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CÂNCER DE PRÓSTATA E HPB APG 33: 1. Revisar a morfofisiologia da próstata 2. Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da hiperplasia prostática benigna e câncer de próstata Morfofisiologia da Próstata A próstata é uma glândula única em forma de rosca, aproximadamente do tamanho de uma bola de golfe. Ela mede cerca de 4 cm de um lado a outro, aproximadamente 3 cm de cima a baixo, e cerca de 2 cm de anterior a posterior. Encontra-se inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da uretra. A próstata aumenta de tamanho lentamente desde o nascimento até a puberdade. Em seguida, se expande rapidamente até aproximadamente os 30 anos de idade; após esse período, seu tamanho normalmente permanece estável até os 45 anos, quando podem ocorrer novos aumentos. A próstata secreta um líquido leitoso e ligeiramente ácido (pH de aproximadamente 6,5) que contém diversas substâncias. ( ● O ácido cítrico do líquido prostático é usado pelos espermatozoides para a produção de ATP por meio do ciclo de Krebs. ● Várias enzimas proteolíticas, como o antígeno prostático específico (PSA), pepsinogênios, lisozima, amilase e hialuronidase, que por fim quebram as proteínas de coagulação das glândulas seminais. ● A função da fosfatase ácida secretada pela próstata é desconhecida. ● A plasmina seminal do líquido prostático é um antibiótico que pode destruir as bactérias. A plasmina seminal pode ajudar a diminuir a quantidade de bactérias que ocorrem naturalmente no sêmen e no sistema genital inferior da mulher. As secreções da próstata entram na parte prostática da uretra por meio de diversos canais prostáticos. As secreções prostáticas constituem aproximadamente 25% do volume do sêmen e contribuem para a motilidade e viabilidade dos espermatozoides. Hiperplasia prostática benigna É uma condição observada em homens, cuja próstata apresenta aumento de volume, todavia não canceroso A próstata passa por dois períodos de crescimento, ao longo da vida do homem. O primeiro ocorre no início da puberdade, quando seu tamanho duplica. A segunda fase do crescimento tem início aos 25 anos e continua pelo resto da vida. Durante a segunda fase de crescimento, à medida que a próstata aumenta de volume, a glândula afeta a uretra, obstruindo o fluxo de urina. Ocorre o espessamento da parede da bexiga que, enfim, pode se tornar mais enfraquecida e perder a capacidade de esvaziar completamente, causando o acúmulo de uma pequena quantidade de urina no seu interior. O estreitamento da uretra e a retenção urinária subsequente estão associados a muitos dos sinais e sintomas de HPB (p. ex., problemas para iniciar a micção, interrupção do jato de urina, noctúria). A HPB é caracterizada pela formação de lesões grandes e discretas na região periuretral da próstata, e não nas zonas periféricas, comumente afetadas pelo câncer de próstata. Epidemiologia A HPB é uma das doenças mais comuns dos homens de idade avançada. Segundo relatos, mais de 75% dos homens com mais de 80 anos de idade apresentam HPB. O desenvolvimento do quadro é incomum em homens com menos de 40 anos de idade. A HPB é o tumor benigno mais comum nos homens, e sua incidência está relacionada com a idade. A prevalência de HPB se eleva de aproximadamente 20% em homens na idade de 41 a 50 anos, para 50% naqueles com idade de 51 a 60, e maior que 90% em homens com mais de 80 anos. Alguns estudos têm sugerido uma predisposição genética, e alguns têm notado diferenças raciais. Aproximadamente 50% dos homens com menos de 60 anos que sofrem cirurgia para HPB podem ter uma forma hereditária da doença. Essa forma é mais provavelmente um traço autossômico dominante, e parentes masculinos em primeiro grau têm um risco relativo aumentado em aproximadamente quatro vezes. Etiologia A causa da HPB não está clara. Os fatores citados a seguir impõem aos homens o risco de desenvolver a afecção: ● 40 anos de idade ou mais; ● histórico familiar de HPB; ● condições clínicas como obesidade, doença cardiovascular e diabetes tipo 2; ● falta de exercícios físicos; A HPB não se desenvolve em homens cujos testículos foram removidos antes da puberdade. Por esse motivo, alguns pesquisadores acreditam que os fatores relacionados ao envelhecimento e aos testículos podem causar HPB. Os homens sintetizam testosterona, um hormônio masculino, e pequenas quantidades de estrogênio, um hormônio feminino. À medida que envelhecem, a quantidade de testosterona ativa no sangue diminui, resultando em uma proporção maior de estrogênio. Estudos sugeriram que a HPB é resultado dessa maior proporção de estrogênio, a qual promove o crescimento prostático. Outra teoria a respeito da HPB tem por foco a di-hidrotestosterona (DHT), um hormônio masculino envolvido no desenvolvimento e no crescimento da próstata. Pesquisas sobre a DHT sugerem que, mesmo com o declínio nos níveis séricos de testosterona associados ao envelhecimento, os homens continuam a produzir e acumular níveis altos de DHT na próstata; e esse acúmulo de DHT pode ser responsável pelo crescimento contínuo do órgão. A classe de medicamentos dos inibidores da 5-alfa-redutase (p. ex., finasterida, dutasterida) é utilizada para o tratamento da HPB. A enzima 5-alfa-redutase está envolvida na transformação metabólica de diversos esteroides endógenos, e os inibidores dessa redutase impedem a conversão da testosterona em DHT, que é mais potente. Fisiopatologia A localização anatômica da próstata, no colo vesical, contribui para a fisiopatologia e a sintomatologia da HPB. Existem dois componentes prostáticos nas propriedades obstrutivas da HPB e no desenvolvimento dos sintomas do trato urinário inferior: dinâmico e estático. O componente estático da HPB está relacionado a um aumento do tamanho da próstata e ocasiona sintomas como jato urinário fraco, gotejamento pós-micção, alterações na frequência da micção e noctúria. O componente dinâmico está relacionado ao tônus do músculo liso prostático. Os receptores alfa1-adrenérgicos são os principais receptores do componente muscular liso da próstata. O reconhecimento do papel desses receptores sobre a função neuromuscular na próstata constitui a base para o uso de bloqueadores de receptores alfa1-adrenérgicos no tratamento da HPB. Um terceiro componente, a instabilidade do músculo detrusor e o comprometimento da contratilidade vesical, pode contribuir para os sintomas de HPB, independentemente da obstrução da saída ocasionada pelo aumento de volume da próstata Manifestações Clínicas Os sintomas do trato urinário inferior sugestivos de HPB podem incluir alterações na: ● frequência da micção (ocorrendo oito ou mais vezes/dia); ● urgência na micção (incapacidade de adiar a micção; ● problemas para iniciar a micção; ● jato de urina fraco ou com interrupções); ● gotejamento ao final da micção; ● noctúria (micção frequente durante os períodos de sono); ● retenção urinária; ● incontinência urinária (escape acidental de urina); ● dor após a ejaculação ou durante a micção; ● urina com cor ou odor anormal. Sintomas obstrutivos (hesitação urinária, esforço ao urinar, jato fraco, gotejamento terminal, micção prolongada, esvaziamento incompleto) Sintomas irritativos (polaciúria, urgência, noctúria, incontinência de urgência, pequenos volumes de urina). Os sintomas de HPB originam-se mais usualmente do bloqueio uretral ou do esforço vesical decorrente das tentativas de eliminar urina através do bloqueio. O tamanho da próstata nem sempre determina o grau de bloqueio ou os sintomas. Alguns homens com próstatas muito aumentadas apresentam pouco bloqueio ou poucos sintomas, enquanto outros homens com próstatas minimamente aumentadas apresentam um bloqueio maior e mais sintomas. Menos da metade de todos os homens com HPB apresenta sintomas do trato urinário inferior. Diagnóstico Atualmente, acredita-se que o único fator mais importante na avaliação e no tratamento da HPB diz respeito às experiências do próprio homem relacionadas ao distúrbio. O Índicede Sintomas da American Urological Association (AUASI) é baseado em sete questões sobre os sintomas relativos ao esvaziamento incompleto, às alterações na frequência da micção, à urgência na micção, ao jato fraco, ao esforço e à noctúria. Cada questão é classificada com uma pontuação de 0 (leve) a 7 (grave). Uma pontuação máxima de 35 indica sintomas graves. Pontuações totais inferiores a 7 são consideradas leves; aquelas entre 8 e 20 são moderadas; e as pontuações superiores a 20 são graves. Uma questão final diz respeito à qualidade de vida em função dos problemas urinários. O profissional de saúde pode encaminhar os homens ao urologista, mas também pode diagnosticar a HPB com base nos sintomas e no exame de toque retal. Esses exames podem incluir urinálise, exame de sangue de antígeno prostático específico (PSA), testes urodinâmicos (i. e., exames relativos ao fluxo urinário), cistoscopia, ultrassom transrretal e biopsia. O PSA é uma glicoproteína secretada no citoplasma de células prostáticas benignas e malignas, a qual está ausente em outros tecidos normais ou tumores. As análises de sangue e urina são utilizadas como adjuvantes para determinar as complicações da HPB (p. ex., lesão renal, cálculos vesicais, infecções do trato urinário). A urinálise é realizada para detectar bactérias, leucócitos ou hematúria microscópica na presença de infecção e inflamação. O teste de PSA é utilizado como uma triagem para o câncer de próstata. As determinações dessa avaliação, aliadas ao AUASI, são utilizadas para descrever a extensão da obstrução e para determinar se são necessários outros exames complementares e/ou tratamento. O exame de toque retal é utilizado para examinar a superfície externa da próstata. O aumento de volume do órgão consequente à HPB geralmente torna a próstata grande e palpável, com superfície lisa e consistência de borracha. Áreas enrijecidas na próstata são sugestivas de câncer e devem ser objeto da coleta de amostras para biopsia. A determinação da urina residual pode ser realizada por ultrassonografia ou cateterização pós-micção, para determinar o volume da urina residual. A urofluxometria proporciona uma determinação objetiva da velocidade do fluxo urinário. Solicita-se ao paciente que urine com a bexiga relativamente cheia (no mínimo 150 mℓ) em um dispositivo que mede eletronicamente a força do jato e a velocidade do fluxo urinário. Uma velocidade do fluxo urinário superior a 15 mℓ/s é considerada normal, e inferior a 10 mℓ/s é indicativa de obstrução. A ultrassonografia diagnóstica transabdominal ou transretal pode ser utilizada para a avaliação dos rins, ureteres e bexiga. A uretrocistoscopia é indicada em homens com histórico de hematúria, estenose, lesão uretral ou cirurgia. TC, RM e exames com radionuclídeos são reservados para os casos raros de detecção de tumores. Tratamento As opções de tratamento para a HPB podem incluir alterações no estilo de vida, medicamentos, procedimentos minimamente invasivos e cirurgia. Os homens podem não necessitar de tratamento em casos de aumento leve da próstata, exceto se os sintomas forem incômodos e afetarem sua qualidade de vida. Nesses casos, em vez do tratamento, o urologista pode recomendar exames de acompanhamento regulares. O tratamento pode ser recomendado quando os sintomas de HPB produzem impacto na qualidade de vida ou colocam a saúde em risco. Alterações no estilo de vida podem incluir redução na ingestão de líquidos, especialmente antes de deitar; evitar ou reduzir a ingestão de bebidas com cafeína e álcool; evitar ou monitorar o uso de medicamentos como descongestionantes, anti-histamínicos, antidepressivos e diuréticos; treinar a bexiga para reter mais urina por períodos mais longos; exercitar os músculos do assoalho pélvico; e prevenir ou tratar a constipação intestinal. O tratamento farmacológico inclui uso de medicamentos inibidores da 5-alfa-redutase e bloqueadores alfa1-adrenérgicos. Os inibidores da 5-alfa-redutase, como a finasterida, reduzem o tamanho da próstata por bloquearem o efeito dos androgênios sobre o órgão. A presença de receptores alfa-adrenérgicos nos músculos lisos prostáticos conduziu ao uso de medicamentos bloqueadores alfa1-adrenérgicos (p. ex., terazosina, doxazosina e tansulosina) para aliviar a obstrução prostática e aumentar o fluxo urinário. A tadalafila pertence à classe de medicamentos inibidores da PDE5, os quais promovem o relaxamento do músculo liso local e, assim, podem reduzir os sintomas do trato urinário inferior. Diversos estudos, demonstraram que a combinação de duas classes de medicamentos, em vez do uso isolado de uma delas, pode ser mais eficaz para melhorar os sintomas, o fluxo urinário e a qualidade de vida. A remoção cirúrgica da próstata com volume aumentado pode ser realizada por meio da abordagem transuretral, suprapúbica ou perineal. Muitas técnicas novas e experimentais também são empregadas no tratamento da HPB [p. ex., incisão transuretral da próstata (ITUP), cirurgia a laser, vaporização transuretral, terapia com micro-ondas transuretral, ablação com agulha transuretral], cada uma das quais apresentando vantagens e desvantagens quando considerada da perspectiva de tratamento alternativo para HPB. Câncer de próstata Epidemiologia Depois do câncer de pele, o câncer de próstata é o mais comum nos EUA e está em terceiro lugar (após os cânceres de pulmão e colorretal) como causa de morte por câncer em homens norte-americanos. Em 2017, aproximadamente 161.360 homens nos EUA seriam diagnosticados com câncer de próstata, e 26.730 homens morreriam por causa dessa afecção. Acredita-se que o aumento nos casos diagnosticados reflete o diagnóstico mais precoce, em consequência do uso difundido do exame de PSA. Homens afro-americanos e caribenhos apresentam as maiores taxas de incidência de câncer de próstata relatadas, em todas as faixas etárias. Asiáticos e nativos americanos apresentam as menores taxas. O câncer de próstata também é uma doença do envelhecimento e sua incidência aumenta rapidamente após os 50 anos de idade. De fato, mais de 85% de todos os cânceres de próstata são diagnosticados em homens com mais de 65 anos de idade. Etiologia e fisiopatologia A causa exata de câncer de próstata não está clara. Assim como outros tipos de câncer, aparentemente o desenvolvimento do câncer de próstata é um processo que ocorre em diversas etapas, com envolvimento de genes que controlam a diferenciação e o crescimento celular. Existem suspeitas de que diversos fatores de risco, como idade, raça, hereditariedade e influências ambientais (p. ex., dieta com alto teor de gorduras), desempenhem um papel. Os níveis dos hormônios masculinos também desempenham um papel. Faltam evidências suficientes para indicar a existência de uma relação entre condição socioeconômica, agentes infecciosos, tabagismo, vasectomia, comportamento sexual ou HPB e a patogênese do câncer de próstata. A incidência do câncer de próstata aparenta ser mais alta em parentes de homens com câncer de próstata. Também existem estimativas de que homens com um parente em primeiro grau afetado (p. ex., pai, irmão) e um parente em segundo grau afetado (p. ex., avô, tio) apresentam um risco oito vezes maior. Foi sugerido que os padrões de dieta, incluindo o aumento do teor de gorduras alimentares originárias de carnes processadas e laticínios, podem alterar a produção de hormônios sexuais e fatores do crescimento, aumentando assim o risco de câncer de próstata. Em termos da influência hormonal, acredita-se que os androgênios desempenhem um papel na patogênese do câncer de próstata. As evidências que favorecem uma influência hormonal incluem a presença de receptores esteroides na próstata, a necessidade de hormônios sexuais para o crescimento e o desenvolvimento prostáticos normais, e o fato de o câncer de próstata quase nunca se desenvolver em homens castrados. A resposta do câncer de próstata à administração de estrogênio ou à privação de androgênio sustenta ainda mais a existência de uma correlação entre a doençae os níveis de testosterona. Os adenocarcinomas prostáticos, responsáveis por 98% de todos os cânceres de próstata primários, em geral são multicêntricos e localizados nas zonas periféricas do órgão A alta frequência de invasão da cápsula prostática pelo adenocarcinoma está relacionada à sua localização subcapsular. A invasão da bexiga é menos frequente e ocorre em um momento posterior na evolução clínica. A metástase pulmonar reflete a disseminação linfática pelo ducto torácico e a disseminação a partir do plexo venoso prostático até a veia cava inferior. As metástases ósseas, em particular na coluna vertebral, nas costelas e na pelve, produzem uma dor que usualmente se manifesta como o primeiro sinal da doença. Manifestações clínicas A maioria dos homens com câncer de próstata em estágio inicial é assintomática. A presença de sintomas costuma sugerir doença localmente avançada ou metastática. Dependendo do tamanho e da localização do câncer de próstata no momento do diagnóstico, pode haver alterações associadas ao padrão de micção semelhantes àquelas observadas na HPB. Estas incluem urgência na micção, alterações na frequência da micção, noctúria, hesitação, disúria, hematúria ou presença de sangue no ejaculado. Ao exame de toque retal, a próstata pode exibir aspecto nodular e fixo. A metástase óssea frequentemente é caracterizada por dor na parte inferior das costas, podendo haver fraturas patológicas no sítio de metástases. Os homens com doença metastática podem apresentar perda de peso, anemia ou falta de ar. Triagem Os exames de triagem atualmente disponíveis são o exame de toque retal, o teste de PSA e a ultrassonografia transretal. Contudo, um teste de PSA positivo indica unicamente a possível presença de um câncer de próstata, uma vez que esse exame também pode resultar positivo em casos de HPB e prostatite. A velocidade do PSA (a alteração nos níveis de PSA ao longo do tempo) e a densidade do PSA (i. e., níveis de PSA/volume da próstata, conforme determinado por ultrassonografia retal), calicreínas e outros biomarcadores moleculares estão sendo estudados para determinar a futura utilidade como indicadores mais eficazes do câncer de próstata indolente versus agressivo. A American Cancer Society e a American Urological Association recomendam que homens com 50 anos de idade ou mais devem realizar anualmente a determinação do PSA e o exame de toque retal para detecção precoce do câncer de próstata. Homens com alto risco de câncer de próstata, como os afrodescendentes e aqueles com forte histórico familiar, devem realizar a triagem anualmente, até mesmo antes dos 50 anos. Uma nova abordagem, a ultrassonografia transretal, consegue detectar cânceres muito pequenos para serem descobertos por meio do exame físico. Esse método não é utilizado para a detecção de primeira linha, por causa do custo; mas pode beneficiar os homens de alto risco para desenvolvimento de câncer de próstata. Diagnóstico Baseado no histórico e no exame físico, sendo confirmado por meio de métodos de biopsia. A ultrassonografia transretal é utilizada para guiar a agulha de biopsia e documentar a localização exata do tecido da amostra. Também é utilizada para fornecer informações a respeito do estadiamento. O exame radiológico dos ossos do crânio, das costelas, da coluna e da pelve pode ser utilizado para revelar metástases, embora os exames de cintigrafia óssea sejam mais sensíveis. Estadiamento O adenocarcinoma prostático comumente é classificado aplicando-se o sistema de graduação de Gleason, que atribui os graus de acordo com um continuum de agressividade do câncer de próstata, em que a faixa de variação inferior (1 e 2) é a menos agressiva. À medida que a pontuação de Gleason aumenta, há indicação de uma maior agressividade do câncer de próstata. Os tumores em estágio primário (T1) são assintomáticos e descobertos ao exame histológico de amostras do tecido prostático; Os tumores T2 são palpáveis ao exame de toque retal, mas estão confinados à próstata; Os tumores T3 se estenderam além dos limites da próstata; Os tumores T4 se disseminaram além dos limites da próstata e envolveram as estruturas adjacentes O envolvimento de linfonodos regionais (N) e as metástases a distância (M) são descritos como Nx ou Mx (não podem ser avaliados), N0 ou M0 (ausentes), e N1 ou M1 (presentes). Os níveis de PSA são importantes no estadiamento e no tratamento do câncer de próstata. Nos casos não tratados, os níveis de PSA tendem a apresentar correlação com o volume e o estágio da doença. Uma elevação do PSA após o tratamento é consistente com doença progressiva, seja esta localmente recidivante ou metastática. A determinação do PSA é utilizada para detectar recidivas após a prostatectomia total. Como a próstata é a fonte do PSA, os níveis devem cair a zero após a cirurgia, de modo que uma elevação do PSA indica doença recidivante. Tratamento O câncer de próstata é tratado com cirurgia, radioterapia e manipulações hormonais. A quimioterapia apresentou eficácia limitada no tratamento da afecção. Para algumas pessoas, o ultrassom com foco de alta intensidade é utilizado com sucesso. As decisões sobre o tratamento são baseadas no grau e no estágio do tumor, bem como na idade e no estado de saúde do paciente. Referências NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ #/books/9788527737876/.
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