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Psicofarmaco - Aula 09 Transtornos maníacos e estabilizadores de humor

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Escola de Ciências da Saúde
Curso: Psicologia
Unidade Curricular: Psicofarmacologia
Aula: Transtornos maníacos e estabilizadores de humor
Prof. Leonardo Brito Lopes e Silva
Plano de Aula
Temas abordados:
• Fisiopatologia dos transtornos maníacos
• Sinais e sintomas
• Classes de fármacos utilizados no tratamento 
dos transtornos maníacos
• Lítio
• Outros fármacos
Referências:
• RANG e DALE. Farmacologia. 7ª ed. Elsevier, 
2012
• David GOLAN. Princípios de farmacologia. 2ª 
ed. Guanabara-Koogan, 2000
• STHAL. Psicofarmacologia. 4ª ed. 2013 (cap. 6)
Objetivos de aprendizagem:
• Entender a neurobiologia dos transtornos maníacos e relacionar aos sintomas.
• Entender o mecanismo de ação dos fármacos estabilizadores de humor.
Transtorno maníaco (Transtorno bipolar)
“Sentindo-se no topo domundo”
O estado de mania é
caracterizado por euforia, alegria
excessiva, entusiasmo ilimitado e
indiscriminado para interações
interpessoais, sexuais ou
profissionais.
Transtorno mental grave, caracterizado por oscilações nos estados de humor e níveis de atividade do indivíduo,
se manifestando com episódios de humor anormal e persistentemente positivo, chamado de episódio
maníaco, e episódios de humor deprimido, chamado de episódio depressivo.
Tem importantes implicações em termos de prejuízo na qualidade de vida, na produtividade e sociabilidade
das pessoas acometidas, bem como prejuízo neuropsicológico e risco aumentado de doenças físicas e suicídio
“Sentindo-se na fossa”
O estado depressivo é similar
àquele presente nas síndromes
depressivas, com redução do
humor, da sensação e da busca
de prazer, falta de motivação e
alterações de sono e apetite.
O transtorno bipolar é um tipo de transtorno de humor
(1 semana)
(2 semanas)
(4 dias)
Dimensões dos sintomas de um 
episódio depressivo maior
Dimensões dos sintomas de um episódio maníaco
A fisiopatologia do transtorno bipolar está 
relacionada com a atividade das monoaminas
Existem muitas áreas do cérebro onde as projeções monoaminérgicas (Serotonina - 5HT, Noradrenalina - NA e
Dopamina – DA) se sobrepõem, o que cria oportunidades para as interações das monoaminas em todo o
cérebro e em muitos subtipos diferentes de receptores.
Todo o sistema de neurotransmissão monoaminérgico pode estar disfuncional em vários circuitos cerebrais,
com diferentes neurotransmissores envolvidos, dependendo do perfil sintomatológico do paciente.
Estudos genéticos indicam que as alterações
nesses circuitos podem estar associadas a vários
elementos da neurotransmissão:
• Síntese dos neurotransmissores
• Degradação dos neurotransmissores
• Atividades dos receptores
Áreas encefálicas envolvidas nos episódios de mania
CPF, córtex pré-frontal; BP, parte basal do prosencéfalo; E, estriado; NAc, nucleus accumbens; T, tálamo; Hi, hipotálamo; A,
amígdala; H, hipocampo; NT, centros neurotransmissores do tronco encefálico ME, medula espinal; C, cerebelo.
As alterações da
neurotransmissão em várias
regiões cerebrais podem estar
ligadas aos vários sintomas do
episódio maníaco.
A funcionalidade em cada
região pode estar associada a
uma constelação diferente de
sintomas.
Áreas encefálicas envolvidas nos episódios depressivos
CPF, córtex pré-frontal; BP, parte basal do prosencéfalo; E, estriado; NAc, nucleus accumbens; T, tálamo; Hi, hipotálamo;
A, amígdala; H, hipocampo; NT, centros neurotransmissores do tronco encefálico; ME, medula espinal; C, cerebelo.
As alterações na atividade
neuronal e na eficiência do
processamento da informação
em várias regiões cerebrais
podem levar a sintomas de
episódio depressivo maior.
A funcionalidade em cada
região pode estar associada a
uma constelação diferente de
sintomas.
DEPRESSÃO X TRASTORNO BIPOLAR
Os pacientes sintomáticos com transtorno bipolar
passam muito mais tempo no estado depressivo do
que no estado maníaco, hipomaníaco ou misto,
assim muitos indivíduos são incorretamente
diagnosticados com depressão maior unipolar e
tratados com monoterapia antidepressiva.
Cerca de 12% das pessoas com diagnóstico inicial
de transtorno depressivo maior vão apresentar um
episódio hipomaníaco, mudando o diagnóstico
para TB II.
Diagnóstico diferencial
É extremamente importante reconhecer se um paciente deprimido apresenta um 
transtorno do espectro bipolar ou transtorno depressivo maior unipolar.
• aumenta ciclagem do humor, estados
mistos e conversão em hipomania e mania;
• aumento de tendência suicida em
pacientes mais jovens (crianças e adultos
com menos de 25 anos).
O TB tem forte correlação genética: Investigar a ocorrência de depressão unipolar ou TB na família.
• História familiar de: transtorno de humor?; hospitalizações psiquiátricas?; suicídio?
• História familiar de tratamento com lítio, estabilizadores do humor, antidepressivos? ECT?
O paciente pode diminuir sintomas maníacos: Obter de pessoas próximas outras informações sobre o paciente
• O paciente pode não ter consciência de seus sintomas e relatá-los de modo incompleto.
• A percepção e a observação de outro informante podem fornecer uma história muito diferente daquela que
o paciente está relatando
Transtorno bipolar 
não diagnosticado
Tratamento com 
antidepressivos
Como distinguir depressão unipolar de transtorno bipolar:
A esquizofrenia é uma doença crônica ininterrupta com desfecho ruim e declínio da função.
O transtorno bipolar é uma doença cíclica com melhor desfecho e boa restauração da função entre os episódios.
Existem casos com sintomas sobrepostos e evolução intermediária da doença, em que o paciente apresenta uma
mistura de sintomas do humor e psicose, sendo muito difícil determinar se ele apresenta um transtorno psicótico, como
a esquizofrenia, um transtorno do humor, como o bipolar.
“Todo sintoma psicótico é esquizofrenia?”
Mania psicótica e depressão psicótica
poderiam ser considerados como formas de
esquizofrenia com sintomas afetivos.
“Todo sintoma de humor é transtorno do humor?”
Mania psicótica e depressão psicótica
poderiam ser considerados como formas de
transtorno do humor com sintomas psicóticos.
ESQUIZOFRENIA X TRASTORNO BIPOLAR
Diagnóstico diferencial
O tratamentos para o transtorno
esquizoafetivo podem incluir tanto
aquele voltado para a esquizofrenia
quanto o para transtorno bipolar
Estabilizadores 
de humor
Antipsicóticos
O modelo de doença como continuum propõe que os transtornos psicóticos e do humor são
diferentes manifestações de um conjunto complexo de um espectro.
Fármacos estabilizadores de humor
Objetivos do tratamento do transtorno bipolar
Não existe ainda um fármaco que trate tanto a mania quanto a depressão bipolar e, ao mesmo tempo, 
impeça episódios de qualquer um dos polos. Em vez disso, diferentes agentes podem ser eficazes para 
fases distintas do transtorno bipolar.
Estabilizadores de humor
Originalmente, o estabilizador do humor era um fármaco que tratava mania e
impedia sua recidiva, “tornando estável” o polo maníaco do transtorno bipolar.
Recentemente, o conceito de estabilizador do humor foi definido de maneira
abrangente, desde “uma substância capaz de atuar como o lítio”, passando por “um
anticonvulsivante usado para o tratamento do transtorno bipolar”, até “o
antipsicótico atípico utilizado no tratamento do transtorno bipolar”, com os
antidepressivos considerados como “desestabilizadores do humor”.
Descoberta do Lítio
➢ John Cade começou a estudar a urina de pacientes
“maníacos”, buscando por algum metabólito.
➢ Injetou a urina destes pacientes em cobaias e, para
facilitar a administração, acrescentou lítio para maior
solubilidade;
➢ Cobaias apresentaram comportamento quieto, menos
responsivo a estímulos externos;
➢ Começou a estudar os efeitos tranquilizantes do Lítio e
passou a utilizar esta substância em seus pacientes.
John Frederick J. Cade (1912-1980)
Psiquiatra australiano
Descobriu os efeitos do carbonato 
de lítio (1949)
Estabilizador do humor clássico
Usado há mais de 60 no tratamento do Transtorno Bipolar
O Lítio entra nosneurônios pelos canais de 
Sódio; mas não é bombeado para fora pelas 
bombas Na /K, acumulando-se, no meio 
intracelular
Dentro da célula o Lítio atua em diversos 
locais de transdução de sinais
Efeitos terapêuticos:
Estabilização do humor (eutimia); melhora da função cognitiva; diminui redução
do hipocampo e córtex pré-frontal; diminui ação excitatória do glutamato,
aumento de ação antioxidante (grande estresse oxidativo durante a crise de
mania), aumento de BDNF.
Efetivo nos episódios maníacos e na manutenção das remissões,
particularmente dos episódios maníacos e talvez, em menor grau, dos episódios
depressivos.
Prevenção do suicídio em pacientes com transtornos do humor.
Usado como como agente potencializador de antidepressivos na depressão
unipolar
O Lítio induz diversas alterações intracelulares, levando a alterações nos níveis de 
vários neurotransmissores, como 5-HT, DA, GLU, GABA e de Ach
Farmacocinética
Janela terapêutica é estreita: 
Acima de 1,5 mmol/l → dose tóxica; 
Abaixo de 0,5 mmol/l → dose subterapêutica
½ da dose oral: eliminado em 12 horas;
½ da dose restante: captado pelas células e eliminado
lentamente durante os próximos 7-14 dias
O Lítio acumula-se lentamente durante 2 semanas (ou 
mais), antes do estado de equilíbrio ser alcançado;
Efeitos adversos
• Janela terapêutica estreita
• Acumula-se lentamente
• Alta toxicidade
• Principais efeitos adversos:
• Toxicidade aguda: diversos efeitos neurológicos, como confusão,
comprometimento motor, coma, convulsões e morte (> [3-5mmol/l]).
• Toxicidade crônica: insuficiência renal, tremor, náuseas, vômitos, diarreia,
hipotireoidismo, inibição dos efeitos do ADH no rim (aumento da
diurese), ganho de peso.
Exige monitoramento constante: 
Níveis plasmáticos de Lítio, Sódio e função renal
Outros medicamentos utilizados no TB:
➢ Antiepilépticos (Anticonvulsivantes): 
• Valproato: 
Inibição geral do SNC: inibição dos canais de sódio sensíveis à voltagem; facilitação das ações do neurotransmissor GABA; e regulação das cascatas de 
transdução de sinais intracelulares (como o lítio)
Eficazes principalmente sobre a fase maníaca aguda e para evitar a recorrência da mania. Mais efetivo do que o lítio para pacientes com ciclagem rápida 
e os episódios mistos de mania
• Carbamazepina:
Inibição geral do SNC: inibição dos canais de sódio sensíveis à voltagem (mecanismo diferente do Valproato)
Eficazes principalmente sobre a fase maníaca aguda e para evitar a recorrência da mania.
➢ Antipsicóticos atípicos:
• Olanzapina, risperidona, quetiapina, aripiprazol.
Atuação associada sobre receptores dopaminérgicos e serotonérgicos, como estabilizadores do sistema serotonérgicos.
Efetivos para os sintomas não psicóticos da mania e no tratamento de manutenção para prevenir a recidiva. Alguns antipsicóticos atípicos mostraram-se 
efetivos na depressão bipolar;
➢ Benzodiazepínicos (BDZs):
• Gabapentina, Pregabalina
Inibição geral do SNC: Facilitação das ações do neurotransmissor GABA.
Tratamento adjuvante aos estabilizadores do humor comprovados, particularmente em situações de emergência. Úteis para agitação intermitente, 
insônia e sintomas maníacos incipientes.
Anticonvulsivantes como estabilizadores do humor
Uso de antidepressivos no transtorno bipolar
Antidepressivos não atuam no tratamento do
transtorno bipolar.
Ainda podem agravar a situação de alguns
pacientes, causando desestabilização do
humor, com indução de mania ou hipomania,
ciclagem rápida ou estados mistos ou, até
mesmo, tendências suicidas.
Uso clássico do Lítio
Monoterapia
Altas doses
Mania eufórica
Uso moderno do Lítio
Uso combinado 
1 vez/dia em doses baixas
Útil em várias fases
Os estudos clínicos vêm mostrando que as
melhores associações consistem na adição de
lítio ou de Valproato a um antipsicótico atípico:
Associações de fármacos para o transtorno bipolar
A maioria dos pacientes com transtorno bipolar necessita de
tratamento com dois ou mais fármacos.
Lítio 
ou
Valproato
Antipsicótico 
Atípico
Principais combinações de
fármacos para o tratamento do
transtorno bipolar:
• Lítio
• Antipsicóticos Atípicos
✓ Quetiapina
• Anticonvulsivantes 
✓ Valproato;
✓ Carbamazepina;
✓ Lamotrigina
O que devo saber:
1. Quais são as possíveis variações nos estados de humor no transtorno 
bipolar?
2. Por que é importante se fazer o diagnóstico diferencial entre depressão 
unipolar e transtorno bipolar?
3. Por que nem sempre é possível distinguir entre a esquizofrenia e o 
transtorno bipolar? Como pode ser o tratamento nesses casos?
4. Explique a ideia de tratar ou estabilizar de cima pra baixo e de baixo pra 
cima no transtorno bipolar.
5. Por que o Lítio não é considerado uma droga depressora nem 
estimulante do sistema nervoso?
6. Quais as principais associações farmacológicas no tratamento do 
transtorno bipolar?
	Slide 1: Escola de Ciências da Saúde
	Slide 2: Plano de Aula
	Slide 3: Transtorno maníaco (Transtorno bipolar)
	Slide 4
	Slide 5: O transtorno bipolar é um tipo de transtorno de humor
	Slide 6
	Slide 7
	Slide 8: Áreas encefálicas envolvidas nos episódios de mania
	Slide 9
	Slide 10
	Slide 11: É extremamente importante reconhecer se um paciente deprimido apresenta um transtorno do espectro bipolar ou transtorno depressivo maior unipolar.
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14
	Slide 15: Fármacos estabilizadores de humor
	Slide 16: Objetivos do tratamento do transtorno bipolar
	Slide 17: Estabilizadores de humor
	Slide 18: Descoberta do Lítio
	Slide 19
	Slide 20
	Slide 21: Farmacocinética
	Slide 22: Efeitos adversos
	Slide 23: Outros medicamentos utilizados no TB:
	Slide 24
	Slide 25: Uso de antidepressivos no transtorno bipolar
	Slide 26
	Slide 27
	Slide 28
	Slide 29: O que devo saber: