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AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C TUTELA DE URGÊNCIA AO JUÍZO DA VARA CÍVEL [...] DA COMARCA DE VOLTA REDONDA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Sem opção pela audiência de conciliação Com opção pelo Juízo 100% Digital SERGIO BELTRANO LOPES, Brasileiro, estado civil [...], profissão [...], portador da carteira de identidade n° [...], inscrito no CPF sob n° [...], endereço eletrônico [...], residente e domiciliado na [...], na cidade de Volta Redonda/RJ, filho de [...], nascido em [...] por intermédio de seu advogado abaixo subscrito, com endereço profissional [...], e endereço eletrônico [...], com fulcro no artigo 319 e seguintes do Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, o qual vem respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente em face de Telefonia Alpha, pessoa jurídica de direito privado, com sede [...] na cidade de São Paulo/SP, Inscrita sob o CNPJ [...], pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 1. DOS FATOS: As partes mantinham contrato de prestação de serviços, entretanto, no ano de 2022, o autor foi surpreendido com um comunicado acerca da fatura do mês de junho de 2022, tendo sido cobrado da quantia no importe de R$850,00. No referido comunicado, foi fornecida a informação de que não constava o pagamento da fatura até aquela data, e caso o autor não procedesse com o pagamento no prazo de 15 dias a partir do recebimento mesmo, teria seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito O Requerente, Sérgio, muito zeloso com seus documentos, foi até seu arquivo pessoal e encontrou o comprovante de pagamento da suposta fatura inadimplida, sendo que imediatamente realizou o envio do mesmo para a Requerida por fax, afim de sanar o problema. Passados alguns dias, o Requerente foi até uma agência de veículos com a intenção de comprar um carro, e como forma de pagamento o mesmo escolheu realizar um financiamento, contudo, o negócio foi frustrado com a notícia vexatória que seu nome se encontrava no cadastro de proteção ao crédito e que desta forma ele não poderia concretizar a compra. Diante da negativação indevida, fato que gerou grande constrangimento ao Requerente, e ainda, diante da tentativa frustrada de resolver extrajudicialmente o imbróglio com a requerida, não há outra forma de resolução do fato que não seja na esfera judicial. 2. DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA A Tutela de Urgência encontra amparo no art. 300, do CPC in verbis: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo Pois bem, inicialmente, cumpre esclarecer que o autor foi negativado por dívida inexistente cujo pagamento foi comprovado dentro do prazo assinalado pela requerida, que apesar de estar na posse do comprovante de pagamento, ainda sim procedeu com a negativação indevida dos dados do autor. A ação da requerida, seja em razão da cobrança de valores já adimplidos, seja em razão da negativação indevida, comprova que houve falha na prestação de serviços, tendo em vista que a mesma faltou com zelo em sequer conferir o documento enviado pelo Requerente. Os requisitos para a concessão da tutela pretendida encontra amparo na própria negativação procedida, isto porque, a manutenção indevida dos dados do autor no cadastro de mau devedores o impede de proceder com as negociações naturais do ser humano, assim como já o impediu de adquirir um veículo, sendo certo, que aguardar a decisão de mérito, causará não apenas o afastamento do direito do autor em alcançar sua vida de forma livre, como também ansiedade desnecessária, além do mais, os documentos que instruem a demanda, comprovam que houve o efetivo pagamento pela parcelas requerida da qual gerou a negativação dos dados do requerente. Assim, uma vez que resta integralmente preenchido os requisitos para antecipação dos efeitos da tutela, conforme permissivo legal, é que requer seja concedida a medida liminar, em caráter de urgência, para que a Requerida seja obrigada a excluir o nome do Requerente, Sergio, nos cadastros de proteção ao crédito, sob pena de multa diária a ser estipulado por este Ilustríssimo Juízo. 2. DA COMPETÊNCIA A presente demanda trata-se de uma relação de consumo, como elucida os artigos 2º e 3º do CDC, sendo que de um lado temos a figura do consumidor Sergio, de outro a figura do Fornecedor pela Telefonia Alfa, que são vinculados pela prestação de serviço de telefonia. Com o intuito de proteger a parte hipossuficiente em uma relação, fica definido que o consumidor é a parte a ser protegida como podemos ver no art. 4º, Inciso I do CDC, sendo o seu domicilio o competente para ajuizamento da demanda conforme preceito contido no Art. 101, Inc. I do mesmo Codex. Isto posto, fica comprovada a competência deste Juízo para analisar e julgar a presente demanda. 3. DO INDEBITO Nos termos do Parágrafo Único do artigo 42 do CDC, entende-se por indébito o consumidor que é cobrado por dívida já paga, conforme a demanda que é exposta nesta demanda. A seu turno, temos que a responsabilidade da requerida, nos termos do artigo 14 do CDC é objetiva, independente de culpa e/ou dolo. Feitos tais apontamentos, temos que a presente demanda, além dos danos de cunho moral provocado contra o autor, chama para si a responsabilidade de ressarci- lo pela cobrança indevida, em dobro conforme prescreve o Parágrafo Único do artigo 42 do CDC. Além do mais, tal direito encontra amparo também no Art. 940 do CC visto que é expresso no sentido de considerar a restituição em dobro por cobrança indevida. Diante de todo o exposto e comprovado o adimplemento da obrigação pelo Requerente, torna-se este ato da Requerida ilícito, por ter realizada a cobrança de dívida já quitada, motivo pelo qual, requer a sua condenação em razão do indébito no importe de [...]. 4. DO DANO MORAL O direito a indenização de cunho extrapatrimonial é resguarda por nossa Carta Magna em seu artigo 5º, inc. X que diz o seguinte: X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação Ainda sobre este assunto, devemos trazer a luz o CC para amparar os pedidos legais de indenização por danos morais, já que tal direito está assegurado pelo código em seus artigos 186 e 927. Portanto, a inclusão do nome do Requerente nos órgãos de proteção ao crédito, por dívida comprovadamente paga, vem causando ao mesmo grande constrangimento, chegando ao ponto de impossibilitar o requerente de proceder com os atos de sua vida, como por exemplo o de realizar a compra de um veículo conforme exposto em tópico próprio. Além do mais, enquanto perdurar a negativação, temos que o mercado reconhecerá indevidamente o requerente como mau pagador, frisa-se, por dívida comprovadamente já paga. Assim, independente de culpa e/ou dolo, considerando a responsabilidade objetiva da requerida, é dever desta, não somente ressarcir o autor dos danos materiais como também reparar pelos danos morais sofrido, respeitando a proporcionalidade. Assim, requer indenização pelos danos morais no importe de R$ [...] 5. DO DIREITO Conforme amplamente demonstrado, temos que a presente demanda se enquadra na relação de consumo com defesa nos artigos 2º e 3º do CDC, visto que preenche as figuras descritas no Codex. Art. 2° - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Art. 3°. - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Além do mais, a responsabilidade da empresa decorre de sua responsabilidade objetiva, o que independe de dolo e/ou culpa conforme preceitua o artigo 14 do mesmo Codex. Art. 14. - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Considerando a vulnerabilidade do consumidor nas relações de consumo, e com amparo nos artigos 4º, Inciso I do CDC C/C com o Art. 101, Inc. I do mesmo Codex, temos que a competência para a presente demanda decorre do domicilio do autor, portanto, competente este Juízo para processar e julgá-la. Art. 4º. - A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; Art. 101. - Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; Além do mais, considerando a relação de consumo aqui existente, requer no que couber a inversão do ônus da prova nos termos do inciso VIII do artigo 6º do CDC. Art. 6º. - São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 3. DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, pede e requer nos termos que seguem: a) Que seja concedida a tutela de urgência antecipada, a fim de que seja excluído dos dados cadastrais de devedores, os dados do Requerente; b) Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no artigo 334 do NCPC; c) A citação do Réu para oferecer resposta no prazo legal sob pena de preclusão e revelia. d) No mérito, que seja declarada inexistente o débito e a confirmação da tutela antecipada eventualmente deferida. e) Que seja a requerida condenada na indenização pelos danos morais sofridos no valor de R$[...] f) que seja julgado procedente o pedido de repetição de indébito no valor de R$[...], nos termos dos Parágrafo Único do Art. 42 do CDC e 940 do CC. g) que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios. h) A posterior juntada do pagamento das custas iniciais. i) Requer que as intimações e demais atos sejam direcionados ao endereço profissional [...] j) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, em especial através das que seguem nesta demanda e as que surgirem e/ou fizerem necessárias no curso da ação. Dá-se à causa o valor de R$[...] Nestes termos, Pede deferimento. Data [...] e Local [...] __________________________________ Eric Eduardo Camargos Leite OAB [...]-MG
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