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Tipos de Dismenorreia Aluno: Anderson Guilherme de Lima Soares Disciplina: TICs – Clínicas Integradas I Curso: Medicina/IESVAP – 6º período ENUNCIADO Tipos de dismenorréia: detalhe aqui e cite as diferenças em relação à idade, apresentação clínica e resposta ao tratamento. DISCUSSÃO Na prática clínica, o termo dismenorreia é utilizado para descrever dor pélvica que ocorre antes ou durante o fluxo menstrual. A dor aguda é intensa e caracterizada por início súbito, aumento abrupto e curta duração. A dor cíclica é aquela definidamente associada ao ciclo menstrual. A dismenorreia, ou menstruação dolorosa, é a dor cíclica mais comum. A dor pélvica crônica - DPC é definida como a dor com duração maior que 6 meses, localizada na pelve e intensa o bastante para causar incapacidade funcional ou exigir cuidados médicos. Entre os termos empregados como sinônimos incluem-se: algomenorreia, síndrome de dor menstrual, menstruação dolorosa ou menalgia. A dismenorreia pode ser classificada de várias maneiras. Pode-se classificar em relação à intensidade: leve, moderada e grave. Pode-se classificar de acordo com a etiologia: primária ou secundária. A dismenorreia primária, também chamada de intrínseca/essencial/idiopática, é a que ocorre na ausência de doença pélvica detectável. O início do quadro acontece ainda na adolescência, meses após a menarca, coincidindo habitualmente com o início dos ciclos ovulatórios e pode sofrer redução espontânea significativa de sua intensidade ao redor dos 20 anos de idade. Habitualmente, a dor se inicia ao mesmo tempo ou logo após o início do sangramento, podendo ocorrer horas antes do mesmo; perdura por 48 a 72 horas e, em geral, cessa ou apresenta alívio com o uso de analgésicos comuns. A dor, na maior parte das vezes, não é progressiva, mantendo-se estável ou decrescendo de intensidade com o passar dos anos. O exame físico e ginecológico não mostra alterações. Já a dismenorreia secundária, também conhecida por extrínseca/adquirida, pode ter início em qualquer período da vida reprodutiva e é consequência de anomalia pélvica, podendo ser causada por muitas ginecopatias que envolvem o peritônio (Endometriose, Aderências, Síndrome de Allen-Masters, Síndrome da congestão pélvica), útero (Adenomiose, Miomas, Pólipos, Síndrome de Asherman, Anomalias müllerianas, Dispositivo intrauterino, Abortamento), cérvice (Estenose ou oclusão cervical), vagina (Hímen imperfurado, Septo vaginal transverso), trompa (Doença Inflamatória Pélvica (DIP) aguda ou crônica, Gravidez ectópica), ovário (Cistos ou tumores ovarianos). Além de origens não ginecológicas, como Desordens psicossomáticas, Depressão, Síndrome do intestino irritável, Constipação crônica, Doença inflamatória intestinal, Dor miofascial, Infecção urinária, Litíase renal. Comparada com a dismenorreia secundária, a dismenorreia primária, em regra, inicia-se logo após a menarca. Entretanto, é raro que as características da dor sejam diferenciadas entre os dois tipos, sendo que a dismenorreia primária geralmente é diagnosticada após terem-se excluído as causas conhecidas associadas ao sintoma. Existem diferenças entre as dismenorreias primaria e secundária que podem ser melhor vistas quando organizadas segundo sua apresentação clínica: Dismenorreia Primária Secundária Início Geralmente, 2 anos após menarca Independente da menarca Manifestação Imediatamente antes ou no início do fluxo com atenuação progressiva Antes e durante todo o fluxo com exacerbação progressiva Quadro clínico Dor em hipogástrio associada a náuseas, vômitos, cefaleia, dor lombar e em membros Dor pélvica crônica e dispareunia associada Exame físico e anamnese Não há achados significativos Dor ao toque vaginal, nódulos ou massas pélvicas palpáveis Exames complementares Sem alterações CA-125, USG pélvica, Ressonância magnética. O tratamento da dismenorreia tem foco em atenuar a sintomatologia da paciente referida, tratando principalmente suas etiologias. Para o manejo da dor na dismenorreia primária deve ser associado o apoio psicossocial relacionado às orientações a respeito do problema, além de mudanças do estilo de vida priorizando os cuidados dietéticos, como suplementação de ácidos graxos poli-insaturados e vitamina E, além do estímulo à prática de exercícios físicos, que promove o alívio da dor de maneira fisiológica com a liberação de endorfinas. Além disso, pode ser feito o tratamento com anticoncepcionais orais, a depender do desejo da paciente. Com auxílio ainda de analgésicos simples, como paracetamol e dipirona em casos iniciais ou em contraindicação para AINEs. O Sistema intrauterino de levonorgestrel tem ação hormonal comprovada sobre a redução de fluxo e inibição da síntese de prostaglandinas. Ademais, existem outras alternativas que podem somar no tratamento. Já para tratar a dismenorreia secundária, o foco dever na causa base, podendo evoluir com abordagens tanto cirúrgica como clínica. Referências: FERNANDES, César Eduardo; SÁ, Marcos Felipe Silva de. Tratado de ginecologia Febrasgo. In: Tratado de ginecologia Febrasgo. 2019. BEREK, Jonathan. Berek & Novak: tratado de ginecologia. In: Berek & Novak: tratado de ginecologia. 2014. HOFFMAN, Barbara L. et al. Ginecologia de WILLIAMS. Artmed Editora, 2014.
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