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Pequenas Cirurgias - Ferimentos superficiais provocados e secundários

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Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 
8° fase – 2023.1 
Pequenas Cirurgias 
UCXXIII 
Ferimentos superficiais provocados e secundários
Conceito 
 Qualquer tipo de lesão que leve à perda de integridade 
tecidual 
 Provocada por agentes mecânicos, térmicos, químicos e 
bacterianos 
 Pode atingir a epiderme a derme, tecido subcutâneo, fáscia 
muscular 
 Expor estruturas profundas - ossos, vasos, vísceras 
Classificação 
Abertos: acometem a pele ou a mucosa e podem estar associados 
também a lesão do tecido celular subcutâneo, de músculos e 
aponeuroses, criando solução de continuidade do meio externo 
com o meio interno 
Fechados: a integridade da pele é mantida, podendo haver lesões 
sobre os órgãos internos, grandes vasos e músculos, que se 
caracterizam, à inspeção, como equimoses e hematomas 
Superficiais: acometem a pele (ou mucosas), o tecido celular 
subcutâneo, podendo atingir a aponeurose e até mesmo a 
musculatura, dependendo da sua localização, desde que não 
causem lesões a estruturas nobres como ossos, tendões, nervos, 
cartilagens, vísceras e vasos terminais 
Profundos: acometem os planos aponeuróticos e musculares que 
apresentam íntimo contato com estruturas nobres como ossos, 
nervos, cartilagens, grandes vasos ou artérias terminais, vísceras e 
tendões. 
Grau de contaminação: 
 Feridas limpas: sem sinais de contaminação e menos de 6 
horas até o atendimento. Fechamento por suturas. 
 Feridas contaminadas: sem indícios de infecção local e com 
mais de 6 horas até o atendimento. 
o Poderão ser fechadas por suturas após criterioso 
preparo do leito da ferida. 
o A prescrição de antibióticos está indicada em casos 
selecionados. 
 Feridas infectadas: intenso processo inflamatório e infeccioso. 
o A sutura não está indicada neste momento. 
o A infecção deverá ser tratada por antibióticos 
o Após controle da infecção - avaliar sutura 
Agente causador: 
Incisos: causados por instrumentos cortantes (navalha, vidro); 
bordas regulares, nítidas e lineares; 
Contusos: objetos que não possuem ponta – contundentes;por 
exemplo: pedra ou barra de ferro, cassetete. A força do impacto a 
responsável pela solução de continuidade da pele.Bordas 
irregulares e retraídas, além de apresentarem pontes dérmicas. 
Escoriações são ferimentos contusos superficiais 
Perfurantes: agente causador apresenta extremidade pontiagudo. 
Ex. pregos, agulhas e alfinetes. Profundidade maior que seu 
diâmetro, podendo ser superficiais ou profundos. 
Perfuroincisos: instrumentos perfurocortantes, que apresentam 
gume e ponta. Ex. peixeiras e punhais. 
Perfurocontusos: objetos que são perfurocontundentes; por 
exemplo: projétil de arma de fogo 
Cortocontusos: dois ou mais ângulos. Bordas irregulares e pontes 
de tecidos. Ex. dentes, enxada e machado 
Traumáticas: abordagem inicial 
Anamnese: 
 Determinar o tempo do trauma: toda ferida é considerada 
contaminada após 6 horas do trauma. 
 Determinar o mecanismo do trauma. 
 Verificar a presença de comorbidades que podem afetar a 
cicatrização: hipertensão arterial, diabetes mellitus, uso de 
corticoide e imunossupressores e uso de ácido acetilsalicílico 
(AAS) e anticoagulantes. 
 Pesquisar a situação vacinal – Profilaxia do tétano 
 Menores de idade devem estar acompanhados pelos pais ou 
um responsável maior de idade durante todas as etapas do 
atendimento na unidade de saúde. 
Exame físico: 
 Avaliar a presença de dor, parestesia e perda de função. 
 Avaliar a extensão e a profundidade da lesão. 
 Avaliar o grau de contaminação, examinando minuciosamente 
o leito da ferida à procura de corpos estranhos. 
 Avaliar a presença de lesão nervosa, vascular, de tendões, 
ósseas (com fratura exposta ou não) e de cartilagens. 
Exame de imagem: 
 Suspeita de fratura - Raio X 
 Trauma fechado - USG, TC 
Tratamento: A abordagem da ferida deve ser realizada sob técnica 
asséptica. O médico deve se paramentar com gorro e máscara, 
lavar as mãos e calçar luvas estéreis. 
 Analgesia via oral 
 Lavar a ferida com água e sabão (degermante) 
 Antissepsia – clorexidine 
 Colocar campo 
 Anestesia 
 Lavar a ferida com jato de soro (˜250ml) + Clorexidine (se 
necessário) 
Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 
8° fase – 2023.1 
 Hemostasia 
 Desbridamento e retirada de corpo estranho 
 Sutura 
 Curativo 
 Orientações 
Os ferimentos são considerados contaminados quando o tempo de 
trauma ultrapassa 6 horas (golden period) até a abordagem 
cirúrgica e/ou apresente sujidade no leito da lesão. Os ferimentos 
contaminados podem ser suturados após receber cuidados 
especiais de limpeza do leito da ferida. Exceção reservada aos 
ferimentos perfurantes (projétil de arma de fogo e prego), que 
mesmo nas situações em que não apresentem sinais de 
contaminação, não devem ser suturados, porque estes 
instrumentos levam partículas potencialmente contaminadas para 
a profundidade da lesão. 
Orientações e receita: 
 Curativo: retirar após 24h 
 Analgésicos simples 
 Antibioticoterapia – indicações: extremos de idade; presença 
de comorbidades; características da ferida: profundidade, 
configuração e tamanho; fraturas ou lesões nas articulações; 
ferimentos envolvendo tendões ou cartilagens; feridas que 
são grosseiramente contaminadas e não podem ser 
adequadamente limpas; feridas e lesões por esmagamento; 
mordeduras por animais; ferimentos em cavidade oral; tempo 
de trauma muito alongado (> 18 horas); pacientes com 
prótese valvar ou ortopédica. 
 Vacina anti tetânica: 3 doses ou mais, sendo a última dentro 
de um período de 10 anos, não é necessário se fazer reforço. 
 Em casos de mordedura por cães e gatos � avaliar necessidade 
de vacina anti-rábica 
 Retirar os pontos em 7-14 dias 
Úlceras secundárias crônicas 
Úlcera de pressão: 
 Área localizada de necrose celular 
 Resulta da compressão de tecido mole: Superfície dura ou 
Proeminência óssea (sacral/calcâneo) 
 Acamados ou com redução da mobilidade 
 Mal nutridos 
 
Úlceras vasculares – venosas: 
 Membros inferiores 
 Pouca mortalidade, alta morbidade (desconforto) 
 Alta taxa de recidiva 
 Crônica 
 Características: borda irregular, superficial no início, mas 
podendo se tornar profunda, com bordas bem definidas e 
comumente com exsudato amarelado; é rara a presença de 
tecido necrótico e exposição de tendões. 
 Hiperpigmentação ao redor da ferida 
 Edema 
 Dor pior ao final do dia e melhora com elevação do membro 
 LATERAL 
Úlceras vasculares – arteriais: 
 Associada a isquemia do membro - DAOP, tromboangeíte, 
trombose arterial 
 Geralmente distais 
 Muito dolorosas - dor piora com elevação do membro 
 Profundas, necróticas, mal cheirosas, bordas bem definidas 
 MEDIAL

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