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UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 1 jevanemoraes@yahoo.com.br Profª. Msc. Jevane Mendonça Moraes Serfaty. ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 2 jevanemoraes@yahoo.com.br Unidade I - FUNDAMENTOS DE MARKETING / MARKETING DE SERVIÇOS 1.0. 1A Evolução da comercialização Ao falar de marketing é primeiramente entendermos alguns pontos chaves na cronologia do desenvolvimento do mercado de consumo. Nos primórdios da civilização humana, o homem desenvolveu a partir da relação de troca, a percepção de valores para determinados bens e produtos, surgindo assim o escambo, troca de produto por produto, e, mais tarde, a transação monetária, envolvendo o dinheiro. Com a Revolução Industrial, a década de 30 foi conhecida como a era industrial, em que o foco das empresas era a tecnologia de produto e a engenharia de produção, e a lei da oferta e demanda determinava as estratégias empresariais. A partir da década de 50, as empresas focalizaram suas ações em técnicas de vendas e promoções, tendo como objetivo final o lucro. Com o desenvolvimento mundial, na década de 70 começa a surgir à era do Marketing, na qual o foco de atuação das empresas passa a ser o mercado consumidor, inserindo técnicas de comercialização, relacionamento, pesquisa e análise da concorrência no desenvolvimento das suas estratégias mercadológicas. A década de 90, com o advento da Internet e da tecnologia de informática, passamos a viver o momento da era da Informação. A gestão da informação e do conhecimento, a globalização, e, a demanda e oferta personalizadas passam a fazer parte do desenvolvimento da estratégia mercadológica, sendo o foco no negócio. Neste cenário, grandes grupos empresariais entram num processo de fusões e aquisições no mundo todo e também no Brasil. No início da década de 90, o mercado brasileiro internacionalizou-se e grandes conglomerados de empresas aqui chegaram, possibilitando incorporações, fundindo-se com organizações nativas, mudando o perfil do mercado e a forma de condução dos negócios das empresas. Os mercados aproximaram-se e o capital internacional passou a interagir com as economias de todos os países. Os conceitos de cada era surgiram e forma consolidados nas suas respectivas eras; mas nem, por isso as anteriores perdem importância no processo de comercialização e manutenção dos negócios das empresas nos tempos atuais. Os conceitos e suas técnicas constituem um somatório de conhecimentos e práticas que evoluíram para gerar e gerir mercados. 1.1. Conceitos de marketing O Marketing é uma orientação organizativa da gestão, que, através do conhecimento científico do mercado e das necessidades, desejos e valores do cliente, permite à empresa dar satisfação ao seu cliente, e receber, em retorno, do seu mercado, a possibilidade de realizar os seus objetivos, definidos a partir do próprio mercado. Segundo Kotler (2000, p.30), “marketing é o processo de planejar e executar a concepção, a determinação de preço, a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar negociações que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. 1 http://pessoal.sercomtel.com.br/rambalducci/posgraduacao/marketing/apostilademarketing.pdf UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 3 jevanemoraes@yahoo.com.br “O Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, apreçamento, promoção e distribuição de ideias, bens, e serviços que são trocados para satisfazer necessidades individuais e organizacionais.” (American Marketing Association, 80s) “O Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar, e fornecer valor para consumidores e para gestão de relações com clientes de forma a beneficiar a organização e seus acionistas” (American Marketing Association, 2006). “O Marketing é o processo gerencial responsável por identificar, antecipar e satisfazer vontades de consumidores de forma lucrativa”. (CIM, 2006) “O Marketing é tão básico que não pode ser considerado uma função separada. É o negócio como um todo visto do ponto de vista de seu resultado final, isto é, do ponto de vista do consumidor. O sucesso da empresa não é determinado pelo produtor, mas pelo consumidor” Peter Druker (1998) Os conceitos de marketing apresentados acima percebemos que com o passar dos anos houveram mudanças, onde as estratégias das empresas se focaram para atender o cliente, a fim de suprir suas necessidades e tangibilizar seus desejos, de forma seja lucrativa para as organizações através e ao mesmo tem fidelizando este cliente.. 1.2. O que são serviços? Para começar vamos fazer o seguinte questionamento: O Marketing de serviços é diferente do marketing de bens?. Ou o Marketing de serviços é apenas um caso especial da Teoria Geral do marketing?. Na literatura especifica de serviços autores como Backer (2005) e Lovelock e Wright (2006, p.5) afirmam que “é difícil ter uma definição do que seja serviço por sua diversidade”. Para o Lovelock e Wright (2006), “muitas vezes é complicado definir como são criados e entregues aos clientes, por que muitos insumos e produtos são intangíveis”. Em palavras simples, serviços são atos, processos e atuações oferecidos ou produzidos por uma entidade ou pessoa, para que outra entidade ou pessoa Zeithaml, et. al.(2011, pag.39). Já para Kotler (2000, p.448) “Um serviço é qualquer ato ou desempenho essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada. A sua execução pode ou não está ligada a um produto concreto”. Para Lovelock e Wright (2006, p.5) existem duas definições que capturam a essência dos serviços que são as seguintes: • Serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte à outra. Embora este processo possa esta ligada a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade a nenhum dos fatores de produção. • Serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para os clientes em tempos e lugares específicos, como a decorrência da realização de uma mudança desejada no - ou em nome do- destinatário do serviço. 1.3. O marketing de serviços O Marketing esta presente em nosso cotidiano, seja em um supermercado, na farmácia, no shopping em qualquer estabelecimento comercial encontramos a “figura” dos serviços. Esta área nos proporciona experiências fascinantes, não só por sua importância que é notória, mas pelas estratégias comerciais, que a cada dia se superam para encantar e estimular os consumidores mais exigentes. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 4 jevanemoraes@yahoo.com.br Mas afinal, qual o motivo de estudar especificadamente marketing de serviços? Se pararmos para pensar através dos conceitos de marketing nos levam a perceber, que as estratégias usadas são direcionadas para que as empresas se destaquem da concorrência acirrada ou pela eterna busca de manter e fidelizar o cliente com seus produtos e serviços. É o que podemos citar, por exemplo, Levitt (1990), que o define como processo de atrair e manter clientes, ou por outro lado como Rocha e Christensen (1999), que o veem como uma função gerencial para ajustar a oferta e a demanda. E para Cudiff,Stille Govoni (1981) É um conjunto de atividades empresariais diretamente relacionadas com esforços da organização no sentido de estimular a demanda e simultaneamente atender essa demanda. Os conceitos às ideias e os fatores externo das organizações tudo se mistura de forma favorável para que este cenário mude a cada dia e atinja mais consumidores, e as empresas alcançarem seus objetivos através de lucros e participação no mercado. É importante frisar que não são somente as grandes empresas estão envolvidas os estudos de marketing, (o que ser facilmente explicado pelas “importações” dos processos e estratégias de estudos americanos e europeus), mas também as pequenas e médias empresas ganharam destaque no comportamento de compra do consumidor. Para o marketing de serviços não é possível usar somente as ferramentas tradicionais, como os famosos 4 P´s (produto, preço, praça e promoção), pois iremos ter dificuldades em elaborar este mix, como por exemplo: como seria a “embalagem” deste serviço? Para que desenvolver o design da embalagem? São essas e outras questões afins que modificam quando abordamos o tema marketing de serviços. Onde este tem um mix diferenciado, pois tem elementos adicionais do tradicional Segundo Spiller et.al (2006,p.10) “O resultado mais complexo do marketing de serviços é que ele exige um “profundo amor” pelas pessoas, parece piegas, mas é verdade. Quando falamos num serviço, estamos falando da interação de funcionário e cliente em tempo real”. Pois, quando falamos em serviços estamos envolvendo todos os aspectos comportamentais e psicológicos, que envolve: confiança, atitude pro-atividade, interesse, acolhimento, consideração, troca, cooperação e compreensão. A partir daí as ações do marketing de serviços misturam-se com os recursos humanos, o que requer uma gestão com uma sensibilidade maior na gestão de serviços. 2O objetivo do Marketing de serviços é investigar a oportunidade de mercado para planejar, organizar e oferecer assistência de serviços de qualidade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e remuneração adequada aos profissionais. Toda a oferta de serviços devem sempre partir do exame da demanda e sua compatibilização com os recursos do profissional que vai prestar os mesmos. O marketing, sem influir nos aspectos técnicos e científicos da área indica como atingir o mercado e esquematizar a oferta de serviços. 1.4. Os serviços na economia moderna É impossível compor um arcabouço teórico, já que existe um mercado latente de uma economia em busca de maiores números e melhorias para todos os setores, o que resulta urgentemente de mais empresas comprometidas e em busca de inovação e criatividade, pois a concorrência a cada dia que passa esta mais acirrada e quem ganha com isso tudo são os consumidores, e claros as empresas. 2 Fonte: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing%20de%20servicos.htm UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 5 jevanemoraes@yahoo.com.br 3A relevância do setor terciário (envolve atividades de comércio e de serviços) vem ganhando a atenção de investidores e governos no Brasil e no mundo. A título de ilustração, em 2015 o setor de serviços correspondeu a 68,5% do PIB brasileiro (quando medido pelo valor adicionado). Apenas entre as empresas cuja atividade principal estava no âmbito dos serviços empresariais não financeiros, o IBGE estimou em 2008 a existência de 879.691 empresas, que tiveram uma receita operacional líquida de mais de 680 bilhões de reais e empregaram 9,2 milhões de pessoas (Pesquisa Anual de Serviços - PAS 2015, do IBGE). O setor foi também o principal destino dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil: 14,1 bilhões de dólares, ou 44,9% do total de IED no País, foram investidos no setor em 2009. Além disso, em 2015 o setor terciário respondeu por 77,3% dos empregos formais do País, com as atividades de serviços, comércio e construção civil representando 54,6% da População Economicamente Ativa. Destes empregos, 52% foram gerados por microempresas e empresas de pequeno porte – que representam 98% dos estabelecimentos comerciais do setor terciário brasileiro (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015 do IBGE e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2015 do Ministério do Trabalho e Emprego). Ciente da importância do setor de serviços para a economia brasileira, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 5.532, de 6 de setembro de 2005, criou a Secretaria de Comércio e Serviços (SCS) no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Como órgão específico e singular do Ministério, compete à SCS, por exemplo, a formulação, coordenação, implementação e a avaliação das políticas públicas e dos programas e ações para o desenvolvimento dos setores de comércio e de serviços; a análise e acompanhamento das tendências dos setores de comércio e serviços no País e no exterior; a formulação, implementação e divulgação de sistemáticas de coleta de informações sobre os setores; e a supervisão dos registros de comércio e atividades afins, em todo o território nacional. E este setor não cresce somente no Brasil, nos 4Estados Unidos, por exemplo, o setor em 2006, representava mais de 80% dos empregos e do PIB dos Estados Unidos, principalmente no segmento de saúde e de serviços profissionais em TI. 1.5. Criando “valor” para o Cliente O marketing não só cria hábitos de consumo como também estimula os clientes a adquirirem produtos e serviços que satisfação suas necessidades. Segundo Kotler (1999), uma empresa para alcançar sucesso precisa usar os conceitos da cadeia de valor e de rede de entrega de valor ou cadeia de suprimentos. O conceito de cadeia de valor proposta por Michael Porter (apud Christopher, 1999) identifica que uma empresa realiza um conjunto de atividades desempenhadas que visam criar, produzir, comercializar, entregar e dar suporte aos seus produtos, como meios de conceber mais valor para o cliente. Essas atividades são divididas em dois grupos, sendo cinco atividades principais e quatro atividades de apoio. As atividades principais ou operacionais englobam a logística interna, as operações e transformação do bem, a logística externa, o marketing e vendas e a assistência técnica ou serviços de pós-venda. As atividades de apoio tais como infra-estrutura, gerenciamento de recursos humanos, desenvolvimento de tecnologia e suprimentos, desempenham funções integradoras e cruzam as várias atividades principais. 3 Fonte: http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=4&menu=3123 4 Fonte: Marketing de Serviços, Zaithaml (2011, p.39) UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 6 jevanemoraes@yahoo.com.br Com base no conceito da cadeia de valor Téboul (1999) distingue quatro grandes categorias: a categoria para bens relativamente puros; de bens com forte intensidade de serviços; serviços com forte intensidade de bens e informação e a cadeia de valor de serviços personalizados e relativamente puros. Em todos esses casos as atividades de serviços fazem parte de uma oferta global da empresa e contribuem, em diferentes níveis, para criar e entregar valor para o cliente. De acordo com Kotler (1999), uma rede de entrega de valor ou cadeia de suprimentos consiste na formação de parcerias com seus fornecedores, distribuidores e clientes, que permita a coordenação de todas as funções de desenvolvimento, suprimentos, transformação e entrega de produtos e serviços. Entretanto, as empresas que buscam vantagens competitivas por meio da rede de entrega de valor devem ter seus objetivosde marketing orientado para o cliente. A coordenação das atividades para criar, fornecer e servir um pacote de valor que satisfaça os clientes fortalece os relacionamentos entre os parceiros. Desta forma, podemos atrelar o sucesso de uma empresa à sua capacidade de criar e entregar produtos e serviços de valor superior aos olhos dos clientes. Conforme Porter (apud Christopher, 1999), o modo como as empresas desempenham suas atividades dentro da cadeia de valor irá determinar sua vantagem competitiva sobre os concorrentes. Kotler (1999) explica que o grau de excelência de uma empresa depende de como cada departamento desempenha suas atividades e o modo como são coordenadas. Neste sentido, Churchill e Peter (2005) explica que a administração de marketing deve concentrar-se em gerar valor para o cliente e construir relacionamentos duradouros, mas para isso deve melhorar continuamente o planejamento, a implementação e o controle de marketing. Por outro lado, Nickels e Wood (1999) afirmam que as atividades de serviços ao consumidor são elementos vitais do pacote de valor, e compreendem uma variedade grande, que incluem atendimento, entrega, instalação, conserto, treinamento, crédito e garantia. Por meio desses serviços as empresas podem estabelecer relacionamentos, bem como estabelecer serviços superiores em relação aos concorrentes. Entretanto, essas atividades dependem de como o prestador de serviços desenvolve e gerencia o mix de marketing de serviços. De acordo com Grönroos (apud Kotler, 1999), o marketing de serviços compreende o processo normal de desenvolvimento e preparo do serviço, determinação de preço, definição das formas de entrega e de promoção de serviços para o cliente. Em relação ao preparo do serviço, Pride e Ferrel (2001) explicam que o prestador de serviço precisa diferenciar seus serviços por meio da oferta de um pacote ou um conjunto de serviços composto por um serviço essencial e um ou mais serviços suplementares. O serviço essencial consiste na experiência básica com o serviço que o cliente espera receber. Os serviços suplementares devem estar apoiados na introdução de características, preferencialmente, inovadoras daqueles oferecidos pelos concorrentes. Em relação ao preço, Kotler (1999) explica que se o cliente vê um serviço de modo homogêneo ele tende a se preocupar mais com o prestador de serviço do que com o preço. Neste caso, a empresa deve incluir diferenciações com base na oferta, na entrega e na imagem. Por outro lado, os clientes serão mais seletivos e estarão propensos a procurar outro prestador de serviços de preço mais baixo quando percebem os serviços como sendo semelhantes em termos de qualidade. No que se refere à distribuição de serviços, o prestador de serviços pode buscar estratégias de diferenciação com base na confiabilidade, capacidade de recuperação e de UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 7 jevanemoraes@yahoo.com.br inovação. O sistema de entrega deve ter como objetivo a melhoria e a rapidez nas entregas. A promoção de serviços tem como escopo a comunicação integrada de marketing. Porém, a intangibilidade dos serviços torna-se um desafio para a promoção. Entretanto, os aspectos tangíveis tais como a marca, instalações, equipamentos, funcionários qualificados, garantias dos serviços, quando reforçados pela empresa tornam-se importantes fontes de diferenciação (PRIDE; FERREL, 2001). De acordo com Kotler (1999) uma estratégia bem-sucedida no desenvolvimento da fidelidade não pode ser estática, devendo, ao contrário, ser constantemente atualizada, aperfeiçoada e corrigida à medida que as condições e as pessoas se modificam. Sendo assim, empresas inteligentes, atualmente, não se vêem como vendedoras de produtos ou serviços, mas como criadoras de clientes lucrativos. Tornar um cliente mais forte e fiel requer levá-lo através de vários estágios de desenvolvimento de sua fidelidade. Acompanhar as tendências do novo cliente torna-se fundamental para a empresa, principalmente visando à prospecção e a retenção de clientes, e o desenvolvimento de estratégias pode ser diferenciais competitivos. Nickels e Wood (1999) traçam um novo modelo de consumidor, atento as mudanças tecnológicas e as novas tendências, como a personalização dos produtos e serviços. A nova geração de consumidores tem seus anseios depositados nas novas tecnologias, aguardam novos lançamentos, discutem com fabricantes e emitem sua opinião. 1.6. Diferenças básicas entre produtos e serviços. Os Bens são definidos como objetos físicos ou dispositivos, enquanto serviços são atos ou desempenhos. Talvez a distinção chave entre bens e serviços seja a de que os clientes normalmente obtém valor de serviços sem obter a propriedade permanente de qualquer elemento tangível. Contudo, as primeiras pesquisas sobre serviços concentravam-se: em diferenciar dos bens através das quatro diferenças genéricas: intangibilidade, heterogeneidade (ou variabilidade), perecibilidade e simultaneadade. Essas características embora sua aplicação seja ás vezes confusa ainda é usada, veremos no próximo tópico. Há oito características básicas que distinguem as tarefas associadas ao marketing e a administração de serviço das que acompanham os bens materiais, mas é importante salientar de que são generalizações que não se aplicam igualmente a todos os serviços. As oito características são: os serviços como realizações intangíveis; maior envolvimento dos clientes no processo de produção; as pessoas como parte do produto; maior variabilidade dos insumos e produtos; dificuldade de avaliar os serviços; ausência de estoques; importância relativamente maior do fator tempo; e a existência de canais (de distribuição) eletrônicos e físicos. O quadro abaixo mostra de forma mais evidente as principais diferenças entre produtos e serviços: A. Os clientes não obtêm propriedade sobre o serviço B. Os produtos dos serviços são realizações intangíveis C. Há maior envolvimento dos clientes no processo de produção D. Outras pessoas podem fazer parte do produto E. A maior variabilidade dos insumos e produtos operacionais F. Muitos serviços são de difícil avaliação pelos clientes UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 8 jevanemoraes@yahoo.com.br G. Normalmente há uma ausência de estoques H. O fator tempo é relativamente mais importante I. Os sistemas de entrega podem envolver canais eletrônicos e físicos Quadro: 1 Fonte: Lovelock e Wright (2006, p.17). 1.7. Tipos de Serviços I. Serviço de Consumo São aqueles prestados diretamente ao consumidor final. Nesta categoria eles subdividem-se em: a) De conveniência – ocorre quando o consumidor não quer perder tempo em procurar a empresa prestadora de serviços por não haver diferenças perceptíveis entre elas. b) De escolha – caracteriza-se quando alguns serviços têm custos diferenciados, de acordo com a qualidade e tipo de serviços prestados, prestigio da empresa, etc. Neste caso compensará ao consumidor visitar diversas firmas na busca de melhores negócios. c) De especialidade – são aqueles altamente técnicos e especializados. O consumidor neste caso fará todo o esforço possível para obter serviços de especialistas. II. Serviços Industriais São aqueles prestados a organização industriais, comerciais ou institucionais. Nesta categoria podem ser: a) De equipamentos – são serviços relacionados com a instalação, montagens de equipamentos ou manutenção. b) De facilidade – neste caso estão incluídos os serviços financeiros, de seguros, etc., pois facilitam as operações da empresa. c) De consultoria/orientação– são aqueles que auxiliam nas tomadas de decisão e incluem serviços de consultoria, pesquisa e educação. 1.8. Características dos serviços e suas implicações no marketing As principais características dos Serviços são quatro: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. Contudo, são os primeiros conceitos utilizados para diferenciar os produtos tangíveis dos serviços. a) Intangibilidade: os serviços não podem ser vistos, ouvidos, tocados, provados ou sentidos. Um elemento crítico presente é o sinal ou a evidência da qualidade do serviço para transformar serviços intangíveis em benefícios significativos. b) Inseparabilidade: os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e a interação provedor–cliente é um aspecto importante no resultado. c) Variabilidade: a qualidade do serviço depende de quando, onde e por quem o serviço é fornecido, pois o treinamento das pessoas envolvidas é um fator diferenciador crucial. d) Perecibilidade: os serviços não podem ser estocados para consumo posterior. Existem várias estratégias que podem ser usadas para estabelecer um melhor equilíbrio entre demanda e oferta em uma empresa prestadora de serviços. 1.9. Categorias do mix de serviços UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 9 jevanemoraes@yahoo.com.br Segundo Kotler (2001, p.449) Os serviços apresentam categorias e podem fazer parte minoritária ou majoritária da oferta total. Cinco categorias de ofertas distintas que podem ser identificadas: 1. Bem tangível: a oferta consiste em um bem tangível, como sabão, creme dental ou arroz. Não há nenhum tipo de serviço associado ao produto. 2. Bem tangível associado a serviços: a oferta consiste em um bem tangível associado a um ou mais serviços, como: venda de carros e serviços de assistência técnica. Sem os serviços as vendas ficaram comprometidas. 3. Hibrida: A oferta consiste tanto em bens quanto de serviços. Por exemplo, as pessoas frequentam restaurantes tanto pela comida como pelo serviço oferecido. 4. Serviço principal associado a bens ou serviços secundários: a oferta consiste a um serviço principal com serviços adicionais ou bens de apoio. Exemplos: passagem aérea. 5. Serviço puro: a oferta consiste principalmente em um serviço. Exemplos: psicoterapia, cabelereiro, babá. Com este mix variável de bens e serviços, fica difícil generalizar os serviços sem uma distinção mais aprofundada. Entretanto algumas generalizações são seguras, como descritas abaixo: Kotler (2001, p.449). Em primeiro lugar os serviços podem ser baseados em equipamentos (lavagens, automática de carros, máquinas de venda) ou em pessoas (babás, serviços de contabilidade). Em segundo lugar, alguns serviços precisam da presença do cliente, enquanto outros não. Uma cirurgia plástica exige a presença do cliente, mas o concerto do carro não. Em terceiro, os serviços diferem quanto ao tipo de atendimento das necessidades. Há serviços que atendem uma necessidade pessoal ou atende uma necessidade empresarial. Neste caso os gestores de marketing elaboram estratégias para públicos diferentes. Em quarto lugar, prestadores de serviços diferem em objeto (com ou sem fins lucrativos) e em propriedade (privados ou públicos). Essas duas características, quando combinadas produzem quatro tipos de organizações bem diferentes. 1.10. Os oito componentes da administração integrada em serviços As estratégias para comercializar os bens geralmente apelam aos quatro elementos do composto do marketing: produto, preço, lugar e promoção. Mas as características distintivas dos serviços, incluindo a falta de estoques e o envolvimento do cliente na produção, requerem atenção a elementos estratégicos adicionais. O modelo de oito componentes serve como uma estrutura para o material dos capítulos restantes. Ele destaca oito variáveis de decisão estratégicas para os gerentes de organizações de serviço, incluindo: elementos de produto (todos os componentes do desempenho de serviço que criam valor para os clientes); lugar e tempo (quando, onde e como oferecer serviços aos clientes); processo (o método e sequência em que um sistema operacional funciona); produtividade (o grau de eficácia com que os insumos de serviço são transformados em valor adicionado aos produtos e qualidade (o grau no qual as necessidades, desejos e satisfações do cliente se equilibram); pessoas (os clientes e empregados envolvidos na produção de serviços); promoção e educação (todas as UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 10 jevanemoraes@yahoo.com.br atividades de comunicações e incentivos projetados para aumentar a preferência do cliente); evidência física (sinais tangíveis que deem evidência de qualidade de serviço); e preço e outros custos de serviço (dinheiro, tempo e esforço gastos pelos clientes). Lovelock e Wright (2006) Podemos perceber que os 8 P´s do serviço é uma extensão dos 4 P´s. Desta forma, as estratégias para o marketing de serviço torna mais fácil a sua aplicação para o gestor de Marketing. 1.11. Marketing de Serviços e os Recursos Humanos O modelo de administração integrada de serviços demonstra que o marketing não pode operar separadamente de outras áreas funcionais numa próspera empresa de serviços. O marketing, as operações e os recursos humanos desempenham juntos papéis centrais e relacionados na satisfação das necessidades do cliente. Empresas cujos gerentes conseguem desenvolver estratégias integradas terão uma melhor chance de sobreviver e de progredir. Aquelas que falharem ao fazer isso estão sujeitas a serem superadas pelos competidores que forem mais hábeis para atender as doze forças que estão criando mudanças dramáticas na economia de serviços global. Estratégias de marketing de serviços pressupõem não apenas o marketing externo, mas também o interno, como uma maneira de motivar os empregados, além do marketing interativo para criar habilidades nos provedores de serviço. Além disso, no futuro os clientes usarão critérios mais técnicos e funcionais para julgar a qualidade dos serviços. Até mesmo empresas baseadas em produtos devem fornecer e gerenciar um pacote de serviços para seus clientes. Na realidade, seus pacotes de serviços podem ser fatores de sucesso mais críticos do que o próprio produto na missão de ganhar clientes. O mix de serviços inclui a pré-venda dos serviços, tais como assessoria técnica, entrega confiável, além de serviços de pós-vendas, como reparo rápido e treinamento do cliente. O profissional de marketing tem de tomar decisões sobre o mix, a qualidade e a procedência de vários produtos que apoiam os serviços para os clientes. Para serem bem-sucedidos, esses profissionais da área de serviços devem criar diferenciação competitiva, oferecer alta qualidade do serviço e identificar maneiras para aumentar a produtividade do serviço, sem reduzir seu nível percebido. Kotler (2001) e Backer (2005). 1.12. O “momento da verdade” – a venda como uma promessa Vale notar que a “produção” de um serviço só se conclui após seu uso completo, devendo, portanto ser alvo da atenção estratégica do negócio. Toda estratégia global de marketing de um serviço deve esta centrada na precisa avaliação e no gerenciamento da expectativa do cliente. Dada à intangibilidade de um serviço ou de seus principais atributos, podemos definir a sua venda como a “venda de uma promessa”. A venda de um serviço é totalmente baseada na promessa do que ele irá de fato atender as expectativas dos consumidores. Por isso, a empresa de serviços deve sempre prometer, através da comunicação, da promoção e da venda, algo realista, compatívelcom a expectativa do cliente. Spiller et.al (2006,p.24-25) É importante frisar que as necessidades dos clientes vêm antes da aquisição dos produtos e dos serviços, não existe nenhuma possibilidade inverter a ordem deste processo. O cliente, o consumidor, serve como uma bússola, para as empresas direcionarem suas estratégias mais adequadas. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 11 jevanemoraes@yahoo.com.br Este item será abordado novamente, no capítulo 3 quando estudaremos sobre qualidade em serviço. 1.13. O fluxo do processo de marketing5 Para entendermos melhor as diferenças entre o marketing de produtos e serviços, veremos como se desenvolve este trabalho em cada situação. • Marketing de Produtos O Marketing de Produtos é dividido em cinco fases distintas: pré-produção, pós- produção, venda, consumo, pós venda. (Ver figura 1) • Marketing de Serviços. No Marketing de Serviços as etapas são basicamente as mesmas, mas seguem uma ordem diferente. (Ver figura 1) 5 Item embasado por Capítulo transcrito do Spiller, et al. Gestão de Serviços e Marketing Interno . (2006. p.27-31). PRÉ- PRODUÇÃO PÓS- PRODUÇÃO VENDA CONSUMO PÓS VENDA -Realizar pesquisas de mercado - Desenvolver o produto- marca, preço, etc. -Estimular a demanda no composto de comunicação - Divulgar e fortalecer a marca - Possibilitar a experimentação e demonstrar benefícios - Pesquisar e avaliar a preferência pela marca - Vários fatores envolvidos que levam a compra – informações com pessoas próximas, marca, riscos envolvidos, enfim várias decisões que norteiam o processo de compra - Vivenciará o uso do produto é o momento que vai decidir se está satisfeito ou se arrependerá da compra - Nesta etapa o vendedor acompanha o desempenho do produto após a venda para assegurar a satisfação do cliente, bem como a continuidade de relacionamento. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 12 jevanemoraes@yahoo.com.br Podemos perceber nas figuras 1 e 2 as diferenças entre os produtos e serviços e seus fluxos os quais são indispensáveis para o gestor de marketing elaborar estratégias e a cada dia conhecer mais o seu cliente e suas necessidades a fim de conquistar, manter e idealizá-lo. Contudo, a melhor maneira de realizar esta situação e conhecer as suas necessidades, desta forma, conhecemos o cliente e suas reais potencialidades de compra. 2.0. Os clientes e as organizações de serviços Nem todos os serviços interagem com seus clientes da mesma forma. O envolvimento do cliente na atividade principal pode variar significativamente para cada um dos quatro tipos de processos de serviço. A amplitude do contato com o cliente afeta a natureza do encontro de serviço e exploramos estratégias para melhorar tanto a qualidade como a produtividade, baseadas em mudanças no nível de contato com o cliente durante a entrega do serviço. Decisões administrativas para reduzir ou aumentar o nível de contato com o cliente também podem afetar outros aspectos do modelo de administração integrada de serviços como os elementos do produto, o lugar e tempo, as pessoas e a evidência física. 2.1. Diferenças importantes na administração de empresas de serviço conforme o nível de contato com o cliente. O nível de contato com o cliente é o grau em que os clientes interagem diretamente com o pessoal de serviço, com elementos materiais de serviço, ou com ambos. Os serviços podem ser agrupados em três níveis de contato com o cliente: serviços de alto contato (envolvendo interação significativa entre os clientes, o pessoal de serviço e os equipamentos e instalações); serviços de médio contato (aquele em que os clientes geralmente visitam a fábrica de serviço, mas têm contatos limitados com o pessoal do serviço e/ou com as instalações); e serviços de baixo contato (exigem contato direto mínimo entre os clientes e a operação do serviço). Serviços de alto contato tendem a ser aqueles em que o cliente visita as instalações do serviço e envolve-se PRÉ PRODUÇÃO VENDA PRODUÇÃO E CONSUMO PÓS VENDA -Identificar as necessidades dos clientes - Desenvolver o “produto”- desenhar um processo que seja benéfico para o cliente -Estimular a demanda no composto de comunicação - Divulgar e fortalecer a marca -Parte mais delicada, pois o consumidor só saberá se está satisfeito na execução do serviço. - Ocorre de forma simultânea (Inseparabilidade) - Possibilita experimentação e demonstra benefícios -Pesquisar e avaliar a experiência pela marca As empresas podem oferecer serviços, pós venda ,como: - Departamento de serviço próprio - Credenciamento de autorizadas - Credenciamento de empresas especializadas -Transferências para os clientes, os clientes escolhem UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 13 jevanemoraes@yahoo.com.br ativamente com o pessoal de serviço e as instalações físicas da empresa durante a entrega do serviço. São definidos como serviços de alto contato todos os que processam pessoas. Os serviços das outras três categorias de processo podem ter altos níveis de contato com o cliente se os clientes forem para o local do serviço e permanecerem lá até que seja concluída a entrega do serviço. Nos serviços de médio contato, as interações com os clientes são limitadas frequentemente: ao estabelecimento de uma relação e à definição de uma necessidade de serviço; levando um bem para ser consertado e indo buscá-lo; ou tentando solucionar um problema. Serviços de baixo contato geralmente requerem contato direto mínimo entre os clientes e os fornecedores do serviço. O contato acontece através de canais de distribuição eletrônicos ou materiais. Muitos estímulos mentais e serviços que processam informações são entregues dessa forma. Serviços que processam bens também podem ser serviços de baixo contato se os bens a serem consertados puderem ser enviados ao fornecedor do serviço ou serem processados eletronicamente sob as condições dos clientes. O nível de contato que uma empresa de serviços tem com seus clientes é o fator principal para definir o sistema total de serviço. As partes desse sistema que são visíveis (ou são, ao contrário, aparentes) aos clientes são denominadas operações de frente. O centro técnico do sistema, que normalmente é invisível aos clientes, é a parte dos bastidores do sistema total de serviço. 2.2. Administrando pessoas em “encontros de serviços” e os incidentes críticos nos encontros de serviços. Em todos os tipos de serviços, entender e administrar os encontros de serviço entre os clientes e o pessoal de serviço é importante para produzir clientes satisfeitos que permaneçam leais a um fornecedor de serviço. A natureza desses encontros varia extensamente de acordo com o serviço. Em serviços de alto contato, os clientes são expostos a pistas e experiências muito mais tangíveis do que eles em serviços de médio e baixo contato. Tanto as oportunidades como os riscos são associados aos encontros de serviço – eles são os "momentos da verdade" do fornecedor do serviço. (O momento da verdade é o ponto na entrega do serviço em que os clientes interagem com os funcionários de serviço ou com o equipamentode autoatendimento e o resultado pode afetar a percepção da qualidade). Incidentes críticos são encontros específicos entre os clientes e os funcionários de serviço que são especialmente satisfatórios ou insatisfatórios para ambas as partes Os funcionários podem ser treinados então para repetir essas experiências positivas no futuro. Incidentes críticos negativos que são satisfatoriamente solucionados podem aumentar em muito a lealdade do cliente porque demonstram a ele que a organização realmente se preocupa com ele. Mas incidentes críticos negativos também são uma das razões principais para os clientes mudarem para um fornecedor de serviço concorrente. 2.3. O Cliente como “co-produtor” Em muitos serviços, incluindo o auto-serviço, os clientes são "co-produtores" no processo de produzir e entregar serviços. Eles estão de fato trabalhando como empregados em tempo parcial cujo desempenho afetará a produtividade e a qualidade da produção. Os gerentes do serviço precisam educar e “treinar” os clientes para que eles tenham se aproximem das empresas e dessa forma, possa conhece-lo e entender suas reais necessidades UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 14 jevanemoraes@yahoo.com.br As habilidades necessárias para executar bem as suas tarefas de co-produção. Na tabela abaixo: ilustra os diferentes níveis de participação requeridos dos clientes por uma série de empresas de serviços. Lovelock e Wright (2006, p.68). BAIXO (A presença do cliente é requerida durante a entrega do serviço) MODERADO (A contribuição do cliente para a criação do produto) ALTO (O cliente co-produtor do serviço) Os produtos do serviço são padronizados Contribuição do cliente personaliza um serviço padrão Participação ativa do cliente orienta o serviço sob encomenda O serviço é fornecido seja qual for à compra O fornecimento do serviço requer compra por parte do cliente Os serviços não podem ser criados sem a compra e participação ativa do cliente O pagamento pode ser a única contribuição exigida do cliente Contribuições do cliente (informações, matéria-prima) são necessárias para um resultado adequado, mas empresa de serviço fornece o serviço. As contribuições do cliente são obrigatórias e co-produzem resultados EXEMPLOS: Consumidor final: Viagem aérea Restaurante fast-food Corte de cabelo Restaurante diversificado Personal training Programa de redução de peso Consumidor empresarial: Controle de pragas Serviços de jardinagem Elaboração de refeições industriais Transporte independente de frete Consultoria administrativa Treinamento para a formação de vendedores de carros de alto luxo 2.4. O aumento a produtividade e a qualidade quando os clientes são Co- produtores. Quanto maior o envolvimento dos clientes na produção dos serviços maior seu potencial de influenciar os processos que estão engajados Lovelock e Wright (2006,p.69) afirma que: “...se encarar os clientes como funcionários parciais, você começa a pensar de forma muito diferente sobre o que espera que os clientes trarão para o encontro de serviços. Agora eles devem trazer não expectativas e necessidades, mas também competências produtivas relevantes aos serviços que lhes permitirão cumprir o papel de funcionários parciais. O desafio da administração de serviço se aprofunda na mesma medida” Este trecho acima vai além da importância do cliente para as empresas, e sim, quando este cliente está envolvido ele passa a ser não só um consumidor, mas um importante agente de mudança, passando a contribuir mais de forma inconsciente para o crescimento da empresa e ao mesmo tempo sua maior satisfação na aquisição do serviço. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 15 jevanemoraes@yahoo.com.br UNIDADE III – GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS Os gerentes de serviço precisam se preocupar com a produtividade e a qualidade do ponto de vista do cliente para assegurar sucesso financeiro de longo prazo. A produtividade indica o grau de eficiência com que uma empresa de serviço transforma os insumos em produtos. A qualidade de serviço é o grau em que um serviço atende ou supera as expectativas do cliente. A produtividade e a qualidade foram vistas historicamente como assuntos para gerentes de operações, desse modo, empresas se preocuparam em fazer melhorias em processos internos que não estavam necessariamente ligados às prioridades de serviço dos clientes. Contínuos esforços para entender e melhorar a qualidade passa ao cliente a ideia – e a reforçaram – de que a qualidade é definida por ele. 3.0. Os momentos da verdade6 A qualidade dos serviços esta presente nos detalhes. Uma relação entre o fornecedor e o comprador do serviço esta presente em muitos pontos individualizados de contato. Isso torna um serviço essencialmente distinto de um produto físico tangível, essencialmente no que se refere à garantia da qualidade. No caso de um produto físico, como um automóvel ou um televisor, é possível controlar a qualidade do produto antes do consumidor compra-lo, situação que acontece de forma diferente com o serviço, como um corte de cabelo, pode-se ter excelentes referencia do profissional, mas realmente saber o resultado final, somente após o corte. Em uma grande loja de departamento, por exemplo, milhares de pessoas em muitos pontos “produzem” e entregam o serviço. Pode-se fabricar cada artigo vendido em único local, mas não podem produzir as interações com os clientes num só local. Tal “produção” ocorre a cada contato milhares de vezes ao dia. Isso significa que os métodos tradicionais de controle de qualidade – verificação efetuada ao longo do processo ou centralizada na inspeção final- não são adequados, tornando-se necessário um conceito de qualidade que leve em conta o processo fundamentalmente humano de geração e entrega desse “produto”. O funcionário da linha de frente serve de contato entre a empresa e o cliente, contribuindo para torna-la tangível. Esse é o “momento da verdade”, quando o cliente entra em contato com aspecto da organização – pessoas, instalações ou equipamentos- e tem uma “impressão” da qualidade do serviço. Do ponto de vista administrativo, esses muitos “momentos da verdade” representam os fundamentos do serviço. O “momento da verdade” é menor unidade indivisível de valor ao cliente. A maior preocupação da empresa deverão ser esses momentos críticos do processo os quais estão forjando na mente do cliente a percepção da qualidade do serviço e influenciando o resultado final. Pode-se fazer imediatamente um inventário dos “momentos da verdade” vivenciados pelos clientes enquanto que o pessoal de linha frente presta o serviço. Tão logo se saiba quais são esses “momentos da verdade”, o planejador do serviço estará em condições de analisá-los do ponto de vista da qualidade e poderá começar a otimizar aqueles que exigirem melhoria e buscar maneiras de acrescentar valor a todos. Colocará ali seus maiores esforços de monitoramento, controle e treinamento de pessoal. Convêm lembrar que nem todos os “momentos da verdade” envolvem interação direta de funcionários e clientes. Quando o cliente ver a peça de publicidade da 6 Capítulo transcrito do Spiller, et al. Gestão de Serviços e Marketing Interno . (2006. p.33-35). UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 16 jevanemoraes@yahoo.com.br empresa, esse é também um “momentos da verdade”, pois gerauma impressão. Entrar no estacionamento, caminhar no saguão de hotel, receber uma conta, retirar talão de cheques numa máquina, tudo isso, cria uma impressão do serviço. O somatório de todos os “momentos da verdade” experimentados pelos clientes, havendo ou não contato humano transforma-se na imagem da organização em termos de serviço. Essa maneira de ver o serviço – como série “oportunidades perecíveis” que causam uma impressão de qualidade – torna evidente que a administração não controla diretamente a qualidade. Os administradores não podem estar presentes, e todos os “momentos da verdade” para ter certeza que os funcionários agem corretamente logo, dependem deles que lidam pessoalmente com esses momentos. Por exemplo, o caso do auto serviço existe “momentos da verdade”, quando o cliente interage com os caixas eletrônicos, por exemplo, até conseguir seus objetivos, os serviços. 3.1. Os tipos de encontro nos serviços Um encontro de serviços ocorre a cada vez que um cliente interage com a organização prestadora, sua importância é para a construção da percepção para os consumidores em relação à empresa. Zethamal et. al.(2011, p.160) ressalta que há três tipos de encontro de serviço, os quais são: a) Encontros remotos: são encontros que ocorrem sem a interação humana. Ex: Site de lojas de varejo, (americanas, ponto frio, submarino, etc...), problemas relativos à manutenção e concerto entre outros. b) Encontros telefônicos: são encontros por telefone. Exemplo: Compras no varejo (compra de passagens aéreas), serviços públicos, telecomunicação entre outros. c) Encontros pessoais: é a interação direta entre o funcionário e o cliente. Exemplo: pacientes e recepcionistas. 3.2. Expectativa do cliente Definições de qualidade baseadas nos serviços são geralmente relacionadas à satisfação do cliente do seguinte modo: Satisfação = Serviço Percebido / Serviço Esperado. A qualidade do serviço é a medida quando um serviço atende ou excede as expectativas do cliente. Se os clientes perceberem a entrega real do serviço melhor do que esperavam, estarão satisfeitos. Se ela estiver, porém, abaixo de suas expectativas, estarão descontentes. Os clientes julgarão a qualidade de acordo com os níveis de satisfação que sentem, pois eles acumulam experiências com o serviço com o passar do tempo (veja a Figura 3). Os níveis de expectativas dos clientes envolvem diversos elementos diferentes, inclusive o serviço desejado, serviço adequado, serviço previsto e uma zona de tolerância que se entende entre os níveis de serviço desejado e adequado. O nível de serviço desejado refere-se ao nível ansiado de qualidade de serviço que um cliente acredita que possa e deva ser entregue, já o serviço adequando é o nível mínimo de que o serviço que um cliente aceitará a ficar insatisfeito. Entre os fatores que ajudam a estabelecer essa expectativa estão o desempenho antecipado das alternativas de serviço percebidas e fatores situacionais relativos ao uso dos serviços em ocasiões específicas. Os níveis das expectativas, tanto do serviço desejado quanto o do serviço adequado, podem refletir promessas explicitas e implícitas de serviços feitas pelo fornecedor, aquilo que o cliente ouviu pelo boca a boca, ou por alguma experiência passada (se houver) com a organização. A zona de tolerância é o grau que os clientes estão dispostos a aceitar as varrições na entrega do serviço. Contudo a zona de tolerância UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 17 jevanemoraes@yahoo.com.br Necessidades Pessoais pode aumentar e diminuir para cada cliente dependendo de fatores como: competição, preço ou importância de tributos específicos do serviço. Figura: 3 Fonte: Lovelock e Wright (2006,p.104) 3.3. Modelo das lacunas da qualidade do serviço O modelo das lacunas na qualidade de serviço identifica sete pontos (ou lacunas) em que pode ocorrer uma discrepância entre o desempenho do fornecedor de serviço e as expectativas do cliente. Lacunas podem acontecer em vários momentos durante um desempenho de serviço (veja a figura 4). O fim na melhoria da qualidade de serviço é reduzir ou eliminar todas as sete lacunas. A lacuna de serviço é a diferença entre o que os clientes esperam receber e as suas percepções do serviço que é entregue de fato. A lacuna de conhecimento é a diferença entre o que os fornecedores do serviço acreditam que os clientes esperam e as necessidades e expectativas reais dos clientes. A lacuna nos padrões é a diferença entre as percepções que a administração tem das expectativas do cliente e os padrões de qualidade estabelecidos para a entrega do serviço. A lacuna na entrega é a diferença entre padrões de entrega especificados e o desempenho real do fornecedor de serviço. A lacuna nas comunicações é a diferença entre aquilo que uma empresa promete através de sua publicidade e a qualidade real do serviço que é entregue. A lacuna nas percepções é a diferença entre aquilo que é realmente entregue e aquilo que os clientes percebem terem recebido (porque são incapazes de avaliar acuradamente a qualidade do serviço). A lacuna na interpretação é a diferença entre aquilo que as campanhas de propaganda de um fornecedor de serviço realmente prometem e aquilo que um cliente acha que foi prometido (por causa de uma falha de sua interpretação). Crenças sobre o que é possível Alterações percebidas no serviço Fatores situacionais Serviço Desejado ZONA DE TOLERÂNCIA Serviço Adequado Promessas explícitas e implícitas de serviços Comunicação boca a boca Serviço Previsto UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 18 jevanemoraes@yahoo.com.br Necessidades e expectativas dos clientes Definição dessas necessidades pela administração Tradução em especificações de projeto ou entrega Execução das especificações de projeto ou entrega Percepções do cliente sobre a execução do produto Propaganda e promessas de venda Interpretação das comunicações pelo cliente Experiência do cliente em relação às expectativas 1. A lacuna do conhecimento 2. A lacuna dos padrões 4. A lacuna da comunicação interna 3. A lacuna da entrega 5. A lacunas nas percepções 6. A lacuna na interpretação Figura: 4 Fonte: Lovelock e Wright (2006,p.108) É relevante destacar que esses conceitos de “encontros” podem ser “banais”, contudo, apresentam uma grande importância, pois são momentos que os clientes se encontram com a empresa, é a construção de uma percepção que o objetivo final é ter a preferencia e fidelidade do consumidor. Por outro lado se “encontros”, não forem satisfatórios a imagem de empresa acaba se desgastando e o cliente já não tem mais a mesma preferência, ou dependendo da situação ele não volta, e para empresa reconquistar esse cliente pode ser mais demorado e custoso. Até porque atualmente a facilidade em propagar um descontentamento com um serviço é mais fácil, os canais comunicação estão cada dia mais simples, acessíveis e ágeis, ou seja, as empresas precisam esta atenta nos serviços e produtos. 3.4. Fundamentos da qualidade em serviços A qualidade em serviços exige: - O compromisso das lideranças que é muito importante esta alinhados para o equilíbrio da cultura organizacional - Uma cultura organizacional focada no cliente - Um sistema bem elaborado com alto padrão e com controle constante - Usoeficiente da tecnologia da informação, de modo que gere resultados para oferecer suporte a elaboração das estratégias UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 19 jevanemoraes@yahoo.com.br Zaitham, Barrey, e Parasuraman(1999) apud Stell et al (2006,p.38) propuseram uma metodologia para obtenção da qualidade em serviços, (service quality - Servqual) composta por três elementos básicos. - Credibilidade: fazer certo de primeira - Reparação: fazer tudo na segunda chance - Interatividade: gerenciar e superar expectativas Além das condições gerenciais dos três elementos, é preciso levar em conta o comportamento de consumo, através da qualidade no ponto de vista do consumidor. Vários autores abordam sobre o a assunto, através de pesquisas como autores Berry e Parasuraman (1992) e, onde seu estudo se desenvolve na percepção da qualidade, com cinco dimensões reforçadas por Zeithaml et. al. (2011, p.150) abaixo: - Confiabilidade: é a habilidade de executar o serviço prometido de forma confiável e precisa. - Tangíveis: constituem a aparência das instalações físicas, do equipamento, dos funcionários e dos materiais impressos. - Segurança: é o conhecimento e a cortesia dos funcionários, e sua capacidade de inspirar confiança e certeza. - Empatia: significa em um atendimento diferenciado e cuidadoso com o cliente - Responsividade: é a disposição de ajudar os clientes e fornecer o serviço imediatamente Vale ressaltar, que este critério de avaliação é subjetivo, pois cada consumidor terá sua própria avaliação, segundo seus valores e necessidades. Portanto, quando nos referimos à qualidade é necessário que esteja esta em constate sintonia com a satisfação do cliente, não só na execução do serviço, mas também após a venda do serviço, deste modo, pode ser uma alternativa para a fidelização do cliente. 3.5. A qualidade no e-serviçe Com o crescimento no varejo eletrônico e dos e-services levou muitas empresas a se indagarem sobre como os clientes avaliam a qualidade no serviço da internet, e se os utilizados critérios são diferentes daqueles adotados na avaliação da qualidade do serviço, no quadro abaixo, podemos ver exemplos, Zeithaml et. al. (2011, p.150). UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 20 jevanemoraes@yahoo.com.br Setor Confiabilidade Resposnsividade Segurança Empatia Tangíveis Manutenção de automóveis (Consumidor) Problema resolvido de inicio e pronto quando prometido Acessível, sem tempo de espera, atende a pedidos Mecânicos treinados Reconhece o cliente pelo nome; lembra- se de problemas anteriores e de preferências. Instalações de manutenção; área de espera; uniformes; equipamentos. Companhia aérea (Consumidor) Voos para os destinos especificados partem e chegam no horário Sistema rápido e disponível de emissão de passagens; serviço de carregador de bagagem a bordo. Nome confiável, boas estatísticas, funcionário competentes. Entende as necessidades especiais de cada um; antevê as necessidades dos clientes. Aeronave; emissão de passagens; balcões; área para a bandagem de uniformes. Arquitetura (Clientes corporativos) Entrega as plantas dentro do prometido e dentro do orçamento Retorna as chamadas telefônicas; adapta- se as mudanças Credenciais; reputação; nome no mercado; conhecimento e habilidades. Entende o setor do cliente; reconhece e se adapta a necessidades especificas do cliente; conhece o cliente. Áreas dos escritórios; relatórios; planeja com independência; emissão de faturas; vestuário dos funcionários. Corretagem pela internet (Consumidor e clientes corporativos) Fornece as informações corretas e executa os pedidos dos clientes com precisão Web rápido e de fácil acesso, sem tempo fora do ar Fontes fidedignas de informações sobre o website; reconhecimento da marca; credenciais no website. Responde com interação humana conforme a necessidade Aparência do website e de folhetos, brochuras, e outros materiais impressos. Fonte: Zeithaml, et al.(2011,p.154) 3.6. Os canais de comunicação e distribuição Com o crescimento dos centros urbanos as distâncias passaram a ser um desafio e ao mesmo tempo, possibilitou a expansão de empresas, para que ficasse mais próximas seus dos consumidores. Spiller et. al. (2006, p.45) ressaltam “que a escolha adequada dos pontos de venda e atendimento são indispensáveis para as empresas atenderem de forma eficiente e eficaz seu consumidores”. O desejo de comodidade e administração do tempo torna necessária a prestação de serviços em regime ininterrupto de muitas atividades, é o que temos, por exemplo, os supermercados, farmácias funcionando 24hs, em algumas cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, já existem consultório funcionado no horário da madrugada para clientes que não podem se consultar e realizar tratamentos nos horários normais, por falta de tempo em função do trabalho, trânsito entre outro, tem mais esta opção. Para entender o cliente as empresas precisam ter boa coordenação dos canais de comunicação e distribuição, mantendo continuidade e adequação na forma de comunicação empregada no conjunto dos serviços oferecidos, evitando qualquer hiato no que tange a competência gerencial e operacional da empresa. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 21 jevanemoraes@yahoo.com.br Independente do contato pessoal ou por telefone ou e-mails, ou lojas franqueadas entre outros meios, à impressão para o cliente é que ele deve sentir que esta tratando somente com a empresa. Ou seja, mesmos que seja tenha sistemas de franquias, lojas próprias ou diversos tipos de comunicação, o cliente não pode ter dificuldades em relação à “mesma” empresa. A satisfação dos clientes é resultante da percepção de suas expectativas que não foram somente atendidas, mas sim, superadas. Para isso, é preciso oferecer serviços de qualidade, o que significa um conjunto de elementos que varia conforme a circunstâncias, os tipos de serviços, e principalmente os clientes, claro que se levando em consideração os custos envolvidos no desenvolvimento do serviço e todo seu aparato. UNIDADE IV – PRODUTIVIDADE – CAPACIDADE E DEMANDA 4.0. O que é produtividade? É a capacidade de prestar serviços num determinado espaço de tempo, no menor nível de dispêndio de recursos, resultando assim, no dimensionamento adequado da estrutura de serviços, visando o ajustamento da oferta e da demanda, mantidas as características determinantes da qualidade percebida pelos clientes. Spiller et al (2006,p.47) Spiller et al (2006,p.47) aponta que existe um conjunto de requisito que devem ser considerados para uma tomada de decisão referente aos ajustes contínuos da oferta e demanda diante da qualidade percebida pelos clientes: • Avaliar a capacidade da demanda existente; • Prever as modificações de ambas; • Avaliar a capacidade e demanda considerando o nível de qualidade esperado e exigido pelos clientes e as condições de ofertas presente nas empresas; • Avaliar as variáveis econômicas, operacionais e tecnológicas e as alternativas de modificação da capacidade e da demanda; • Criar opções para aumentar ou reduzir a capacidade. A determinação da capacidade para empresas de prestação de serviços é algo complicado de mensurar, pois principalmente empresas que dependemde mão de obra, sofrem dos fatores de rotatividade de empregados, absenteísmo e variação da produtividade, o que implica na dificuldade de conter e corrigir possíveis erros. 4.1. Gestão da capacidade As empresas de serviços ao contrário das que fabricam bens tangíveis usam um estoque7 perecível que não pode ser armazenado para uma próxima venda. A gestão da capacidade é indispensável para as empresas de serviços, pois é necessário evitar desperdícios e obter mais lucros e satisfação para o cliente. A empresa necessita entender a sua capacidade, é não só evitar desperdícios de recursos, ociosidade de pessoas e equipamentos, mas o ajuste real de uma demanda. Spiller (2006, p.48) aponta as principais politicas: 7 Estoque: para bens manufaturados, é a produção física, que pode ser armazenada para ser vendida em uma data posterior. Nos serviços é diferente, pois é necessário precisa de certa antecedência, como por exemplo, um hotel, o número de quartos para reservados para um determinado dia. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 22 jevanemoraes@yahoo.com.br • Ajuste da capacidade do sistema de demanda, mediante ampliação ou redução dos meios e recursos disponíveis, conforme as alterações de demanda. • Absorção das variações de demanda mediante o uso de estoques. A capacidade pode se alterar de acordo com o aumento da demanda. Antecipar a demanda nem sempre tem um bom resultado, já pode ocasionar ociosidade e a utilização desnecessária de recursos e insumos, deste modo, há um desembolso de recursos, bem como a demora do retorno de receitas, quem nem sempre podem ocasionar em lucro, já que a venda pode não ocorrer de forma imediata, incorrendo também em outras problemáticas como o risco da perda da qualidade no atendimento, devido a dará de capacidade para atender a demanda. No caso dos serviços que exijam alto investimento em equipamentos, instalações ou tecnologia, o volume de recursos necessários às alterações de capacidade é significativamente maior que nos serviços com uso intensivo de mão de obras, além disso, representam uma barreira de entrada. Vale ressaltar, sobre as subcontratações, ou seja, a contratação da mão de obra terceirizada pode haver riscos para a perda de qualidade no serviço prestado, um exemplo disso, são as festas de fim de ano, onde algumas empresas contratam esta mão de obra extra para oferecer um melhor atendimento ao cliente, contudo isso nem sempre é uma ação com resultados satisfatórios, já que nem sempre estes terceirizados desenvolvem um bom trabalho com interesse e qualidade. Outro exemplo é a abertura de franquias, que se não houver um plano bem definido o serviço perde o padrão de uma loja para outra. 4.1.2. O uso efetivo da capacidade produtiva A capacidade produtiva refere-se aos recursos ou ativos que uma empresa pode empregar para criar bens Lovelock e Wright (2006, p.349). O uso adequado da capacidade produtiva é uma das “armas” para os gestores, pois o importante não é a utilização de todos os recursos de forma exaustiva, ou seja, máxima, mas sim, usar de forma mais produtiva. Os gestores do segmento de serviços sabem que a administração da demanda e da capacidade são indispensáveis, não somente para o usos dos recursos, mas para atender os clientes com a qualidade que exigem e procuram. Elementos da capacidade produtiva: a) Instalações físicas destinadas ao armazenamento ou processamento de bens que pertencem aos clientes ou lhes estão sendo vendidos. b) Equipamento físico utilizado para processar pessoas, posses, ou informação (incluindo um grande número de itens, como: maquinaria, secadores de cabelo, fornos de cozimento, e caixas registradoras) que são itens específicos à uma determinada situação. c) Mão-de-obra que é usada para trabalho físico e mental (este é um elemento chave em todos os serviços alto nível e de baixo nível de contato de contato). d) Infra-estrutura (pública ou privada) com capacidade suficiente para possibilitar a uma empresa entregar serviço de qualidade a seus próprios clientes. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 23 jevanemoraes@yahoo.com.br 4.2. Do excesso de demanda ao excesso de capacidade – A Gestão da Capacidade. No setor de serviços muitas empresas se deparam com a mesma problemática “Para nós, ou é festa ou é fome” é a situação descrita por Lovelock e Wright (2006, p. 347). Exemplo desta afirmativa são os hotéis que em períodos de alta temporada não aguentam a procura dos clientes e até os dispensam, em outras épocas existe uma grande ociosidade das instalações pela falta dos hospedes. Outro exemplo similar são as companhias aéreas, que períodos de alta temporada, (como férias), os picos de demanda são elevados e com risco de overboock, já em outro momento, as companhias aéreas realizam promoções para estimular as vendas e minimizar possíveis prejuízos. Contudo, um serviço que tem uma capacidade fixa pode enfrentar uma dentre as quatro condições abaixo: • Excesso de demanda: a demanda por um serviço em determinado momento excede a capacidade da empresa de atender as necessidades dos clientes, resultando em recusa de atendimento a alguns clientes e perda de negócios. • Excesso de capacidade: a demanda esta abaixo da capacidade ótima e os recursos produtivos são subutilizados, resultando em baixa produtividade. Em certos casos os clientes podem achar a experiência desapontadora ou ter dúvidas sobre a viabilidade do serviço. Contudo existe uma diferença entre a capacidade máxima e a capacidade ótima, a capacidade máxima se refere ao limite superior da capacidade de uma empresa de atender a demanda dos clientes em um determinado momento, e a capacidade ótima o ponto além do qual os esforços de uma empresa atender clientes adicionais resultarão na percepção de deterioração na qualidade do serviço. Esta duas situações em relação ao consumidor às vezes é uma situação positiva e às vezes nem sempre, pois um restaurante muito cheio o atendimento as não é esperado, o que desestimula a espera do cliente e ao mesmo tempo transmite a segurança que é um excelente lugar. As estratégias de marketing devem acompanhar os tipos de demanda e suas flutuações, (veja o quadro abaixo) de modo que o cliente fica cada vez mais satisfeito com o serviço prestado pelas empresas, Lovelock (2005, p.349) ressalta “... que muitas organizações de serviço operam em processos com capacidade restrita, existe um limite superior a sua capacidade em atender os clientes adicionais em um determinado momento. Como também essas empresas podem apresentar limitações por serem incapazes de reduzir sua capacidade em períodos de baixa demanda”. Para isso, a gestor necessita está atento às oscilações da demanda associado a sua capacidade, tomando medidas necessárias para corrigir situações indesejáveis, buscando um melhor resultado para a realidade de sua empresa. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 24 jevanemoraes@yahoo.com.br Estado de Demanda Tarefa de Marketing 1. Demanda Negativa (mercado não gosta do produto, e pode até pagar para evitá-lo) Analisar o porque o mercado não gosta do produto e criar um programa de marketing para reverter a situação 2. Demanda Inexistente (clientes desinteressados e indiferentes ao produto) Encontrar alternativas de associar os benefícios do produto às necessidades naturais das pessoas 3. Demanda Latente (existe uma necessidade por parte de um grandenúmero de clientes, mas não existe um produto que as satisfaça) Medir o mercado potencial e desenvolver produtos e serviços eficientes capazes de satisfazer essa demanda 4. Demanda Declinante (resultante do produto se encontrar em declínio - ciclo de vida do produto) Reverter a demanda declinante via inovações e novas propostas de benefícios para o produto 5. Demanda Irregular (varia por estação, dia, ou mesmo horas) Encontrar alternativas de alterar o horário da demanda através de preço flexível, promoção e outros incentivos 6. Demanda Plena (empresas satisfeitas com o volume de negócios) Manter o nível atual de demanda frente à concorrência acirrada e às mudanças na preferência do consumidor 7. Demanda Excessiva (nível de demanda maior do que o normal ou do que as organizações podem atender) Demarketing, ou seja, encontrar alternativas para reduzir a demanda temporária ou permanentemente, visando desencorajar a demanda total. 8. Demanda Indesejada (produtos indesejados vão atrair esforços organizados para desencorajar o consumo) Fazer com que as pessoas que gostam de alguma coisa deixem de gostar, usando ferramentas, tais como: comunicações que atemorizam preços elevados e escassez de produtos. 4.3. Como definir a capacidade produtiva? A capacidade produtiva se refere aos recursos ativos que uma empresa pode empregar para criar bens e serviços, ou seja, a extensão das instalações, equipamentos, mão de obra, infraestrutura e outros recursos, disponíveis para uma empresa criar produção para os seus clientes. A capacidade e produtiva pode assumir pelo menos cinco formas potenciais, contextualizando com as organizações de serviços: a) Instalações físicas destinadas conter clientes e utilizada para prestar serviços processado com pessoas ou processados como estímulos mentais. Exemplos: Hotéis, escolas, entre outros, pois o limite de capacidade tende a ser definido por vários fatores como quartos, carteiras, ou seja, são limitações entre o espaço e a capacidade. b) Instalações físicas destinadas ao armazenamento ou processamento de bens que pertencem aos clientes os lhes estão sendo vendidos. Exemplos: estacionamentos, prateleiras de supermercados, vagões ferroviários de cargas e outros. c) Equipamento físico utilizado para processamento com pessoas, bens ou informações e pode abranger uma classe enorme de itens e ser muito específica a situação. Exemplos: secadores de cabelos, caixas automáticos de bancos, fornos de cozinha, entre outros. UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 25 jevanemoraes@yahoo.com.br d) Mão de obra, um elemento chave da capacidade produtiva de serviços alta e médio nível de contato. Exemplo: serviços de mão de obra especializada (técnicos em computação, para determinado tipo de programa, entre outros). e) Muitas organizações dependem do acesso à capacidade suficiente da infraestrutura pública ou privada, para prestarem serviços de qualidade ao seu cliente. Nos tópicos acima podemos perceber que capacidade deve ser definida de acordo com segmento da organização, já que quando nos referimos a serviços existem situações específicas e os clientes têm necessidades e envolvimento diferentes. É relevante compreender que a utilização bem planeja resulta em um equilíbrio maior para empresa desde as instalações, mão de obra e os insumos de modo geral empregados. Evitando gargalos no processo, vale destacar que isto não é uma situação tão simples de ser administrada e o gestor deve tomar medidas como: programas interrupções em baixa demanda devem ser avaliadas devido aos custos inseridos no processo, (como por exemplo, antecipação de férias para um grande número de funcionários), utilizar funcionário por meio período (contratação por períodos sazonais, como festa de fim de ano, círio de Nazaré em nossa cidade), alugar ou compartilhar instalações ou equipamentos extras (deve-se avaliar a quantidade de demanda e a retorno se realmente é rentável e lucrativo) e treinamento cruzado de funcionários (oportunidade que os funcionários têm para desenvolver outras funções). As medidas apontadas servem tanto para medir a capacidade e também no momento em que o gestor alcança esta capacidade, é uma forma de avaliar continuadamente, ao mesmo tempo administrar uma flexibilidade para a melhor tomada de decisão. 4.4. Técnicas de administração da capacidade para atender variações na demanda. Técnicas de administração da capacidade utilizadas por empresas de serviço incluem esticar e encolher o nível de capacidade, acompanhar a demanda, e criar capacidade flexível. 1. Esticando e encolhendo a capacidade. Parte da capacidade é elástica em seu potencial de absorção de demanda extra, já que clientes adicionais podem ser acomodados (sob condições razoavelmente favoráveis) em períodos de pico. Os funcionários do serviço podem precisar trabalhar com alto nível de eficiência por pequenos períodos de tempo, mas cansariam rapidamente e começaria a fornecer um serviço inferior, se precisassem trabalhar duro daquela forma o dia inteiro. Outra estratégia para esticar a capacidade dentro de um determinado período de tempo é utilizar as instalações em períodos mais longos (por exemplo, durante mais horas por dia ou mais dias na semana). Ou a média de tempo gasto para atender cada cliente pode ser reduzida, seja minimizando o tempo ocioso ou reduzindo a qualidade do serviço oferecido durante os períodos ocupados. 2. Acompanhando a demanda. Esta estratégia envolve ajustar o nível de capacidade para atender a demanda num dado momento. Os gerentes podem ajustar a capacidade programando o tempo de manutenção durante períodos de baixa demanda; utilizando os funcionários em meio período; alugando ou compartilhando instalações e equipamentos extras; ou fazendo o treinamento cruzado dos funcionários. 3. Criando capacidade flexível. Às vezes, a questão não está na capacidade global, mas no composto disponível para atender as necessidades de diferentes UNIFAMAZ - CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA Profª. Jevane Mendonça Moraes Serfaty 26 jevanemoraes@yahoo.com.br segmentos de mercado. A solução mais comum a este problema reside em projetar instalações que sejam flexíveis para que possam se adaptar às exigências para atender os diversos tipos de clientes. Nessas situações, os funcionários também precisam treinar para serem flexíveis, lidando com as demandas dos diversos segmentos de mercado eficaz e efetivamente. 4.5. Princípios da administração de espera – Um problema real Os ambientes bem projetados podem reduzir o peso percebido na espera do serviço. Os clientes veem o tempo e o esforço gasto no consumo de serviços como um custo. As pessoas não gostam de desperdiçar tempo em atividades improdutivas, e esperar em fila entra, definitivamente, nesta categoria. Elas também querem evitar esforço físico ou mental desnecessário, como a ansiedade e o desconforto. Os custos indesejados de espera normalmente reduzem o valor da maioria dos serviços e podem ser associados à qualidade inferior. A melhor estratégia é projetar sistemas de entrega de serviço que minimizem esperas desnecessárias ou improdutivas. Mas, uma vez que esperar pelo serviço é inevitável em algumas situações, as empresas devem projetar ambientes de espera que tornem mais confortável a espera e reduzam a percepção de sua duração. Os gerentes devem considerar as 10 proposições seguintes, sobre a psicologia do tempo de espera (leia abaixo), ao avaliarem estratégias para tornar as esperas mais agradáveis aos clientes. 1. O tempo desocupado parece mais longo do
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