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1 AULA – 04 4.1 – ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES Para uma empresa comercial, Estoques significa o conjunto de mercadorias à disposição de vendas. Para uma indústria, significa matéria-prima adquirida, estando ela em transformação ou já acabada (transformada). Para uma empresa de serviços, Estoques significa o material de consumo disponível e consumido na sua atividade, não se destinando à venda. Matéria-prima – é o material bruto que a empresa fabricante adquire para sua transformação; ou do material que uma montadora adquire para compor a montagem de seu produto. Produtos em fabricação – são os materiais processados mas que dependem de serem completados, acabados ou montados. Produtos acabados – são os produtos prontos no ponto em que a empresa, como unidade de transformação, comercializa seu produto. Mercadoria – É a denominação mais ampla e que engloba todos os materiais, porém é comum sua utilização em empresas comerciais, pois é essencial à existência da intenção habitual de revenda. Nas empresas comerciais, o grupo de contas Estoques tende a ser o item de maior valor e de intensa movimentação. Existem outras categorias contábeis de estoques que são usadas mais raramente como: Produção em andamento, Mercadorias em trânsito, Material importado, Material direto, Material indireto, Material de manutenção, Minérios extraídos, Material de consumo, etc. FACULDADE PRESBITERIANA MACKENZIE RIO GESTÃO FINANCEIRA PROFESSOR: EURIES 2 4.2 – Importância dos Estoques O grupo de contas Estoques assume grande importância no contexto do Balanço Patrimonial e seus efeitos são imediatamente sentidos no Patrimônio Líquido. Qualquer alteração no Estoque Final repercute no lucro do período de maneira direta, isto é: sendo alterado para mais aumenta o lucro; e para menos diminui o lucro. Por outro lado, qualquer alteração no Estoque Inicial repercute de maneira inversa no lucro do período e, conseqüentemente, no Patrimônio Líquido, isto é: sendo alterado para mais diminui o lucro; e para menos aumenta o lucro. 4.3 – Inventários É o processo de verificação da existência dos estoques, de contagem física dos bens in loco. Nas empresas o inventário de estoques pode ser: Permanente – o Controle do Estoque fornece permanentemente o valor dos estoques com certeza da existência das quantidades correspondentes. Toda a movimentação de entrada e saída é registrada diariamente, a cada operação. Dessa forma, a qualquer momento se conhece o estoque, bastando observar a “Ficha de Estoque”. Esse sistema é utilizado normalmente pelas empresas que operam com alto valor unitário, sendo impraticável para comércios varejistas. Exemplo de uma ficha de controle de estoque: Data Docto. Entrada Saída Saldo Preço de estoque Entrada Saída Saldo 02/01/05 Invent. Inic. – – 02 150.000 – – 300.000 04/02/05 NF 28.362 03 – 05 150.000 450.000 – 750.000 15/02/05 NF 130.435 – 04 01 150.000 – 600.000 150.000 QUANTIDADE VALOR R$ CÓD. 566.435-1 DESCRIÇÃO: Televisor colorido marca Beleza Pura, 20’ modelo XYZ Localização: P 125-B 3 Periódico – é o inventário levantado no final de cada período contábil, geralmente adotado quando o inventário permanente torna-se inviável. Neste regime a empresa, em vez de valorizar o CMV diretamente, antes valoriza o estoque para depois obter o CMV indiretamente. Exemplo: REGISTRO DE INVENTÁRIO 01 Inventário Inicial (em 31.12.04) – Relação com 35.832 itens de mercadorias no estoque que, multiplicados e somados um a um proporcionam o montante de: 138.232,84 02 Compras – montante controlado das aquisições do período. 9.848.978,52 03 Vendas – montante registrado pelas caixas registradoras no período. 14.533.898,53 04 Inventário Final (em 31.12.05) – relação com 36.988 itens de mercadorias no estoque que, multiplicados e somados um a um, proporcionaram o montante de: 232.848,91 O custo das mercadorias vendidas (CMV) não é conhecido diretamente, mas mediante a aplicação da seguinte fórmula: No caso do exemplo acima, teríamos: Custo das Mercadorias Vendidas = 138.232,84 + 9.848.978,52 – 232.848,91 = 9.754.362,45 O cálculo do Lucro Bruto seria, portanto: Valor total das vendas ................: 14.533.898,53 100% Custo das mercadorias vendidas : 9.754.362,45 67,11% Lucro Bruto do período ...............: 4.779.536,08 32,89% Na ausência de qualquer um dos parâmetros envolvidos na equação do CMV, pode-se encontra-lo, desde que se conheça os demais. Assim: Estoque Inicial = Estoque Final + Custo das Mercadorias Vendidas – Compras Estoque Final = Estoque Inicial + Compras – Custo das Mercadorias Vendidas Compras = Estoque Final + Custo das Mercadorias Vendidas – Estoque Inicial Custo das Mercadorias Vendidas = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final 4 4.4 – Cálculo dos impostos no Custo Inicialmente, há que se considerar que a incidência dos tributos no custo das matérias- primas ou das mercadorias é diferenciada de empresa industrial para empresa comercial e diferenciada também para empresa prestadora de serviço. No caso de uma indústria, que recupere tanto o IPI quanto o ICMS, nenhum desse impostos representará custo, uma vez que, ao vender o produto final a empresa cobrará (recuperará) do cliente os impostos sobre vendas. No caso de uma empresa comercial que compre de fabricante e venda para consumidor, o IPI deve ser incluído no custo da mercadoria e o ICMS deve ser excluído (pois será recuperado na venda). Para uma empresa prestadora de serviços, que não se beneficiará de nenhum dos dois impostos, tanto o IPI quanto o ICMS devem ser incluídos no cômputo do custo do material. Exemplo: Aquisição de material por $ 1.200,00, sendo o preço da mercadoria $ 1.000,00 (estando inclusos 18% de ICMS) e IPI no valor de $ 200,00. Valores contabilizados como Estoques: INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇOS (Recupera IPI e ICMS) (Recupera ICMS) (Não recupera IPI nem ICMS) 1.200,00 x 0,82 1,2 1.200,00 x 0,82 + 200,00 1,2 1.000,00 + 200,00 Custo = $ 820,00 Custo = $ 1.020,00 Custo = $ 1.200,00 NOTA: As embalagens cobradas à parte pelos fornecedores e não restituíveis nem vendáveis também devem ser incluídas no custo, bem como as despesas de frete e seguro que correrem por conta da empresa compradora. 5 4.5 – Critérios de atribuição de preços ao estoque PEPS – sigla da expressão Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, traduzida do inglês First In, First Out. Considera o CMV como o correspondente ao custo de compra da mercadoria mais antiga remanescente no estoque, ou seja, vendem-se primeiro as mercadorias mais antigas. A utilização desse critério tende a elevar o resultado da empresa. UEPS – sigla da expressão Último que Entra, Primeiro que Sai, traduzida do inglês Last In, First Out. Considera o CMV como o correspondente ao custo de compra da mercadoria mais recente remanescente no estoque, ou seja, vendem-se primeiro as mercadorias que por último deram entrada no estoque. A utilização desse critério tende a reduzir o resultado da empresa. Apesar de esse critério atender ao princípio do “conservadorismo” a legislação tributária brasileira não o aceita. Custo Médio Média Ponderada Móvel – considera como CMV a média ponderada das diversas compras do mesmo item. Tal critério, apesar de apresentar resultados intermediários entre aqueles apresentados pelos sistemas PEPS e UEPS, e de ser aceito pela legislação tributária, não é possível de ser aplicado no regime de inventários periódicos.Neste critério, calcula-se o custo médio a cada nova entrada nos estoques. Custo Médio Média Ponderada Fixa – considera um único custo médio calculado e válido para todo o exercício social da empresa. Normalmente este critério é utilizado pelas empresas que não possuem controle formal dos estoques. Após o inventário periódico feito no final do ano, utiliza-se a equação do CMV para se calcular o custo das vendas e confrontá-lo com o valor da receita de vendas total do ano. Custo Específico – normalmente usado para produtos ou mercadorias de valor unitário elevado, controla o estoque por unidade comprada ou produzida, determinando o custo específico, real, de cada unidade estocada e dando baixa em cada venda, por unidade. Dessa forma, cada artigo terá seu preço específico e, por esse preço, será dada a baixa no momento da venda. A utilização desse critério tende a apresentar o resultado real da empresa. 6 Custo de Reposição – conhecido como NIFO (Next In, Firs Out), é o sistema ideal do ponto de vista gerencial, principalmente em economias inflacionárias, por considerar que o valor do próximo produto a ser adquirido é o que servirá de base para avaliação dos estoques. Nesse tipo de avaliação, considera-se o Estoque por seu valor corrente de mercado, importando sua reposição, e não quanto foi gasto para adquiri-lo ou fabricá-lo. A lógica é: “quanto custaria se o item fosse adquirido ou fabricado hoje ?” Esse método também não é aceito por nossa legislação tributária uma vez que, normalmente, reduz o Lucro Tributável da empresa. Para evidenciar a influência do critério de atribuição de preços ao estoque em relação ao resultado da empresa, considere-se o exemplo de três sucessivas compras de um mesmo item de estoque a preços crescentes, seguidas de uma venda. O cálculo do resultado apresentado pelos diferentes critérios será o seguinte: Compra de 100 peças a $ 8,00 cada = $ 800,00 Compra de 100 peças a $ 8,50 cada = $ 850,00 Compra de 100 peças a $ 9,00 cada = $ 900,00 Total das compras = $ 2.550,00 Venda de 280 peças a $ 13,00 cada = $ 3.640,00 Preço atual do item no mercado ......... = $ 9,50 • SISTEMA PEPS ENTRADAS SAÍDAS SALDO QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) 100 8,00 100 800,00 100 8,50 200 1.650,00 100 9,00 300 2.550,00 100 8,00 200 1.750,00 100 8,50 100 900,00 80 9,00 20 180,00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA OPERAÇÃO DE VENDA Receita Bruta de Vendas 3.640,00 ( – ) CMV [ 0 + 2.550,00 – 180,00] 2.370,00 Lucro Bruto 1.270,00 7 • SISTEMA UEPS ENTRADAS SAÍDAS SALDO QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) 100 8,00 100 800,00 100 8,50 200 1.650,00 100 9,00 300 2.550,00 100 9,00 200 1.650,00 100 8,50 100 800,00 80 8,00 20 160,00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA OPERAÇÃO DE VENDA Receita Bruta de Vendas 3.640,00 ( – ) CMV [ 0 + 2.550,00 – 160,00] 2.390,00 Lucro Bruto 1.250,00 • SISTEMA DE CUSTO MÉDIO ENTRADAS SAÍDAS SALDO QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) 100 8,00 100 800,00 100 8,50 200 1.650,00 100 9,00 300 2.550,00 280 8,50 20 170,00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA OPERAÇÃO DE VENDA Receita Bruta de Vendas 3.640,00 ( – ) CMV [ 0 + 2.550,00 – 170,00] 2.380,00 Lucro Bruto 1.260,00 • SISTEMA DE CUSTO DE REPOSIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) QDE. VALOR ($) 100 8,00 100 800,00 100 8,50 200 1.650,00 100 9,00 300 2.550,00 280 9,50 20 190,00 8 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DA OPERAÇÃO DE VENDA Receita Bruta de Vendas 3.640,00 ( – ) CMV [ 280 X 9,50 ] 2.660,00 Lucro Bruto 980,00 4.6 – O modelo do lote econômico de compra ( LEC) Um dos instrumentos sofisticados mais comumente citados para se determinar a quantidade de ótima de compra de um item de estoque é o modelo do lote econômico de compra (LEC), o qual leva em conta vários custos operacionais e financeiros envolvidos,com o fim de determinar a quantidade do pedido que minimiza os custos totais de estocagem.” Custos básicos Excluindo o custo efetivo da mercadoria, os custos relacionados com o estoque podem ser divididos em três grupos gerais: custos de emissão de pedidos, custo de manutenção do estoque e custo total. Cada um deles possui certos componentes e características básicas. Custos de emissão de pedidos – Os custos de emissão de pedidos incluem os custos fixos administrativos de se efetuar e receber um pedido – o custo de preencher um pedido de compra de processar os papéis necessários e de receber um pedido e verifica-lo, confrontando-o com a nota fiscal. Esses custos São normalmente definidos em termos monetários por pedido. Custo de manutenção de estoques - Custos de manutenção de estoques são os custos variáveis unitários da manutenção de um item em estoque durante um período determinado. Esses custos são geralmente definidos em termos monetários por unidade, por período e incluem componentes como custo de armazenagem, custos de seguro, custos de deterioração e obsolescência e, sobretudo, o custo de oportunidade, ou financeiro, de se 9 empatar dinheiro. Uma regra prática muito citada é que a manutenção de um item em estoque por um ano representa um custo entre 20 e 30% do custo (valor) do item. Custo Total – O custo total do estoque é definido como a soma dos custos de pedir e de manter estoques. O custo total é importante no modelo de LEC, pois o objetivo deste é determinar a quantidade do pedido que o minimiza. Pode-se desenvolver uma fórmula para determinação do LEC de uma empresa, para um dado item de estoque. A equação do custo total pode ser formulada mediante a aplicação da seguinte fórmula: O primeiro passo no desenvolvimento da equação do custo total é obter uma expressão para a função do custo de pedir e a função do custo de manter estoque. O custo de pedir pode ser expresso como produto do número de pedidos pelo custo por pedido. Já que o número de pedidos é igual à demanda durante o período, dividida pela quantidade do pedido, o custo de pedir pode ser expresso por: O custo de manter estoque é definido como o estoque médio multiplicado pelo custo de manter uma unidade por período. O estoque médio é definido como a quantidade do pedido da LEC = 2 X demanda, em unidades X custo de pedir, por pedido custo de manter estoque, por unidade por período Custo de pedir = custo de pedir, por pedido X demanda, em unidades quantidade do pedido 10 divida por 2, já que se supõe que o estoque seja reduzido a uma taxa constante. Assim, o custo de manter estoque pode ser expresso por: A análise das equações acima mostra que se a quantidade do pedido aumentar, o custo de pedir diminuirá, enquanto que o custo de manter estoque aumentará proporcionalmente. A equação do custo total é obtida, combinando-se as expressões para o custo de pedir e o custo de manter estoque, de modo que: EXEMPLO: Suponha que uma empresa utilize 1.600 unidades de um item por ano. Seu custo de pedir é de $50,00 por pedido e custo de manter cada unidade em estoque é de $ 1,00 por ano. Utilizando-se a fórmula para cálculo do lote econômico de compra (LEC), tem-se: LEC= 2 X 1.600 X $ 50,00 = 400 unidades$1,00 Se a empresa emitir pedidos de 400 unidades, estará minimizando seu custo total de estoque, conforme segue: Custo total de pedir ............................................... = $ 50,00 X 1600 = $ 200,00 400 Custo total de manter estoque ............................... = $ 1,00 X 400 = $ 200,00 2 Custo de manter = custo de manter, por unidade X Quantidade do pedido 2 Custo Total = Custo de pedir + Custo de manter estoque 11 Custo Total de Administração do item de estoque = $ 200,00 + $ 200,00 = $ 400,00 Embora até o simples modelo do LEC tenha deficiências, não há dúvidas de que dá condições ao administrador financeiro para tomar decisões mais acertadas do que se usasse apenas observações subjetivas. A despeito do fato de que em geral o administrador financeiro não é responsável pelo emprego do modelo, ele precisa estar ciente da sua utilidade. Assim para que a empresa possa utilizar o modelo do LEC, seu administrador financeiro precisa fornecer certos dados financeiros, especialmente com respeito ao custo de manter estoques. 4.7 – O ponto de reencomenda Ponto de reencomenda é o ponto no qual se deve emitir um pedido de reposição de estoques. É expresso como: o tempo para a reposição em dias x a demanda diária. Tendo calculado seu lote econômico de compra, a empresa precisa determinar quando emitirá os pedidos. Na pratica, o ponto de reencomenda deve levar em conta o tempo necessário para emitir e receber os pedidos. Supondo uma taxa constante de demanda para o estoque, o ponto de reencomenda pode ser determinado pela seguinte equação: Ponto de reencomenda = tempo para a reposição, em dias x demanda diária Por exemplo, se uma empresa souber que são necessários dez dias para emitir e receber um pedido e se usar cinco unidades diariamente, o ponto de reencomenda será cinqüenta. Sugestão de controle simplificado de ponto de ressuprimento ou recompra de itens do estoque: ESTATÍSTICA ESTOQUE OBJETIVO ESTOQUE ATUAL ITEM VENDAS MÉDIAS MENSAIS VENDAS MÉDIAS DIÁRIAS PRAZO DE ENTREGA (DIAS) ESTOQUE MÍNIMO DIAS UNID. UNID. DIAS NECESSIDADE DE COMPRA 12 (1) (2) 1/30 (3) (4) 2 x 3 (5) (6) 2x 5 (7) (8) 7/2 (9) 6 – 7 A 600 20 5 100 10 200 260 13 – B 30 1 15 15 30 30 18 18 12 C 210 7 8 56 15 105 91 13 14 D 2.550 85 3 255 10 850 510 5 340 PONTO DE RESSUPRIMENTO 4.8 – Estoques de segurança Estoques extras que podem ser utilizados quando o tempo para reposição e/ ou a taxa de demanda diária superarem as expectativas. Sistema MRP (materials requirement planning) Sistema de administração de estoques que se utiliza dos conceitos do LEC e da informatização para comparar as necessidades de matérias-primas no processo de produção com saldos disponíveis em estoque e determinar quando os pedidos deverão ser efetuados para cada item da lista de insumos de um produto. Sistema Just-in-time Sistema de administração que minimiza o investimento em estoques através do recebimento dos insumos de produção no exato momento em que são requeridos na produção. O objetivo do sistema JIT é a eficiência na produção. Os estoques servem como meio para sua consecução, na medida em que a ênfase na qualidade é colocada tanto sobre as matérias-primas quanto na pontualidade das entregas. Operando satisfatoriamente JIT faz com que as ineficiências do processo se revelem e sejam resolvidas. O sistema JIT exige 13 cooperação entre todas as partes envolvidas no processo – fornecedores, transportadores e empregados da empresa. Os empregados devem buscar a excelência aprimoramentos constantes e 100% de qualidade nos itens produzidos. Caso eles não se empenhem nesses objetivos, o sistema JIT provavelmente será malsucedido. 4.9 – Preço Ideal de Venda O preço ideal de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da mercadoria/produto/serviço, as despesas variáveis (impostos, comissões, etc.), as despesas fixas proporcionais (aluguel, água, luz, telefone, salários, pro-labore, etc), e ainda, sobrar um lucro líquido capaz de permitir a remuneração do capital investido e os reinvestimentos na empresa. O cálculo do preço de venda teoricamente ideal pode ser realizado, de forma simples, de acordo com uma das seguintes fórmulas: OU – MARK–UP DIVISOR O Mark-up divisor (Fator de formação do preço de venda) é calculado de acordo com a seguinte fórmula: Custo Direto Variável Mark-up divisor Mark-up = 100% – % despesas variáveis – % despesas fixas – % lucro líquido Custo Direto Variável x Mark-up multiplicador 14 Exemplo: Considerando-se uma empresa que queira estabelecer o preço de venda de um produto cujo custo direto variável (custo de aquisição considerando impostos, fretes, embalagens, seguro, etc.) seja de R$ 20,00 e os seus respectivos percentuais de despesas sejam: • Despesas Variáveis .......: 7% • Despesas Fixas .............: 30% • Lucro Líquido desejado..: 8% Mark-up divisor = R$ 20,00 0,55 (1 – 0,07 – 0,30 – 0,08) Preço de Venda = R$ 20,00 Preço ideal de venda = R$ 36,36 0,55 Demonstrativo do Resultado: Preço de Venda ...............: R$ 36,36 (100%) - Custo Direto Variável .....: (R$ 20,00) ( 55%) - Despesas Variáveis .......: (R$ 2,54) ( 7%) - Despesas Fixas .............: (R$ 10,91) ( 30%) = Lucro Líquido ................: R$ 2,91 ( 8%) – MARK–UP MULTIPLICADOR O Mark-up multiplicador (Fator de formação do preço de venda), por sua vez, é calculado de acordo com a seguinte fórmula: Para o caso do mesmo exemplo considerado acima, o cálculo seria feito da seguinte forma: Mark-up multiplicador = 1 . 100% – % despesas variáveis – % despesas fixas – % lucro líquido 15 Mark-up multiplicador = 1 . 1 . 1,818181818 (1 – 0,07 – 0,30 – 0,08) 0,55 Preço de Venda = R$ 20,00 x 1,818181818 Preço de venda = R$ 36,36 Conforme ficou demonstrado, tanto por uma fórmula como por outra, o preço de venda que cobrirá todas as despesas e ainda permitirá que sobre um lucro líquido correspondente a 8% da receita bruta será R$ 36,36. Entretanto, deve-se comparar com o preço praticado pelo mercado. Caso o preço de mercado seja menor do que o preço calculado, a empresa deverá desenvolver alguma ação para diminuir os seus custos ou despesas, ou então, aceitar um lucro líquido menor. 4.10 – PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES (PME) Fórmula: Estoques. Custo das Vendas / 360 Indica ...........: O número médio de dias que a empresa leva para transformar seus estoques em vendas. Interpretação: Quanto menor, melhor. Comentários: 16 Aparentemente, a fórmula do PME é análoga às anteriores. Há, porém, uma diferença fundamental: enquanto as Duplicatas a Receber ou a Pagar decorrem das vendas ou das compras passadas, os estoques relacionam-se com as vendas (a preço de custo) futuras. O correto seria, pois, tomar as vendas dos próximos meses após o balanço. Como esse dado, porém, não é disponível ao analista externo, tomam-se as próprias vendas passadas a preço de custo, dadas pelo Custo das Mercadorias Vendidas. A interpretação que se pode dar à fórmula é a seguinte: o denominador mostra quanto a empresa vende por dia a preço de custo; dividindo-se o valor do estoque por essas vendas diárias, encontra-se para quantos dias de vendas a serem realizaas é suficiente o estoque. O PME representa, na empresa comercial, o tempo médio de estocagem de mercadorias; na empresa industrial, o tempo de produção e estocagem. 4.11 – GIRO DOS ESTOQUES (GE) Fórmula: Custo das Vendas do período. Estoques Indica ...........: O número de vezes que, no ano, o Estoque se renova pelas vendas. Interpretação: Quanto maior, melhor. Comentários: De forma análoga aos casos anteriores, o giro dos Estoques mede a eficiência da empresa em relação à velocidade com que renova seus estoques, ou seja, efetua suas vendas. O Prazo Médio de Renovação dos Estoques também pode ser calculado a partir do Giro de Estoques, como segue: 17 PME = 360 . Giro dos Estoques Evidentemente, caso se disponha da informação relativa ao Prazo Médio de Renovação dos Estoques, pode-se obter o Giro dos Estoques, da seguinte forma: GE = _______ 360 ___ . Prazo Médio de Renovação dos Estoques
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