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Aula 1 - Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiovascular

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ANATOMIA E FISIOLOGIA
FISIOTERAPIA CARDIOVASCULAR
Profª. Elisiane Tonon Marques
ANATOMIA DO CORAÇÃO 
Órgão muscular oco, em forma de cone, que funciona como uma bomba
contrátil propulsora, constituído por tecido muscular estriado cardíaco
• Localização:
- Tórax (mediastino) posteriormente ao esterno e à frente da coluna vertebral
- Base do coração - abaixo da 2ª costela
- Ápice - inclinada para frente e para baixo (lado esquerdo), apoiada no diafragma
• Tamanho: 12,5cm de comprimento e 9cm de largura
• Peso: 255 a 340g
Varia com: tamanho, idade, sexo e condicionamento físico do indivíduo
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Endocárdio: camada interna
Miocárdio: camada média
Pericárdio: camada externa
• Pericárdio - saco fibroso que circunda e protege o coração
- pericárdio fibroso: camada externa. Dispõe-se ao redor do
coração protegendo-o e, está ligado aos grandes vasos, ao diafragma e ao
esterno
- pericárdio seroso: 2 lâminas – parietal (reveste o lado interno do
pericárdio fibroso) e visceral (epicárdio – adere à superfície do coração)
Fisioterapia Cardiovascular
CAMADAS DO CORAÇÃO 
CAMADAS DO 
CORAÇÃO 
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
PERICÁRDIO 
FIBROSO 
2 átrios – câmaras receptoras
2 ventrículos – são bombas de força e potência
- Átrio direito (AD): chega VCS e VCI - recebe sangue desoxigenado que retorna
do corpo
- Ventrículo direito (VD): sai – tronco da a. pulmonar que bifurca-se em artérias
pulmonares direita e esquerda
- Átrio esquerdo (AE): chega 4 veias pulmonares - recebe sangue oxigenado dos
pulmões
- Ventrículo esquerdo (VE): sai – a. aorta
- septo interatrial: separa AD e AE
- septo interventricular: separa VD e VE
- Septo atrioventricular
CAVIDADES DO CORAÇÃO 
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Formada por tecido conjuntivo denso, com subdivisões incompletas,
chamadas de válvulas ou cúspides
O coração contém 4 valvas:
As valvas se abrem e se fecham em resposta às alterações da
pressão no interior das câmaras cardíacas que elas conectam
O fechamento das valvas gera as bulhas cardíacas
Duas atrioventriculares Duas semilunares
Valva atrioventricular D (tricúspide) Valva pulmonar
Valva atrioventricular E (bicúspide) ou mitral Valva aórtica
VALVAS 
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
SÍSTOLE 
VENTRICULAR
DIÁSTOLE 
VENTRICULAR
Fisioterapia Cardiovascular
• Grande circulação ou sistêmica 
• VE – CORPO – AD
• VD – PULMÃO – AE 
• Pequena circulação ou pulmonar
FLUXO SANGUÍNEO 
Fisioterapia Cardiovascular
• Artérias coronárias
situadas na superfície do coração, nutrem o músculo cardíaco com sangue
e oxigênio
- Óstio coronário:
Abertura na aorta que permite a passagem de sangue para as artérias
coronárias
*sístole - óstio coronário parcialmente recoberto pela valva aórtica
*diástole - óstio coronário está aberto permitindo a entrada de sangue nas
coronárias
APORTE SANGUÍNEO DO CORAÇÃO
Fisioterapia Cardiovascular
• Artéria coronária direita:
- Origina-se da aorta ascendente
- Irriga: AD, VD e superfícies inferior e posterior VE
• Artéria coronária esquerda:
- Divide-se em dois ramos:
*artéria descendente anterior esquerda – irriga parede anterior VE
*artéria circunflexa esquerda – irriga as paredes laterais VE, AE e porção
posterior VE
• Veias cardíacas:
Coletam sangue desoxigenado dos capilares do miocárdio
Junção das veias - seio coronário - leva o sangue de volta para o AD
APORTE SANGUÍNEO DO CORAÇÃO
Fisioterapia Cardiovascular
APORTE SANGUÍNEO 
DO CORAÇÃO
CORONÁRIAS
Fisioterapia Cardiovascular
SEIO 
CORONÁRIO
Fisioterapia Cardiovascular
Fisioterapia Cardiovascular
Eventos que ocorrem do início de cada batimento cardíaco até o início do
próximo, ou seja, consiste na SÍSTOLE e DIÁSTOLE ventricular.
DIÁSTOLE VENTRICULAR:
- ventrículos se relaxam e átrios se contraem
- abertura das valvas atrioventriculares
- valvas aórtica e pulmonar fechadas
SÍSTOLE VENTRICULAR:
- átrios se relaxam e enchem-se de sangue
- fechamento das valvas mitral e tricúspide
- abertura das valvas aórtica e pulmonar
- contração ventricular - sangue flui para o
sistema circulatório
Ciclo 
cardíaco
Contração 
ventricular 
isovolumétrica
Ejeção 
ventricular 
Relaxamento 
isovolumétrico
Enchimento 
ventricular 
Sístole atrial
↑ tensão ventricular 
Fechamento valvas AV
Abertura valvas aórtica e 
pulmonar
Fechamento valvas aórtica e 
pulmonar
Enchimento dos átrios
Abertura valvas AV
70% enchimento ventricular
Enchimento ventricular 
dos 30% restantes
FASE I
FASE II
FASE IIIFASE IV
FASE V
FASES DO CICLO 
CARDÍACO
Fisioterapia Cardiovascular
Quantidade 
de sangue
Coração 
Bombeada
Determinada
Quantidade 
de sangue
Átrio direito 
Chega 
LEI DO CORAÇÃO OU LEI DE FRANK-STARLING
Fisioterapia Cardiovascular
• KICK ATRIAL
Contração atrial – 30% do débito cardíaco
- Arritmias (fibrilação atrial) – podem provocar o desaparecimento do kick
atrial e posterior redução do débito cardíaco
- Taquicardia – há encurtamento da diástole e ↓ tempo de enchimento
ventricular – redução do débito cardíaco
LEI DO CORAÇÃO OU LEI DE FRANK-STARLING
Fisioterapia Cardiovascular
• Ciclo cardíaco – produz DÉBITO CARDÍACO (DC)
• Quantidade de sangue bombeada pelo coração em um minuto
DC = VS x FC
• VS (Volume Sistólico) = volume de sangue ejetado a cada contração ventricular
• FC (frequência cardíaca) = quantidade de batimentos cardíacos em um minuto
• Débito cardíaco normal: 4 a 8 l/minutos, dependendo do biotipo
Fisioterapia Cardiovascular
LEI DO CORAÇÃO OU LEI DE FRANK-STARLING
• Volume sistólico é influenciado por 3 fatores:
1- Pré-carga: é o estiramento das fibras cardíacas nos ventrículos, sendo
determinada pela pressão e pelo volume de sangue que permanece no ventrículo
esquerdo ao término da diástole
2- Pós-carga: é a pressão que o ventrículo esquerdo precisa exercer para
bombear sangue para a circulação. Quanto maior a resistência, mais o coração
trabalha para bombear sangue
3- Contratilidade: é a capacidade do miocárdio de se contrair. A
contratilidade é influenciada pela pré-carga. Quanto maior o estiramento, maior a
força de contração
LEI DO CORAÇÃO OU LEI DE FRANK-STARLING
Fisioterapia Cardiovascular
- Fatores que alteram o DC:
1- Eficácia do bombeamento do coração
2- Estimulação simpática e parassimpática
3- Afluxo de sangue para o coração – redução do retorno venoso
- DC durante o exercício:
Sedentários – 25 l/min
Atletas – 43 l/min
- Exercícios físicos intensos podem aumentar o DC de 6 a 7 vezes
- Essa habilidade do coração em aumentar sua capacidade funcional
chama-se Capacidade Cardíaca de Reserva
LEI DO CORAÇÃO OU LEI DE FRANK-STARLING
Fisioterapia Cardiovascular
• RETORNO VENOSO (RV)
Quantidade de sangue que chega ao coração no AD através das VCS e
VCI, em um determinado período de tempo L/min
• Durante o exercício físico o RV aumenta com a ajuda do:
- efeito da bomba muscular
- efeito da bomba respiratória
- efeito da resistência periférica
LEI DO CORAÇÃO OU LEI DE FRANK-STARLING
Fisioterapia Cardiovascular
• NERVO VAGO (X par dos nervos cranianos)
- Ação parassimpática ou colinérgica
Liberação de acetilcolina - redução da FC
- Ação simpática ou adrenérgica
Liberação de adrenalina - aumento da FC
AÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SOBRE O CORAÇÃO
Fisioterapia Cardiovascular
• A geração e a transmissão dos impulsos elétricos dependem de 4 características
das células cardíacas:
1- Automaticidade (cronotropismo): é a capacidade da célula de iniciar
espontaneamente um impulso (células marca-passo)
2- Excitabilidade (batmotropismo): é uma resposta da célula a um estímulo
elétrico
3- Condutividade (dromotropismo): é a capacidade que a célula tem de
transmitir um impulso elétrico para outra célula do coração
4- Contratilidade (inotropismo): contração celular após receber um estímulo
Fisioterapia CardiovascularTRANSMISSÃO DOS IMPULSOS ELÉTRICOS
• À medida que os impulsos são transmitidos, as células cardíacas apresentam
ciclos de despolarização e de repolarização
• Polarização: membrana em repouso, ou seja, não há atividade elétrica (carga
elétrica mais negativa dentro da célula)
• Despolarização: quando há movimento de íons (sódio e potássio) através da
membrana (passagem do impulso nervoso – potencial de ação)
• Repolarização: retorno ao seu estado de repouso
DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO
Fisioterapia Cardiovascular
• Fases do potencial de ação cardíaco:
Fase 0: despolarização rápida – a célula recebe um impulso e é
despolarizada
Fase 1: repolarização precoce – os canais de sódio se fecham
Fase 2: fase de platô – ocorre um período de repolarização lenta (o cálcio
continua a fluir para dentro da célula e o potássio continua a sair)
Fase 3: repolarização rápida – a célula retorna ao seu estado original (os
canais de cálcio se fecham)
Fase 4: fase de repouso – a célula repousa e se prepara para outro estímulo
DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO
Fisioterapia Cardiovascular
• Fases 1 e 2 e início da fase 3 - célula
cardíaca - período refratário absoluto -
nenhum estímulo consegue excitá-la
• Última metade da fase 3 - célula cardíaca -
período refratário relativo - estimulo muito
forte consegue despolarizá-la
• Fase 4 - célula pronta para outro estímuloCurva do potencial de 
ação cardíaco
Fisioterapia Cardiovascular
DESPOLARIZAÇÃO E REPOLARIZAÇÃO
- Nodo Sinoatrial (SA)
Situado na parede lateral superior do AD, abaixo do orifício da VCS. Neste
local é gerado o impulso rítmico normal
- Vias Internodais e feixe de Bachmann
Condutores do impulso do nodo sinoatrial para o nodo atrioventricular
- Nodo Atrioventricular
Situado na parte posterior e inferior do AD
Promove um retardo dos impulsos em 0,04s, antes de alcançar o feixe
atrioventricular
RITMICIDADE AUTOMÁTICA DO MÚSCULO CARDÍACO (Sistema de condução)
Fisioterapia Cardiovascular
• Transmissão no Sistema de Purkinje
As fibras de Purkinje saem do nodo atrioventricular e passam pelo
feixe atrioventricular para atingirem os ventrículos
*feixe atrioventricular (feixe de His) curva para baixo pelo septo
interventricular e se divide nos ramos direito e esquerdo
*cada ramo se distribui para diante em direção ao ápice, dividindo-se
em ramos cada vez mais delgados, retornando à base do coração
*o impulso uma vez atingindo esse feixe, ele se propaga rapidamente
por toda superfície endocárdica dos ventrículos
RITMICIDADE AUTOMÁTICA DO MÚSCULO CARDÍACO (Sistema de condução)
Fisioterapia Cardiovascular
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