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APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 1 @emilly.lorenaa APG 24 – É legal? 1) CONHECER SOBRE A CLASSIFICAÇÃO E A EPIDEMIOLOGIA DO ABORTO No início da gestação, o abortamento é um evento comum, sendo que a maioria das perdas precoces se origina de anormalidades genéticas ou de razões ainda não identificadas. O abortamento, então, é definido como a interrupção da gravidez, tanto induzida quanto espontânea, antes que o feto seja viável, e aborto é o produto do abortamento (embrião ou feto e anexos), antes de 20 semanas de gestação ou quando o feto peso <500g ao nascer. Cerca de 75% dos ovos fertilizados são abortados, e em mais da metade deles isso ocorre antes da primeira falha menstrual. Em gestações diagnosticadas clinicamente, 10% terminam espontaneamente até 12 semanas, representando 80% de todos os abortamentos. Os mais comuns fatores de risco identificados em mulheres com abortamento precoce são a idade materna avançada e a história de perda anterior. A frequência de abortamentos precoces clinicamente reconhecidos em mulheres com idade de 20 a 30 anos é de 9 a 17%, aumentado rapidamente para 20% na idade de 35 anos, 40% com 40 anos e 80% com 45 anos. Qualquer doença materna grave, traumatismo ou intoxicação, além de inúmeras infecções, podem levar ao abortamento. O aborto pode ser classificado em: PRECOCE OU TARDIO: O abortamento é considerado precoce se ocorre até a 12ª semana e tardio se ocorre entre a 13ª e 20ª semana. ESPONTÂNEO OU PROVOCADO: O espontâneo ocorre sem nenhum tipo de intervenção externa, podendo ser causado por doenças da mãe ou anormalidades do feto. O provocado decorre de uma interrupção externa e intencional que acarreta na interrupção da gestação. Esta representa custos altos para o SUS em consequência das suas complicações, principalmente, quando há evolução para aborto infectado. ESPORÁDICO OU HABITUAL: A separação em aborto esporádico e habitual nos auxilia na melhor compreensão das etiologias do abortamento. Os abortamentos esporádicos têm como principal causa as anormalidades cromossômicas que chegam a abranger 50-80% dos abortamentos esporádicos, sendo as aneuploidias aquelas que representam maior frequência seguidas das triploidias e tetraploidias. Dentre as aneuploidias, a trissomia autossômica possui 52% de frequência e 19% de síndrome de Turner. Chama-se abortamento habitual aquele que ocorre 3 vezes ou mais na mesma gestante, neste caso, as principais causas são: incompetência istmo cervical e síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF). SEGURO OU INSEGURO: A OMS costuma designar como seguros aqueles realizados por um médico bem treinado, com materiais e ambiente adequados representando risco menor para a saúde da mulher. E, inseguro é aquele aborto realizado sem os recursos médicos mínimos e/ou sem pessoa capacitada para realizá-lo. PATOGÊNESE: nas perdas gestacionais do 1º trimestre, a morte do embrião ou do feto quase sempre ocorre antes da expulsão espontânea. Em geral, a morte é acompanhada de hemorragia dentro da decídua basal, seguido pela necrose dos tecidos adjacentes, que estimula as contrações uterinas e a expulsão. Em contrapartida, nas perdas gestacionais mais tardias, o feto geralmente não morre antes da expulsão e, assim, outras razões para o abortamento devem ser investigadas. 2) INVESTIGAR SOBRE A APRESENTAÇÃO CLÍNICA DO ABORTO O abortamento não se apresenta com roupagem clínica única. Pode-se diagnosticá-lo por meio de sinais e sintomas diversos que caracterizam várias formas clínicas do abortamento: AMEAÇA DE ABORTAMENTO OU EVITÁVEL Consiste em: Hemorragia, que traduz anomalia decidual e/ou descolamento do ovo: A hemorragia é o elemento mais comum e costuma ser o 1º a revelar distúrbios na evolução da gravidez; O fluxo sanguíneo nessa fase de ameaça é menor do que na interrupção inevitável. Os sangramentos precoces de longa duração, escuros e do tipo “borra de café” são considerados os mais sérios. Aproximadamente 30% das gestações apresentam sangramento no 1º trimestre, e metade delas resultam em aborto. Dor, sinal de contração uterina: APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 2 @emilly.lorenaa Precedem, acompanham e geralmente sucedem a hemorragia. São provocadas por metrossístoles fugazes e intermitentes. Deve ser lembrado que o abortamento, muitas vezes, é precedido pela morte do embrião, e as perdas sanguíneas e as cólicas, antes de constituírem ameaça, anunciam interrupção inevitável. No exame físico: Confirma, exceto nas primeiras semanas, o útero aumentado, cujo volume é proporcional à data da amenorreia; O toque não é esclarecedor, pois não existem modificações cervicais; O exame especular pode afastar causas ginecológicas da hemorragia. O objetivo primário é o diagnóstico imediato de gestação ectópica, e a avaliação seriada dos níveis séricos de β-hCG e a ultrassonografia transvaginal são ferramentas fundamentais para isso. São considerados sinais diagnósticos de gravidez inviável: Comprimento cabeça-nádega (CCN) ≥ 7 mm; Ausência de batimento cardiofetal (BCF); Diâmetro médio do saco gestacional (SG) ≥ 25 mm; Embrião ausente; Ausência de embrião com BCF, 2 semanas ou + após uma USG mostrando SG sem vesícula vitelina ou 11 dias ou + após uma imagem sonográfica de SG com VV. Algumas recomendações que devem ser seguidas no período da ameaça de abortamento são: Repouso relativo, não tendo fundamento a obrigatoriedade de acamar-se; O coito deve ser proibido enquanto perdurar a ameaça; Tranquilizar a gestante, sem exibir demasiado otimismo (metade aborta); consumada a interrupção, mostrar não haver, em geral, tendência a repetição; Administrar antiespasmódicos e analgésicos nas pacientes com cólicas; A progesterona vaginal não está recomendada no abortamento esporádico. INEVITÁVEL É o abortamento não mais compatível com o prosseguimento da gestação. Nas amenorreias de curta duração em que o ovo é pequeno, o processo pode ser confundido com menstruação, diferenciando-se dela pela maior quantidade de sangue pela presença de embrião e decídua ao exame do material eliminado. É um mecanismo raro após 8 semanas. A partir de 8 semanas, o processo de abortamento adquire, progressivamente, as características do trabalho de parto. As hemorragias tendem a ser mais abundantes que as da fase de ameaça, e o sangue apresenta cor viva. O diagnóstico não oferece dificuldade, uma vez que o episódio é, quase sempre, precedido pela ameaça de abortamento. O volume do útero corresponde à data da amenorreia, exceto quando a morte do ovo é antiga. O colo mostra-se permeável, notando-se as membranas herniadas pelo orifício externo na cavidade uterina. A conduta depende da idade da gravidez: ABORTAMENTO PRECOCE: Tratamento expectante: está reservado ao 1º trimestre da gestação. Em até 8 semanas é bem sucedido em conseguir a expulsão completa em aproximadamente 80% das mulheres. As pacientes habitualmente se queixam de sangramento moderado/grave e cólicas. Para atestar a expulsão completa avalia a ausência de SG e a espessura do endométrio <30mm. Tratamento médico: para pacientes que querem encurtar o tempo da expulsão, mas preferem evitar o esvaziamento cirúrgico, o tratamento com o misoprostol (análogo da prostaglandina E1) está indicado. O tratamento inicial utiliza 800 μg de misoprostol vaginal, podendo ser repetida a dose, se necessário e a paciente deve estar ciente de que o sangramento é mais intenso que o menstrual, potencialmente acompanhado de cólicas, e que a cirurgia pode estar indicada se a expulsãonão for completa. Tratamento cirúrgico: mulheres que se apresentam com hemorragia, instabilidade hemodinâmica ou infecção devem ser tratadas urgentemente pelo esvaziamento uterino. Até 12 semanas são procedimentos de escolha a dilatação seguida de aspiração a vácuo (é superior) ou de curetagem. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 3 @emilly.lorenaa A eficácia do esvaziamento uterino cirúrgico no abortamento precoce é de 99%. A hemorragia e a infecção podem ocorrer em todos os tipos de tratamento. Nessas condições, está indicado o antibiótico profilático: doxiciclina, 200 mg por via oral (VO), 1 h antes do procedimento cirúrgico ou, alternativamente, cefalosporina de primeira geração (cefalotina ou cefazolina 2 g por via intravenosa). ABORTAMENTO TARDIO: aqui o ovo está muito desenvolvido, e a cavidade uterina, volumosa. Por serem suas paredes finas e moles, o esvaziamento mecânico (vácuo-aspiração ou aspiração manual intrauterina (AMIU)) torna-se perigoso. A expulsão é acelerada pela administração de ocitocina em grandes doses: perfusão venosa de solução de 10 unidades em 500 mℓ de lactato de Ringer ou misoprostol, por via vaginal, 400 μg a cada 4 h. Eliminado o ovo, e se a expulsão não foi completa, o remanescente é extraído com pinça adequada. COMPLETO É frequente até 8 semanas de gestação. Às vezes, pode ocorrer a expulsão completa de toda a gestação, e o orifício cervical fecha subsequentemente. As pacientes devem ser instruídas a trazer os tecidos eliminados, onde pode haver uma gestação completa que deve ser diferenciada de coágulos de sangue ou um molde de decídua. Este último material é uma camada de endométrio com o formato da cavidade uterina que, quando se desprende, pode parecer um saco colapsado. Considera-se abortamento completo quando, após a expulsão do ovo, cessam as cólicas e o sangramento reduz-se a perdas muito discretas. Somente com a evolução do caso é possível confirmar o diagnóstico. Um abortamento completo não pode ser diagnosticado com certeza a menos que: Os produtos da concepção sejam vistos macroscopicamente; A ultrassonografia demonstre de maneira confiável uma gestação intrauterina inicialmente e, depois, uma cavidade vazia. Na USG mostrará “útero vazio”, sendo indicação certa de abortamento completo. Achados típicos de um abortamento completo incluem endométrio minimamente espessado sem um saco gestacional. Os níveis de hCG caem rapidamente, sendo as dosagens sequenciais facilitando o diagnóstico nos casos duvidosos. INCOMPLETO Está relacionado com a eliminação parcial do ovo, que causa hemorragia persistente e é terreno propício à infecção = se expulsa o concepto e permanece a placenta ou restos placentários. Durante o abortamento, ocorre sangramento depois do desprendimento parcial ou total da placenta e da dilatação do orifício cervical. Antes de 10 semanas de gestação, o feto e a placenta em geral são expelidos juntos, mas, depois disso, eles saem separadamente. Assim, pode haver a permanência de tecido totalmente dentro do útero ou com extrusão parcial através do colo uterino. O abortamento incompleto é comum após 8 semanas de gestação (Rezende), quando as vilosidades coriônicas ficam aderidas ao útero. Nos abortamentos tardios, a paciente consegue distinguir páreas e o concepto e, geralmente, informa a eliminação apenas do feto. O sangramento não cessa, é intermitente, pode ser intenso, e ocorre porque os restos ovulares impedem a contração uterina adequada e as cólicas persistem. O útero, amolecido, tem volume aumentado, mas o escoamento do líquido amniótico e, comumente, do feto reduz suas dimensões, que não são as previstas pela idade da gravidez. O colo está entreaberto. Na USG haverá uma massa focal ecogênica caracterizando o diagnóstico de restos ovulares. TRATAMENTO: Tecidos que se desprendem simplesmente dentro do canal cervical podem ser extraídos facilmente com pinças em anel. Em contrapartida, no caso de expulsão incompleta, há três opções de manejo, que incluem curetagem, manejo expectante ou misoprostol. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 4 @emilly.lorenaa As últimas duas opções são evitadas nas mulheres clinicamente instáveis ou naquelas com infecção uterina. O manejo expectante do abortamento espontâneo incompleto tem taxas de falha de cerca de 25%. O tratamento medicamentoso tem taxas de falha de 5 a 30%. Por fim, a curetagem geralmente consegue resolução rápida com sucesso de 95 a 100%. Porém, esse procedimento é invasivo e não é necessário em todos os casos. INFECTADO O abortamento infectado sucede, quase sempre, à interrupção provocada em más condições técnicas, mas não é única origem. Com a legalização do aborto (alguns), as terríveis infecções e mortes maternas antes associadas a abortos sépticos criminosos agora são raras. Ainda assim, tanto no abortamento espontâneo como no induzido, microrganismos podem invadir os tecidos miometriais, causando parametrite, peritonite e septicemia. A maioria das bactérias que causam aborto séptico são parte da flora vaginal normal. São especialmente preocupantes as infecções necrosantes graves e a síndrome do choque tóxico causada por estreptococos do grupo A S. pyogenes. ENDO(MIO)METRITE: É o tipo mais comum. A infecção é limitada ao conteúdo da cavidade uterina, à decídua e, provavelmente, ao miométrio. A sintomatologia é semelhante à do abortamento completo ou incompleto. A elevação térmica é pequena (pouco acima de 38°C), e o estado geral é bom, as dores são discretas. Não há sinais de irritação peritoneal, e tanto a palpação do abdome como o toque vaginal são tolerados. Hemorragia escassa é a regra. PELVEPERITONITE: Em função da virulência do microrganismo e, sobretudo, do terreno, a infecção progride, agora localizada no miométrio, nos paramétrios e anexos, comprometendo o peritônio pélvico. O sangue escorre mesclado a líquido sanioso, cujo odor é fecaloide, com presença de anaeróbios. Se um abortamento incompleto suceder à infecção, como é usual, eliminam-se fragmentos do ovo. A temperatura está em torno de 39°C, e o estado geral está afetado, com taquicardia, desidratação, paresia intestinal, anemia. As dores são constantes e espontâneas. A defesa abdominal está limitada ao hipogástrio e não se estende ao andar superior do abdome. PERITONITE: Trata-se da forma extremamente grave, da infecção generalizada. As condições da genitália repetem as da forma anterior. Temperatura elevada, mas, nem sempre, pulso rápido, filiforme, hipotensão arterial, abdome distendido, desidratação acentuada, oligúria e icterícia são sinais gerais. O tratamento da infecção clínica inclui a administração imediata de antibióticos de amplo espectro. Quando há produtos retidos, a curetagem por aspiração também é realizada. RETIDO No abortamento retido, o útero retém o ovo morto por dias ou semanas. Após a morte fetal, pode ou não haver sangramento vaginal. O útero mantém-se estacionário e pode até diminuir. Chama-se ovo anembrionado o tipo de abortamento retido no qual a ultrassonografia não identifica o embrião, estando o SG ≥ 25 mm = saco anecoico. A ultrassonografia não exibe BCF após o embrião ter atingido CCN de ≥ 7 mm ou se o SG for ≥ 25 mm e o embrião estiver ausente = FETO MORTO . Nas retenções prolongadas do ovo morto (mais de 4 semanas), os distúrbios da hemocoagulação constituem a complicação mais temida. O diagnóstico definitivo de abortamento retido deve ser sempre confirmado por duas ultrassonografias espaçadas de 7 a10 dias. Com a rápida confirmação de morte embrionária ou fetal, a evacuação cirúrgica ou medicamentosa ou a observação expectante são opções. Pode ser administrado misoprostol para acelerar a evacuação uterina. Uma única dose vaginal de 800 μg é um padrão comum. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 5 @emilly.lorenaa 3) COMPREENDER O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO E MECÂNICO DO ABORTO O esvaziamento intrauterino é a remoção do conteúdo uterino. O procedimento está indicado no abortamento incompleto, inevitável, retido ou infectado, gestação anembrionada, mola hidatiforme e interrupção legal da gestação. O esvaziamento uterino pode ser realizado de forma farmacológica ou mecânica. No 2º trimestre da gestação, o abortamento farmacológico é o método de escolha, complementado, na maioria das vezes, com curetagem após a expulsão do feto. FARMACOLÓGICO: A técnica farmacológica para tratamento do abortamento, tanto do retido e, mais recentemente, do incompleto, desponta como opção ao método cirúrgico a partir do uso do misoprostol em obstetrícia. No Brasil há somente o misoprostol em comprimidos para uso vaginal de 25, 100 e 200 µg para uso hospitalar. No entanto, além da via vaginal, o misoprostol pode ser utilizado pela via sublingual (por baixo da língua), oral e bucal (entre a bochecha). VANTAGENS: custo acessível, ausência de possibilidade de perfuração uterina e formação sinequial, redução dos riscos de sequelas inerentes à dilatação do colo uterino e eliminação do risco anestésico. DESVANTAGENS: tempo de resolução, algumas vezes até 7 dias, os efeitos colaterais até a expulsão do conteúdo da cavidade uterina, como cólica, sangramento, náusea, calafrios, a necessidade eventual de complementação cirúrgica e, principalmente, a ansiedade pela espera. MECÂNICO: Os dois métodos mais utilizados para a remoção do conteúdo uterino são aspiração intrauterina (manual = AMIU ou elétrica) e curetagem. O AMIU, de acordo com a OMS, é o método preferido no 1º trimestre e uma das estratégias para diminuir a morte materna. Para realização do esvaziamento mecânico com colo uterino fechado no primeiro trimestre, é sugerido a utilização de 400 µg de misoprostol via vaginal algumas horas (em média 3 horas) antes do esvaziamento mecânico, no intuito de promover amolecimento e algum grau de dilatação do colo uterino. ASPIRAÇÃO MANUAL INTRAUTERINA: usa uma cânula macia e flexível que evita a necessidade de dilatação cervical inicial, reduzindo, assim, o risco de perfuração do útero. O esvaziamento uterino por aspiração é uma opção mais segura e tão efetiva quanto a curetagem uterina no 1º trimestre da gravidez. Apresenta vantagens da substituição da anestesia geral por analgésicos ou, ainda, por bloqueio paracervical, encurtamento da permanência hospitalar pela maior agilidade no atendimento e precocidade da alta, o que contribuiria para a redução dos custos hospitalares para a instituição e do custo social para a paciente, que muitas vezes tem pressa para retornar ao seu domicílio, e finalmente aumenta o nível de satisfação das pacientes. A aspiração pode ser realizada tanto com uma bomba elétrica (aspiração a vácuo elétrica ou AVE) ou com um vácuo manual produzido por uma seringa (AMIU). Ambos os métodos utilizam o mesmo nível de sucção, podendo ser considerados equivalentes em termos de eficácia e segurança. CURETAGEM: envolve a dilatação da cérvix por meio das velas de Hegar e o uso curetas metálicas para raspar as paredes do útero. Por ter diâmetro variável e ser de material rígido (aço), pode provocar acidentes, tal como perfuração do útero. No primeiro trimestre, a curetagem uterina não deve ser utilizada para o esvaziamento uterino, a não ser quando não seja possível a utilização da AMIU. A indicação de curetagem uterina encontra-se nos casos de abortamentos incompletos do 2º trimestre. Já nas gestações com feto intrauterino após 12 semanas, deve-se promover a indução farmacológica com misoprostol e, após a expulsão fetal, faz-se a curetagem uterina. APG – SOI IV Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/4º Período 6 @emilly.lorenaa 4) DISCUTIR SOBRE A LEGISLAÇÃO DO ABORTO No Brasil, o aborto é considerado crime salvo em 3 situações específicas: Quando a gravidez representa risco de vida para a gestante; Quando a gravidez é resultado de um estupro; Quando o feto for anencéfalo. Logo, diante de uma situação de aborto, é importante que os profissionais de saúde tenham uma prática destituída de julgamentos arbitrários e rotulações. REFERÊNCIAS MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14ª edição. Rio de Janeiro. Grupo GEN, 2017. Fernandes CE, Silva de Sá MF, eds. Tratado de Obstetrícia Febrasgo. 1ªed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2019. Cunningham, FG Obstetrícia de Williams . Disponível em: Minha Biblioteca, (25ª edição). Grupo A, 2021.
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