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1 DP ADAP – 1º semestre 2023 PRATICAS DE ENFERMAGEM II PARTE I – Anamnese e Exame Físico O Histórico de enfermagem é elaborado em duas partes: anamnese (entrevista) e exame físico (métodos propedêuticos). A-) Anamnese – Objetivos: • Estabelecer a relação enfermeiro/paciente; • Obter história clínica; • Conhecer os fatores pessoais, familiares e ambientais relacionados com o processo saúde/doença; • Guiar o enfermeiro no exame físico; • Definir a estratégia de investigação complementar; • Direcionar a terapêutica; • Coleta de dados subjetivos e objetivos. Entrevista o Apresentação: Apresentar-se, identificar o seu papel na instituição e motivo da entrevista. o Fase de trabalho: Fase da coleta de dados - perguntas abertas e fechadas • Perguntas abertas – informação narrativa. “o que o traz ao hospital”? • Perguntas fechadas – informações específicas (respostas sim ou não). o Encerramento: Dê a oportunidade para pessoa se expressar. “Existe alguma outra coisa que você gostaria de mencionar?” Componentes da Anamnese: 1. Identificação; 2. Queixa Principal ou Queixa e Duração; 3. História da doença atual; 4. Interrogatório sobre os Diferentes Aparelhos ou Interrogatório Sintomatológico ou Anamnese Especial; 5. Antecedentes Pessoais; 6. Antecedentes Familiares. B-) Exame Físico – Finalidades: • Levantamento de dados sobre o estado de saúde do paciente. • Anotação das anormalidades encontradas. • Ter subsídios para o diagnóstico, prescrição e evolução da assistência de enfermagem. Normas Gerais para a realização do exame físico: • Solicitar a colaboração do paciente; • Iluminação adequada, homogênea, sem sombras; • Respeitar a privacidade do paciente; • Explicar sobre os procedimentos; • Realizar o exame: sentido céfalo-podálico; • Mãos aquecidas e as unhas, curtas; • Paciente deverá estar relaxado e confortável; • Em órgãos pares: iniciar o exame pelo lado não afetado; • Monitorar a expressão facial do paciente em relação a desconforto e dor; • Evitar interrupções ou interferências; • Evitar expressões acerca dos problemas encontrados. 2 C-) Métodos Propedêuticos PARTE II –Sistema Neurológico Objetivos da avaliação neurológica: o Estabelecer o exame neurológico inicial na admissão do paciente; o Identificar as disfunções presentes no sistema nervoso; o Determinar os efeitos dessas disfunções na vida diária do paciente; o Detectar situações de risco de vida. A frequência da realização desse exame dependerá das condições de admissão e da estabilidade do paciente. Aspectos abordados no exame físico neurológico: Avaliação Neurológica - Nível de consciência - É o indicador mais sensível da disfunção ou insuficiência cerebral o Alerta: Acordada ou facilmente despertada, orientada, completamente consciente de estímulos externos e internos e responde de forma adequada. o Letárgica (sonolenta) - Não totalmente alerta, dorme se não estimulada, pode ser despertada quando pronunciada em voz normal, mas parece sonolenta, responde adequadamente às perguntas, mas o pensamento está lento. o Obnubilada (transição entre letargia e o estupor) - Dorme a maior parte do tempo, não desperta facilmente (precisa ser chamada voz alta ou agitação vigorosa) age de maneira confusa, conversa com monossílabos, fala resmungada e incoerente. o Estupor / Torporoso - Inconsciente, responde apenas à agitação vigorosa ou à dor, tem resposta motora adequada. o Coma - Completamente inconsciente, não responde à dor ou a qualquer estímulo interno ou externo. Métodos Propedêuticos Órgãos do sentido Técnica Inspeção (Olhar, visualizar) Visão - É o ato de observar e inspecionar o corpo, humor e comportamentos não verbais. - Utiliza a visão na avaliação do aspecto, cor, forma, posição, tamanho e movimento. o A inspeção pode ser estática ou dinâmica. Palpação (Tocar, sentir) Tato - É a técnica que permite a obtenção do dado através da utilização do sentido do tato e da pressão com o objetivo de explorar a superfície corporal. - Confirma dados da inspeção e permite a obtenção de novos indícios: textura, tamanho, forma, consistência, sensibilidade, elasticidade, temperatura, posição, característica, resistência. o A palapação pode ser superficial ou profunda Percussão (Golpear e ouvir os sons emitidos) Tato e Audição - É o golpeamento leve de uma área a ser pesquisada, originando sons vibratórios, que dependem da densidade do tecido subjacente. o Utiliza os sentidos do tato e audição, requerendo perícia. o É utilizada para delimitar órgãos, detectar coleções de líquidos ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. Ausculta (Ouvir) Audição - É a aplicação do sentido da audição para ouvir sons produzidos pelos órgãos, decorrentes da vibração das estruturas entre sua origem e a superfície corporal. o Direta: ouvido do examinador: encostar direto na superfície o Indireta: auxílio estetoscópio. 3 Avaliação Neurológica – Pupilas Devemos avaliar: • Diâmetro - 1 a 9 mm Variação normal: de 2 a 6 mm com um diâmetro médio em torno de 3,5 mm. Pupilas podem ser: puntiformes, midríase ou miose. Avaliação do nível de consciência O nível de consciência é avaliado por meio de : ESTÍMULOS → RESPOSTAS positiva → avaliação da cognição ↗ 1º ESTÍMULO → voz normal → RESPOSTA (Auditivo) voz alta ou ruído ↘ negativa → 2º ESTÍMULO (tátil/doloroso) (ausência de resposta) As respostas observadas após a aplicação do estímulo doloroso é do tipo motor e podem ser consideradas: Apropriadas ✓ Retirada do membro após o estímulo e/ou empurra a mão do examinador. ✓ Indica integridade de vias sensitivas e corticoespinhais. Inapropriadas (Dependem do nível da lesão e indicam reações primitivas) ✓ Decorticação: indicativa de lesões nos hemisférios cerebrais ou cápsula interna, que interrompem a via corticoespinhal ✓ Descerebração: relaciona-se com lesões diencéfalo-mesencefálicas, considerada como sinal de maior disfunção cerebral. ✓ Arreflexia: ausência de resposta motora pode significar uma lesão, atingindo a porção inferior do tronco encefálico ou depressão intensa. Pode ser causada por ingestão de substâncias tóxicas ou drogas sedativas. Simpático → dilatação → midríase Parassimpático → constrictora → miose Isocóricas (diâmetros iguais) Anisocóricas (diâmetros diferentes) Avaliação do nível de consciência positiva → avaliação da cognição ↗ 2º ESTÍMULO → Toque leve no braço → RESPOSTA (tátil/doloroso) ↘ negativa → Toque vigoroso no ombro ↓ (ausência de resposta) ↓ Estímulo Doloroso Respostas ao estímulo dolorosos inapropriadas: 4 • Pupilas Fotorreação: resposta da pupila aos estímulos luminosos (lanterna). Resultado esperado: Incidência da luz: constrição e Retirada da luz: retorno a dilatação. Avaliação Neurológica - Escala de Coma de Glasgow • Determinar e avaliar a profundidade e a duração do coma e prognosticar a evolução dos pacientes com ou sem trauma cranioencefálico. • Parâmetros: Abertura ocular; Resposta motora e Resposta verbal. Considerar sempre a melhor resposta do paciente. Interpretação da Escala de Coma de Glasgow: • A pontuação da Escala de Coma de Glasgow varia de 3 a 15; • Escore de 15 significa preservação do tronco e córtex cerebral; • Escore de 3 está relacionada a distúrbios do tronco cerebral, mas não é indicativa de morte encefálica; • Quanto maior o escore – melhor a situação clínica do paciente; • Quanto menor o escore – pior a situação clínica do paciente; • Escore menor ou igual a 8 – coma. Avaliação Neurológica - Função Motora Finalidade: verificar a dependência ou independência do paciente em realizar suas atividades diárias. Depende da integridade do trato córtico-espinhal (sistema piramidal), do sistema extrapiramidal e da função cerebelar. o O exame do sistema motor inclui o tônus e aforça muscular. o Deve-se fazer a avaliação comparando um membro com o outro. 5 Força muscular – Terminologia: • Paresia ou fraqueza: comprometimento da força. • Paralisia ou plegia: A ausência de força. • Hemiparesia: consiste na diminuição da força muscular de uma metade do corpo, • Hemiplegia: paralisia de uma metade do corpo. • Paraplegia: ausência de força muscular dos membros inferiores • Tetraplegia: paralisia dos quatro membros. PARTE III – Sistema Cardiovascular Histórico • Pesquisar fatores de risco cardiovascular. Ex: dislipidemia, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, hábitos alimentares. • Pesquisar SINAIS e SINTOMAS: dor torácica, cansaço ou falta de ar, edemas, presença de palpitações, histórico de desmaios, episódios de cianose, portador de sopro, hipertensão arterial. Exame físico Geral • Sinais vitais (pressão arterial, pulso, frequência respiratória, frequência cardíaca e dor) • Dados antropométricos (peso, altura, IMC e circunferência abdominal) • Nível de consciência • Perfusão periférica • Presença de estase jugular • Edemas A) Sinais Vitais • PRESSÃO ARTERIAL - É a força exercida sobre a parede de uma artéria pelo sangue pulsante sob a pressão do coração – Sístole: pressão máxima – Diástole: pressão mínima 6 B) PULSO - Pulsação arterial é o ciclo de expansão e relaxamento das artérias que corresponde às variações de pressão sanguínea na artéria durante os batimentos. Pode ser percebido facilmente em regiões específicas. C) RESPIRAÇÃO – Frequência 12 a 20 resp/min • Dispneia: dificuldade respiratória. • Dispneia de esforço: aparece quando o paciente executa um esforço físico. • Ortopnéia: dispneia de decúbito. Dispneia que ocorre quando uma pessoa está deitada. • Dispneia paroxística noturna: paciente acorda com dispneia intensa, sensação de sufocação, pele fria e pálida. D) CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL O risco cardiovascular aumenta quando: • Homem - CA superior a 102 cm • Mulheres – CA superior a 88 cm Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota- Gomes MA, Brandão AA, Feitosa ADM, Machado CA, et al. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. 2020;00(00):00. Available from: <http://abccardiol.org/article/diretrizes-brasileiras-de-hipertensao-arterial-2020/>. ISSN 0066-782X. Características Frequência Taquicardia Acima 100 bpm Bradicardia Abaixo 50 bpm Normocardia 50 a 100 bpm Ritmo Regular Batimentos uniforme Irregular Batimentos irregulares Dicrótico Sensação de batimentos serem divididos em dois Força Pulso cheio Pulso filiforme 7 E) ÍNDICE DE MASSA CORPORAL F) EDEMA - É o aumento do volume de líquido intersticial (aumento da pressão hidrostática - líquido este que provém do sangue). Avaliação do edema: • Inspeção - aumento do volume, apagamento de relevos ósseos, depressões causadas por vestes/calçados; • Palpação - compressão digital: regiões tibial, sacral, maleolar e pinçar o tecido subcutâneo para abdome/coxas. Sinal de Godet Intensidade (+ a +4) Exame físico específico • Inspeção: o Estase jugular: Visível em pessoas sentadas ou em pé tem significado patológico. Ex: Miocardiopatias, valvulopatatias, pericardite etc. o Examinado com paciente em decúbito de 45° • Inspeção e palpação: o Ictus cordis - Impulso apical ou choque da ponta; o Corresponde ao ponto mais externo do movimento do coração e que resulta do impacto da ponta do coração a cada sístole ventricular. o Traduz o contato da porção anterior do ventrículo esquerdo (VE) com a parede torácica, durante a fase de contração isovolumétrica, do ciclo cardíaco. o Quando é possível visualizá-lo, é um indício de alteração importante da área cardíaca. Normalmente localizado no 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. • Palpação: o Frêmito Cardiovascular - Na palpação do precórdio pode-se verificar ainda a presença de frêmitos. o É a sensação tátil das vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Correspondem aos sopros. o Os frêmitos são percebidos como vibrações finas, semelhantes às vibrações observadas na garganta de um gato. São a tradução palpatória dos sopros cardíacos. A pesquisa de frêmitos deve ser feita com a palma da mão. o Características: Localização (focos); Situação no ciclo cardíaco (Sístole/Diástole) e Intensidade (+ a ++++). • Ausculta: o A ausculta fornece informações sobre: os sons cardíacos chamados de bulhas cardíacas e corresponde ao enchimento ventricular e fluxo sanguíneo através das valvas cardíacas e ritmo. o Deve ser realizada com o paciente relaxado e com o precórdio descoberto. 8 o A ausculta é realizada em pontos do tórax nos quais é captado o ruído das valvas. Essas áreas são chamadas de focos de ausculta cardíaca. o Focos de ausculta cardíaca o Característica da ausculta: o Ritmo: regular (ritmico) ou irregular (arritmico); o Bulhas (1ª e 2ª): Intensidade; o Ruídos adicionais: Ruídos de próteses, sopros. ▪ Ausculta sem alterações (indivíduo adulto saudável): Bulhas rítmicas norofonéticas em dois tempos sem sopro. PARTE IV – Sistema Respiratório Histórico: Doenças respiratórias pregressas (tuberculose, bronquite, asma, pneumonia, infecções de vias superiores); Alergias (alimentos, medicamentos, pólen, fumaça, gases, poeira, mofo, cheiro forte); Imunizações (contra pneumonia e influenza); Deve-se questionar sobre internações anteriores e tratamentos; Uso de medicações e visitas ao pronto socorro por problemas respiratórios; Estilo de vida (uso de fumo); Ocupação profissional (exposição ao pó, produtos químicos). As queixas respiratórias mais comuns são: o Dispneia: Dificuldade respiratória; o Tosse: Resposta reflexa a estímulos irritantes na laringe, traqueia ou brônquios, decorrentes de agentes externos: (poeira, ar quente, frio) ou internos (muco, pus, sangue); o Hemoptise: Expectoração de sangue pela boca. Observar quantidade e aspecto (geralmente, o sangue proveniente dos pulmões é vermelho vivo); o Dor torácica: Pode estar associada a problemas pulmonares ou cardíacos e a diferenciação das duas é muito importante. Sua localização, duração, intensidade e o tipo de dor são dados importantes. A dor torácica pode estar associada a doenças cardiovasculares que necessitam de atendimento imediato. Ex: infarto agudo do miocárdio. 3. Valva tricúspide: ponta de inserção da 5º costela, na borda E do esterno, na base do apêndice xifóide. 2. Valva pulmonar: 2º Espaço intercostal junto á borda E do esterno 1. Valva aórtica: 2º Espaço intercostal junto á borda D do esterno 4. Valva mitral: região da ponta, ápice localizado no 5º EIC esquerdo, na linha hemiclavicular média. 9 Exame Físico Inspeção estática: observação da caixa torácica; tórax desnudo; condições da pele (coloração, cicatrizes, lesões); pelos e sua distribuição; contração inspiratória dos músculos esternocleidomastóideo; abaulamentos e retrações; observação da caixa torácica (forma e diâmetro ântero-posterior). Inspeção dinâmica: movimentos da caixa torácica; amplitude ou profundidade de expansão (superficial ou profunda) e ritmo (abdominal: homens / torácica: mulheres); frequência respiratória (12 a 20 incursões/min). Palpação: avaliação da parede torácica (o paciente deve estar sentado ou em pé); observar regiões de hipersensibilidade e simetria de expansão; palpar cuidadosamente onde há relatos de dor ou lesão evidente. o Técnica: Mãos na face posterior, nas bases pulmonares. Colocar o polegar no mesmo nível e paralelo às 10 costelas e solicite ao paciente que inspire profundamente: observar a divergência dos polegares, a amplitude e simetria do movimento respiratório. o Frêmito: transmissão da vibração do movimento do ar através da parede torácica durante a fonação. Realize a palpação da parede posterior do tórax, enquanto o paciente pronuncia a palavra“trinta e três”. • Avaliação do frêmito toracovocal: realize a palpação da parede posterior do tórax, enquanto o paciente pronuncia a palavra “trinta e três”. As vibrações são transmitidas da laringe através da via aérea e podem ser palpadas na parede torácica. • Avaliação do frêmito brônquico: vibração das secreções nos brônquios de médio e grosso calibre durante a respiração (inspiração e expiração). Eles podem diminuir, desaparecer ou mudar de localização com a mobilização das secreções (mudanças de decúbito, tosse). Percussão: técnica de produção de sons audíveis e vibrações palpáveis; percussão da parede torácica nos espaços intercostais; ajuda a determinar se os tecidos subjacentes estão cheios de ar; líquido ou se são sólidos. Tipos de sons: o Claro pulmonar: timbre grave e oco (normal); o Maciço: surdos e secos (músculo, pneumonia); o Hipersonoros: mais intensos e de timbre mais grave (↑ar nos pulmões); o Submaciço: suaves, de alta frequência (pulmão–fígado); Ausculta: avalia o fluxo de ar através da árvore traqueobrônquica (transmissão de vibrações padronizadas pela movimentação do ar nas vias respiratórias); transmissões de vibrações padronizadas pela movimentação do ar nas vias aéreas. Técnica: solicitar que o paciente inspire com a boca aberta; avaliar simetricamente os ápices até as bases. Sons normais = murmúrios vesiculares: auscultado por toda a extensão do tórax, sendo mais intenso nas bases pulmonares. Ruídos adventícios: o Roncos: ocorrem devido a passagem de ar através de estreitos canais repletos de líquidos/secreções. Ocorrem quando há grande produção de muco, são auscultados na fase expiratória e podem desaparecer com a tosse. Ex: pneumonia, bronquite. Eupnéia ou Respiração normal: elevação e depressão simultâneas da parede tóraco-abdominal. Taquipnéia: respiração rápida e superficial. Bradipnéia: respiração lenta e superficial. Apnéia: ausência dos movimentos respiratórios. 10 o Sibilos: ruídos musicais ou sussurrantes decorrentes da passagem do ar por vias aéreas estreitadas. São auscultados na inspiração e na expiração, e quando intensos, podem ser audíveis sem esteto. Ex: crise asmática, broncoespasmo, broncoconstrição. o Creptações/Estertores: são ruídos finos, homogêneos, de mesma altura, timbre e intensidade (esfregando-se uma mecha de cabelo contra os dedos, próximo ao ouvido). Ocorre quando há abertura súbita das pequenas vias aéreas contendo líquidos. São auscultadas durante a inspiração. Ex: pneumonia, edema pulmonar, bronquite. o Atrito: origina-se quando as duas pleuras recobertas por exsudato se atritam, como nos casos de pleurite. Som similar ao atrito de duas peças de couro. o Cornagem: respiração ruidosa devida à obstrução localizada na laringe e ou na traquéia, ruído intenso. Ex: tumores, corpos estranhos. PARTE V – Sistema Gastrointestinal Histórico: Hábitos relacionados ao funcionamento do trato digestório; sinais e sintomas; queixa atual. Exame Físico: o A(o) enfermeira(o) deverá estar em pé e a direita do paciente; o O abdome deverá estar exposto desde o tórax até a sínfise pubiana; o O examinador deve aquecer as mãos e manter as unhas curtas; o A bexiga do cliente deve estar vazia; o Há necessidade de dividir o abdome para facilitar a descrição: quatro quadrantes (QSD – quadrante superior direito; QID - quadrante inferior direito, QSE – quadrante superior esquerdo; QIE - quadrante inferior esquerdo) e em nove regiões (Figura a direita). Finalidades: o Investigar queixa dolorosa, pois será examinada por último; o Acompanhar sinais faciais de dor ou de desconforto; o Associar os achados aos possíveis órgãos em cada quadrante ou região. Realizar em sequência: o 1º lugar - Inspeção: forma e contorno; simetria; características da pele (movimentos visíveis da parede); circunferência abdominal; saliências ou protusões; cicatriz umbilical. 11 o 2º lugar - Ausculta: principal finalidade = ausculta dos ruídos hidroaéreos que são sons provocado devido aos movimentos peristálticos e do deslocamento de ar e líquido ao longo dos intestinos. Uma palpação prévia pode prejudicar mascarar o resultado. Inicia-se a ausculta no quadrante inferior direito (QID). o 3º lugar - Percussão: indica tamanho e localização de vísceras sólidas e presença e distribuição de gases, líquidos e massas. Técnica: Inicia-se no quadrante inferior direito, prosseguindo-se no sentido horário, por toda a área abdominal. Percussão Direta - utiliza-se uma das mãos (tapas) ou dedos, a fim de estimular diretamente a parede abdominal e a Percussão Indireta - utiliza-se a mão não dominante espalmada sobre o abdome e o dedo médio da mão dominante flexionado como se fosse um martelo, percute-se o dedo da outra mão. Sons produzidos pela percussão: • Timpânicos: sons claros e de timbre baixo (batida de um tambor), devido ao conteúdo de gás das vísceras ocas (estômago vazio ou intestinos); o grau de timpânismo depende da quantidade de ar e da intensidade de distensão desses órgãos. • Maciço ou Submaciço: sons breves, com timbre alto; percebidos sobre órgãos sólidos (fígado e baço) ou vísceras preenchidas por líquido ou fezes. o 4º lugar – Palpação: verificar tamanho, forma, posição e sensibilidade da maioria dos órgãos abdominais; identificação de massas e acúmulo de fluídos. Observar e registrar as expressões do paciente. Técnica: Com o paciente respirando pela boca, a parede abdominal é deprimida em profundidade a cada expiração. • Palpação Superficial: pressiona-se de forma delicada, aproximadamente 1 cm, com movimentos suaves; precede a palpação profunda para detectar sensibilidade e massas superficiais. • Palpação Profunda: delimitar os órgãos abdominais; detectar massas menos visíveis. Procurando-se perceber: tamanho, forma, consistência, localização, sensibilidade, mobilidade e pulsações de órgãos ou massas. PARTE VI – Sistema Urogenital Sistema Urinário Histórico: Queixas abdominais relacionadas ao processo e/ou à disfunção miccional. Alterações na eliminação urinária: o Anúria: débito urinário inferior ao volume de 50ml/dia; o Oligúria: diminuição do débito urinário, geralmente inferior a 400 ml/dia; o Poliúria: aumento do volume urinário acima de 1800ml/dia; o Polaciúria: urina várias vezes, em um curto intervalo de tempo, em pequena quantidade; o Nictúria: necessidade de urinar durante a noite; o Enurese: perda involuntária de urina durante o sono, considerada fisiológica até os 03 anos de idade; o Urgência urinária: necessidade súbita de urinar, podendo ocorrer esvaziamento involuntário da bexiga; o Hematúria: presença de sangue na urina; o Piúria: presença de pus na urina, tornando-a turva e com presença de sedimentos; o Disúria: é a micção acompanhada de dor, desconforto ou queimação. Exame Físico o Inspeção: em condições normais pouco informa; o Percussão: Bexiga: a percussão da bexiga deve ocorrer a 5 cm da sínfise púbica. O som obtido geralmente é timpânico, mas pode obter som de macicez, indicando que tem urina na bexiga; o Palpação: método semiológico que fornece melhores informações sobre o rim; na região abaixo do rebordo costal, a enfermeira procura pinçar o polo inferior do rim na sua descida inspiratória; o Ausculta: sons de sopros abdominais são sugestivos de estenose da artéria renal. Sistema Reprodutor Ao realizar anamnese e exame físico: o Manter a privacidade do paciente; 12 o Expor apenas a área a ser examinada preservando as demais áreas do corpo; o Respaldar-se de qualquer tipo de acusação; o Manter uma atitude profissional adequada; eficiente, gentil e performance rápida; o Ambiente limpo e organizado; o Temperatura e iluminação adequadas. Feminino: Mama e Genitália Externa Avaliação das mamas: a mama deve ser dividida em quadrantes (figura ao lado). o Inspeção estática: paciente sentada, MMSS dispostos naturalmenteo longo do corpo para realizar a observação. o Inspeção dinâmica: paciente sentada, MMSS dispostos naturalmente o longo do corpo. Elevar os braços e colocar as mãos no quadril, realizando movimentos e contrações musculares, podendo fazer também pressão com as palmas das mãos para facilitar compressão do músculo peitoral maior para identificação de massas ou retrações. o Palpação: Deve ser iniciada no quadrante superior externo, seguindo a direção dos ponteiros do relógio. Mulheres jovens apresentam mamas com maior tecido glandular que são mais densas e firmes e ao aproximar-se da menopausa, o tecido mamário se atrofiará e substituído por tecido gorduroso. Inspeção da Genitália Externa: o Inspecionar estaticamente toda a vulva, períneo e monte púbico ou de vênus; o Grandes e pequenos lábios: simetria, coloração, integridade do tecido, presença de secreção; o Separar os grandes lábios e observar: clitóris: tamanho e forma; meato uretral; presença de secreções; o Introito vaginal: mulheres que nunca tiveram relação sexual, este apresenta-se recoberto pelo hímen; mulheres que já tiveram relações sexuais, encontra-se entreaberto. Nesse caso, observa-se em seu contorno e restos; o Exame especular: deve preceder o toque vaginal. Materiais e técnica: espéculo de Collins e luva de procedimento. Observar no exame especular colo do útero: a forma (cônica, cilíndrica e cilíndrico-cônica); o volume (pequeno, médio, grande – forma de um limão), a superfície (lisa, regular, convexa e brilhosa), a coloração rósea, podendo estar alterada; o orifício externo (circular, puntiforme nas nuligestas e biladiado, em fenda transversa nas multíparas). Masculino: Exame do Pênis e região escrotal: • Iniciar observando a distribuição dos pelos púbicos; • A base dos pelos deve ser observada; • Observar o tamanho e a forma do pênis; • Se observar lesões, identificá-las; • Avaliar se o paciente foi circuncidado, se não, expor a glande, retraindo o prepúcio e avaliar o tamanho do prepúcio, presença de lesões, secreções; • Orientar o paciente sobre o acúmulo de esmegma e a falha de higienização, propiciando inflamações; • Região escrotal: Normalmente, a pele escrotal é enrugada e pequenas veias são visíveis. Devemos observar a presença de edema, zonas de despigmentação, lesões ou cistos. Referências: 1. BARROS ALBL e cols. Anamnese e Exame Físico - Avaliação Diagnóstica de Enfermagem no Adulto. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 13 2. POTTER, P.A.; PERRY, A.G. Fundamentos de Enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
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