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Animais peçonhentos

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Ana Luiza Spiassi Sampaio 
Medicina UFSM – Turma 109 
 
 
→
 
Transporte 
 Revisar e demarcar local, lavar com água e sabão; 
 Retirar acessórios e joias do local acometido; 
 Elevação do membro com imobilização passiva; 
→ O que não fazer? Novas incisões, sucção do venoso, 
sutura, torniquete; 
 
Abordagem intra-hospitalar 
 Padrão de cuidado de emergência: via aérea, 
circulação, monitorização, acesso venoso; 
 Exames: creatinina; eletrólitos. Troponina. 
Hemograma; TP; TTPA; fibrinogênio; EQU; 
o Crotálico: CK;LDH; TGO; TGP; 
o Laquético: ECG (risco de bradicardia, alterações 
do segmento ST, onda T e BAV); 
 Medicação adjuvante: 
o Vacinação antitetânica quando indicada; 
o Hidratação; 
o Analgesia; 
o Antieméticos; 
 Medicação pré-soro: 
o Anti-H1: difenidramina 1mg/kg EV ou IM (máx. 
50mg) ou prometazina 0,5mg/kg EV ou IM (máx. 
50mg); 
o Corticoide: hidrocortisona 10mg/kg (máx. 
500mg); 
o Adrenalina: 25mcg SC logo antes do soro; 
 Soroterapia: 
o Puro ou diluído (em SF 0,9% ou SG 5%) em 1:2 a 
1:5 EV; 
→ ATB somente se suspeita de infecção bacteriana no 
local. 
 
Fosse lateral ausente 
→ Não peçonhentas → exceção da cobra coral; 
 
Fosseta lateral presente 
→ Peçonhentas; 
 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
Medicina UFSM – Turma 109 
 
Acidente botrópico 
Bothropis alternaturs → Jararaca/cruzeira 
 Acidente em zona rural; 
 Manifestações: sangramento gengival, hematúria, 
dor, edema, equimose; 
 Veneno botrópico: 
o Proteolítico → lesão muscular local intensa; 
o Coagulante; 
o Hemorrágico → consome todo o complemento → 
hemorragia; 
 Ligar rápido para CIT (Centro de Informação 
Toxicológica); 
 Risco de síndrome compartimental; 
 Tratamento: soro antibotrópico ou SABC (soro 
antibotrópico-crotálico) ou SABL (soro 
antibotrópico-laquético); 
 
Acidente crotálico 
Crotalus durissus terrificus → Cascavel 
 Veneno crotálico: 
o Neurotóxico; 
o Miotóxico; 
o Coagulante; 
 Manifestações clínicas: ptose palpebral; poucos 
sinais locais (pouca dor); fáscie miastênica/visão 
turva (casos graves); mioglobinúria (pode levar a 
IRA); 
 Tratamento: soro anticrotálico ou SABC; 
Acidente laquético 
Lachesis muta → Surucucu 
 Veneno laquético: 
o Proteolítico; 
o Coagulante; 
o Hemorrágico 
o Neurotóxico (vagal); 
 Clínica: evolução em minutos de edema, bolhas e 
necrose (semelhante ao botrópico); 
o Dor intensa e local em 15 min; 
o Coagulograma alterado em 30 min; 
o Sudorese, dor abdominal intensa, rebaixamento; 
o Efeito vagomético → diarreia, vômito, 
bradicardia, hipotensão e choque; 
 Tratamento: soro antilaquético (SAL) ou SABL; 
 Atentar para instabilidade hemodinâmica; 
 
Acidente elapídico 
Micrurus corollinus → Coral 
 Veneno elapídico: neurotóxico; 
 Clínica: 
o Ação neurotóxica rápida (45-75 minutos); 
o Náuseas, vômitos, sudorese, ptose palpebral, 
fáscies miastênica, até paralisia muscular; 
o Observar o paciente → pode evoluir mal após 
24h; 
o Insuficiência respiratória é o que mata; 
 Tratamento: soro antielaídico; 
 Tratamento IRA: atropina; neostigmina; tensilon; 
 
 
Colubrídeos; Cobra verde 
 Manifestações clínicas: edema local, equimose e 
dor, sem alterações sistêmicas (veneno sem 
alterações de coagulação); 
 Tratamento: sintomáticos e locais; 
 
Manifestações clínicas 
 Dor local imediata → regra; 
 Sudorese, náuseas, vômitos, taquicardia, 
taquipneia; 
 Manifestações neurológicas: miose ou midríase, 
priapismo, aumento de secreções (sudorese, 
rinorreia, vômitos e lacrimejamento); 
 Maior gravidade em extremos etários; 
 Fatores que influenciam na gravidade: espécie e 
tamanho do escorpião, a quantidade de veneno 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
Medicina UFSM – Turma 109 
inoculado, a massa corporal do acidentado e a 
sensibilidade do paciente ao veneno; 
Tratamento 
 Soro antiescorpiônico ou soro antiaracnídico 
(SAAr); 
 
 Maioria dos casos apresenta apenas reação local; 
 Diagnóstico: história de picada dolorosa, achados 
locais e visualização da aranha; 
 
Phoneutria → Armadeira 
 Veneno de ação neurotóxica (phoNEUtria → 
NEUológico); 
 Acidentes ocorrem frequentemente dentro das 
residências; 
 Liberação de adrenalina e acetilcolina no local da 
picada → dor e vermelhidão; 
 Manifestações clínicas: manifestações locais; dor 
imediata (pode irradiar até a raiz do membro 
acometido); edema, eritema, parestesia e sudorese 
no local da picada; 
 Tratamento: soro antiaracnídico; 
 
Loxosceles → Marrom 
 Veneno de ação proteolítica e hemolítica; 
 Não são aranhas agressivas, picando apenas quando 
comprimidas contra o corpo; 
 Clínica: início pouco doloroso evoluindo até 
necrose; 
o Picada quase sempre é imperceptível; 
o Dor, edema endurado e eritema no local da picada; 
o Lesão característica: dor em queimação, lesões 
hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas 
de isquemia (placa marmórea) e necrose; 
 Hemólise → obstrução de pequenos vasos, edema, 
hemorragia e necrose focal; 
o Forma hemolítica: comprometimento cutâneo + 
hemólise intravascular → anemia, icterícia e 
hemoglobinúria (se instalam nas primeiras 24 
horas); petéquias e equimoses, relacionadas à 
coagulação intravascular disseminada (CIVD); 
 Tratamento: soro antiaracnídico; 
o Prednisona 40 mg/dia VO → casos 
moderados/graves; 
 
Latrodectus → Viúva-negra 
 Veneno neurotóxico; 
 Acidentes ocorrem quando comprimidas contra o 
corpo; 
 Manifestações clínicas: 
o Se inicia com dor local, de pequena intensidade, 
evoluindo para sensação de queimadura 15 a 60 
minutos após a picada; 
o Pápula eritematosa e sudorese localizada; 
o Fáscie lactrodérmica (simula tétano); Contratura 
facial, trismo dos masseteres; 
o Insônia, cefaléia, prurido, eritema de face e 
pescoço 
o Contraturas musculares periódicas, 
movimentação incessante, atitude de flexão no 
leito; 
o Hiperreflexia ósteo-músculo-tendinosa constante; 
tremores e contrações espasmódicas dos 
membros; 
o Dor abdominal intensa, acompanhada de rigidez e 
desaparecimento do reflexo cutâneo-abdominal 
(pode simular um quadro de abdome agudo); 
o Casos graves: taqui/bradicardia; hipertensão; 
taquipneia/dispneia; náuseas e vômitos; 
priapismo; retenção urinária; 
 Tratamento: soro antilatrodético (SALatr) IM; 
o Sintomático → analgésicos, sedativos; gluconato 
de cálcio; 
 Benzodiazepínicos → Diazepan; 
 Gluconato de Cálcio; 
 Clorpromazina; 
 
Não peçonhentas → caranguejeira, aranha-de-grama 
 
 
Formigas 
 Reação local apenas; 
 Agravo sistêmico → depende da predisposição e 
número de agentes; 
 Manifestações clínicas: reação local leve e 
transitória, com eritema, dor e edema; pápula 
urticariforme no local da picada; 
o Melhora em horas, raramente alguns dias; 
 Tratamento: 
o Compressas frias locais; 
o Corticoides tópicos; 
o Analgesia com paracetamol; 
o Há sempre a indicação do uso de anti-histamínicos 
VO; 
o Acidentes maciços ou complicações alérgicas 
→ prednisona 30 mg, VO → diminuir 5 mg a cada 
três dias, após melhora das lesões; 
Ana Luiza Spiassi Sampaio 
Medicina UFSM – Turma 109 
Abelhas 
 Dor aguda local, que tende a desaparecer 
espontaneamente em poucos minutos, deixando 
vermelhidão, prurido e edema por várias horas ou 
dias; 
 Acidente maciço: 30-50 picadas em crianças, 300 
picadas em adultos; 
 Efeito do veneno: hemólise intravascular, 
insuficiência renal aguda, torpor e coma, bloqueio 
neuromuscular (paralisia respiratória), liberação de 
serotonina e histamina; 
 Tratamento: 
o Retirada do ferrão por raspagem (não comprimir), 
sintomáticos; 
o Suporte (proteção de via aérea); 
 Vigiar o balanço hidroeletrolítico e a diurese; 
o Hidratação; 
o Inotrópicos S/N; 
o Anti-histamínico; 
o Adrenalina → TTO para as reações 
anafiláticas/alérgicas; 
 Glicocorticoides e anti-histamínicos não 
controlam as reações graves; 
Acidente lonômicoLonomia sp. → lagartas 
 Maioria leve, resolvendo após 24h (dor em 
queimação, com eritema, edema e linfadenomegalia 
dolorosa); 
 Quadro local de dermatite urticante; 
 Cefaleia holocraniana, mal-estar geral, náuseas e 
vômitos, ansiedade, mialgias; dores abdominais, 
hipotermia, hipotensão. 
 Atentar para sangramentos de mucosas; 
 Acidentes graves podem evoluir para hemorragia 
grave e insuficiência renal aguda → Síndrome 
hemorrágica; 
 Tratamento: soro antilonômico (SALon); 
antifibrinolíticos;

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