na infância, especula-se que fatores ambientais ocorridos nesse período possam contribuir para o desenvolvimento da infecção. ● Assim, desnutrição, deficiências vitamínicas e dieta pobre em frutas e vegetais possam promover redução da secreção ácida na infância contribuiriam para o desenvolvimento de gastrite. ● Outros fatores de risco, relacionados ao hospedeiro, podem estar envolvidos, como a presença de polimorfismos de genes importantes. ● Foi demonstrada a presença de genótipos pró-inflamatórios da interleucina-1 (IL-1) em pacientes portadores de câncer gástrico associado à gastrite crônica H. pylori positiva. Essa interleucina é um potente inibidor da secreção ácida. GASTRITE AUTOIMMUNE ● Acomete principalmente o corpo e fundo gástricos, isto é, a mucosa fúndica ou oxíntica, e raramente compromete o antro. 10 11 ● Caracteriza-se, nas formas mais avançadas, pela atrofia da mucosa. ● É uma doença autossômica dominante, induzida pela presença de anticorpos de anticélula parietal e antifator intrínseco. ● A perda das células parietais provoca, eventualmente, secreção inadequada de fator intrínseco e de ácido, baixa absorção de vitamina B12 e consequente deficiência dessa vitamina, levando a anemia perniciosa. ● Pode estar associada a outras doenças de caráter autoimune. ● O diagnóstico é feito por meio de dados clínicos e por endoscopia digestiva com biópsia, para estudo histopatológico e da pesquisa do anticorpo de anticélula parietal. OUTRAS GASTRITES → Gastrites granulomatosas: O comprometimento do estômago pela doença de Crohn é raro, e o achado de lesões gástricas irregulares ou úlceras aftóides H. pylori negativas pode determinar seu diagnóstico. O infiltrado inflamatório focal, sem necessariamente haver a formação de granulomas, com a presença de eosinófilos e macrófagos é o achado mais comum. → Gastrite eosinofílica: é uma afecção rara, de etiologia desconhecida, caracterizada por infiltrado eosinofílico na parede do estômago. Pode comprometer apenas a mucosa, a camada muscular, a camada serosa ou todas as camadas da parede gástrica. Nas formas de acometimento mucoso, o antro é mais frequentemente acometido, produzindo ulcerações, nodosidades e pregas mucosas salientes; o acometimento muscular pode provocar estreitamento da luz gástrica, e a infiltração da serosa, peritonite e ascite. Os sintomas incluem dor epigástrica, saciedade precoce, desconforto pós- prandial, náuseas, vômitos e sintomas decorrentes de anemia, por perda crônica de sangue. → Gastrite linfocítica: ou gastrite varioliforme ou gastrite erosiva crônica, também é rara, caracterizando-se pela presença de múltiplas nodulações com erosões centrais e hiperemia circunjacente. Os sintomas incluem epigastralgia do tipo úlcera, dor abdominal, náuseas, vômitos, perda de peso e sangramento oculto ou ativo. Alguns pacientes melhoram em poucas semanas. Enquanto outros podem apresentar os sintomas de maneira contínua ou intermitente, durante anos. ● Anamnese: Fatores predisponentes, relevantes e condições associadas (doença de Crohn, sarcoidose e doença celíaca). ● O exame histológico da mucosa gástrica é obrigatório para o diagnóstico das gastrites. ● Endoscopia: A realização de exame endoscópico com biópsia é imprescindível. Características: Eritema, erosões na mucosa, ausência de dobras rugais e vasos visíveis. Os achados histológicos da biópsia podem variar. ● Teste H. pylori: O teste não invasivo para H.pylori com teste respiratório de ureia e teste de antígeno de fezes tem alta sensibilidade e especificidade para a infecção. Os IBP devem ser suspensos 7-14 dias antes dos exames. ● Marcadores Imunológicos: A presença de anticorpos contra fatores intrínsecos ou células parietais, em conjunto com nível elevado de gastrina pode apoiar o diagnóstico de gastrite autoimune; ● Outros exames complementares podem ser indicados em 11 DIAGNÓSTICO 12 situações específicas, de acordo com as possíveis etiologias. ● Gastrite não é sinônimo de dispepsia. ● Assim, sintomas no abdome superior, como dor, distensão, empachamento pós-prandial, saciedade precoce, que normalmente são referidos pelo paciente como gastrite, na verdade, não têm relação comprovada com a inflamação da mucosa gástrica. ● A imensa maioria das gastrites identificadas endoscópica ou histologicamente são totalmente assintomáticas. ● As gastrites agudas são, na sua grande maioria, assintomáticas, e, consequentemente, não existe nenhuma conduta a ser tomada; ● As gastrites sintomáticas com manifestações dispépticas, o paciente deve receber tratamento individualizado, de acordo com a suposta etiologia, com a suspensão do agente causal. ● Para os pacientes que desenvolvem LAMGD associada aos AINE, deve-se suspender o uso de AINE, se possível; na impossibilidade, introduzir IBP, uma vez ao dia, em dose plena. ● Se o AINE precisar ser mantido, deve-se avaliar a possibilidade de substituí-lo por um anti- inflamatório inibidor específico da COX-2, como celecoxibe. ● Nos pacientes H. pylori positivos, erradicar a bactéria. ● A gastrite aguda causada por germes oportunistas, que ocorre nos pacientes imunossuprimidos e é associada a algum parasita, deve receber tratamento específico. ● A gastrite crônica, como já mencionado, tem no H.pylori o grande responsável por mais de 90% dos casos e, portanto, é curada com a erradicação da bactéria. ● A erradicação da bactéria em pacientes dispépticos levará, evidentemente, à resolução do processo inflamatório, porém vários trabalhos da literatura demonstram que a melhora da sintomatologia tem sido observada em menos de 10% dos casos. ● O risco inerente de câncer em longo prazo é de 1,5 a 3% dos infectados, o que depende de fatores ambientais, genéticos e, provavelmente, da cepa da bactéria. ● A gastrite crônica autoimune não tem tratamento específico. ● As gastrites granulomatosas associadas à doença de Crohn, tuberculose e sífilis devem receber o tratamento da doença de base. ● A gastrite eosinofílica usualmente responde à corticoterapia. ● A gastrite linfocítica não tem terapêutica específica eficaz; algumas possibilidades de tratamento incluem os antagonistas dos receptores H2 e corticosteróides. ANTIBIÓICOS ● As duas principais causas de úlcera péptica são infecção com o gram-negativo Helicobacter pylori e o uso de anti- inflamatórios não esteroides (AINEs). ● O aumento da secreção de ácido clorídrico (HCl) e a defesa inadequada da mucosa contra o HCl também têm seu papel nesse processo. ● O tratamento inclui: 1) Erradicação da H. pylori; 2) Diminuição da secreção de HCl com uso de IBPs ou antagonistas de receptor H2; e/ou 12 TRATAMENTO 13 3) Administração de fármacos que protejam a mucosa gástrica da lesão, como misoprostol e sucralfato. ● Pacientes com úlcera péptica (úlceras gástricas ou duodenais) infectados com H. pylori precisam de tratamento antimicrobiano. ● A infecção por H. pylori é diagnosticada via biópsia endoscópica da mucosa gástrica. ● A erradicação da H. pylori resulta na cicatrização rápida da úlcera ativa e na baixa da taxa de recorrência. ● A erradicação bem-sucedida da H. pylori (80-90%) é possível com várias associações de antimicrobianos. ● Atualmente, o tratamento de escolha consiste em um IBP combinado com amoxicilina (metronidazol pode ser usado em pacientes alérgicos à penicilina) mais claritromicina. ● O tratamento quádruplo com subsalicilato de bismuto, metronidazol e tetraciclinacombinada a um IBP é outra opção. ● O tratamento quádruplo deve ser considerado em regiões em que é elevada a resistência à claritromicina. ● Assim, em geral, obtém-se 90% ou mais de taxa de erradicação. ● O tratamento com um único antibacteriano é muito menos eficaz, resultando em resistência microbiana. ● Nota: a DRGE, ou azia, não está associada com a infecção por H. pylori e não responde aos antimicrobianos. ANTIÁCIDOS ● Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um sal, para diminuir a acidez gástrica. ● Como a pepsina (uma enzima proteolítica) é inativa em pH acima de 4, os antiácidos reduzem a atividade da pepsina. ● Os antiácidos variam amplamente em composição química, capacidade de neutralizar o ácido, conteúdo de sódio, palatabilidade e preço. ● A eficácia de um antiácido depende da sua capacidade de neutralizar o HCl gástrico e do fato de o estômago estar repleto ou vazio (o alimento retarda o esvaziamento do estômago, permitindo mais tempo para o antiácido reagir). ● Antiácidos comumente usados são combinações de sais de alumínio e magnésio, como hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio [Mg(OH)2]. ● O carbonato de cálcio (CaCO3) reage com o HCl formando dióxido de carbono (CO2) e cloreto de cálcio (CaCl2) e é também comumente usado. ● A absorção sistêmica do bicarbonato de sódio [NaHCO3] pode produzir alcalose metabólica transitória. ● Os antiácidos são usados para o alívio sintético da úlcera péptica e da DRGE. Eles também podem promover a cicatrização de úlceras duodenais. ● Para eficácia máxima, devem ser administrados após a refeição. ● Efeitos adversos: O hidróxido de alumínio tende a causar constipação, ao passo que o hidróxido de magnésio tende a produzir diarreia. ● A absorção dos cátions dos antiácidos (Mg2+, Al3+, Ca2+), em geral, não é problema em pacientes com função renal normal; entretanto, podem ocorrer acúmulo quando há comprometimento renal. IBP 13 14 ● Os IBPs se ligam à enzima H+/K+- ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para o lúmen gástrico. ● A bomba de prótons ligada à membrana é a etapa final da secreção de ácido gástrico; ● Os IBPs incluem: dexlansoprazol, esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol e rabeprazol. ● Omeprazol, esomeprazol e lansoprazol estão disponíveis em formulações de venda livre para tratamento de curto prazo da DRGE. ● Ações: Esses fármacos são pró- fármacos com um revestimento entérico ácido-resistente para protegê-los da degradação prematura pelo ácido gástrico. ● O revestimento é removido no meio alcalino do duodeno, e o pró-fármaco, uma base fraca, é absorvido e transportado à célula parietal. ● Ali, ele é convertido no fármaco ativo e forma uma ligação estável covalente com a enzima H+/K+- ATPase. ● São necessárias cerca de 18 horas para ressintetizar a enzima, e a secreção ácida é interrompida durante esse período. ● Existem produtos disponíveis de uso oral, de venda livre e sujeitos à prescrição, contendo omeprazol associado com bicarbonato de sódio para absorção mais rápida. ● Os IBPs são superiores aos antagonistas H2 no bloqueio da produção de ácido e na cicatrização das úlceras. ● São os fármacos preferidos no tratamento e na profilaxia de úlceras de estresse e para o tratamento de DRGE, esofagite erosiva, úlcera duodenal ativa e condições hipersecretoras patológicas. ● Se o IBP diário só é parcialmente eficaz contra os sintomas da DRGE, melhora-se o controle com o aumento da dosagem para duas vezes ou associa-se com um antagonista H2. ● Os IBPs também diminuem o risco de sangramento das úlceras causadas por ácido acetilsalicílico e outros AINEs e podem ser usados para prevenção ou tratamento. ● Os IBPs também são usados como antibacterianos, para erradicar H. pylori. ● Todos esses fármacos são eficazes por via oral. ● Para obter o efeito máximo, os IBPs devem ser ingeridos de 30 a 60 minutos antes do desjejum. ● Esomeprazol, lansoprazol e pantoprazol também estão disponíveis em formulações de uso IV. ● Embora a meia-vida desses fármacos no plasma seja de poucas horas, eles têm duração de longa ação devido à fixação covalente à enzima H+/K+- ATPase. ● Efeitos adversos: Os IBPs geralmente são bem tolerados. Omeprazol e esomeprazol podem diminuir a eficácia do clopidogrel. Podem aumentar o risco de fraturas, particularmente se a duração do uso for de 1 ano ou mais. ● A supressão prolongada do ácido gástrico com os IBPs (e os antagonistas H2) pode resultar em carência de vitamina B12, porque o ácido é necessário para a sua absorção. O pH gástrico elevado também pode prejudicar a absorção de carbonato de cálcio. ● Pode ocorrer diarreia e colite por Clostridium difficile em pacientes que recebem IBP. ● Efeitos adversos podem incluir hipomagnesemia e maior incidência de pneumonia. 14 15 PRÓCINÉTICOS ● No Brasil, os agentes procinéticos, incluindo metoclopramina, domperidona e bromoprida, são usados comumente na dispepsia funcional. ● O uso estaria indicado principalmente para os pacientes com dispepsia tipo desconforto pós-prandial. ● Tais drogas causam melhora do esvaziamento gástrico. ● Algumas metanálises demonstraram melhora na dispepsia funcional em pacientes tratados com procinéticos, porém com dados oriundos de pequenos estudos positivos. ● Vários procinéticos estão também associados a efeitos colaterais graves com uso de longo prazo e tem disponibilidade limitada. ● Nos Estados Unidos, tegaserode e cisaprida foram retirados do mercado por efeitos colaterais cardiovasculares e domperidona é pouco disponível. ● Acotiamida, um inibidor da acetilcolinesterase, age acelerando a motilidade gástrica, tem mostrado resultados promissores nos estudos, porém ainda não está disponível comercialmente. ● Doença Ulcerosa Péptica; ● DRGE e sofagite; ● Malignidade gástrica; ● Dor biliar; ● Dor pancreática; ● Síndrome do intestino irritável; ● Dor de parede abdominal; ● Dispepsia induzida por drogas; ● Dispepsia funcional; ● Infecção por Helicobacter pylori; ● Úlcera péptica; ● Parasitas intestinais: giárdia, Cryptosporidium; ● Doença arterial coronariana (DAC); ● Outras Causas: ○ Diabetes Mellitus pode cursar com plenitude pós prandial, náuseas, vômitos e gastroparesia. ○ Epigastralgia pode ocorrer como consequência de radiculopatia da raiz do nervo torácico. ○ Distúrbios metabólicos como hipotireoidismo, hipercalcemia podem também causar dor e indisposição localizada em epigástrio. ○ Isquemia cardíaca cursa com sintomas semelhantes a epigastralgia, porém com a particularidade de ser associada aos esforços. ○ Isquemia mesentérica crônica, principalmente em pacientes idosos e tabagistas, manifestada principalmente por dor epigástrica pós prandial. 15 3. Listar o diagnóstico diferencial para doenças dispépticas
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