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Processo Penal Sistemas Processuais: Existem três sistemas processuais: 1. Inquisitivo 2. Acusatório 3. Misto Sistema Inquisitivo: O próprio órgão que investiga e o mesmo que pune, não existe separação de funções, pois o juiz inicia a ação, defende o réu e julga ao mesmo tempo. Sistema Acusatório: diferentemente do sistema anterior, aqui existe uma separação entre as funções de acusar, julgar e defender. Sistema Misto: une a virtude dos dois sistemas anteriores, divide o processo em duas fases: • 1º - Instrução preliminar: sistema inquisitivo • 2º - Julgamento: sistema acusatório Existem divergências doutrinarias acerca do sistema adotado no Brasil, entre acusatório e misto, mas até então e adotado o sistema Acusatório. Princípios Princípios constitucionais: • P. Dignidade da Pessoa Humana: e o princípio que garante qualquer ser humano respeito a sua integridade física e legal. • P. Legalidade: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal. • P. Devido Processo Legal: todo cidadão deve ter sus direitos respeitados sem nenhuma restrição • P. Juiz e promotor naturais: garante que todos tem direito de serem julgados por um órgão jurisdicional competente. • P. Publicidade: em regra os atos processuais devem ser realizados publicamente, sem segredos e sem sigilo. • P. Presunção de inocência: todo acusado e considerado inocente até o trânsito em julgado do processo. • P. Contraditório: que dizer que toda prova apresentada no processo por uma das partes, tem o adversário o direito de se manifestar. • P. Ampla defesa: e concedido ao réu o direito de se defender das acusações feitas pela outra parte. • P. Razoável duração do processo: assegura que toda pessoa tem direito de ser ouvida perante juízo ou tribunal dentro de um prazo razoável. • P. Fundamentação das decisões judiciais: todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. • P. Nemo tenetur se detegere: o preso será informado de seu direito de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. Princípios Processuais: • Obrigatoriedade da ação penal publica: o Estado tem o dever a agir em casos crimes de ação penal pública. • Princípio da demanda: veda que o juiz de início a ação penal, visto que a iniciativa deve ser por parte do Ministério Público. • Impulso oficial: é o princípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, mover o procedimento de fase em fase, até o trânsito em julgado. • Busca pela verdade: e o princípio do qual estabelece que nem sempre a verdade será fiel a realidade do crime, por isso o juiz deve basear-se na verdade através das provas colhidas. Não pode violar direitos e garantia do investigado/acusado. • Favor Rei: quando houver uma norma que traga interpretações diferentes, deve o juiz optar pela mais favorável sempre que a acusação não tenha obtido provas suficientes para a obtenção da acusação. Para o STJ, esse princípio não tem aplicação nas fases de oferecimento da denúncia e na prolação da decisão de pronúncia no Tribunal do Júri, nas quais prevalece o princípio do in dubio pro societate • Imparcialidade do Juiz: exige-se do órgão julgador um desinteresse por ambas as partes. Ou seja, deve o juiz interessar-se apenas pela busca da verdade processual, esteja ela com quem estiver. • Ne bis in idem: nenhuma pessoa poderá ser julgada pelo Tribunal por atos constitutivos de crimes pelos quais este já a tenha condenado ou absolvido. Lei Processual Penal no espaço: Significa aplicar a lei processual penal brasileira a todo delito ocorrido em território nacional. (lex fori – princípio da territorialidade) Art. 1° O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados. • Não admite extraterritorialidade • Territorialidade absoluta • Processos que estão tramitando no Brasil, são objetos da lei processual brasileira. Não se aplica o código de processo penal em: I – Tratados, convenções e regras de direito internacional: Aqueles que gozam de imunidade diplomática, se vier a cometer algum crime em solo nacional, aqui não será punido. II – Crimes de responsabilidade será competência do poder legislativo. III – Crimes de competência da Justiça militares. Existe código específico, CPPM. IV – Crimes contra a segurança nacional serão julgados pela justiça comum. Lei Penal no Tempo Art. 2° - A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sobre a vigência de lei anterior. Princípio da aplicação imediata: a lei tem sua aplicação imediata. (tempus regit actum) 1. Aplicação imediata 2. Atos realizados em vigência de lei anterior são considerados validos. Lei processual penal não e revogada para beneficiar o réu como ocorre na lei penal. Com relação a alteração de prazo recursal por lei nova, o novo prazo se aplica caso o prazo da lei antiga não tenha começado a fluir. Normas Mistas: normas que são ao mesmo tempo penal quanto processual penal, apresentam duplicidade de conteúdo. Neste caso, havendo sucessão de leis, segue o regramento do direito penal No tempo No espaço Processual Penal Tempus regit actum Lex fori Inquérito Policial: E um conjunto de atos praticados, pela polícia judiciaria, com a intenção de apurar a autoria e materialidade de uma infração penal, para ar ao Ministério Público, elementos necessários para a propositura da ação penal. Objetivo: • Investigar a existência de um crime • Determinar seus agentes e responsáveis • Descobrir e recolher provas Características do IP: Inquisitorial: não permite que o indiciado ou suspeito tenha direito de defesa, tendo em vista que ele não está sendo acusado de nada, mas, sim, sendo investigado. Escrito/Formal: e exigido que as peças do inquérito sejam escritas ou datilografadas e assinadas pela autoridade. Oficialidade: o inquérito policial e apenas uma das espécies de investigação criminal (exemplo: CPI, PIC, Sindicâncias e investigação particular) Autoridade: o inquérito policial deve ser precedido de autoridade legal, que é o delegado. Obrigatoriedade: quando existir indícios mínimos da ocorrência de um delito, o delegado e obrigado a instaurar o inquérito policial. Oficiosidade: nos casos de delito de ação penal publica incondicionada, o delegado instaura o inquérito de ex officio. Indisponibilidade: uma vez instaurado, deve ser conduzido até que se esgotem as diligências legalmente possíveis. Não pode mandar arquivar, uma vez que não e ele o destinatário do IP. Discricionário: a autoridade tem a liberdade de agir, dentro dos limites legais. Dispensável: o inquérito policial não é indispensável para a propositura de qualquer ação. E possível que exista ação penal sem o inquérito. Sigiloso: o inquérito policial deve ser sigiloso, mas não é absoluto, visto que não se aplica ao MP, Poder Judiciário e ao advogado. Temporário: O inquérito policial não pode tramitar Ad eternun, o CPP estabelece prazo para que o IP seja concluído. Podendo o prazo ser prorrogado. Destinatários: • Mediato: Juiz das Garantias • Imediato: titulares da ação Juiz das Garantias: e o responsável por fiscalizar a investigação criminal. Uma das suas principais funções e a prorrogação de prazo de duração do inquérito e prisões além de determinar o trancamento do IP. Atenção: O Ministro Luiz Fux, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu por tempo indeterminado a eficácia das regras do Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019) que instituem a figura do juiz das garantias. Pode ser instaurado: • Ex officio; • Por requerimento/representação do ofendido;• Por requisição do MJ, MP ou Juiz; • Por força de declaração feira por terceiro; • Por força de prisão em flagrante; Início do inquérito: Crimes de ação penal pública incondicionada: • Ex officio • Requisição do juiz ou MP (ordem) • Ato de prisão em flagrante • Requerimento de qualquer interessado Crimes de ação penal pública condicionada: • Requisição da vítima ou representante. • Requisição do Juiz ou MP desde que acompanhado da representação da vítima ou do MJ. • Prisão em flagrante desde que acompanhada de representação da vítima. Crimes de ação privada: • Requerimento da vítima. • Requisição do juiz ou MP desde que esteja acompanhada com o requerimento da vítima. Não é possível instaurar inquérito somente com base em denúncia anônima. Infrações de Menor Potencial Ofensivo: O IP e instaurado para infrações penais com penas superioras a 2 anos. Infrações de menor potencial ofensivo será lavrado um TC (termo circunstanciado). Notitia criminis: ciência da autoridade policial de um fato criminoso. • Indireta: toma conhecimento por meio de algum ato jurídico de comunicação, como requerimento da vítima, requisição do MP ou do MJ. • Direta: toma conhecimento por meio de suas atividades rotineiras, por meio de investigação, noticia de imprensa ou serviços de disque denúncia. • Coercitiva: ocorre na hipótese de prisão em flagrante. Investigação criminal contra autoridades com prerrogativas de foro, somente podem ser investigadas e processadas em determinados tribunais Delatio Criminis: quando qualquer pessoa do povo comunica a autoridade policial a existência de uma infração penal. Comunicação verbal ou escrita Requisição, requerimento e representação: • Requisição: exigência, fundamentada em lei; • Requerimento: solicitação, passível de indeferimento; • Representação: exposição de um fato ou ocorrência. Conteúdo do requerimento, requisição e da representação: Requisição dirigidas a autoridade policial, exigindo a instauração do inquérito contra determinada pessoa, ainda que aponte o crime, em tese necessita conter dados, suficientes para a propositura do IP, não e cabível um oficio genérico a requisição deve sustentar-se em fatos. Caso a autoridade policial instaure uma investigação totalmente descabida, poderá responder por abuso de autoridade, a responsabilidade será tanto de quem requisitou quanto de quem cumpriu. O mesmo se dá com o requerimento e com a representação. Prazo para a conclusão do Inquérito • Investigado preso: 10 dias, contados da data da prisão. • Investigado solto: 30 dias, a contar da instauração do IP. (Prorrogável) Prazo de natureza processual: exclui o dia do começo e inclui o dia do fim, se o dia final for final de semana ou feriado passa para o próximo dia útil. (investigado solto). Prazo de natureza penal (material): inclui o dia do começo, se o prazo final for no final de semana ou feriado o prazo tem fim naquele dia. (investigado preso) Prazos Especiais: Diligências: Após a instauração do IP, a autoridade policial deverá determinar a realização de diligências: 1. Isolar o local do crime; 2. Apreender objetos após a liberação do perito; 3. Colher provas; 4. Ouvir a vítima; 5. Ouvir o suspeito; • Preso: 10 dias • Solto: 10 dias Crimes contra a economia popular • Preso: 15 dias (prorrogavel por +15) • Solto: 30 dias Policia Federal • Preso: 20 dias • Solto: 40 (prorrogavel por +20) Codigo de Processo Penal Militar • Preso: 30 dias (pode duplicar) • Solto: 90 dias (pode duplicar) Lei de Drogas 6. Fazer o reconhecimento de coisas e pessoas; 7. Corpo de delito (nas infrações que deixam vestígios); 8. Identificação do indiciado (impressão digital); 9. Averiguar a vida passada do indivíduo; (folha de antecedentes) 10. Investigar a existência de filhos. 11. Reprodução simulada se for possível (art. 7 CPP) As Diligências podem ser requisitadas pelo Juiz ou Ministério Público. Indiciamento: E quando a pessoa e posta como autor do delito, diante da presença de elementos da sua autoria colhidos no inquérito policial. O indiciamento acaba resultando em constrangimento, tendo em vista que a folha de antecedentes receberá essa informação, sendo permanente mesmo que o IP seja arquivado. • E um ato exclusivo da autoridade policial. Desindiciamento: Ocorre quando o Poder Judiciário, mediante apreciação de HC, determina a anulação do indiciamento, por motivos de ausência dos requisitos legais. Condenação com base no inquérito policial: O art. 155 do CPP determina que o juiz não pode fundamentar suas decisões com base somente nas provas colhidas no IP. Vicio no inquérito policial: Se houver atos de ilegalidade no IP pode acarretar o seu desfazimento. Exemplo: Auto de prisão em flagrante ser assinado por escrivão. Arquivamento do inquérito: O pacote anticrime trouxe nova forma de arquivamento do inquérito policial, entretanto o artigo 28 está com sua eficácia suspensa. Depois de encaminhado para o MP, poderá ter três opções: a) Oferecer a denúncia b) Devolver para a autoridade policial realizar novas diligências; c) Requerer o arquivamento. Antes do Pacote anticrime: Para que o IP seja arquivado, o ministério público poderá requerer o arquivamento com o magistrado. Fundamentos do arquivamento: Coisa Julgada Formal: pode ser reaberto. Coisa Julgada Material: não pode ser reaberto. • Ausência de pressupostos processuais ou de condições da ação. (formal) • Falta de justa causa. (formal) • Excludente de ilicitude. (material) • Excludente de culpabilidade. (material) • Excludente de punibilidade. (material) • Atipicidade do fato O despacho que arquivar o IP é irrecorrível, exceto em casos de crimes contra a economia popular. Desarquivamento do IP se dá mediante o surgimento de novas provas. A partir do pacote anticrime: O controle do arquivamento do IP passou a ser exclusivamente do MP, deixando de ser dirigido a um juiz. Requerimento do MP Discordancia do Juiz PGJ Oferece a denúncia Designa outro para oferecer concorda com o arquivamento Com o pacote anticrime, a autoridade policial pode retomar as investigações diante de notícia de nova prova. ATENÇÃO: A eficácia do artigo 28 do CPP está suspensa, dessa forma aplica-se atualmente a redação do artigo antes do pacote anticrime. Ação Penal: A ação penal e o direito do Estado ou do ofendido de ingressar em juízo. Divide-se em ação penal pública e ação penal privada. Ação penal pública: A legitimidade para propor a ação em ambos os casos será do Ministério Público. Se divide em: • Incondicionada: o MP independe de da manifestação de vontade de quem quer que seja, basta que tenha indícios suficientes. • Condicionada: depende de previa condição, sendo por requisição do MJ ou representação do ofendido (manifestação de vontade). Princípios: Obrigatoriedade: A polícia judiciaria e o MP tem o dever de agir. Obrigatoriedade mitigada: se o agente preenche os requisitos para a concessão da transação penal, pode e deve o MP oferecer a proposta antes de iniciar a ação penal. ➢ Colaboração premiada ➢ Acordo de leniência ➢ ANPP – espécie de negócio jurídico pré- processual. Indisponibilidade: Proíbe que o MP desista da ação penal. Oficialidade: Ação penal e uma atividade obrigatória do Estado, que só deve ser exercida por órgãos oficiais do Estado. Obrigatoriedade: as autoridades públicas atribuídas da persecução penal, deve obrigatoriamente agir de ofício. Divisibilidade: O STF e STJ entendem que o MP pode até a sentença final, incluir novos agentes ou oferecer contra eles novas ações penais. Intranscedencia: vedação da aplicação da ação penal para quele que não sejao autor do fato. Representação do ofendido: a) Prazo: Prazo de 6 meses contados do dia em que se descobriu o autor do crime, ou no dia em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. b) Ofendido sem capacidade: quando o ofendido e menor de 18 anos, outra pessoa poderá representar em seu lugar. c) Ausência ou morte do ofendido: tem uma ordem de preferência 1° cônjuge, 2° ascendente, 3° descendente e 4° irmão. Retratação: pode ser feita antes do oferecimento da ação penal. • Tacita: vítima se reconcilia com o agressor. • Retratação da retratação: oferecer uma nova representação depois da primeira Miniterio Público Arquivamento Arquivamento pelo MP ratificação pela câmara de revisão ministerial Ação Penal Pública Incondicionada Condicionada Requisição do MJ Representação do ofendido Ministerio Público Investigado (assistido por adv.) Mitigado pelo SURSIS retratação, desse de que a situação esteja dentro do razoável. • Maria da penha: retratação pode ser feita se o recebimento da denúncia, será feita diante do juiz em audiência específica para esse fim. Ação penal privada: E aquela em que a iniciativa da ação e conferida a vítima. Princípios: • Oportunidade e conveniência: o ofendido tem a escolha de propor ou não a ação penal. • Disponibilidade: a decisão de continuar ou não com a ação e do ofendido. • Intranscedencia: só pode ser proposta em face do autor, não pode se estender a nenhuma outra pessoa. • Indivisibilidade: a ação deve ser proposta contra todos os autores, em caso de renúncia e perdão também será concedido a todos os autores. A ação penal privada se divide em: 1. Exclusiva: em regra, iniciativa da vítima. Exceção: representante legal em caso de menor/incapaz ou CADI em caso de morte. 2. Personalíssima: SÓ pode ser proposta pela vítima. 3. Subsidiaria da pública: e a ação proposta pelo ofendido em crimes de ação penal pública, quando o MP não faz a denúncia. DECADÊNCIA: Perda do direito de agir. • Regra: prazo de 6 meses do dia em que vier a descobrir o autor do crime (art.38) RENÚNCIA: recusa da vítima de tomar providencias • Ocorre antes do ajuizamento da ação. • Expressa: o ofendido expressa para as autoridades a vontade de renunciar. • Tacita: o ofendido pratica atos controversos a vontade de continuar a queixa. Por exemplo: vítima se reconcilia com o agressor. Perdão: • Ocorre depois de iniciada a ação. • Não cabe na ação penal privada subsidiaria da pública. • Depende da concordância do querelado. PEREMPÇÃO: e o desinteresse em prosseguir com a ação. Requisitos para a propositura da ação: a) Descrição dos fatos (quem, quando, onde, como...) b) Qualificação do acusado (identificação) c) Classificação jurídica do fato d) Rol de testemunhas (se houver) e) Pedido de condenação Denúncia e queixa: A denúncia e a peça acusatória da ação penal pública, já a queixa e da ação penal privada. Prazo para oferecimento da denúncia: Regra: 5 dias preso e 15 se estiver solto. Exceção Crime eleitoral 10 d Lei de drogas 10 d Crimes contra a propriedade imaterial 8 d Crime contra a economia popular 2 d Jurisdição e Competência: Jurisdição: e o poder atribuído ao judiciário para decidir determinado litígio. Competência: e o conjunto de regras que define qual é o juiz que irá julgar determinado litígio. Princípios: Ação penal privada Exclusiva Personalissima Subsidiaria da pública Juiz Natural: e o princípio que decorre da jurisdição, da qual ninguém será processado por autoridade que não tenha competência. Investidura: apenas quem estiver legalmente investido como juiz, poderá desempenhar a jurisdição. Indeclinabilidade: o juiz não pode deixar de julgar casos que lhe forem apresentados. Improrrogabilidade: veda o exercício da jurisdição fora dos limites determinados por lei. Inevitabilidade: as partes não podem recusar o juiz. Inercia: o poder só poderá ser exercido se for provocado. Unidade: a jurisdição única. Critérios para fixação: 1. Lugar da infração; 2. Domicílio ou residência do réu; 3. Natureza da infração; 4. Distribuição; 5. Conexão ou continência; 6. Prevenção; 7. Prerrogativa de Função; Espécies de competência: • Ratione materiae; em razão da matéria • Ratione personae: em razão da pessoa • Ratione Loci: em razão do local Lugar da infração: ratione loci Como regra, a jurisdição compete ao foro do local onde ocorreu a infração penal, se houver tentativa o foro será o local onde se deu o último ato. (art. 70) Crime a distância: se a execução tiver sido iniciada no território brasileiro e se consuma fora dele a competência será determinada pelo lugar em que se praticou o último ato executório no Brasil. Crimes plurilocais: a ação ou omissão se dá em determinado lugar e o resultado em outro. Domicílio do réu: quando não se tem certeza do lugar onde a infração penal se consumou, utiliza-se a regra do domicílio do réu. Tem se os seguintes critérios: • Residência com animo permanente; • Havendo mais de um domicílio, resolve se com a prevenção. Na ação privada, mesmo que se saiba o lugar da consumação do crime poderá o querelante optar pelo foro do domicílio do réu. Não se aplica na ação privada subsidiaria da pública. Natureza de infração penal: ratione materiae Vários juízes de um local podem ser competentes, mas deixa de ser em razão da matéria da infração. Por exemplo: um crime militar deve ser julgado pela justiça militar, sem se importar com o local do crime. Exceção: crimes dolosos contra a vida Prerrogativa de foro: ratione personae Determinado agente que comete infração penal, investido em função especial, revela-se as demais regras de fixação da competência. • Diz respeito a qualidade da pessoa em julgamento. Por exemplo: se um prefeito praticar um crime em cidade do interior, será julgado no tribunal de justiça na capital do Estado. Como saber qual é o juiz competente: a) Estabelecer a justiça e o órgão competente JUSTIÇA Especiais Militar Da União Dos Estados Eleitoral Comuns Federal Estadual Definida a justiça, deve analisar qual será o nível de jurisdição em decorrência do cargo em que o réu ocupe. b) Estabelecer qual é o foro (local) Se for da justiça de 1º grau, se estabelece com base nos artigos 70 e 71 do CPP. c) Estabelecer qual a vara e o juízo Deve analisar se existem varas especiais. Deve recorrer aos critérios da distribuição e prevenção. Distribuição: ocorre quando existe mais de um juiz competente na mesma vara, sendo assim o processo será distribuído. Conexão ou continência: e o instituto pelo qual, permite que no mesmo processo tenha crimes ou pessoas que poderiam ser julgadas separadamente. • Conexão: conjunto de duas ou mais infrações. • Continência: ocorre quando uma demanda (causa, pedido, causa de pedir) estiver contida em outra. Conexão: de acordo com a doutrina, conexão se divide em três espécies: Intersubjetiva: vários crimes E vários agentes. • Intersubjetiva por simultaneidade: infrações praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas, sem que uma saiba da outra. • Intersubjetiva por concurso: várias infrações penais praticadas por concurso. • Reciprocidade: infração penal cometida por duas ou mais pessoas umas contra as outras. Objetiva: o crime e praticado para facilitar a execução de outro Instrumental: a prova de um crime influencia a existência de outro. Continência: ocorre quando os elementos de um fato criminoso contêm outros: • Subjetiva: quando duas ou mais pessoas foram acusadas da mesma infração penal. • Objetiva: quando os crimes são cometidos: Incompetência: Absoluta: em razão da matéria Relativa: em razão do local Teoria geral das provasProva e o conjunto de elementos produzido pelas partes ou determinadas pelo juiz, visando a formação do convencimento quanto atos, fatos e circunstâncias. Princípios: • Contraditório: toda prova admite uma contraprova. • Comunhão: uma vez trazida as provas aos autos, não pertencerão mais as partes que a acostou, mas sim ao processo. • Oralidade: em regra, deve ser produzida oralmente na presença do juiz. • Publicidade: se o processo e público as provas também serão. • Autorresponsabilidade das partes: e a possibilidade de uma prova acostada por uma das partes poder prejudicá-la. • Não autoincriminação: o acusado não e obrigado a produzir prova contra si mesmo. (Nemo tenetur se detegere) Sistema de aferição das provas Regra: livre convencimento mitigado (art. 155) STF STJ TRF/TJ Orgão de 1ºgrau - Concurso formal - Erro na execução - Resultado diverso do pretendido • Obrigatoriedade de fundamento das decisões. • Ausência de hierarquia entre provas. • Liberdade de apreciação. Exceção: sistema da livre convicção (tribunal do júri) Fases do procedimento probatório 1. Proposição: requer a produção de provas em juízo (fase pré- processual). 2. Admissão: momento que o juiz autoriza ou não a propositura da prova. 3. Produção: momento de produção da prova. 4. Valoração: momento em que o juiz analisa as provas. Prova x Elemento de Informação: Na fase da investigação criminal, o que se produz não e prova, mas sim elementos de informação, pois nessa fase não existe contraditório e nem ampla defesa, contudo, nesta fase podem ser produzidas provas cautelares, não repetíveis ou antecipadas. • Cautelares: deve ser praticada o quanto antes, pois corre risco de os vestígios desaparecerem com o tempo. Ex: interceptação telefônica. • Não repetíveis: não podem ser produzidas durante a fase pré- processual, por impossibilidade material. Ex: perícia. • Antecipadas: são produzidas em incidente pré-processual, havendo a efetiva participação das futuras partes. Ex: depoimento de idoso ou efêmero. Indícios: art. 239 (prova indireta) E uma evidência ou pista, que por si só, não é conclusiva, mas que pode levar a conclusões razoáveis sobre a ocorrência de um fato. Podem condenar desde que sejam: • Mais de 1 indício. • For no mesmo sentido. • Deve ser incriminadora. Standard Probatório: se refere ao nível de prova necessárias para se estabelecer a veracidade de um fato. Presunção: Prova Diabólica: e a prova difícil ou impossível de ser produzida. Produção de provas pelo magistrado: Só e possível para dirimir dúvidas que surgem no decorrer do processo. Meio de prova x Meio de obtenção • Meio de prova: e a prova em si, por exemplo a impressão digital. • Meio de obtenção: e o meio que se utiliza para obter a prova, por exemplo busca e apreensão. Ônus da prova Em regra, cabe a quem acusa, mas entende-se que deve ser distribuído entre acusação e defesa. Momento de produção da prova As provas são produzidas durante o processo, entretanto podem ser produzidas na fase do inquérito policial, como provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Meios de provas: Toda prova que não contrarie o ordenamento jurídico, podem ser produzidas no processo penal. Meios específicos de prova: Estado de pessoa: prova prescrita na lei civil (certidão). Exame de corpo de delito: realizadas em infrações que deixam vestígios. a) Provas nominadas: a própria lei concede um nome, podem ser típicas, tem o procedimento descrito no CPP ou atípicas, não tem procedimento pré- estabelecido. b) Provas inominadas: inexiste denominação legal, por exemplo o reconhecimento por meio de fotografia. Autópsia psicológica: e uma avaliação psicológica através de uma investigação imparcial, que tem o objetivo de compreender os aspectos psicológicos de determinada morte. O STJ entende como válida. Prova Anômala: e utilizada para chegar a objetivos diferentes daqueles que lhe são próprios. Há um desvio de finalidade da prova, e produzida por um procedimento previsto em lei, mas não o procedimento previsto para aquele meio de prova. Não e aceita no processo penal. Prova irritual: e produzida sem obediência ao modelo legal previsto em lei, trata-se de prova ilegítima, passível de declaração de nulidade, o modelo para aquele meio de prova e adequado, mas o procedimento utilizado não. Prova emprestada: Prova produzida em determinado processo pode ser apresentada documentalmente em outro processo. • Mesmas partes. • Observado o contraditório e ampla defesa. A prova de um processo e emprestada a outro sempre como prova documental. Prova Proibida (ilegal): não são admitidas no processo. • Ilícitas: obtidas mediante violação da CF, no momento de sua coleta, anterior ou concomitante ao processo. • Ilegítimas: obtidas ou produzidas por meio de ofensa a norma de natureza processual. Acontece no momento de produção da prova. Descontaminação do juiz: impedimento do juiz de julgar a causa, caso tivesse contato com a prova ilícita. (art. 157, § 5º - eficácia suspensa) • 1ª corrente – defende que o juiz segue no processo. • 2ª corrente: defende que o juiz não tem capacidade de esquecer a prova ilícita, portanto estará contaminado. PREVALECE A PRIMEIRA CORRENTE! Prova ilícita por derivação: A regra e a teoria do fruto da arvore envenenada: se a arvore e envenenada os frutos também são. A exceção: • Teoria da fonte independente: se possui as duas fontes, utiliza-se a fonte lícita e afasta a ilícita, admitindo a prova. • Teoria do encontro inevitável: a prova vai ser encontrada de qualquer maneira, seja de forma lícita ou não. Sistema de valoração das provas: Sistema da intima convicção do juiz: pode o juiz julgar até com o que não consta nos autos. Não e aceita no ordenamento brasileiro. Sistema da prova tarifada: as provas têm valores fixos, o que dá ao juiz a possibilidade de analisar somente as que tenham maior valor. Não e aceita no ordenamento brasileiro. Sistema do livre convencimento motivado: o juiz e livre para apreciar as provas e decidir como entender melhor, desde que motive a decisão. E adotada no ordenamento brasileiro. Teoria do pendulo Sistema da intima convicção do juiz Sistema da prova tarifada Sistema do live convencimento motivado Serendipidade: descobrir coisas por acaso, ocorre quando a prova de determinada infração penal é obtida a partir da busca autorizada de outro crime. • 1º grau: a nexo entre o crime apurado e o crime descoberto. Ex: uma busca e apreensão para apuração de tráfico de drogas, e acaba descobrindo também uma operação lava jato. • 2º grau: não há nexo entre o crime apurado e o crime descoberto. Ex: crime de busca e apreensão de crime de tráfico de drogas, e acaba descobrindo animais silvestres escondidos. • Objetiva: descobre fato não apurado. • Subjetiva: descobre agente até então desconhecido. Pescaria Probatória: ocorre quando existe fontes suspeita de uma situação flagrancial. Prova obtida por meio de psicografia: prova obtida por meio de “conexão” com espírito, não e aceita no ordenamento jurídico brasileiro, entretanto já foi aceita em julgamentos do tribunal do júri. Teoria da bomba-relógio: relativiza a proibição da tortura, do qual é o único meio de fazer o acusado confessar. Provas em espécie Perícia em geral: e o exame de alho ou de alguém realizado por técnicos ou especialistas em determinados assuntos. Cadeia de Custódia E o procedimento utilizado para armazenar em preservar as provas. Início da cadeia de custódia: • Preservação do local do crime • Procedimentos policiais • Procedimentos periciais Rastreamento do vestígio Fase interna • Reconhecimento: distingue elementos.• Isolamento: isolar e preservar o local. • Fixação: descrição detalhada dos vestígios. • Coleta: ato de recolher os vestígios. • Acondicionamento: cada vestígio coletado e embalado de forma individual. • Transporte: ato de transferir o vestígio de um local para outro. Fase externa: • Processamento: manipulação do vestígio. • Armazenamento: guardar adequadamente o material. • Descarte: liberação do vestígio. Requisitos da perícia: deve ser realizado por perito oficial. (regra) Exceção: 2 peritos não oficiais • Nomeados pelo Juiz • Pessoas inidôneas • Curso superior de preferência na área de atuação. Perícia complexa: exige a participação de peritos com mais de uma área de atuação. Assistente técnico: • E o auxiliar das partes. • Só poderá atuar depois de ser admitido pelo juiz. • Atua após o trabalho dos peritos. • Atua na presença do perito Laudo Pericial: e o documento elaborado pelo perito, no qual consta a descrição minuciosa do objeto examinado, fotografias, respostas aos quesitos formulados etc. • O prazo para elaboração do laudo pericial e de 10 dias prorrogáveis. Divergência entre peritos, na hipótese de a perícia ter sido realizado por mais de um perito e houver divergência entre eles, poderá elaborar 2 laudos diferente e 1 laudo com a explicação de cada um dos peritos, ou pode haver a nomeação de um terceiro perito. Exame de corpo de delito: e a verificação da prova de existência do crime, feita por um perito, diretamente ou por intermédio de outras evidências, quando os vestígios tenham desaparecido. • E feito em infrações que deixam vestígios. • E indispensável. Se os vestígios sumirem, a prova testemunhal poderá suprir a falta. Corpo de delito: e a prova da existência do crime, que pode ser direito ou indireto. • Direto: verificação dos rastros deixado nitidamente pelo delito. • Indireto: e a narrativa de testemunhas, que viram o fato. Vestígio: e o rastro, pista ou indício deixado por alguém. • Materiais: vestígios que podem ser notados visualmente (constatação do homicídio pelo corpo da vítima ferido e morto). • Imaterial: são aqueles que não são captáveis, nem passíveis de registro pelos sentidos humanos (injuria verbal proferida). Exige-se para a infração que deixa vestígios, a realização do exame de corpo de delito, direto ou indireto. Autopsia/necropsia E o exame feito no cadáver para determinar a cousa da morte. Por regra, deve ser feito 6h após a morte, o exame será interno e externo. Exceção: a) Evidência de morte: permite que a autopsia seja realizada sem necessidade de aguardar as 6h. b) Morte violenta: quando a morte e violenta só o exame externo basta para a autopsia. Exumação: consiste em desenterrar o cadáver da sepultura em caso de exame cadavérico. Exame do Local: consiste na análise dos peritos do local em que ocorreu o crime, com fotografias, desenhos ou esquemas. Crimes cometidos por meio de destruição ou rompimento de obstáculo os peritos devem analisar os vestígios e indicar os instrumentos utilizados para o rompimento/destruição do obstáculo. Perícias em laboratório: e o exame especializado realizado em lugares próprios. Exemplo: • Laboratório de balística • Laboratório de exames químicos Exame de avaliação: e o exame feito para atribuir valor a coisas destruídas ou que constituíam produto do crime. • Direta: perito analisa o próprio bem. • Indireta: estima seu valor por meio de comparação com coisas similares. Exame grafotécnico: exame para determinar a autoria de escritos, feita por comparação de letras. Exame de comparação de perfil genético: coleta de DNA para fins de identificação criminal, deve ser determinado pelo Juiz de ofício ou mediante representação da autoridade policial. Nos casos de crime hediondo ou com violência de natureza grave, independe de decisão judicial. Interrogatório do acusado: E o ato em que o acusado e ouvido pelo juiz, acerca da imputação que lhe e feita. E tanto um meio de defesa como um meio de prova. Características: • Ato personalíssimo: só o acusado pode ser ouvido. • Ato oral: não se aplica em caso de réu portador de necessidade. • Ato bifásico: pessoa do acusado + fatos • Ato não preclusivo: pode ser praticado a qualquer tempo. • Obrigatório: o juiz tem de ouvir o réu presente. Momento: deve ser o último ato instrutório da audiência. Interrogatório por vídeo conferência: pode por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes realizar o interrogatório por videoconferência se: 1. Prevenir risco (ex: fuga durante o deslocamento) 2. Dificuldade para o comparecimento em juízo. 3. Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima. 4. Questão de ordem pública Confissão: Admitir que é autor de um crime. A confissão, não constitui prova plena. Deve ser analisada em conjunto com a prova colhida, pois sozinha não justifica a condenação. Espécies: • Simples: apenas reconhece a prática delituosa, sem qualquer elemento novo. • Qualificada: reconhece que praticou o crime, mas alega algo em seu favor, como alguma causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Delação: o acusado admite a própria responsabilidade e incrimina outrem, como participe ou coautor da infração. Oitiva do Ofendido: • A vítima não e considerada como testemunha. • Não pode se negar a comparecer para depor. • A vítima não presta compromisso de dizer a verdade, e nem e responsabilizada por falso testemunho. (pode responder por denunciação caluniosa) • Não pode invocar direito do silencio • Em casos de crimes clandestinos a palavra da vítima possui especial relevância. Prova testemunhal: E a pessoa que declara ter tomado conhecimento de algo, podendo confirmar a veracidade do ocorrido, agindo sob o compromisso de ser imparcial e dizer a verdade. Princípios: • Oralidade: a testemunha conta o que viu enquanto e filmada ou tem suas palavras redigidas. Algumas pessoas podem apresentar por escrito, por exemplo o presidente da república. • Objetividade: deve prestar seu compromisso de forma objetiva • Individualidade: as testemunhas prestam seus depoimentos individualmente. • Incomunicabilidade: as testemunhas não se comunicam durante a audiência, ficam aguardando sua hora de depor em locais separados. • Retrospectividade: só e possível prestas compromisso sobre fato passado. Classificação: • Direta: testemunha que presenciou o acontecimento. • Indireta: testemunha que ouviu falar do fato. • Numerarias: testemunha que presta o compromisso de dizer a verdade, sob pena de responder por falso testemunho. • Informantes: não são obrigadas a dizer a verdade, pois tem interesse no processo. • Referida: e a pessoa que foi citada por outra. • Feudatária: são testemunhas que dão fé a legalidade de um ato. • Abonatório: servem para abanar a conduta social do réu. Testemunhas numerárias: − Procedimento comum ordinário – até 8 testemunhas. − Procedimento comum sumario – até 5 testemunhas. − Rito sumaríssimo – até 5 testemunhas. − Segunda fase do tribunal do júri – até 5 testemunhas. Testemunhas não numerarias, que não contam entre as testemunhas indicadas. São elas: • Testemunha referida • Testemunha não compromissada • Testemunha judicial • Testemunha que nada sabe Testemunhas que residem fora da jurisdição, em comarca diferente, será ouvida mediante a expedição de carta precatória. Se for fora do país, mediante expedição de carta rogatória. Ofendido Testemunha Não tem dever de dizer a verdade Tem dever jurídico de dizer a verdade Não presta compromisso Assume compromisso de dizer a verdade E indagado de quem presume ser o autor da infração Depoimentodeve ser livre de opinião pessoa Pode indicar provas ao juiz Não sugere meios de provas Reconhecimento de pessoas ou coisas: E o ato pelo qual uma pessoa admite e afirma como certa a identidade de outra ou a qualidade de uma coisa. Acareação: E o ato, presidido pelo juiz, que coloca frente a frente os depoentes, confrontando e comparando declarações contraditórias ou divergentes, visando a busca da verdade real. Pressupostos: a) Que as pessoas já tenham sido ouvidas em oportunidade anterior b) Que haja divergência entre as declarações. Sujeitos: • Acusado x Acusado • Acusado x Testemunha • Testemunha x Testemunha • Testemunha x Ofendido • Ofendido x Ofendido Busca e apreensão: Busca conjunto de ações dos agentes para a procura e descoberta daquilo que interessa ao processo, já apreensão e o ato de retirar pessoa ou coisa do local em que esteja. Exige o risco do perecimento ou desaparecimento da pessoa ou da coisa que se quer conservar (periculum in mora) e de razoável probabilidade de que o objeto da diligência se relacione a fato criminoso (fumus boni iuris). Se trata de um meio de prova cautelar. A busca e apreensão pode ocorrer somente durante o dia. Prisão em flagrante E a forma de prisão que pode ser aplicada a quem acabou de ser cometer ou ainda está cometendo ato criminoso. Fases da prisão em flagrante: A partir do momento em que a autoridade judiciaria é comunicada acerca da detenção, o ato e convertido em ato judicial. Tipos de flagrante: 1. Obrigatório: as forças policiais têm o dever mesmo fora do expediente de trabalho. Captura Condução coercitiva Elaboração do APF Recolhimento a prisão 2. Facultativo: qualquer um pode prender. 3. Próprio (perfeito): acontece quando o agente está cometendo ou acabou de cometer o delito e ainda está no local do crime. 4. Improprio: ocorre quando o individuo e perseguido logo após a prática do crime. Deve ter três requisitos: • Atividade: Perseguição • Temporal: deve ser 1logo após a prática do crime. • Circunstancial: se presume que é o autor da infração. 5. Presumido: o agente e encontrado logo depois da prática do delito, com objetos que façam presumir ser ele o autor da infração (o sujeito não é perseguido, mas sim localizado). 6. Esperado: a polícia se coloca em campana para prender o autor do crime (ex: casinha) 7. Postergado: retarda a prisão em flagrante, na esperança de fazer em momento mais oportuno para a colheita de provas. 8. Preparado: sofre a intervenção de terceiros antes da prática do crime 9. Forjado: realizado para incriminar pessoa inocente e que não tinha vontade de delinquir (e nulo). Sujeito passivo: em regra qualquer pessoa pode ser presa em flagrante, porém existem algumas hipóteses: • Presidente Não pode ser preso por nenhum tipo de prisão cautelar. • Senadores e Deputados Só podem ser presos pela prática de crimes inafiançáveis, sendo nas 24h seguintes. • Membros do poder judiciário e do MP 1 Logo após: compreende todo o espaço de tempo necessário para a polícia chegar ao local, colher provas e dar início a perseguição. Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime inafiançável. Magistrados se apresentam ao presidente do tribunal vinculado e os membros do MP ao procurador geral no prazo de 24h. • Advogados Só pode ser preso em flagrante por motivo ligado ao exercício da profissão em caso de crime inafiançável. Garante a presença de um representante da OAB no momento da lavratura do auto de prisão. • Imunidade diplomática Não podem ser objeto de nenhuma forma de prisão (convenção de Viena 1961) • Menor de idade Se for adolescente (+ de 12 e – de 18) será possível a apreensão em flagrante pela prática de ato infracional. • Inimputáveis (doença mental) Podem ser presos para eventual aplicação de medida de segurança. • Eleitor Só podem ser presos em flagrante, nos 5 dias anteriores e nas 48 horas posteriores ao encerramento das eleições. • Candidato Nos 15 dias que antecede as eleições, o candidato só poderá ser preso em flagrante. Crimes: Crimes de ação penal privada: admite prisão em flagrante, mas o auto de prisão só será lavrado se o ofendido quiser. Homicídio e lesão corporal na direção de veículo automotor: e vedado a prisão em flagrante do condutor que prestar imediato socorro a vítima. Auto de prisão em flagrante: Deve ser lavrado no prazo de 24h a contar do ato da prisão, sendo encaminhada a cópia ao juiz competente dentro do prazo mencionado. Nota de culpa: E o documento que a autoridade da ciência ao preso dos motivos da sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. Deve ser assinada pela autoridade e entregue ao preso. A ausência da nota de culpa no prazo legal acarreta a ilegalidade da prisão. Audiência de custódia: Após ser presa em flagrante a pessoa deve ser apresentada ao magistrado, no mesmo prazo de 24h, para que após a manifestação do MP e do Defensor, possa deliberar sobre a necessidade de manutenção da prisão. Finalidade: a) Tutelar a integridade física do preso b) Analisar a legalidade da prisão e a necessidade de sua manutenção. Relaxamento de prisão: Incide na prisão ilegal. Hipóteses de ilegalidade que leva, ao relaxamento: a) Falta de formalidade essencial na lavratura do auto b) Inexistência de hipótese de flagrante c) Atipicidade da conduta d) Excesso de prazo de prisão Conversão do flagrante em prisão preventiva: Quando a prisão e legal o juiz verifica os seguintes requisitos: (art. 312 e 313) • Garantia de ordem pública. • Quando houver prova da existência do crime, indícios de autoria e perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. • Crime doloso com pena máxima superior a 4 anos • Se tiver sido condenado por outro crime doloso com trânsito em julgado • Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra mulher, criança, idoso, efêmero. Concessão de liberdade provisória: Se o juiz na audiência de custódia entender ausente os requisitos para a decretação da prisão preventiva e no caso de a prisão ter sido legal, deve conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança dependendo do caso. Após realizar a audiência de custódia, o MP oferece a denúncia. Prisão preventiva e temporária Prisão preventiva: Modalidade de prisão cautelar decretada exclusivamente pelo juiz. Oportunidade de decretação: • Converte o flagrante em preventiva – prisão preventiva por conversão do flagrante ou derivada. • Quando o autor não foi preso em flagrante, mas as circunstâncias demonstram necessidade – prisão preventiva originaria. • Quando o acusado descumpre medida cautelar diversa da prisão anteriormente imposta – prisão preventiva substitutiva. Pressupostos e fundamentos: − Prova da materialidade do crime − Indícios suficientes de autoria − Indícios de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. Quanto aos fundamentos: deve o juiz explicar o motivo de sua decisão, nas razoes previstas no artigo 312. • Garantia da ordem Pública: Necessidade de afastar o acusado imediatamente do convívio social em razão da sua periculosidade. • Garantia da ordem econômica: Visa coibir graves crimes contra a Ordem Tributária, o Sistema Financeiro, a Ordem Econômica etc. • Conveniência de instrução criminal: Tem o objetivo de inibir a tentativa do acuado de forjar provas em seu favor ou de destruir as que existem em sei desfavor, e resguarda a integridade da vítima ou testemunha. • Garantia da futura aplicação da lei penal: Baseia se na existência de indícios de que o acusado está prestes a fugir. Condições de admissibilidade: • Crime doloso com pena máxima superior a 4 anos • Se tiver sido condenadopor outro crime doloso com trânsito em julgado • Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra mulher, criança, idoso, efêmero. • Quando houver dúvida acerca da identidade civil da pessoa. Revogação e nova decretação: O juiz, pode a qualquer momento revogar a prisão preventiva, de ofício, ou a requerimento das partes. E obrigatório que a cada 90 dias se faça uma revisão da necessidade da medida. A duração da prisão preventiva não está estabelecida em lei, mas a doutrina e a jurisprudência entendem que um prazo razoável para a duração da prisão preventiva seria de aproximadamente 120 dias. O fato de o acusado se apresentar voluntariamente a autoridade, não impede a decretação da prisão preventiva. Prisão preventiva domiciliar: Consiste no recolhimento do acusado em sua residência, só podendo sair com autorização judicial. Pode ser substituída a prisão preventiva pela domiciliar quando: 1. Maior de 80 anos 2. Debilitado por doença grave 3. E responsável por menor de 6 anos ou com deficiência 4. Mulher com filho de até 12 anos incompletos. 5. Gestante. 6. Homem, caso seja o ÚNICO responsável por filho menos de 12 anos. Prisão temporária: E uma medida privativa de liberdade provisória, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de crimes considerados graves, durante o inquérito policial. Diferenças: Preventiva Temporária Prevista no CPP Lei 7.960/89 Cabe na investigação e na ação penal Apenas na fase de investigação Não tem prazo Tem prazo Crimes dolosos com pena máxima de 4 anos, reincidente, execução de medida protetiva de urgência. Só e cabível para crimes previstos no art. 1º inciso III da lei 7.960 e hediondos. A requerimento do MP, do querelante, ou representação do delegado. A requerimento do MP ou representação do delegado. Hipóteses de cabimento: lei 7.960/89 Imprescindível para as investigações do inquérito policial: • Não pode servir como uma prisão para averiguação • Não pode ser usada para violar o direito de autoincriminação Não tiver residência fixa: • Para o STF, tal condição mostra-se dispensável ou, quando impetrado isoladamente, e inconstitucional. Houver fundadas razões (taxativo, mais hediondos) • E taxativo e não admite analogia ou interpretação extensiva (norma de natureza hibrida, in malam partem) Novos requisitos • Gravidade concreta do crime. • Fatos novos e contemporâneos. • A temporária não se sujeita as condições do art. 313 do CPP. Procedimento: E uma medida que so pode ser decretada pelo juiz, depende de requerimento do MP ou representação da autoridade policial. Pazos: Regra: 5 dias (prorrogável uma única vez, desde que provada sua necessidade) Exceção: 30 dias (prorrogável por + 30, no caso de crimes hediondos ou equiparados a hediondos) Pode ser convertida em preventiva nesse prazo. Equiparados a hediondo: Ato de prisão em residência: Pode ocorrer de duas formas: • Em razão da prisão em flagrante. • Em decorrência de cumprimento de mandado de prisão. Prisão em flagrante: mesmo contra a vontade do morador pode invadir a residência. Prisão por mandado: com consentimento e possível o ingresso na casa para cumprir a ordem de prisão a qualquer hora, sem o consentimento, o cumprimento do mandado só pode ser durante o dia. Liberdade Provisória: E o instituto que concede ao individuo o direito de aguardar em liberdade até o final do processo. Na audiência de custódia o juiz pode: • Relaxar • Liberdade provisória • Converter em preventiva Crimes inafiançáveis: art. 323 CPP • Crime de racismo • Crimes de Tortura, tráfico e terrorismo • Crimes contra a ordem constitucional e o estado democrático Crimes afiançáveis: todos que não forem inafiançáveis Cometeu crime afiançável, mas não terá direito a fiança (art. 324 CPP) • Quebrado fiança anterior • Caso de prisão civil ou domiciliar • Decretação de prisão preventiva Finalidade da fiança (art. 336) Serve para o pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa se o réu for condenado. Condições: • Comparecer perante autoridade • Não pode mudar de residência sem autorização • Não pode ausentar se por mais de 8 dias da residência sem comunicar a autoridade Quebra de fiança: perda de metade do seu valor Arbitramento de fiança pelo delegado: pode conceder nos casos de infração cuja pena máxima não seja superior a 4 anos. Tráfico Terrorismo Tortura OBS: • No crime afiançável o juiz pode conceder a liberdade sem fiança • No crime inafiançável o juiz poderá conceder a liberdade provisória sem fiança • Art. 24 – A lei 11.340/06 • Pagamento da fiança pode ser feito por qualquer pessoa. Liberdade provisória sem fiança nos crimes afiançáveis • Indícios de que o crime foi cometido diante de uma excludente de ilicitude. • Acusado não tem condições financeiras de arcar com o pagamento de fiança. (Art. 350 CPP) Valor da fiança: art. 325 CPP Depende da gravidade da infração penal e da situação econômica do réu. Objeto da fiança: art. 330 CPP Consiste em deposito de dinheiro, pedras, objetos ou materiais preciosos, títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. Consequências: • Quebramento (Art. 341 e 343): Ocorre quando o acusado não cumpre as condições impostas para a concessão da liberdade provisória. A quebra consiste na perda de metade do seu valor. • Reforço (Art. 340) Ocorre quando o valor recolhido for inferior, surgindo a necessidade de complementação. • Cassação (Art. 338 e 339) – perda total do valor da fiança Consiste na correção de um erro. A cassação e a devolução do valor pago a título de fiança do acusado. • Restituição (Art. 337) O valor da fiança será integralmente restituído ao acusado, corrigido monetariamente. • Perda (Art. 344 e 345) Após serem descontadas as custas e demais encargos, o valor remanescente será recolhido ao fundo penitenciário, caso o acusado não se apresente espontaneamente para o cumprimento da pena. Se o condenado se apresentar para cumprir pena, os valores remanescentes após os descontos das custas e dos encargos serão restituídos ao condenado. Medidas cautelares diversas da prisão: • Comparecimento periódico em juízo • Proibição de acesso a determinados lugares • Proibição de manter contato com pessoa determinada • Proibição de ausentar-se da comarca • Suspensão do exercício de função pública • Internação provisória • Fiança Regras gerais de aplicação: As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
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