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Módulo IX

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DISCIPLINA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 09
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
CURSO DE 
TECNOLOGIA EM 
GESTÃO AMBIENTAL 
A DISTÂNCIA
DISCIPLINA
GEOLOGIA AMBIENTAL
AULA 09
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
CURSO DE 
TECNOLOGIA EM 
GESTÃO AMBIENTAL 
A DISTÂNCIA
GOVERNO DO BRASIL
Presidente da República
DILMA VANA ROUSSEFF
Ministro da Educação
ALOIZIO MERCADANTE
Diretor de Ensino a Distância da CAPES
JOÃO CARLOS TEATINI
Reitor do IFRN
BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA
Diretor do Câmpus EaD/IFRN
ERIVALDO CABRAL
Diretora Acadêmica do Câmpus EaD/IFRN
ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE
Coordenadora Geral da UAB /IFRN
ILANE FERREIRA CAVALCANTE
Coordenador Adjunto da UAB/IFRN
JÁSSIO PEREIRA 
Coordenadora do Curso 
de Tecnologia em Gestão Ambiental
MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA
GEOLOGIA AMBIENTAL – Aula 09
Professor Pesquisador/Conteudista
LEÃO XAVIER DA COSTA NETO
DiretorA da Produção de Material Didático
ROSEMARY PESSOA BORGES
Coordenador da Produção de 
Material Didático
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Revisão Linguística
KALINA ALESSANDRA RODRIGUES DE PAIVA
Coordenação de Design Gráfico
LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA
Projeto Gráfico
BRENO XAVIER
Diagramação
EMERSON LUÃ
5
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
APRESENTANDO A AULA
Nesta aula, você irá estudar a ação das águas costeiras, 
especificamente na zona de praia, onde forças oceanográficas 
e meteorológicas, além da ação humana, modificam de 
sobremaneira o meio geológico, o geomorfológico, o biótico 
(fauna e flora) e o socioeconômico, muitas vezes, causando 
sérios danos ambientais.
Também irá aprender sobre a estrutura morfológica e 
geológica do fundo oceânico, além das características, da 
distribuição e da dinâmica das águas oceânicas ou marinhas, 
responsáveis pelo modelamento dos oceanos. 
Por fim, ainda encontrará um pequeno glossário 
de termos geológicos para auxiliar no entendimento dos 
conteúdos estudados.
DEFININDO OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá:
•	 conhecer e entender as características dos agentes 
oceanográficos e meteorológicos responsáveis pela 
dinâmica costeira e oceânica;
•	 conhecer os processos e produtos que ocorrem nas 
praias e no mar aberto;
•	 compreender as transformações ambientais decorrentes 
de ações antrópicas nas praias e em mar aberto.
6
GEOLOGIA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO
Propriedades da Água Oceânica
Como você estudou na Aula 08 sobre as águas continentais e transicionais, 
do volume total de água na superfície terrestre, 97 % é constituída por água 
salgada dos oceanos e mares, incluindo também a zona costeira.
Nessa aula, é importante que você conheça as propriedades da água do 
mar para entender a sua dinâmica e a influência nos processos geológicos. Nesse 
sentido, as principais propriedades são a salinidade e a temperatura, as quais 
controlam a densidade e são responsáveis pelo movimento vertical das águas 
oceânicas.
A salinidade (S) é definida como concentração média dos sais dissolvidos nos 
oceanos, que varia a depender do balanço entre a evaporação e a precipitação, 
e o grau de mistura entre as águas superficiais e profundas. A água dos oceanos 
apresenta uma salinidade média de 35 PSU, ou seja, aproximadamente 3,5 %. 
Enquanto a água dos estuários, deltas e lagunas (água doce) tem salinidades 
variando de 0,5 a 30 PSU, na água dos rios, lagos e lagoas (água doce), a salinidade 
pode variar de 0 a 0,5 PSU.
A temperatura (T) na superfície do mar está sujeita à insolação e, dependendo 
da quantidade de calor atmosférico, aquece as águas superficiais, já que mais 
calor é irradiado. Já a temperatura da superfície dos oceanos varia na ordem 
de 28ºC em baixas latitudes para até -2ºC em altas latitudes. Por sua vez, na 
variação vertical da temperatura nas latitudes baixas, a temperatura na superfície 
do oceano é próxima à temperatura do ar, entre 200 e 1000 m de profundidade, 
ocorrendo grande variação de temperatura enquanto que, na camada do fundo 
(> 1000 m de profundidade), ocorre uma pequena variação de temperatura.
A densidade (ρ) é a relação entre a massa e o volume de um determinado 
material. Geralmente, é dada em g/cm3, sendo importante para a circulação 
oceânica, uma vez que massas d´agua mais densas tendem a afundar e massas 
menos densas tendem a flutuar na superfície. Na maioria das substâncias, a 
diminuição de temperatura provoca um aumento na sua densidade. Como a 
temperatura das massas de águas profundas diminuem com a profundidade, 
então suas respectivas densidades tendem a aumentar. Por outro lado, as massas 
de água superficiais, mais quentes, tendem a apresentar densidades menores.
As águas costeiras e oceânicas são afetadas pelas propriedades da água, por 
fenômenos oceanográficos que atuam de formas diferentes e controlam a sua 
dinâmica, são eles: as ondas, as correntes e as marés, por fenômenos meteorológicos 
(vento, temperatura do ar e pressão atmosférica) e geomorfológicos (morfologia 
do fundo oceânico, configuração da linha de costa, etc.). De uma forma geral, o 
clima exerce um papel importante no controle desses fenômenos.
7
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
Águas Costeiras
A zona costeira ou faixa litorânea é a zona de transição entre o ambiente 
continental e o marinho, onde ocorre forte dinamismo e importantes processos 
geológicos como erosão, transporte e deposição, os quais são controlados 
pelas ondas, correntes e marés. Essa transição é caracterizada pela formação do 
ambiente geológico de praia.
A morfologia do sistema praial é um tema bastante discutido entre os 
pesquisadores, o que acarreta a existência um grande número de classificações. 
Nessa aula, será adotada a classificação proposta por Souza et al. (2005), conforme 
mostra a Figura 1.
Fig. 01 - Morfologia do sistema praial segundo 
Souza et al. (2005).
As ondas são formadas quando o vento sopra por determinado tempo sobre 
a superfície da água (oceanos, mares, lagos, barragens, etc.), entretanto, também 
podem ser formadas em consequência de terremotos, atividade vulcânica e 
furacões. Nos oceanos, as ondas se deslocam no mesmo sentido do vento em 
direção às regiões mais rasas, ou seja, ao continente, mais especificamente, 
em direção à zona costeira. Para entender o comportamento de uma onda, é 
fundamental que você conheça os seus elementos: crista e cava (altos e baixos 
característicos das ondas); altura/h (distância vertical entre uma crista e uma cava); 
amplitude/A (metade da altura); comprimento de onda/L ou λ (distância horizontal 
entre duas cristas ou duas cavas sucessivas); período/T(tempo decorrido da 
passagem de duas cristas ou duas cavas sucessivas em um determinado ponto); 
frequência/ƒ(número de ondas que passa por um determinado ponto fixo por 
unidade de tempo e representa o inverso do período - 1/T); esbeltez/steepness 
(quanto uma onda é empinada/grau de inclinação, expressa pela relação h/ L) e 
velocidade/V (relação L/T) (Conferir a Figura 2).
8
GEOLOGIA AMBIENTAL
Fig. 02 - Distribuição da água na Terra.
No Rio Grande do Norte, as ondas próximas à zona de arrebentação 
apresentam alturas médias em torno de 1,0 m e períodos médios de 6,0 segundos.
As ondas são importantes no transporte dos sedimentos marinhos, 
principalmente em regiões de águas rasas, ou seja, mais próximas à linha de costa. 
Dependendo da profundidade da água, da presença de obstáculos emersos e 
submersos e da direção com que chegam à linha de costa, as ondas podem 
passar pelos fenômenos físicos de refração, reflexão e difração, que contribuem 
com o processo de transporte de sedimentos, erosão e sedimentação.
Segundo Teixeira et al (2009), a depender da forma e energia das ondas, bem 
como da topografia da zona costeira, as ondas apresentam 3 tipos de arrebentação: 
ascendente (áreas de alta declividade do fundo), mergulhante (áreas de média 
declividade do fundo e a crista enrola em espiral) e deslizante (áreas de baixa 
declividade do fundo, ondas quebras e percorrem grandes distâncias) (Conferir a 
Figura 3). O movimento dos grãos por ação das ondas, quandose aproximam das 
áreas costeiras, ocorre quando as mesmas atingem profundidades iguais a 1/2 do 
seu comprimento de onda (Muehe apud Guerra e Cunha, 1995).
Fig. 03 - Tipos de arrebentação de ondas.
9
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
Marés
São fenômenos oceânicos definidos como oscilação do nível do mar em 
um determinado período, o qual é explicado pela Lei da Gravitação Universal de 
Newton.
As marés são classificadas da seguinte forma:
a) Quanto ao período de maré, em maré alta ou de enchente ou preamar e 
maré baixa, ou vazante ou baixa-mar;
b) Quanto ao efeito combinado do Sol e da Lua, maré de sizígia (variações 
máximas de marés que ocorrem durante a lua nova ou lua cheia) e maré de 
quadratura (variações mínimas de marés que ocorrem nas fases de quarto 
crescente e quarto minguante) (Conferir a Figura 4);
c) Quanto ao período dominante da maré observada em 24 horas, pode ser 
maré diurna (um pico de maré alta e outro de baixa), maré semidiurna (dois picos 
de maré alta e dois picos de maré baixa) e maré mista (combinação de marés 
diurnas e semidiurnas);
d) Quanto à altura das marés, em micromaré (0 a 2 m), mesomaré (2 a 4 m) 
e macromaré (> 4 m).
Na costa brasileira, a altura das marés varia segundo a região: na região sul e 
parte da sudeste, predomina o regime de micromaré; em parte da região sudeste 
e na região nordeste, predomina mesomaré; e, na região norte, macromaré. No 
litoral do Pará, as marés variam de 7 a 9 m de altura; na baia de Fundy (Nova 
Escócia), a oscilação da maré varia de 15 a 17 m.
10
GEOLOGIA AMBIENTAL
Fig. 04 - Tipos de marés quanto ao efeito 
combinado do Sol e a Lua.
As marés ao atingirem as praias, canais estuarinos, deltas e lagunas exercem 
importante papel no transporte e na deposição de sedimentos, carreando areia, 
e principalmente, lama em suspensão. As marés de vazante carreiam esses 
sedimentos em direção à praia, chegando a atingir grandes distâncias em mar 
aberto, enquanto as marés de enchente carreiam sedimentos do mar em direção 
ao continente. A penetração das marés nos continentes chega a alcançar grandes 
distâncias, sendo também a responsável pela mistura da água doce dos rios com 
a água salgada do mar, gerando a água salobra nos ambientes transicionais, 
como você estudou na Aula 08.
Correntes
As corrente costeiras ou litorâneas são geradas pela ação das ondas ao se 
aproximarem do continente e, consequentemente, da praia. Lembre-se de que as 
ondas, na zona costeira, são formadas quando o vento sopra sobre a superfície do 
mar. A presença dessas correntes também é influenciada pela morfologia da linha 
de costa, pela batimetria, pela presença de obstáculos submersos ou emersos, 
pela inclinação da praia, etc. Os principais tipos de correntes costeiras são as de 
deriva litorânea (longitudinais a praia) e as de retorno (transversais à praia).
As correntes de deriva litorânea são geradas quando as cristas das ondas 
chegam oblíquas (em ângulo) em relação à linha de costa, cujo sentido da corrente 
é definido pelo sentido do referido ângulo (Conferir a Figura 5). Segundo Muehe 
11
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
apud Guerra et al. (1995), ângulos a partir de 5° geram correntes com velocidades 
que variam de 0,3 a 1 m/s, suficientes para transportar grandes quantidades de 
sedimentos.
Fig. 05 - Transporte de sedimentos pela corrente de deriva 
litorânea ao longo da praia entre a zona de arrebentação 
e o limite superior de ação das ondas. α é o ângulo que a 
frente de onda faz com a praia.
No litoral leste do Rio Grande do Norte, as correntes de deriva fluem 
predominantemente na direção N-NW, devido à presença dos ventos alísios 
a sudeste. Porém, localmente e durante mudanças na direção dos ventos para 
nordeste, essas correntes podem inverter para sul. No litoral norte, a corrente de 
deriva se desloca para oeste. Costa Neto (1995) registrou na Ponta do Tubarão, no 
município de Macau-RN, ângulos médios da frente de onda chegando à praia a 
24º para oeste, gerando uma corrente de deriva litorânea na ordem de 163 cm/s 
e, consequentemente, um transporte longitudinal na ordem de 3.000 m3/dia, 
considerando uma altura de onda de 0,75 m.
As correntes de retorno são geradas pela chegada de ondas à praia com 
direções convergentes que, ao se encontrarem, retornam em direção ao mar 
como uma forte corrente (Conferir a Figura 6), geralmente com velocidades 
médias acima de 2 m/s. Geralmente, essa convergência se deve a variações 
na inclinação da praia. Na praia de Búzios (Nísia Floresta-RN), ocorrem fortes 
correntes de retorno que, associadas com ondas de altura significante, provocam 
frequentemente acidentes com banhistas.
12
GEOLOGIA AMBIENTAL
Fig. 06 - Corrente de retorno e seus elementos (boca, pescoço e 
cabeça).
A composição dos sedimentos costeiros varia conforme a sua fonte. A maioria 
das praias brasileiras é constituída por sedimentos arenosos, de composição 
quartzosa (Conferir a Figura 7), mas ocorrem também praias lamosas, areno 
lamosas e cascalhosas. Muitas praias arenosas apresentam minerais pesados 
(magnetita, ilmenita, rutilo, zircão, etc) na sua composição.
A zona costeira é fortemente afetada por transformações ambientais 
decorrentes da ação dos fenômenos naturais como ondas, correntes, marés, 
chuvas etc. Entretanto, as atividades antrópicas nessa zona incrementam de 
sobremaneira essas transformações, estabelecendo ou acelerando o processo de 
erosão costeira que você estudou na Aula 06. Porém, essas atividades também 
trazem benefícios à economia local e do país, por exemplo: indústria do petróleo 
e gás, indústria salineira, turismo, portos, pesca, aquicultura (carcinicultura e 
piscicultura), dentre outros.
Fig. 07 - Praia arenosa de composição quartzosa no 
município de Galinhos-RN. 
13
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
Com o objetivo de implantar uma política nacional de uso e ocupação 
da zona costeira brasileira, de forma a conduzir a sua sustentação natural e 
socioeconômica, em 2002, foi idealizado pelo Ministério do Meio Ambiente o 
Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima, o Projeto Orla, o qual deve ser 
executado em todos os municípios costeiros. Para conhecê-lo, acesse em Leituras 
Complementares o arquivo “Projeto Orla: Fundamentos para a Gestão Integrada”.
ATIVIDADE 01
1. Pesquise como as ondas transportam os 
sedimentos na praia durante os períodos de 
inverno e verão.
2. Pesquise sobre a ação das correntes de 
maré vazante e enchente no transporte de 
sedimentos na praia e nos estuários.
3. Pesquise e explique como se movimentam os sedimentos 
arenosos na face de praia, devido à presença das correntes de 
deriva litorânea e de retorno.
ÁGUAS OCEÂNICAS
A circulação oceânica se deve principalmente ao atrito dos ventos na 
superfície oceânica e à variação de densidade da água. Os ventos são mais 
importantes na formação de correntes superficiais, enquanto a variação de 
densidade é mais importante na formação de correntes de fundo ou oceânicas, 
cuja circulação é denominada de termohalina. As correntes superficiais sofrem 
influência da temperatura, da salinidade e da densidade. No Hemisfério Norte, as 
correntes giram no sentido horário, enquanto que, no Hemisfério Sul, giram no 
sentido anti-horário (Conferir a Figura 8).
14
GEOLOGIA AMBIENTAL
Fig. 08 - Principais correntes superficiais frias (setas azuis) e quentes 
(setas vermelhas) nos oceanos ao redor do mundo .
As correntes superficiais classificam-se em: Correntes de oceano aberto 
(possuem velocidades de 3 a 6 km/dia e se estendem de 100 a 200 m abaixo 
da superfície do mar. Exemplos: Pacífico Norte, Atlântico Norte e Atlântico Sul); 
Correntes da borda oeste (estreitas e profundas/≈ 1.000 m, velocidade de 40 a 
120 km/dia. Exemplos: do Golfo, Kuroshio/Japão, Corrente do Brasil e Leste da 
Austrália); Correntes da borda leste (mais largas e possuem velocidade de 3 a 
7 km/dia. Exemplos: da Califórnia e das Canárias) e Contra corrente equatorial 
(caracterizada pelo retorno parcial para lestedas águas carregadas para oeste 
pelas correntes ao norte e ao sul do Equador) (Conferir a Figura 8).
As correntes de fundo são geradas pela circulação termohalina global a 
uma profundidade média de 5.000 m. A topografia de fundo, principalmente 
em altas latitudes, também é importante na formação dessas correntes, além 
da temperatura e da salinidade. As correntes mais frias e mais densas ocorrem 
predominantemente em maiores profundidades.
A circulação oceânica depende da morfologia do fundo oceânico, o qual 
é dividido em duas regiões: a margem continental e a bacia oceânica (Conferir 
a Figura 9). Segundo a teoria da tectônica de placas, existem dois tipos de 
margem continental, a saber: tipo Atlântico ou de margem passiva e tipo Pacífico 
ou de margem ativa, as quais são constituídas por coberturas sedimentares e 
apresentam as seguintes feições fisiográficas do continente em direção ao mar 
aberto: plataforma continental, talude continental e elevação ou sopé continental 
(Conferir a Figura 10).
15
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
Fig. 09 - Margem continental tipo Atlântica e bacias oceânicas.
A plataforma continental é a zona de inclinação suave, sem grandes variações 
de relevo, que se estende da linha de costa até o ponto onde ocorre considerável 
aumento na inclinação do fundo oceânico, denominado de quebra da plataforma 
(Conferir a Figura 10), em média, a 135 m de profundidade, com largura média 
de 70 km. No Rio Grande do Norte, ocorre aproximadamente entre 50 e 60 m 
de profundidade, distando cerca de 30 a 40 km da linha de costa (COSTA NETO, 
1997). Na plataforma continental externa do Rio Grande do Norte (tipo Atlântica), 
a Corrente Norte do Brasil (CNB), um ramo da Corrente Equatorial Sul (CES), 
alcança velocidade acima de 230 cm/s fluindo para W (DHN, 1977 in Silva, 1991).
Fig. 10 - Perfil longitudinal mostrando as províncias fisiográficas marinhas. 
A esquerda da cadeia ou dorsal meso-oceânica (CMO) é uma margem tipo 
Atlântica (plataforma, talude e elevação continental), a esquerda da CMO é 
uma margem tipo Pacífica (trincheiras e arcos vulcânicos associados).
O talude continental é a zona que vai da borda da plataforma continental, cuja 
profundidade cai rapidamente de 100-200 m para 1.500-3.500 m (Conferir a Figura 
10). É uma zona relativamente estreita, geralmente menor que 200 km de largura, 
com um relevo íngreme, geralmente sem apresentar grandes escarpamentos. 
A elevação ou Sopé Continental é a província fisiográfica que ocorre entre o 
talude continental e as bacias oceânicas (Conferir a Figura 10). Apresenta largura 
entre 100 e 1.000 km, sendo marcada por um gradiente suave em direção ao mar 
aberto e relevo local geralmente menores que 40 m.
A bacia oceânica inicia-se logo após a margem continental, sendo subdividida 
nas seguintes sub-províncias: abissal, província de colinas abissais, cadeia meso-
16
GEOLOGIA AMBIENTAL
oceânica, trincheira/fossa oceânica e montes submarinos (Conferir a Figura 10).
O fundo oceânico é constituído por sedimentos e rochas vulcânicas. Os principais 
sedimentos são de origem terrígena (litogênicos, fragmentos de rochas), biogênica 
(matéria orgânica), hidrogênica (elementos dissolvidos na água) e cosmogênica 
(originados do espaço). A Figura 11 mostra a distribuição dos sedimentos 
marinhos nos principais oceanos da Terra.
Fig. 11 -Distribuição dos sedimentos oceânicos nos Oceanos Atlântico, 
Pacífico, Índico e média em todos os oceanos.
Os sedimentos terrígenos ocorrem até as profundidades inferiores a 500 m, 
enquanto, acima dessas profundidades, predominam sedimentos biogênicos e 
argilas pelágicas, além de pequenas quantidades de sedimentos terrígenos.
Sobre a superfície do fundo oceânico e abaixo dele ocorrem importantes 
reservas minerais. Sobre o fundo oceânico existem grandes concentrações de 
nódulos polimetálicos com importantes concentrações de ferro, manganês, 
cobre, níquel, cobalto e molibdênio (planície abissal), além das coberturas de 
algas calcárias na plataforma continental. Nas camadas sedimentares abaixo do 
fundo oceânico, ocorrem importantes reservas de petróleo e gás, além de sal 
gema.
Da mesma forma que o ambiente costeiro, o ambiente oceânico também sofre 
alterações ambientais de origem natural e provocadas pelo homem. A indústria 
petrolífera tem provocado sérios danos ambientais ao ambiente oceânico, seja na 
contaminação das águas e dos sedimentos de fundo, bem como na mortandade 
da fauna e da flora. 
Nos últimos anos, ocorreram grandes vazamentos de petróleo em poços 
no fundo oceânico, em plataformas de extração, em oleodutos ou durante o seu 
transporte em navios. Um dos mais recentes vazamentos de petróleo na costa 
brasileira ocorreu em um poço da empresa petrolífera americana Chevron, no 
Campo do Frade, na Bacia de Campos, em novembro de 2011 e em março de 2012, 
de onde vazaram 3.700 barris de óleo. Muitas vezes, o produto desses vazamentos 
chega até a zona costeira e provoca grandes danos aos seus constituintes vivos 
e não vivos.
17
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
ATIVIDADE 02
1. Pesquise e explique como ocorre o 
aquecimento da água oceânica.
2. Explique como se formam as correntes 
superficiais e de fundo oceânico.
3. Pesquise e descreva as características morfológicas, geológicas 
e oceanográficas da plataforma continental do Rio Grande do 
Norte.
LEMBRE-SE
Glossário
Argilas pelágicas são argilas vermelhas acastanhadas que ocorrem nas 
bacias oceânicas e são constituídas de minerais de argila, grânulos cósmicos, 
poeiras vulcânicas e micronódulos de ferro e manganês.
Batimetria é a representação da variação de profundidade em um 
determinado corpo aquoso (oceano, lago, lagoa, laguna etc.). Tomando como 
referência o nível médio dos mares, a batimetria apresenta relevo negativo, 
enquanto a relevo topografia é positivo.
Carcinicultura é a atividade de cultivo de camarão em cativeiro.
Carga de fundo é o volume de sedimentos grossos, geralmente de 
granulometria igual ou superior a da areia, que é transportada por um fluxo 
hidráulico no leito ou fundo do canal por arrasto, tração e saltação.
Circulação termohalina é a circulação da água oceânica profunda, devido 
à variação da densidade da água do mar e da variação de temperatura, que é 
controlada pela sua gradiente entre os polos e o Equador. Em altas latitudes, a 
densidade da superfície da água é menor que em baixas latitudes; a diminuição 
da densidade próximo ao fundo do mar faz com que ocorram correntes profundas 
que vão para o equador e para cima, provocando as ressurgências.
Lei da Gravitação Universal foi formulada pelo físico inglês Sir Isaac Newton 
e diz que existe uma força de atração entre dois corpos que depende diretamente 
18
GEOLOGIA AMBIENTAL
do produto das suas massas (m1 e m2) e inversamente do quadrado da distância 
(d) que os separam, multiplicado pela Constante de Gravitação Universal (G), é 
igual a 6,67x1011 Nm2/kg2. Matematicamente, essa Lei é definida por: F = G ((m1 
x m2) / d2).
Nódulos polimetálicos são nódulos formados por óxido e sulfuretos de 
cobre, níquel e manganês com peso entre alguns gramas e uma centena de 
quilogramas que ocorrem no oceano Pacífico.
Piscicultura é a atividade de cultivo de peixe em cativeiro.
PSU (Practical Salinity Units) ou Unidades Práticas de Salinidade é a unidade 
adimensional utilizada em oceanografia para determinar a salinnidade das águas, 
a qual é determinada com base na relação direta entre a condutividade elétrica 
da água do mar e a sua salinidade.
Teoria da tectônica de placas foi proposta pelo meteorologista alemão 
Alfred Wegener em seu livro “A Origem dos Continentes e Oceanos”, de 1915, no 
qual postula que, há aproximadamente 200 milhões de anos (Triássico), havia um 
supercontinente, que denominou de “Pangea”, onde todas as massas continentais 
existentes estavam concentradas e que começou a fraturar-se, iniciando o seu 
movimento até a configuração atual. Wegener baseou sua teoria na forma dos 
continentes eem evidências geológicas similaridades entre as rochas, estruturas 
geológicas e os fósseis encontrados no Brasil e na África.
Vazas são sedimentos finos formados nas bacias oceânicas por acumulações 
de organismos com carapaças calcárias (foraminíferos e algas calcárias) e silicosas 
(diatomáceas e radiolários).
Zona de arrebentação é zona próxima à praia onde as ondas arrebentam 
devido à diminuição da profundidade, do gradiente do fundo e da geometria da 
onda. Zonas distantes da praia podem ocorrer arrebentação, caso existam bancos 
ou recifes submersos.
19
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
RESUMINDO
Nessa aula, você aprendeu sobre as 
propriedades da água oceânica e como influenciam 
a circulação oceânica. Estudou, também, que a 
hidrodinâmica na zona costeira é controlada pelas 
ondas, correntes e marés e que, juntamente com as 
atividades antrópicas, aceleram o processo erosivo. 
Você conheceu a variação de morfologia da zona 
costeira, principalmente, o ambiente de praia, local 
onde ocorrem os intensos fenômenos de erosão.
Você pode perceber que o aumento da 
profundidade do mar indica mudança dos agentes 
dinâmicos e dos processos atuantes, característicos 
do ambiente oceânico, onde prevalecem as ações 
dos ventos, da temperatura e da densidade da 
água, gerando as correntes superficiais e de fundo. 
Essas correntes atuam nas províncias fisiográficas 
da plataforma, talude e sope continental, além 
das bacias oceânicas, provocando a formação e a 
distribuição dos sedimentos de fundo.
Além disso, você estudou que os ambientes 
costeiro e oceânico possuem importantes recursos 
minerais e que a sua explotação pode ocasionar 
sérios danos ambientais.
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GEOLOGIA AMBIENTAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o Projeto Orla, idealizado 
pelo Ministério do Meio Ambiente em 2002, acesse 
em Leituras Complementares o arquivo “Projeto 
Orla: Fundamentos para a Gestão Integrada”.
AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS
1. Escolha uma das praias apresentadas a 
seguir e pesquise sobre os fenômenos de erosão 
atuantes (características geológicas, oceanográficas, 
topográficas etc) e os projetos de recuperação 
instalados (aterro hidráulico, gabiões, molhe etc): 
Miami Beach/USA, Copacabana/RJ e Iracema/CE.
2. Escolha um dos temas apresentados, 
pesquise e descreva sobre os impactos ambientais 
nos oceanos causados pela exploração de petróleo 
e gás, pela instalação de parques eólicos e pela 
pesca oceânica.
21
ÁGUAS COSTEIRAS E MARINHAS
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
COSTA NETO, Leão Xavier. Evolução geológica geomorfológica recente da 
plataforma interna ao largo do delta do rio Açu, Macau-RN. Dissertação de 
Mestrado, Universidade Federal Fluminense-LAGEMAR, 1997. 213 p.
GUERRA, Antônio José Teixeira e CUNHA, Sandra Baptista. Geomorfologia: Uma 
atualização de bases e conceitos. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand do Brasil S.A., 
1995. 472 p.
SILVA, Cleverson Guizan. Holocene Stratigraphy and Evolution of the Açu River 
Delta, Rio Grande do Norte, State Northeastern Brazil. Tese de Doutorado in 
Dpto. of Geology in the Graduate School of Duke University, USA, 1991. 400 p.
SOUZA, Célia Regina de Gouveia. A Erosão nas Praias do Estado São Paulo: Causas, 
Consequências, Indicadores de Monitoramento e Risco. In: Bononi, V.L.R., Santos 
Junior, N.A. (Org.). Memórias do Conselho Científico da Secretaria do Meio 
Ambiente: a síntese de um ano de conhecimento acumulado. São Paulo: Instituto 
de Botânica – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2009. p.48-
69.
SOUZA, Célia Regina de Gouveia; SOUZA FILHO, Pedro Walfir M.; ESTEVES, SL.; 
VITAL, Helenice; DILLENBURG, S.R.; PATCHINEELAM, Soraia M. e ADDAD, J.E. 
Praias Arenosas e Erosão Costeira. In: C.R. de G. Souza et al. (eds.). Quaternário 
do Brasil. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2005. p. 130-152.
TEIXEIRA, Wilson; FAIRCHILD, Thomas Rich; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; 
TAIOLI, Fábio. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2ª 
ed., 2009. 623 p.
THURMAN, H.V. Introductory oceanography. Canadá: Macmillan, 6a ed., 1994. 
550 p.
 
LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 - Fonte: Souza (2009, p.5).
Fig. 02 - Fonte: Acervo pessoal do autor para uso exclusivo em sala de aula.
Fig. 03 -Fonte: Adaptada de http://www.cem.ufpr.br/praia/pagina/pagina.php?menu=ondas_tipos#.
Fig. 04 - Fonte: Adaptada de http://www.aprh.pt/rgci/glossario/mare.html
Fig. 05 - Fonte: Adaptada de http://www2.sunysuffolk.edu/mandias/38hurricane/geological_impact.
html.
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GEOLOGIA AMBIENTAL
Fig. 06 - Fontes: (a) Adaptada de http://www.pescadepraiabrasil.com.br/web/viewtopic.
php?f=20&t=2539. (b) http://www.praia.log.furg.br/rips/rips.htm.
Fig. 07 - Fonte: Google Earth (15/09/2013)
Fig. 08 - Fonte: After Svardrup et al. (1942 apud Thurman, 1994).
Fig. 09 - Fonte: Adaptada de Tarbuck e Lutgens (1991 apud Thurman, 1994).
Fig. 10 - Fonte: Adaptada de Tarbuck e Lutgens (1991 apud Thurman, 1994).
Fig. 11 - Fonte: Adaptado de After Sverdrup, Johson and Fleming (1942 apud Thurman, 1994).

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