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CONTABILIDADE E FINANÇAS PARA

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ADMINISTRAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS
CONTABILIDADE E FINANÇAS PARA 
EMPREENDEDORES
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1) Entender a importância e objetivos da Contabilidade e Finanças para empreendedores, destacando o conceito
básico de Contabilidade;
2) Conhecer os demonstrativos financeiros;
3) Analisar o balanço patrimonial;
4) Relacionar as demonstrações de resultados do exercício e de fluxo de caixa;
5) Compreender a Contabilidade de Custos e a análise das demonstrações contábeis.
Introdução
Nesta aula, apresentaremos a importância e objetivos da Contabilidade e Finanças para empreendedores,
destacando o conceito básico de Contabilidade, os demonstrativos financeiros, o balanço patrimonial, as
demonstrações de resultados do exercício e a demonstração de resultados de fluxo de caixa e a contabilidade de
custos e análise das demonstrações contábeis.
A tomada de decisões com implicações financeiras é uma constante na rotina de um empreendedor. Um sistema
de custos não fornece um resultado de aplicação final e imediata, porém se destina a proporcionar um conjunto
de dados e informações para suporte ao sistema decisório da empresa.
Buscaremos oferecer o instrumental necessário para reduzir os riscos de indecisão quanto ao volume de
produção e seus custos, e calcular o ponto de equilíbrio, a partir do qual a organização passa a auferir lucros.
Com este conteúdo o aluno irá se familiarizar com conceitos e pressupostos básicos da Contabilidade e Finanças
voltados para o processo decisório, possibilitando que adquira os conhecimentos para uma gestão de sucesso.
1 Contabilidade
Conceito: Contabilidade é uma ciência que controla a situação patrimonial da organização, a sua evolução e os 
instrumentos usados na tomada de decisões. Desta forma, permite manter o controle permanente do patrimônio
da empresa.
É a coleta, registro, processamento e interpretação de informações financeiras para a tomada de decisões.
Destaca-se que a tomada de decisões com implicações financeiras é uma constante na rotina de um
empreendedor.
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 O objetivo da Contabilidade é permitir que cada grupo de partes interessadas possa avaliar a situaçãoObjetivo:
econômico-financeira da empresa, em um determinado momento, bem como as tendências. Para cumprir este
objetivo, a Contabilidade produz relatórios contábeis e demonstrações financeiras, com informações resumidas e
ordenadas.
Os usuários internos utilizam a Contabilidade com a finalidade de gestão.
Exemplos: Controle, planejamento e decisão.
Os usuários externos utilizam as informações contidas nos demonstrativos contábeis para a avaliação e decisão
de investimentos.
Exemplos: Investidores (identificam a situação econômica e financeira da empresa); fornecedores de crédito
(avaliam a capacidade de pagamento da empresa); e bancos (usam esta informação para aprovação de
empréstimos).
Há regras de aplicação geral que orientam os procedimentos e práticas da Contabilidade. Essas regras
uniformizam e orientam a produção e avaliação da qualidade dos relatórios contábeis. As regras são
postulados, princípios contábeis e convenções.
2 Postulados
Entidade contábil
O postulado da entidade visa distinguir o patrimônio e as operações da empresa do patrimônio e das operações
de seus proprietários ou sócios.
Continuidade
Significa que a empresa será tratada como empreendimento em andamento, sem fim determinado. Esse
postulado é utilizado para a avaliação monetária dos bens da empresa.
3 Princípios contábeis
1 - Denominador comum monetário
Determina que os itens que formarem os relatórios contábeis serão expressos na mesma moeda. Sem esse
princípio seria impossível agregar e somar o valor dos diversos itens das demonstrações contábeis.
2 - Custo histórico como base de valor
Os registros dos itens contábeis são efetuados com base no valor de aquisição. Esse princípio uniformiza a
mensuração dos fatos contábeis.
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3 - Realização da receita
A receita é reconhecida no período em que foi gerada, mesmo que a venda seja a prazo.
4 - Confrontação da despesa
Sempre que uma receita é realizada, necessariamente ocorrerá uma despesa para que ela seja possível. Essa
despesa será contabilizada no mesmo período em que a receita for contabilizada.
4 Convenções
Conservadorismo: Nas previsões de resultados, o contador, por precaução, sempre será conservador, evitando
criar expectativas otimistas que possam não se confirmar. Esse princípio sugere que os ativos e receitas estejam
contabilizados pelo menor valor, e as obrigações e despesas pelo maior valor.
Consistência: Sempre será utilizado o mesmo critério e regras para contabilizar um evento, evitando distorções
nas demonstrações contábeis de um período para outro.
Objetividade: Os eventos contábeis serão sempre registrados da maneira mais coerente e objetiva possível, com 
base em documentação hábil como notas fiscais, recibos, extratos bancários etc.
Materialidade: Na materialidade, as avaliações são, basicamente, de natureza quantitativa. A natureza da 
transação quase sempre afeta a resposta, ou seja, um item pode ser de valor insignificante no meio de transações
rotineiras, mas poderá ser importante se estiver ocorrendo pela primeira vez, em circunstâncias anormais.
5 Demonstrações financeiras
São relatórios que classificam e quantificam as contas de uma empresa. As mais utilizadas são o balanço
patrimonial, a demonstração de resultados do exercício e a demonstração do fluxo de caixa.
1- Balanço patrimonial
Mostra a situação econômico-financeira da empresa em uma determinada data. Apresenta também a evolução
do patrimônio, que é representado por bens, direitos e obrigações acumulados ao longo dos exercícios.
É constituído por duas colunas: a do ativo e a do passivo e patrimônio líquido, que se dividem em outras contas.
 Ativo: Parte positiva composta por bens e direitos da empresa. Representa a parte esquerda do gráfico
patrimonial. São itens de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente e representam benéficos
presentes ou futuros para a empresa.
Os bens são máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, ferramentas, veículos, instalações etc.
Os direitos são as contas e duplicatas a receber, ações, depósitos em contas bancárias e títulos de crédito.
• As contas do ativo estão organizadas de acordo com o respectivo grau de liquidez e divididas em •
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• As contas do ativo estão organizadas de acordo com o respectivo grau de liquidez e divididas em 
circulantes, de longo prazo e permanentes.
• Ativo circulante: São contas constantemente em giro, sendo que a conversão em dinheiro será, no 
máximo, no próprio exercício social (12 meses, em geral).
• Ativo realizável no longo prazo: São bens e diretos com vencimentos acima de 12 meses, ou seja, se 
transformarão em dinheiro no próximo exercício.
• Permanente: Bens e direitos que não se destinam à venda e têm vida útil longa. São utilizados em 
atividades operacionais da empresa.
 Passivo: Parte negativa composta pelas obrigações com terceiros. É também denominado de capital de terceiros
ou obrigações exigíveis. Representa a parte direita do gráfico patrimonial.
Exemplos: contas a pagar, fornecedores (a prazo), impostos a pagar e empréstimos.
• Passivo circulante: Obrigações assumidas para a realização de operações ou financiamentos obtidos. São 
obrigações exigíveis que serão liquidadas no próprio exercício social.
• Passivo exigível a longo prazo: Corresponde à obrigação que não foi classificada no passivo circulante 
em função do seu longo prazo. Obrigações liquidadas com prazo superior a um ano.
Patrimônio líquido: É a diferença entre o ativo e o passivo exigível. Essa diferença mede e avalia a situação da
empresa. Corresponde aos recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o capital
mais seu rendimento, lucros e reservas.
O investimento inicial dos proprietários é denominado capital. Havendo outras aplicações por parte dos
proprietários,será chamada de acréscimo de capital.
O patrimônio líquido também é acrescido com rendimentos resultantes do capital aplicado: o lucro.
2- Demonstração de resultado do exercício (DRE)
Apresenta a dinâmica dos resultados obtidos nas operações ao longo de um período, mostrando se houve lucro
ou prejuízo e como se chegou a esse resultado.
É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, geralmente de 12 meses.
Das receitas subtraem-se as despesas e indica-se o resultado: lucro ou prejuízo.
3- Demonstração do fluxo de caixa (DFC)
A DFC indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de tudo o que saiu.
Evidencia os fluxos de caixa gerados pela organização e mostra os fluxos gerados nas atividades operacionais,
nas atividades de financiamento e de investimento.
É uma demonstração dinâmica, que evidencia a movimentação do dinheiro.
Dentre as principais transações que afetam o caixa, podemos citar:
• Transações que aumentam o caixa: Integralização do capital pelos sócios ou acionistas (investimentos 
feitos pelos proprietários em dinheiro); empréstimos bancários e financiamentos; venda à vista e 
recebimento de duplicatas a receber; e venda de itens de ativo permanente.
• Transações que diminuem o caixa: Pagamento de dividendos aos acionistas; pagamento de juros e 
amortização da dívida; aquisição de item do ativo permanente; compra à vista e pagamento a 
fornecedores; e pagamentos de despesa/custo, contas a pagar e outros.
• Transações que não afetam o caixa: Depreciação, amortização e exaustão; provisão para devedores 
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• Transações que não afetam o caixa: Depreciação, amortização e exaustão; provisão para devedores 
duvidosos; e reavaliação de itens do ativo permanente.
6 Contabilidade de Custos
Preocupa-se com a mensuração do valor dos estoques da empresa. Fornece ao administrador a informação do
custo que a empresa teve para produzir um produto ou prestar um serviço.
A Contabilidade de Custos desempenha as funções de auxílio ao controle e à tomada de decisões.
Auxílio de controle: Fornece dados para a elaboração de padrões e orçamentos, que poderão ser comparados
com os custos e receitas a serem obtidos no futuro.
Auxílio à tomada de decisões: Fornece informações para a determinação do preço de venda e escolha do
fornecedor.
Diferença entre custo e despesa
Despesa é todo gasto, bem ou serviço consumido direta ou indiretamente, para a obtenção de receitas, ou seja, 
os gastos relativos à administração, às vendas e aos financiamentos.
Custo é todo gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, ou seja, os 
gastos relativos ao processo de produção.
Classificação dos custos
Fixos: Valores que se mantêm inalterados, dentro de certos limites, independentemente das variações da
atividade ou das vendas. Independem do nível de produção e vendas.
Exemplos: Salários, encargos, pró-labore, aluguel, honorários, tarifas e despesas administrativas (material de
consumo, água, energia, telefone etc.).
Variáveis: Valores que variam na mesma proporção das variações ocorridas no volume de produção ou outra
medida de atividade.
Exemplos: Consumo de matérias-primas, energia elétrica, impostos, mão-de-obra e comissões.
Diretos: Podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo. 
Exemplo: Embalagens utilizadas.
Indiretos: Custos que não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de
ser feita de maneira estimada.
Exemplo: Supervisão.
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7 Orçamento
É um plano financeiro utilizado para a previsão de receitas e despesas, que auxilia a Administração nas funções
de planejamento, execução e controle. Ele ordena e classifica os gastos previstos para um período, assim como as
entradas de recursos para cobri-los.
Para elaborar um orçamento, é necessário planejar atividades e uso de recursos, bem como seu custo, levando
em consideração as demonstrações financeiras já descritas (balanço patrimonial, DRE ou DFC) e a confrontação
entre a expectativa e o realizado em determinado período.
O orçamento não é uma ferramenta que restringe as decisões do empreendedor. Se surge uma oportunidade que
consumirá mais recursos, e essas ações não estiverem previstas, é melhor refazer o orçamento para avaliar o
impacto dessas escolhas no resultado da empresa.
8 Análise da situação econômico-financeira da empresa
Os índices ou indicadores econômico-financeiros mostram informações sobre solvência, endividamento, gestão,
lucratividade e desempenho do negócio. Os principais índices que um empreendedor poderá utilizar são:
Margem de lucratividade
Margem bruta: Mede, em termos percentuais, quanto sobrou da receita líquida da empresa depois de incorridos 
os custos de venda.
Margem bruta = Lucro bruto
Receita líquida
Margem líquida: Mede, em termos percentuais, quanto sobrou da receita líquida da empresa depois de
incorridos todos os custos e despesas.
Margem líquida = Lucro líquido
Receita líquida
Taxas de retorno
Retorno sobre o investimento total: Mede, em termos percentuais, a rentabilidade obtida na utilização dos 
ativos da empresa.
Retorno sobre o investimento total = Lucro líquido
Ativo total
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Retorno sobre o capital próprio: Mede, em termos percentuais, a rentabilidade obtida na utilização do capital
investido pelos sócios.
Retorno sobre o capital próprio = Lucro líquido
Patrimônio líquido
Ponto de equilíbro (Break-even point)
Indica a quantidade (ou receita) faturada quando a empresa não tem lucro nem prejuízo. É o ponto no qual a
receita originada nas vendas equivale à soma dos custos fixos e variáveis.
É muito importante para o empreendedor, que passa a enxergar em que momento seu empreendimento começa
a dar lucro ou prejuízo.
Ponto de equilíbrio = Custo fixo .
1 – (custo variável/receita total)
9 Pilares da boa gestão financeira
Segurança: Vou receber meu dinheiro de volta?
Rentabilidade: Quanto vou ganhar e quando?
Liquidez: É fácil transformar meu investimento em dinheiro?
Nunca esqueça:
O retorno financeiro é resultante de uma ação empreendedora muito bem planejada!
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Importância do planejamento e implantação do negócio;
• Guia para entender o processo de criação e identificação das etapas de implantação de um negócio de 
sucesso em um mercado competitivo.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Entendeu a importância e objetivos da Contabilidade e Finanças para empreendedores, destacando o 
conceito básico de Contabilidade;
• Conheceu os demonstrativos financeiros;
• Analisou o balanço patrimonial;
• Relacionou as demonstrações de resultados do exercício e de fluxo de caixa;
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• Relacionou as demonstrações de resultados do exercício e de fluxo de caixa;
• Compreendeu a contabilidade de custos e análise das demonstrações contábeis.
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	Olá!
	1 Contabilidade
	2 Postulados
	3 Princípios contábeis
	4 Convenções
	5 Demonstrações financeiras
	6 Contabilidade de Custos
	7 Orçamento
	8 Análise da situação econômico-financeira da empresa
	9 Pilares da boa gestão financeira
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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