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Profa. Dra. Vânia Lamônica UNIDADE I Educação Alimentar e Nutricional Início da Educação Alimentar no Brasil – Década de 1930 Aumento da industrialização. Instituição das leis trabalhistas. Definição da cesta básica. Estudos de Josué de Castro. Surgimento dos visitadores de alimentação. Anos 1970, 1980 e 1990 – EAN era desprestigiada. Final dos anos 1990 – foco na promoção de práticas alimentares saudáveis e modo de vida saudável. Anos 2000 – EAN ganha relevância com a implementação do Programa Fome Zero. 1. Histórico da Educação Alimentar e Nutricional no Brasil Campanhas publicitárias. Temas em EAN no currículo escolar do primeiro grau. Normatização para comercialização de alimento. Ações de alerta para aprimoramento na rotulagem de alimentos. Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – Lei n. 11.947/2009. Pnan (Política Nacional de Alimentação e Nutrição). 1. Histórico da Educação Alimentar e Nutricional no Brasil Fonte: https://www.gov.br/cidadania/pt-br Destaques na Pnan: Incentivo ao aleitamento materno. Socialização do conhecimento sobre alimentos, alimentação e problemas nutricionais. Temas sob a perspectiva do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Processos educativos considerando os diferentes espaços geográficos, econômicos e culturais. Disciplinamento da publicidade de produtos alimentícios infantis. Acompanhamento e monitoramento de práticas e marketing de alimentos. Elaboração de material para formação e orientação alimentar para profissionais da saúde. 1. Histórico da Educação Alimentar e Nutricional no Brasil Fonte: BRASIL. PNAN (2013). Artigo 2º, da Lei n. 11.346, de 15 de setembro de 2006, estabelece sobre Direito Humano à Alimentação Adequada: 2. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para políticas públicas “A alimentação adequada é o direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população” (BRASIL, 2006, p. 2). Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) Fonte: https://www.gov.br/cidadania/pt-br Sustentabilidade social, ambiental e econômica. Planejamento, avaliação e monitoramento de ações. Comida e alimento como referências; valorizar a culinária como prática emancipadora. Intersetorialidade. Abordar o sistema alimentar em sua integralidade. Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando legítimos diferentes saberes. Educação como processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa das pessoas. Diversidade no cenário de práticas. Promoção do autocuidado e da autonomia. 2. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para políticas públicas Princípios norteadores do marco de EAN: O que é comportamento? De acordo com Skinner (1957), comportamento é um conjunto de ações que derivam de múltiplas causas. Causas sociais Causas biológicas Causas ambientais O que é comportamento alimentar? Segundo Houaiss e Villa (2009), comportamento alimentar é um conjunto de condutas, procedimentos e ações ligadas ao ato de comer que decorrem da relação do indivíduo ou dos grupos com o ambiente no qual se inserem. 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image Escolhas alimentares: Rozin (2006) descreve escolhas alimentares como: a seleção e o consumo de alimentos e bebidas, considerando o que, como, quando, onde e com quem as pessoas comem e bebem. Determinantes das escolhas alimentares: Determinantes biológicos. Determinantes psicológicos. Determinantes sociais. Determinantes culturais. 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Determinantes biológicos Focam-se nos mecanismos fisiológicos que explicam o que se passa no corpo e no cérebro quando ocorre uma escolha alimentar. 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image Determinantes psicológicos Envolvem as experiências da psicologia individual que se desenvolvem a partir da relação da pessoa com pais, amigos, colegas de trabalho, mídia e publicidade que geram todos, alguma forma de aprendizado e que, no final, influenciarão as preferências alimentares do indivíduo. Determinantes culturais São ligados às preferências culturais do grupo no qual se insere o indivíduo e em acordo com as diferentes fases da vida, além de depender dos custos dos alimentos e atitudes ligadas à comida para aquela cultura. Determinantes sociais Consideram as influências sociais sobre a escolha alimentar, sendo elas as ligadas aos aspectos demográficos, tais como sexo, renda, escolaridade, localização geográfica do indivíduo ou grupo, assim como as influências sobre a escolha alimentar que ocorrem para cultura. 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image O processo de escolha alimentar ao longo do curso de vida: 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Fonte: adaptado de: Devine et al. (1998). Sociedade, cultura, economia, governo etc. (chamados de macrocontextos) Transições iniciais Momentos marcantes iniciais Últimas transições Últimos momentos marcantes Escolha alimentar atual Famílias, amigos, escola, trabalho, comunidade etc. (chamados de microcontextos) Tempo Atitudes alimentares As atitudes alimentares, de maneira geral, são uma avaliação que cada indivíduo ou um grupo de pessoas realiza em relação aos aspectos favoráveis e desfavoráveis em relação ao alimento ou a comportamentos alimentares (AJZEN e FISHBEIN, 1977). 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image Componente cognitivo: diz respeito às avaliações (favoráveis ou não) do indivíduo ou grupo, ligadas às crenças e ao conhecimento em relação à comida e ao comer. 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Atitudes alimentares Componente afetivo: diz respeito às avaliações (favoráveis ou não) do indivíduo ou grupo, ligadas ao afeto (humor, emoções e sentimentos) em relação à comida e ao comer. Componente volitivo: refere-se a uma predisposição a ir de acordo com as cognições (crenças e conhecimentos) e afetos no que diz respeito à comida e ao comer. Hábitos alimentares Hábito alimentar pode ser, de maneira objetiva, definido como um conjunto de costumes e forma de comer de uma pessoa ou de uma comunidade e que ocorre de maneira geral, inconscientemente. Inconscientemente porque se constitui por regras alimentares que vão se tornando mecânicas na medida em que o indivíduo as repete (ALVARENGA; PHILIPPI, 2011). 3. Comportamento, escolhas, atitudes, hábitos alimentares e seus determinantes: aplicações em educação alimentar e nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image A EAN, embora seja de grande importância na promoção da saúde, nem sempre recebeu incentivos governamentais para sua implementação junto à população. A EAN só ganhou notoriedade e relevância após algumas ações importantes. Entre as alternativas abaixo, assinale qual delasmenciona o fato que favoreceu o incremento da EAN no Brasil: a) Os “visitadores de alimentação” na década de 1930. b) A definição da cesta básica brasileira. c) A implementação do programa governamental “Fome Zero”. d) Os estudos científicos de Josué de Castro. e) O aumento da industrialização no país. Interatividade A EAN, embora seja de grande importância na promoção da saúde, nem sempre recebeu incentivos governamentais para sua implementação junto à população. A EAN só ganhou notoriedade e relevância após algumas ações importantes. Entre as alternativas abaixo, assinale qual delas menciona o fato que favoreceu o incremento da EAN no Brasil: a) Os “visitadores de alimentação” na década de 1930. b) A definição da cesta básica brasileira. c) A implementação do programa governamental “Fome Zero”. d) Os estudos científicos de Josué de Castro. e) O aumento da industrialização no país. Resposta 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image Comportamento alimentar é algo complexo Restringir ações de educadores nutricionais e programas de educação alimentar e nutricional a enfoques estritamente biologicistas e prescritivos, sem considerar o como fazer, é uma abordagem a ser questionada. Pedagogia tradicional Pedagogia tecnicista A partir dos anos 2000 despontam as abordagens pedagógicas ativas (dialógicas). Essas abordagens consideram não só os aspectos biológicos do alimento e do comer que gerariam ações apenas prescritivas, mas também as dimensões culturais e históricas da comida e do comer. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Desenvolvimento da capacidade de questionamento e compreensão crítica da realidade, que coloca o indivíduo que faz escolhas alimentares em uma situação ativa de interpretação do mundo, daquilo que o cerca e impacta em sua forma de comer. As mudanças alimentares que ocorrem por vontade da própria pessoa (e que dependerão também do aumento da autonomia). 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Tendências liberais Tecnicista Tradicional Renovada Considera que os indivíduos têm funções específicas na sociedade que são determinadas por suas características pessoais; Valoriza oportunidades para todos, mas sem considerar as disparidades socioeconômicas existentes na sociedade; Tem caráter individualista e com valorização de conquistas dos indivíduos, mas de maneira separada dos contextos sociais e disparidades existentes na sociedade. Pressupostos comuns das correntes pedagógicas liberais: 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Tendências progressistas Pedagogia crítico-social dos conteúdos voltada ao desenvolvimento de senso-crítico do aluno na medida em que ele é exposto a situações de sua realidade. Pedagogia dialógica tem como fundamento a ideia de que a educação é geradora de indivíduos conscientes e que provocam transformações na estrutura social em que vivem. Fonte: https://pixabay.com/pt/image Teorias de mudança de comportamento Teorias comportamentais Modelos de crenças em saúde Teorias da motivação para proteção Teoria do comportamento planejado Teoria cognitiva Modelo transteórico da mudança 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Técnicas comportamentais Entrevista motivacional Comer intuitivo Comer com atenção plena (Mindful Eating) Aconselhamento nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: adaptado de: Conner e Armitage (2006). Modelos de crença em saúde Percepção de suscetibilidade à doença Percepção de gravidade da doença Motivação para ação Percepção de benefícios para saúde Percepção de barreiras Ação Gatilhos para ação Teoria da motivação para a proteção 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: adaptado de: Shepherd et al. (2006). Percepção de vulnerabilidade/ gravidade Adaptação ou não adaptação do indivíduo à situação Capacidade de enfrentamento (e.g., autoeficácia) Motivação para proteção Proteção da saúde Teoria do comportamento planejado 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: adaptado de: Fishbein e Ajzen (1975). Atitudes Normas sociais Autoeficácia Intenções Comportamento Teoria social cognitiva De acordo com Bandura (1986) confiança de uma pessoa na sua própria habilidade de realizar algo ou um comportamento. Julgamentos de acordo com as expectativas do indivíduo ou grupo. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: https://pixabay.com/pt/image Favoráveis Desfavoráveis Entre as alternativas abaixo, qual delas apresenta as características fundamentais para o sucesso no planejamento da Educação Alimentar e Nutricional? a) Dependência e obediência. b) Dissimulação e afetação. c) Subordinação e pretensão. d) Autonomia e espontaneidade. e) Sujeição e artificialidade. Interatividade Entre as alternativas abaixo, qual delas apresenta as características fundamentais para o sucesso no planejamento da Educação Alimentar e Nutricional? a) Dependência e obediência. b) Dissimulação e afetação. c) Subordinação e pretensão. d) Autonomia e espontaneidade. e) Sujeição e artificialidade. Resposta Modelo transteórico da mudança 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Equilíbrio de decisões Autoeficiência Processo de mudança Fonte: https://pixabay.com/pt/image Modelo transteórico da mudança Estágios da mudança 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: adaptado de: Prochaska et al. (2004). PRÉ-CONTEMPLAÇÃO CONTEMPLAÇÃO PREPARAÇÃO AÇÃO MANUTENÇÃO RECAÍDA Pré-contemplação é o estágio no qual os indivíduos não têm intenção de tomar uma ação num futuro próximo, talvez por falta de percepção das consequências do comportamento atual, ou por tentativas passadas que não ocorreram como esperado e os tornaram mais resistentes ou desmotivados para ação. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: adaptado de: Prochaska et al. (2004). PRÉ-CONTEMPLAÇÃO Contemplação é o estágio no qual os indivíduos já têm uma intenção de agir (por exemplo, nos próximos 6 meses), pois, apesar dos contras, eles estão mais conscientes dos prós para mudança, embora esse balanço “prós versus contra” faça muitos ficarem estagnados nessa fase. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional PRÉ-CONTEMPLAÇÃO CONTEMPLAÇÃO Fonte: adaptado de: Prochaska et al. (2004). Preparação a intenção de agir para mudança já é prevista num futuro mais imediato, por exemplo no mês seguinte, e tipicamente os indivíduos aqui já têm algum possível plano de ação. Pessoas nesse estágio seriam as “indicadas” para iniciar programas destinados à mudança de comportamento. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional PRÉ-CONTEMPLAÇÃO CONTEMPLAÇÃO PREPARAÇÃO Fonte: adaptado de: Prochaska et al. (2004). Ação corresponde àquelaem que os indivíduos já tiveram ações de mudanças nos últimos 6 meses e que são visíveis. No entanto, nem todas as modificações no comportamento contam como ação nesse modelo, uma vez que critérios específicos para cada comportamento precisam ser atingidos (exemplo: reduzir o número de cigarros fumados versus ação, consenso que é parar de fumar). 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional PRÉ-CONTEMPLAÇÃO CONTEMPLAÇÃO PREPARAÇÃO AÇÃO Fonte: adaptado de: Prochaska et al. (2004). Manutenção as pessoas trabalham para evitar recaídas e são mais confiantes de continuar na mudança. Os novos comportamentos aqui são mantidos por pelo menos seis meses. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional PRÉ-CONTEMPLAÇÃO CONTEMPLAÇÃO PREPARAÇÃO AÇÃO MANUTENÇÃO RECAÍDA Fonte: adaptado de: Prochaska et al. (2004). Entrevista motivacional Falta de motivação Motivação intrínseca Motivação extrínseca 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional M o ti v a ç ã o e x tr ín s e c a 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Move-se por recompensas externas Receio da punição é o motivador Observa e repete ações de outros Traz para si o interesse dos outros Esse interesse passa a fazer parte de si Age a partir dessa situação Faz transição para motivação intrínseca Passa a valorizar de modo mais consciente a atividade Reconhece-se quando atinge as próprias metas Maior alinhamento das metas com aquilo que lhe é importante Praticamente uma motivação intrínseca Regulação externa Regulação introjetada Regulação identificada Regulação integrada Motivação intrínseca 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Interesse completo e genuíno pela realização da atividade Satisfação inerente pela atividade Motiva-se de maneira autônoma com alinhamento da atividade com seus valores Estratégias do aconselhamento nutricional 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Início da conversa com grupos ou individualmente (utilizando questões abertas para explorar a motivação) Negociação da agenda (apresentação de plano e metas) Foco em construir a motivação e fortalecê-la: Explorando ambivalências (contradição simultânea. Ex.: quer comer bolo de chocolate e ao mesmo tempo ter medo de fazê-lo) Explorando a prontidão para mudar (explorar a disposição de mudança – modelo transteórico) Compartilhando informações, planejando os próximos passos e encerrando o encontro Considerando o modelo transteórico, quais são os estágios da mudança? a) Falta de motivação, motivação extrínseca e motivação intrínseca. b) Pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. c) Ambivalência e predisposição. d) Falta de motivação, ambivalência e ação. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Interatividade Considerando o modelo transteórico, quais são os estágios da mudança? a) Falta de motivação, motivação extrínseca e motivação intrínseca. b) Pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. c) Ambivalência e predisposição. d) Falta de motivação, ambivalência e ação. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Resposta Técnica elaborada pelas nutricionistas Evelyn Tribole e Elyse Resch (2012): A abordagem tem a premissa de ensinar os indivíduos a terem uma relação saudável com a comida e a se tornarem autônomos e especialistas dos seus próprios corpos. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Comer intuitivo 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Sincronia Internos Pensamentos Emoções Necessidades fisiológicas Externos Família Comunidade Cultura Comer intuitivo Pilares do comer intuitivo: Permissão incondicional para comer; Comer para atender as necessidades fisiológicas e não emocionais; Apoiar-se nos sinais internos de fome e saciedade para determinar não só o que se come, mas quanto e quando se come. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional De acordo com Alvarenga et al. (2019), existem 10 princípios para a prática do comer intuitivo: 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional 1 – Rejeitar a mentalidade de dieta 2 – Honrar a fome 3 – Fazer as pazes com a comida 4 – Desafiar o “policial” da comida 5 – Sentir a saciedade 6 – Descobrir a satisfação em comer 7 – Lidar com as emoções em usar a comida 8 – Respeitar seu corpo 9 – Exercitar-se sentindo a diferença 10 – Honrar a saúde praticando a nutrição gentil Mindfulness – Atenção Plena Atenção Plena diz respeito à nossa capacidade intencional de trazer atenção ao momento presente sem que haja julgamentos ou qualquer tipo de crítica e com uma atitude de abertura e curiosidade. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Atenção Plena é uma habilidade a ser treinada por meio de técnicas meditativas com raízes no budismo, porém sem fins religiosos. Prática popularizada nos anos 1990 e tem se mostrado efetiva nos tratamento de sintomas físicos, mentais e emocionais. Mindful Eating – Comer com Atenção Plena A aplicação de técnicas de Mindful Eating tem sido utilizada com eficácia no tratamento de obesidade. O comer com atenção plena é caracterizado como um comer “com presença” de maneira que não ocorram julgamentos ou críticas em relação às sensações físicas, pensamentos, emoções, que ocorrem durante todo o cenário da alimentação (FRAMSON et al., 2009). 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional De acordo com Bays (2009), o Mindful Eating pode ser definido como: Experiência que engaja todas as partes do nosso ser, corpo mente e coração, na escolha e no preparo da comida, bem como no ato de comê-la em si. O comer com atenção plena nos imerge nas cores, nas texturas, nos aromas, nos sabores e até mesmo nos sons do comer e beber. Permite que sejamos curiosos e até lúdicos enquanto investigamos nossas respostas à comida e nossos sinais internos de fome e saciedade. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Com o desenvolvimento das habilidades do Mindful Eating, o indivíduo passa a ter autonomia quanto ao que quer comer e a forma que quer comer. Sem julgamentos prévios como: Alimentos bons e ruins Alimentos engordativos Alimentos proibidos Alimentos permitidos 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Observar Saborear Estar presente Não julgar Prato Mindful Eating Fonte: adaptado de: https://pixabay.com/pt/images Aconselhamento nutricional 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Aconselhamento envolve a consideração de pensamentos, vivências, percepções e atitudes em relação ao comer daquele ou daqueles que estão sendo aconselhados. Aconselhamento não visa a desconsiderar a prescrição dietética. O encorajamento da escuta do educador nutricional em relação àquilo que é dito pelos assistidos O entendimento do contexto da pessoa além de barreiras e dificuldades apresentadas por ela Compartilhamento e discussões das informações trazidas pelopaciente Condutas terapêuticas, metas, divisão de responsabilidades e planejamentos estabelecidos em conjunto Estratégias definidas com o indivíduo e/ou grupo não apenas para indivíduos e/ou grupo. Há então um trabalho horizontal e não vertical 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Abordagens exclusivamente prescritivas Abordagens que englobam aconselhamento nutricional Foco no que se come Foco também na dinâmica daquilo que se come Intervenções focadas no curto prazo Intervenções focadas a longo prazo Foco na educação alimentar Educação alimentar e nutricional Relacionamento cordial, mas distante Relacionamento intenso como parte do tratamento Plano alimentar baseado apenas em uma prescrição determinada no início da consulta Plano alimentar baseado em metas e planos individualizados e desenvolvidos ao longo de várias consultas 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Postura adequada do educador nutricional estar atento a comentários, aparência física, exames bioquímicos, condições de saúde, personalidade dos assistidos. Acompanhamentos estabelecimento de vínculo ao longo de sua atuação. Comunicação utilize comunicação específica, valorizando as perguntas abertas e favorecendo a participação ativa dos indivíduos. Premissas para o atendimento durante o aconselhamento nutricional: Exemplos de comunicação com perguntas abertas. 4. Correntes pedagógicas e teorias de mudança de comportamento aplicadas à educação alimentar nutricional Fonte: adaptado de: Alvarenga et al. (2019). - Por que você não come frutas? - Por que você come tanto? - O que você não gosta nas frutas? - Como foi para você tentar comer frutas? - O que acontece quando você coloca uma fruta na boca? - Quais são suas primeiras lembranças das frutas? - O que essa quantidade que você come representa para você? - O que você acha da quantidade que come? - Como é para você comer essa quantidade? Como você se sente? Qual é o diagrama idealizado para o “Prato Mindful Eating”? a) Comer, beber, alimentos proibidos e alimentos permitidos. b) Alimentos permitidos, alimentos proibidos, estar presente e observar. c) Saborear, alimentos bons e ruins, alimentos engordativos e observar. d) Não julgar, alimentos proibidos, alimentos permitidos e estar presente. e) Observar, saborear, estar presente e não julgar. Interatividade Qual é o diagrama idealizado para o “Prato Mindful Eating”? a) Comer, beber, alimentos proibidos e alimentos permitidos. b) Alimentos permitidos, alimentos proibidos, estar presente e observar. c) Saborear, alimentos bons e ruins, alimentos engordativos e observar. d) Não julgar, alimentos proibidos, alimentos permitidos e estar presente. e) Observar, saborear, estar presente e não julgar. Resposta AJZEN, I.; FISHBEIN, M. Attitude-behavior relations: A theoretical analysis and review of empirical research. Psychological Bulletin, v. 84, n. 5, p. 888-918, 1977. ALVARENGA, M. S.; PHILIPPI, S. T. Estrutura, padrão, consumo e atitude alimentar – conceitos e aplicações nos transtornos alimentares. In: ALVARENGA, M. S.; SCAGLIUSI, F.B.; PHILIPPI, S. T. (orgs.). Nutrição e transtornos alimentares: avaliação e tratamento. Barueri: Manole, 2011. p. 17-36. ALVARENGA, M.S. et al. Nutrição Comportamental. Barueri: Manole, 2019. BAYS J. C. Mindful eating: a guide to discovering a healthy and joyful relationship with food. Boston & London: Shambala, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Referências BRASIL. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília, DF: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, 2008. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto n. 7272, de 25 de agosto de 2010. Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília, 2010. BRASIL. PNAN – Política Nacional de Alimentação e Nutrição. 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. FRAMSON, et al. Development and validation of the mindful eating questionnaire. J Am Diet Assoc. n. 109, p. 1439-44, 2009. HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2009. Referências PROCHASKA, J. et al. Stages of change and decisional balance for 12 problem behaviors. Health Psychology. n. 13, p. 39-46, 1994. TRIBOLE, E.; RESCH, E. Intuitive eating: A revolutionary program that works. New York: St. Martin’s Griffin; 2012. ROZIN, P. The Integration of Biological, Social, Cultural and Psychological Influences on Food Choice. In: SHEPHERD, R.; RAATS, M. (Ed.). The Psychology of Food Choice. 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