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Lab Jamille 24/10: Exames Laboratoriais no Pré-natal Hoje a gente vai ver um pouco dos exames laboratoriais do pré-natal, a maioria dos exames laboratoriais para gestante são exames imunológicos, por isso eu fiquei com essa parte, não a Samyra. Objetivo do acompanhamento pré-natal: ● Assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas. Dentro do pré- natal, além da história clínica dessa gestante através da história da gravidez, uma questão de exames anteriores, se tem hipertensão ou não, diabetes ou não, alterações no calendário vacinal, vai ter o exame físico, a gestante vai ser induzida a medição de PA, índice de IMC. Além disso, vai ter as condutas gerais, geralmente o ginecologista vai indicar para essa paciente o que vai ser feito nesse pré-natal, quais vacinas vai tomar. E além de tudo temos os exames laboratoriais. EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA NO PRÉ-NATAL ● Exames obrigatórios e solicitados na primeira consulta pré-natal, podem ser repetidos no decorrer da gestação. ● Tem como objetivos detectar problemas maternos que possam afetar a saúde do bebê, verificar o andamento da gestação e consequentemente o estado de saúde da gestante e do bebê. Em relação aos exames laboratoriais da gestante, nós dividimos em 3 ocasiões: 1° trimestre(acompanhamento geral), 2° trimestre e 3° trimestre. Primeira Consulta (1° trimestre) Na primeira consulta tem a maior quantidade de exames pedidos. ● Hemograma; Pra ver o estado sanguíneo, questões relacionadas a albumina, anemia, alguma infecção. ● Tipagem sanguínea e fator Rh → Coombs indireto (se for Rh negativo); Importância principal para olhar compatibilidade sanguíneo (O RH principalmente, evitar eritroblastose fetal, quando o sangue da mãe e do feto é diferente, pode ocorrer da mãe gerar resposta imunológica contra os antígenos fetais). ● Glicemia de jejum; ● Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; ( A sífilis congênita é muito comum de acontecer) ● Teste rápido diagnóstico anti-HIV; HIV não há risco de passagem da mãe para o feto, no entanto porque até hoje, se não existe essa troca, qual o objetivo de fazer essa triagem ? Porque tem chances de passar durante o parto. ● Toxoplasmose IgM e IgG;Muito importante, se a mãe tiver IgM positivo é um problema, significa que a mãe está com uma infecção atual. O bom é que a gestante, tenha IgG positivo, significa que ela já foi infectada e já tem anticorpos para combater se ela se infectar durante a gravidez. ● Hepatite B (HbsAg); Pode passar para o feto. ● Exame de urina e urocultura;Extremamente importante por causa de infecções, a gente sabe que a gestante tem muita infecção urinária porque comprime a uretra. A urocultura também é importante, se a gestante tiver infecção vamos saber qual o agente está induzindo. Se Necessários serão feitos ● Citopatológico de colo de útero (se necessário); ● Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica); ● Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica); ● Eletroforese de hemoglobina (se gestante for negra, ou antecedentes familiares de anemia falciforme ou história de anemia crônica); ● Ultrassonografia obstétrica, com a função de verificar a idade gestacional (não obrigatório). 2° Trimestre No segundo trimestre, alguns desses exames vão ser repetidos. Pelo ministério da Saúde o hemograma não precisa ser repetido aqui no segundo semestre ● Hemograma*; ● Coombs indireto (se for Rh negativo); (de novo aqui, muito grande de risco de eritroblastose fetal) ● TOTG jejum e após 2h, com 75g de dextrosol.( A diabetes é muito natural na gestante). 3° Trimestre ● Hemograma; ● Coombs indireto (se for Rh negativo); ● Glicemia de jejum; ● Testes rápido sífilis, HIV, hepatite B e C; ( A maioria dessas doenças agora podem ser passadas durante o parto) ● Toxoplasmose IgM e IgG; ● Exame de urina e urocultura. Vamos entender então cada um desses exames. Hemograma Principal objetivo: detectar a presença de infecções(pela variação dos glóbulos brancos) e principalmente anemia.( é muito comum em gestantes, e ela não pode estar anêmica, pois pode alterar a fisiologia desse feto). Série branca: - Gestação: leucocitose (até 14.000/mm3 é considerado normal). Normal ter mais altos na gestante, pra gente já é problema. Série vermelha: Já é um problema, naturalmente já tem aumento de volume plasmático. ● Gestação: aumento fisiológico no volume plasmático → elevação de estradiol resulta na ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona: leva uma maior reabsorção de sódio nos rins e a retenção de água→ o volume plasmático alto, faz fisiologicamente um aumento de hemácias (aumenta pelo aumento de ↑ secreção de eritropoetina pelos rins): isso, vai ficar desproporcional ao volume plasmática, por mais que tenta elevar as hemácias para ficar proporcional, o sistema rinnegan angiotensina aldosterona ele trabalha muito melhor, com isso essa diluição da célula vermelha sanguínea, faz com que tenha anemia: anemia fisiológica da gravidez (anemia dilucional); Porque os fatores celulares estão diluídos em um alto volume plasmático. ● O feto está crescendo, e ele precisou de ferro para crescer, a mãe começa a Transferência das reservas de ferro da mãe para o feto: consequentemente, diminui ainda mais os níveis de hemoglobina e hematócrito levando essa redução da mãe à medida que a gravidez avança. ● Plaquetas: valores em torno da normalidade. ● Ou seja, o que temos que nos preocupar é com essa anemia, que é fisiológica, precisa ser controlada, o feto precisa que a mãe esteja bem. Como nós vamos controlar essa anemia? Médico. Para isso vamos observar os valores principalmente de hemoglobina. ● Valores normais na gestação → hemoglobina: 12 g/dl e hematócrito: 36% ● Hemoglobina ≥ 11 g/dL: ausência de anemia. Mesmo assim faz uso de Suplementação de 40 mg/dia de ferro elementar e 5 mg de ácido fólico, a partir da 20ª semana ● Hemoglobina entre 8 g/dL e 11 g/dL: anemia leve a moderada. Exame parasitológico de fezes, tratamento se houver parasitoses presentes(pode estar perdendo sangue pelo parasita); Tratamento da anemia com 120 a 240mg/dia de ferro elementar. - Repita a dosagem de hemoglobina entre 30 e 60 dias: - Níveis subindo: manter tratamento até Hb atingir 11g/dl e então iniciar a dose de suplementação. - - Hb permanecer em níveis estacionários ou reduzir: encaminhar paciente para pré-natal de alto risco ● Hemoglobina ≤ 8 g/dL: anemia grave. Encaminhar paciente para pré-natal de alto risco Então o hemograma tem que ser muito bem controlado, principalmente hemoglobina, pelo risco de anemia. Igual falei, primeiro semestre obrigatório, segundo pode indicar ou não. 3° semestre obrigatório. Tipagem Sanguínea e Fator Rh Principal objetivo: detectar gestantes que tenham sangue com fator Rh negativo (A-, B-, AB- ou O-) que estejam grávidas de bebês com sangue Rh positivo (A+, B+, AB+ ou O+): o maior risco de eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém nascido. ● realizadas em todos os semestres. O que é eritroblastose fetal ? ● Quando a mãe é Rh negativo, o Rh é um antígeno da hemácia. Quem é Rh + tem seu antígeno na superfície, que é negativo não tem. A gente tem a mãe que é Rh - e o pai que é positivo. Isso vai ser um problema pois tem chances do filho ser Rh +. Se ela é negativa ela não tem anticorpos contra o positivo, se ela entra em contato ela se sensibiliza ● 1º filho: Rh + (nada acontece – “sensibilização materna”)produz anticorpos contra positivo. ● 2º filho: Rh + (EF ou DHRN), depois do primeiro filho positivo isso é um problema, pois ela vai criar anticorpos. ● A mãe então na eritroblastose fetal, produz anticorpos contra as hemácias do filho, “fetal” problema no feto não para mãe. Esses anticorpos vão lesar, vão se ligar aos antígenos da hemácia, a hemácia tá lá, cheia de antígenos na superfície, se ele é positivo, se liga e ativa o sistema complemento,e ele vai lisar as hemácias do feto, vai ter uma hemólise, de uma forma compensatória esse feto começa a produzir muito hemácia (não são maduras), no caso dessa doença vai ir eritroblastos ( células novas que não conseguem carregar hemoglobina), por isso chama eritroblastose fetal, porque tenho muito eritroblastos na circulação, e isso vai gerar inicialmente uma hipóxia muito grande e com o tempo uma anemia e uma icterícia, as hemácias estão sendo todas quebradas, o heme dessa hemácia vai começar a se depositar causando uma icterícia. Se não for tratado esse feto pode vir a morte. Hemólise → eritropoese compensatória → eritroblastos na circulação → anemia/icterícia → hipóxia → morte. ● Por isso que esse fator Rh ele é mensurado ao longo da gestação. Então, o que ocorre no caso da mãe Rh - ? ● No primeiro parto dessa pessoa ela toma uma injeção de imunoglobulina, que é uma suspensão de anticorpos pra hora do parto. Entre a 28ª e 33ª semana e outra no máximo 72h pós parto, para que ela já tenha anticorpos que combatam esses antígenos, e não vai se sensibilizar, dessa forma na próxima gravidez ela ainda não vai estar sensibilizada. ● ( Se fator Rh da mãe for negativo e fator Rh do pai for positivo) Soro contendo anticorpos anti Rh: Se houver contato com sangue materno-fetal, os anticorpos impossibilitam que o SI da mãe se sensibilize e produza anticorpos permanentes contra o fator Rh. ● Sempre deve ser feito o Rh do pai e da mãe. Mãe Rh- : realização do teste de Coombs indireto (teste indireto da antiglobulina) ● Verificar se a gestante já possui anticorpos anti Rh (anti D) ● Vamos supor, a mãe pode nunca ter engravidado, mas pode ter tido contato com Rh +, então o que a gente faz durante toda a gestação, o teste de Coombs. Como é feito ? 1. Esse teste pega o sangue da gestante, se esse soro tiver IgG(anti corpos que vai ser produzido contra o Rh é o IgG), aí eu incubo com hemácias reagentes, aí o antígeno se liga ao anticorpo. 2. Depois adiciono o soro de Coombs (anti IgG humano, que vai funcionar como anticorpo secundário) se isso aqui se ligou com isso aqui, aí eu venho com um segundo de anticorpo, se tiver aglutinado significa que a mãe tem anticorpos positivos, se a mãe tem anticorpos positivo isso é ruim, tem que ser acompanhado. Glicemia de Jejum Principal objetivo: detectar a presença de DM gestacional, independente da presença de fatores de risco. Se houver alterações no 1º trimestre, esse exame já auxilia a detectar alterações prévias da TOTG (24 a 28ª semana). Porque ? Assim como a anemia, a DM gestacional pode ser fisiológica na mãe. ● Gestação: A mãe desenvolve resistência a insulina a partir do 2º trimestre Porque ? ● A placenta da mãe produz um hormônio chamado hormônio lactogênio placentário e hormônio do crescimento placentário, esses hormônios induzem a resistência à insulina, então essa mais já começa com a hiperglicemia, se isso não for controlado ela vai gerar DM gestacional. Ela faz isso fisiologicamente porque o feto tem como sua maior fonte de energia a glicose. Então a mãe começa a concentrar gordura e utilizar gordura só pro feto. Geralmente quando o bebê nasce a diabetes cessa. ● → adaptação fisiológica → transferir o metabolismo de energia materna da oxidação dos carboidratos para o de lipídios → glicose para o feto (lactogênio placentário humano - hPL e hormônio do crescimento placentário humano - hPGH). ● Porque é importante manter uma glicemia normal na gestação ? O excesso de açúcar no sangue pode levar a um aborto, parto prematuro, pré eclampisa, ma formação fetal, e complicações tardias incluem problemas cardiovasculares e obesidade. Por mais que seja fisiológico, precisa controlar essa glicemia. ● Diabetes gestacional (DMG): tipo de diabetes que o aumento da glicose surge em decorrência da gravidez. ● Menor que no primeiro exame 92 mgdl está normal, não vai fazer nada. Só no terceiro semestre que vai realizar o teste oral de glicose. ● Se a glicemia está entre 92 e 125, possivelmente ela tem diabetes gestacional, vamos tratar. ● Se ela tem mais de 125, isso é um problema, não vai ser por causa da gestação, é uma diabetes pré gestacional que não estava identificada antes. Ela vai fazer uma hemoglobina glicada e vai ser acompanhada como gravidez de alto risco. ● Isso aí pode ser tratado com exercício físico, alimentação e em alguns casos medicação. TESTE DE TOLERÂNCIA À GLICOSE ORAL (TOTG) – curva glicêmica ● Aí, no primeiro semestre fez a glicemia, aí no terceiro trimestre faz a curva glicêmica, por causa do risco de diabetes, vai observar de novo no segundo trimestre. Principal objetivo: solicitado quando a glicemia em jejum está normal (< 92 mg/dL) → risco de desenvolvimento de resistência à insulina ao longo da gestação → diagnóstico (três valores: basal, 1h e 2h) → 2º trimestre. 1. Mede sua glicemia antes 2. depois você toma 75 mg de glicose (dextrose), glicemia sobe mais depois tende a descer 3. Aí você mede basal com 1 hora, se não desceu significa diabetes 4. Na gestante você faz 1 e 2 horas a basal, e vamos olhar nesse intervalo se vai ter ou não alta das taxas glicêmicas 5. Quando a gestante está no primeiro trimestre, menos de 20 semanas, faz a glicemia em jejum e se der ok, ela só faz de novo no terceiro trimestre o teste de tolerância oral. ● Gestante normal: o basal tem que dar menor que 92, se depois de 1 hora der menor que 180, ótimo, se em 2 horas dar menor que 153, melhor ainda, significa que está diminuindo ● Olhar outros números no quadro acima. TESTE RÁPIDO DE SÍFILIS E VDRL Principal objetivo: diagnóstico da sífilis, que pode ser transmitida por via placentária para o feto ou via parto. ● O teste rápido de sífilis é rápido mesmo (tipo do de COVID), e o VDRL não é rápido, é feito em laboratório ( De sífilis é treponêmico e de VDRL é não treponêmico). ● Sífilis: IST causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum. A gente adquire a bactéria principalmente pelas vias sexuais desprotegidas , mas pode acontecer também por via placenta e parto, que é a sífilis congênita. ● Brasil: aproximadamente um milhão de novos casos/ano, sendo ± 29 mil os casos de sífilis congênita (via transplacentária). ● O problema dessa sífilis é justamente o poder de alcançar o feto, no feto pode ser recente ou tardia. ● Sífilis congênita: Recente→ 3 meses de vida: erupções vesiculo bolhosas, lesões papulares ao redor do nariz, da boca, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia, alterações ósseas. Após o 2º ano de vida→ tardia: envolvimento de nariz, septo e palato duro, e lesões periostais provocam a chamada tíbia em lâmina de sabre( a tíbia não se desenvolve corretamente, fica reta e a criança tem dificuldade para andar), alterações ósseas orais. É importante diagnosticar a sífilis materna porque a gente não quer que essa mãe passe para o feto ou durante o parto para criança. ● Diagnóstico: Feita por visualização direta do Treponema na lesão (mais evidenciada na sífilis recente). Exames sorológicos (não treponêmicos e treponêmicos). 1. Testes sorológicos não treponêmicos ● Detectam anticorpos não treponêmicos→ não são específicos para T. pallidum, porém eles aumentam na presença de sífilis. ● Por que esses anticorpos aumentam ? É uma teoria que o principal motivo é a cardiolipina. Então vamos ter que ter anticorpos anticardiolipina.A cardiolipina é um fosfolipídio que fica nas células, quando o treponema lesa as células, essa cardiolipina é liberada então quem vai ter sífilis vai liberar essa cardiolipina e vai criar anticorpos contra essa cardiolipina. ● Possibilita a detecção de anticorpos anti-cardiolipina (fosfolipídio), formados em resposta à liberação de material lipoide por células infectadas por T. pallidum. ● Então esses testes não treponêmicos, eles são chamados de testes anticardiolipinas, por causa deste fosfolipídio que está nas células que são rompidas pela bactéria. ● O VDRL é o teste não treponêmico mais utilizado para sífilis. Ele não vai detectar anticorpos específicos, e siminespecíficos ● Esse VDRL é feito em placas, e a variação dele é o PRP é mais rápido e é feito em papel, tipo um papelão. ● E como vai ser o diagnóstico ? Se tiver antígenos do treponema, o anticorpo quando é colocado vai se flocular, formando flóculos o que vai significar que é positivo, se não formar é negativo. ● O VDRL é um teste que precisa de microscópio para ser visualizado, por isso demora mais. ● Como é o teste ? Eu tenho lá o soro do meu paciente, e eu tenho a suspensão de cristais de colesterol, onde a cardiolipina está junta, então eu tenho uma base de colesterol e várias moléculas de cardiolipina. Se o paciente tiver um anticorpo anticardiolipina, ele vai se ligar aqui e vai se flocular. Agora, se o paciente não tiver esse anticorpo, não vai flocular, então significa que está negativo. ● Agora o teste rápido faz a mesma coisa, só que isso aqui é um papel, se tiver bolinhas no papel significa que está positivo, não precisa de microscópio. ● Por que ele não é específico ? Não é específico para antígenos do treponema, e sim para cardiolipina que pode ser liberada quando tem sífilis. - VDRL (Venereal disease research laboratory) - RPR (Rapid plasma reagin) -> Ag+Ac = floculação (pode ser qualitativo ou quantitativo por titulação do soro) 2. Testes sorológicos treponêmicos Detectam anticorpos contra treponêmicos específicos. Quais são esses testes que podemos fazer ? ● MHA - Micro aglutinação (quando as hemácias são revestidas revestidas com antígenos, de T. pallidum, você coloca o soro se for positivo aglutina.) ● FTA-Abs ( ensaio de Fluorescent treponemal antibody-absorption) – teste de imunofluorescência indireta -> Ag+Ac ( É uma imunofluorescência indireta, a gente vai ter lá um antígeno na superfície, adicione o soro do paciente, se tiver anticorpo esse soro vai brilhar, e depois coloco anticorpo secundário fluorescente, olha no microscópio. ● ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay - Ensaio Imunossorvente ligado à enzima) Mesma coisa da imunofluorescência indireta,, só que aqui o anticorpo secundário vai estar conjugado a uma enzima. ● Quais os objetivos desses testes ? Saber se tem antígeno e anticorpo. ● Testes rápidos: Mais utilizados na triagem gestacional pré-natal. É como se fosse uma ELISA dentro de uma fitinha. É o teste para covid, você coloca o antígeno tá aqui dentro, você coloca o soro do anticorpo, se tiver vai brilhar, esse teste é a triagem para sífilis em gestante. Pode ser feito tanto VDRL quanto o teste rápido. ● Por que o teste rápido é o mais utilizado ? por que é rápido. ● Se deu positivo eu faço VDRL para confirmar, se der negativo no terceiro trimestre faço de novo. ● Se os dois deram positivo, parte para o tratamento. TESTE RÁPIDO HIV ● O outro teste é o de HIV, o principal objetivo não é testar para o feto, porque ele não ultrapassa a barreira placentária, e sim, para o feto na hora do parto não ter contato com o sangue da mãe na hora do parto. ● Na maioria das vezes vai acontecer durante o parto. Se o feto pega HIV não altera, não dá problemas para o feto. O principal problema é porque não tem cura para o HIV, mesmo com os grandes avanços a partir dos anos 80. Diagnóstico da infecção por HIV na gestação e interpretação do resultados ● O exame principal vai ser o ELISA> ● Fez a sorologia na mãe, deu positivo, diagnóstico de HIV, vai para o alto risco. ● Se deu negativo, pensando na primeira consulta, no terceiro trimestre repete o teste. TOXOPLASMOSE IgM e IgG Principal objetivo: diagnóstico da toxoplasmose, que pode ser transmitida por via placentária para o feto (toxoplasmose congênita) ● Ainda é um problema muito sério. Restringe o crescimento uterino, a criança pode nascer com microcefalia, pode ter crises convulsivas. Mas o problema maior da toxoplasmose congênita é que 85% dos que nascem não tem problema nenhum, a maioria deles vai ter problema lá na infância ou no início da adolescência, então, esse é o problema. ● Eu por exemplo, minha mãe contaminou, na década de 80 não tinha essa triagem de toxoplasmose, eu possivelmente tive toxoplasmose congênita, eu não tive nada, quando tive 15 anos eu descobri que estava com toxoplasmose ocular, perdi a visão etc. ● Na época, a toxoplasmose começou a ser avaliada na década de 90, então possivelmente não tem como saber se eu peguei na infância, acredito que tenha sido de forma congênita. ● Toxoplasmose: zoonose parasitária causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. ● Brasil: aproximadamente 10 casos a cada 10 mil nascidos (forma congênita). ● Toxoplasmose congênita: mulheres infectadas durante a gestação podem ter restrição do crescimento intrauterino, abortamento ou nascimento de criança com icterícia, microcefalia e crises convulsivas. No entanto, cerca de 85% dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento → adolescência/vida adulta: acometimento visual em graus variados, retardo mental, anormalidades motoras e surdez. ● Infecção primária adquirida antes da gravidez não afeta o concepto, exceto em gestante sabidamente imunodeprimida; ● A gravidade da doença para o feto tende a ser maior nas infecções adquiridas no começo da gestação. ● Então, o que é importante? A gente vai rastrear muito bem, mensurar esses dois anticorpos. Diagnóstico da toxoplasmose e interpretação dos resultados ● IgM positivo significa que é uma infecção recente. A mãe provavelmente pegou essa infecção agora. ● O que é melhor é ter IgG, que significa, que se eu tiver, meu filho não vai ser contaminado pois eu já tenho anticorpo. ● Agora vamos supor, se a mãe tem IgG e IgM negativo, ok. Já tem memória imunológica. ● Agora, se a mãe tem IgG negativo para IgM é ruim, significa que ela pode se infectar a qualquer momento. ● Agora, se tem IgG positivo e IgM positivo, é um problema, porque provavelmente tem memória imunológica e se contaminou durante a gestação ● Se IgG negativo, e IgM positivo, é pior ainda, significa que é uma infecção super recente ou também pode ser um falso positivo. Então, a gente faz toxoplasmose no primeiro e segundo trimestre( não obrigatório no segundo). TESTE RÁPIDO PARA HEPATITE B (HBsAg) Principal objetivo: diagnóstico de infecção pelo vírus HBV. Problema principal é passar para o feto, e 90% dos fetos que adquirem desenvolvem a forma crônica. Hepatite B: aguda ou crônica → fase crônica da doença pode evoluir para um carcinoma hepatocelular. ● Transmissão: sexual, parenteral e vertical (mãe para o bebê durante o parto). - Maioria dos recém nascidos que contraem a doença desenvolve a forma crônica → importância do diagnóstico e vacinação da gestante. Diagnóstico da hepatite B e interpretação do resultados ● Toda gestante HBsAg não reagente: vacina para hepatite B. ● São 3 doses. Se tem 2, vacina mais uma, se tem 1, vacina 2. ● Gestantes que não sabem se tomaram a vacina: realizar anti-HbsAg. ● Gestantes com vacinação incompleta: completar o esquema vacinal já iniciado ● Qual é o teste de triagem para hepatite ? Teste rápido. Vai quantificar antígeno. O principal antígeno circulando com HEPATITE B positivo é anti-HbsAg. ● Se não está reagente, ótimo. Olhar se tomou vacina, se não tomou, manda para vacinação. Se não sabe se tomou, realiza uma sorologia anti-HbsAg, a vacina é feita da subunidade de anti-HbsAg. ● Se o HbsAg positivo, é um problema, encaminha para o alto risco, na hora do parto toma uma imunoglobulina cheia de anticorpos, não é uma vacina, é um soro. Se o antígeno entra em contato com o sangue do recém nascido, ele já vai ter anticorpo pré formado, porque a mãe tomou a injeção, ele ataca e não se contamina. EXAME DE URINA E UROCULTURA Principal objetivo: detectar a presença de infecções urinárias é importante para diagnosticar casos de pré-eclâmpsia. É muito normal ter infecção urinaria na gravidez, principalmente por causa do crescimento fetal que faz com que obstrua os canais urinários, principalmente ureter, essa obstrução faz com que faça estagnar o fluxo urinário, isso então gera uma infecção do trato urinário, alémdo mais, a urina da gestante por si só tem um PH mais alcalino que favorece o crescimento de bacterias, muito risco de pielonefrite aguda que pode causar prematuridade no feto, aborto. ● Gestação: modificações anatômicas e fisiológicas → dilatação do trato urinário e aumento do tamanho do útero → obstrução parcial do ureter → estase do fluxo urinário → infecções do trato urinário nas gestantes. - ● Urina da gestante possui um pH mais alcalino → favorável para o crescimento bacteriano residente no sistema urinário(Riscos de pielonefrite aguda que pode levar a prematuridade, restrição do crescimento uterino, baixo peso do recém-nascido ao nascimento). É muito importante para diagnosticar pré-eclâmpsia, porque a mãe vai ter uma pressão muito alta, com o aumento dessa pressão, ela começa a perder proteínas na urina, então ela pode desenvolver um quadro de pré-eclâmpsia, esse exame, associado a pressão arterial da gestante vai ser muito importante para diagnosticar essa patologia. Interpretação do resultados de exame urinário Pré eclâmpsia O que é a pré-eclâmpsia ? No útero não gravídico você tem artérias espiraladas. No útero gravídico normal, você tem um aumento fisiológico dessas artérias espiraladas, na pré eclâmpsia essas artérias não aumentam de tamanho. Isso tudo, essas alterações na artéria faz com que tenha uma ativação, um gatilho, para que ocorra uma disfunção na placenta. Com isso a mãe vai desenvolver uma pressão alta. Com o aumento da pressão alta vai ocorrer a perda de proteínas na urina que é um indicativo de pré-eclâmpsia. Então se a mãe, tem proteinúria associada à crise hipertensiva. ● Alteração de células uNK e macrófagos → defeito na remodelação da artéria espinal: comprometimento do fluxo para o feto.: gatilho para intensas alterações que levam à ativação generalizada do sistema inflamatório materno, disfunção endotelial universal e limitação na vascularização placentária. ● Gestante: pressão arterial aumentada e proteinúria; ● Feto: alteração do crescimento fetal, parto prematuro, aborto tardio Referências: ● Montenegro, Carlos Antonio B. Filho, Jorge de R. Rezende Obstetrícia, 13ª edição. Grupo GEN, 2016. ● https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9 788527730723/epubcfi/6/66[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter 19]!/4/100/1:12[men%2Cto ● Ferreira, A.W.; Ávila, S.L.M. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-imunes. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527730723/epubcfi/6/66[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter19]!/4/100/1:12[men%2Cto https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527730723/epubcfi/6/66[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter19]!/4/100/1:12[men%2Cto https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527730723/epubcfi/6/66[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter19]!/4/100/1:12[men%2Cto
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