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ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS (1ª instância) 1. IDENTIFICAÇÃO Denúncia/queixa Recebimento da denúncia/queixa Citação Apresentação da Resposta à acusação Audiência de instrução e julgamento – ofendido, testemunhas de acusação e depois de defesa, peritos, interrogatório. MP apresentou suas alegações finais (se manifestou pedindo a procedência da ação) Processo não apresenta sentença. 2. ESTRUTURA 2.1. PREÂMBULO 2.1.1. Endereçamento – juiz que está com o processo – EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE .... EXCENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DA COMARCA DE.... 2.1.2. Qualificação – resumida (Fulano, já qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência, através de seu advogado apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAS pelos fatos e direitos que passa a presentar. 2.1.3. Fundamento: Art.403, § 3º CPP e Art. 404, § único, CPP (diligência após o interrogatório). 2.2. FORMA DA PEÇA 2.2.1. Tempestividade – prazo = 5 dias da intimação 2.3. FATOS 2.4. DIREITO 2.4.1. Preliminares A. Nulidades (Art. 564, CPP) (Art. 5, LV, CR/88) B. Prova ilícita (Art. 157, CPP) (Art. 5º, LVI, CR/88) (Rejeição tardia não é alegada nas alegações finais) C. Extinção de punibilidade (Art. 107, CP) 2.4.2. Mérito A. Absolvição (absolvição sumária do Art. 397, CPP somente é pedida na Resposta à acusação) – Art.386, CPP. Tese de materialidade – Prova da existência do fato. O fato que foi objeto da denúncia existiu? Se o fato não existiu – surge durante o processo provas que o fato não existiu. (Certeza (Art.386, I CPP) (prova que o fato não existiu) ou dúvida para absolver (Art.386, II, VII CPP)) Autoria – certeza de que o réu não é autor do fato (álibi perfeito) (Art. 386, IV, CPP) da pessoa acusada não cometeu o crime. Dúvida – prova não gera uma certeza. (Art. 386, V e VII, CPP) Tipicidade – Formal (conduta não se enquadra com o prescrito na lei - comparação do enunciado com a letra da lei – atipicidade formal – Art. 386, III, CPP). Material (insignificância – Art. 386, III, CPP). Crime impossível (Art. 17, CP) (meios que tornam impossível o resultado ou objeto que torna impossível o resultado) (Art. 386, III, CPP) Erro de tipo essencial (Art.20, caput, CP) – se o agente agride um terceiro e sabe que está agredindo = dolo. Agora se o agente agride um sujeito achando que é um boneco = erro de tipo. (Art. 386, III, VI, CPP). Antijuridicidade- causas excludentes de antijuridicidade (Art.23, CP) (Art. 386, VI, CPP) Culpabilidade Erro de proibição – Art. 21, CP – absolvição com base no (Art. 386, VI, CPP) – o sujeito fez, mas não sabia ser proibido. Coação moral e obediência hierárquica – Art.22, CP – fundamento da absolvição Art. 386, VI, CPP. Embriaguez por caso fortuito ou força maior – Art. 28, § 1ºCP. Fundamento de absolvição Art. 386, VI, CP Inimputabilidade – Art. 26, CP. Fundamento de absolvição Art. 386, VI, CP. B. Desclassificação – afaste uma qualificadora, desclassificação de uma forma grave para leve, afaste de aumento de pena, etc. Súmula 337, STJ. 2.4.3. Pena (depois da alegação final pode ocorrer a condenação do acusado – tese de pena) Art. 59, II, CP Analise da quantidade de pena (Art. 68, CP) 1. Pena Base – maus antecedentes (Súmula 444) – condenação anterior transitada em julgado. 2. Circunstâncias atenuantes (Art.65, CP) e agravantes (Art.61, CP) 3. Causas de aumento e diminuição – frações ou multiplicações que aumentam ou diminuem a pena. Regime (Art. 33, CP) – base – pena mínima ou abaixo do mínimo. Substituição (Art.44, CP) - três incisos do Art. 44, CP devem estar presentes no caso concreto, para que se alegue a substituição. Substituição condicional da pena (Art. 77, CP) – teve processo, o agente já foi condenado. 4. PEDIDOS 4.1. PRELIMINER (reconhecimento) 4.2. MÉRITO (absolvição – Art. 389, CPP) (desclassificação) 4.3. PENA (afastamento -ruim) (reconhecimento – bom) (fixação) PRAZO 5 dias a partir da intimação. Nestes termos. Pede deferimento. Local, data ADVOGADO OAB nº CASO 4. (PEÇA DESAFIO!) A Polícia Federal instaurou inquérito policial para investigar a prática de crime de roubo majorado pela utilização de arma de fogo de uso permitido (art. 157, §2ºA, I, do Código Penal). Conforme consta na portaria inaugural do inquérito policial, um sujeito encapuzado adentrou na agência do Banco do Brasil portando a arma de fogo e, após ameaçar os funcionários, subtraiu R$ 5.000,00 (cinco mil reais) da agência. A primeira pessoa a ser ouvida pela polícia foi Elis, gerente da agência bancária. Elis disse que viu um homem encapuzado adentrar na agência portando uma arma e obrigar o funcionário a lhe entregar todo o dinheiro que tinha no caixa da agência, o que totalizava um valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Na sequência, segundo Elis, o assaltante deixou cair a arma. A gerente disse, ainda, que os policiais que atenderam a ocorrência lhe disseram para pegar a arma no chão e guardá-la. Ela, então, levou a arma para sua residência, mas, segundo declarou, como não manuseou o objeto, não saberia dizer se se tratava de uma arma de fogo ou de um simulacro. A arma foi entregue por Elis à Polícia Federal, que lavrou o termo de apreensão do objeto. Edinelson, segurança da agência bancária, disse que viu o assaltante tomar posse do dinheiro e deixar a arma cair no chão. Edinelson disse, ainda, que o assaltante fugiu em direção ao bairro Quirerinha. Com base na informação passada por Edinelson, o delegado da Polícia Federal representou pela busca e apreensão em todas as residências do bairro Quirerinha. O juiz federal da Vara Federal de Macondo autoriza a busca e apreensão e expede mandado de busca e apreensão em todas as residências do bairro Quirerinha. Em cumprimento à ordem, a Polícia Federal fecha todas as ruas do bairro e começa a adentrar em todas as residências. Na décima sétima casa invadida, pertencente a Aureliano Buendia, a Polícia Federal encontra R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em espécie dentro de uma sacola. Como Aureliano não estava na residência no momento da apreensão do dinheiro, o delegado, de ofício, intercepta o telefone de Aureliano. Uma hora após ter o telefone interceptado, Aureliano recebe uma ligação de Gumercinda, sua mãe. Na ligação ela conta que a Polícia Federal invadiu sua residência e apreendeu R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Ao final, Gumercinda para o filho que ele “não deveria ter feito o que fez para ter este dinheiro”. Aureliano comparece na delegacia para ser interrogado, mas fica em silêncio, orientado por um amigo seu que é advogado trabalhista. O Ministério Público Federal oferece denúncia, a qual é recebida pelo juiz federal da Vara Federal de Macondo. Juntamente com a denúncia, foi apresentada folha de antecedentes criminais do acusado. Nela constava a informação de que Aureliando Buendia havia feito acordo de transação penal em uma acusação da prática do crime de receptação (180, CP). Aureliano é regularmente citado, mas não consegue constituir advogado dentro do prazo previsto para a apresentação da resposta à acusação. Diante da certidão de que a resposta à acusação não foi apresentada, o juiz determina o prosseguimento do feito. Na data designada para a audiência, é nomeado a Aureliano, com a sua concordância, um defensor dativo. A primeira testemunha arrolada pela acusação é Gumercinda, mãe do denunciado. Ela informa que não deseja prestar depoimento. O magistrado, no entanto, apesar dos protestos da defesa, invoca o artigo 206 do Código de Processo Penal e diz que a testemunha é obrigada a depor. Gumercinda presta o seu depoimento e declara que tem o conhecimento que o seu filho recebeu o dinheiro em virtude de um acordo de rescisão de um contratode trabalho, rescisão essa que ela, Gumercinda, entendia como um erro do filho, já que o valor que seria devido pela empresa seria maior. Aníbal, delegado da Polícia Federal que presidiu o inquérito, confirmou a prática de todos os atos da investigação. Ao ser questionado sobre a arma de fogo, Aníbal declarou que, de fato, sua equipe orientou a gerente da agência bancária a guardar a arma de fogo e levá-la para a delegacia na ocasião em que fosse ouvida. Disse também que não foi realizado o exame de corpo de delito da arma de fogo, porque considerava que a apreensão da arma era suficiente para a comprovação de seu uso para fins de aumento da pena pelo crime de roubo. Elis e Edinelson confirmaram o teor de seus depoimentos. Ambos afirmaram serem completamente incapazes de apontar quem é o autor do crime, visto que o homem que o praticou estava encapuzado. Aureliano Buendia, ao ser interrogado, disse que o valor que foi encontrado em sua residência tinha como origem um acordo de rescisão de contrato de trabalho que havia feito com seu antigo empregador. Disse que podia comprovar a origem por meio dos extratos bancários que estavam em seu poder no momento do interrogatório. Aureliano declarou, ainda, que, no momento do roubo, estava com sua namorada na serra gaúcha, distante quase mil quilômetros do local onde ocorreu o delito. Para comprovar a afirmação, Aureliano apresentou seus comprovantes de passagens áreas indicando que a data de embarque foi dois dias antes do crime de roubo contra o banco, e o retorno uma semana após o delito. O juiz determinou a juntada dos documentos aos autos, com a concordância do Ministério Público e da defesa. Na sequência, o Ministério Público se manifestou pela procedência da denúncia. A acusação requereu, também, o aumento da pena base pelos mais antecedentes, pois o acusado respondia outra ação penal pelo crime de receptação. Outro argumento utilizado foi o de que a pena base deveria ser aumentada, uma vez que o crime foi praticado mediante grave ameaça. O Ministério Público Federal requereu, também, o aumento da pena em 2/3 (dois terços) diante da demonstração do uso da arma de fogo. Por fim, requereu a fixação do regime fechado. Preocupado com o andamento do processo, Aureliano contrata defensor de sua confiança. A defesa é intimada na quinta-feira, dia 2 de março de 2023. Na condição de defensor de Aureliano, apresente a peça cabível no último dia do prazo. EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO FEDERAL, DA VARA FEDERAL DA COMARCA DE MACONDO. AUTOS: ACUSAÇÃO: MINISTÉRIO PÚBLICO ACUSADO: AURELIANO BUENDIA AURELIANO, já qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado, apresentar ALEGAÇÕES FIBAIS POR MEMORIAIS, com fundamento no artigo 403, § 3º, CPP, pelos motivos que passa a expor. TEMPESTIVIDADE De acordo com o Art. 403, § 3º do CPP, o prazo para apresentação das Alegações finais por memoriais é de 5 dias a contar da citação. No presente caso o acusado foi intimado na quinta feira, 2 de março de 2023, sendo que em processo penal se extingue o primeiro dia e conta-se o último, sendo o último dia do prazo dia 7 de março de 2023. I. FATOS II. DIREITO II.1. PRELIMINNARES II.1.1. NULIDADE PELA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – ART. 564, I, CPP, ART. 109, IV, CR E SÚMULA 42, STJ. II.1.2. NULIDADE PELA FALTA DE EXAME DE CORPO DE DELITO – APREENSÃO DA ARMA - ART. 564, III, b. ART. 158, CPP. II.1.3. NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE DEFESA – AUSÊNCIA DE NOMEAÇÃO DE DEFENSOR PARA APRESENTAR RESPOSTA À ACUSAÇÃO – ART. 564, III, c, CPP. ART. 5, LV, CR. ART. 396 –A, § 2º, CPP. II.1.4. NULIDADE DA BUSCA E APREENSÃO – AUSÊNCIA DE ESPECIFICAÇÃO DO LOCAL DA BUSCA – ART. 564, IV, CPP. ART.243, I,CPP. II.1.5. NULIDADE PELA QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA – INOBSERVÂNCIA DO ART. 158 – A E ss. DO CPP. ART. 564, IV, CPP. (Prova perde a confiabilidade – no mérito pode levar a absolvição) II.1.6. NULIDADE PELA OITIVA DA MÃE DO ACUSADO - FACULDADE DE DEPOR– ART. 564, IV, CPP. ART. 206, CPP. II.1.7. ILICITUDE DA INTERCEPÇÃO TELEFÔNICA – AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL – ART.157, CAPUT, CPP. ART.5º, LVI, CR. II.2. MÉRITO II.2.1. ABSOLVIÇÃO – PROVA DE QUE O ACUSADO NÃO É O AUTOR DO CRIME – ART.386, IV, CPP. II.2.2. AFASTAMENTO DA MAJORANTE DA ARMA – FALTA DE PROVA DA UTILIZAÇÃO DE ARMA – ART.157, § 2º A, I, CP. II.3. PENA II.3.1. AFASTAMENTO DOS MAUS ANTECEDENTES – AUSÊNCIA DE MAUS ANTECEDENTES – ART. 76, § 6, LEI 9099/2006. SÚMULA 444, STF. II.3.2. AFASTAMENTO DAS CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DA CIRCUNSTÂNCIA DO CRIME – CIRCUNSTÂNCIA NORMAL DO TIPO – ART.59,CPP II.3.3. DO REGIME ABERTO – ART. 33, § 2º, c, CPP. III.PEDIDO Ante o exposto, requer-se: a). Reconhecimento da nulidade pela incompetência do juízo – Art. 564, I, CPP. b). Reconhecimento pela nulidade de exame de corpo de delito – Art. 564, III, b, CPP. c). Reconhecimento da nulidade pela ausência de defensor para apresentação de Resposta à acusação – Art. 564, III, c, CPP. d). Reconhecimento da busca e apreensão pela falta de indicação de local de busca – Art. 564, IV, CPP. e). Reconhecimento da nulidade pela quebra da cadeia de custódia – Art. 564, IV,CPP. f). Reconhecimento da nulidade pela oitiva da mãe do acusado – Art. 564, IV, CPP. g). Reconhecimento da ilicitude da interceptação telefônica - ausência de autorização judicial – Art. 157, caput, CP. h). Absolvição – prova que o acusado não é o autor do fato – Art. 386, IV, CPP. i). Afastamento da majorante da arma – falta de prova da utilização da arma – Art. 157, § 2º A, I, CP. j). Fixação da pena base no mínimo legal - Afastamento de maus antecedentes – Art. 76, § 6º CPP. k). Fixação da pena base no mínimo legal pelo afastamento das circunstâncias do crime – Art. 59, CP. l). A fixação do regime inicial aberto – Art.33, § 2º, c, CP. Nestes termos, Pede deferimento. Local..., 7 de março de 2023. ADVOGADO OAB...
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