Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula - Antifúngicos I Caso clínico 01 Fungos são microrganismos eucariontes, que podem ser uni ou pluricelulares. São seres de vida livre que se apresentam como células isoladas e esféricas, bolores (fungos multicelulares filamentosos) ou fungos dimórficos ( combinação de ambas as formas). Fungos possuem parede celular. porém, de estrutura diferente das bactérias. O mecanismo de ação dos fungos tem a ver com a estrutura da parede dos fungos . A membrana plasmática dos fungos tem muita semelhança com a nossa membrana. Entretanto, a sua constituição lipídica é formada por ergosterol e manoproteínas (manoses). Os antifúngicos, de modo geral, agem sobre o ergosterol. Micoses São as doenças causadas por fungos Fungos de importância clínica Mecanismos de ação Caso clínico 02 Fármacos 1. Inibidores e membrana a. anfotericina e nistatina Mecanismo de ação: ligam-se ao ergosterol, formando poros na membrana do fungo, causando o extravasamento de íons do meio intracelular o que leva ao rompimento da membrana, tendo efeito fungicida A anfotericina B é um antifúngico poliênico muito usado em micoses sistêmicas mais graves O efeito fungicida ou fungistático desse fármaco depende do microrganismo-alvo e da sua concentração. Mecanismo de resistência tem associação com a diminuição de ergosterol na membrana fúngica. Administração: infusão lenta IV, sendo usada com desoxicolato de sódio. Boa penetração em uma série de líquidos corpóreos, exceto líquor (onde a penetração é baixa). É eliminada pela bile. Atravessa a placenta. Nistatina antifúngico poliênico com mecanismo de ação e perfil de resistência semelhante ao da anfotericina B. Usada no tratamento de infecções cutâneas e orais por Candida. É muito usado no tratamento de candidíase vulvovaginal e uso tópico para candidíase cutânea. ● Farmacocinética: tem absorção oral muito ruim e, por isso, seu usa é predominantemente tópico. Exceto nos casos de candidíase orofaríngea (vulgo afta ou sapinho) em que é feito com gargarejo, mas não deve ser ingerido. ● Efeitos adversos: no uso oral (gargarejo) pode causar náuseas e êmese. No uso intravaginal, pode causar irritação cutânea. Apesar do mecanismo de ação e espectro serem similares, os imidazóis e os triazóis possuem farmacocinética e uso terapêutico variável. Os imidazóis são administrados topicamente contra infecções cutâneas, enquanto que os triazóis são usados por via sistêmica para o tratamento ou profilaxia de infecções fúngicas cutâneas ou sistêmicas. De modo geral, ambos são inibidores da C-14 alfa-desmetilase, bloqueando a conversão de lanosterol em ergosterol. Interações farmacológicas: os azois podem ter efeitos colaterais pela sua ação inibitória da CYP3A4 (que metaboliza fármacos). Isso pode fazer com que outros fármacos demorem mais tempo para serem biotransformados e, portanto, eliminados, causando aumento de concentração e maior risco de toxicidade. Resistência: têm surgido casos de resistência, principalmente em pacientes imunocomprometidos que necessitam fazer uso prolongado de azóis como pacientes com Aids avançada ou que fizeram transplante de medula. O principal mecanismo de resistência são as mutações no gene da C-14 alfa-desmetilase, causando a diminuição da ligação dos azóis. Algumas cepas podem desenvolver bombas de efluxo, que retiram o medicamento para fora da célula fúngica. Contraindicação: são fármacos teratogênicos e, portanto, seu uso deve ser evitado em gestantes, exceto quando o benefício superficial supera os ricos. Ciclopirox Imidazol que inibe o transporte de elementos essenciais, interferindo na síntese de DNA, RNA e proteínas pelos fungos. É eficaz contra Trichophyton, Epidermophyton, Microsporum, Candida e Malassezia. Tem disponível em creme, IV e shampoo (para tratamento de dermatite seborreica). Também pode ser usado na tinea pedis, tinea corporis, tinea cruris, tinea versicolor e candidíase cutânea. Fluconazol Foi o primeiro fármaco da classe dos antifúngicos triazóis. Porém, tem espectro de ação mais limitado para leveduras e alguns fungos dimórficos. Muito ativo contra C. neoformans e certas espécies de cândida, incluindo C. albicans e C. parapsilosis. Também é usado na profilaxia de infecções fúngicas invasivas em pacientes transplantados de medula, além de ser fármaco de escolha contra C. neoformans após tratamento de indução com anfotericina B e 5-FC e é usado no tratamento de candidemia e coccidioidomicose. É muito usado no tratamento via oral (dose única) de vulvovaginite por candidíase. Disponível em formulação para via oral ou IV. ● Farmacocinética: o fluconazol tem boa absorção VO e distribui-se amplamente pelos tecidos e líquidos corporais. A maior parte do fármaco sofre excreção renal (deve ser usado em doses reduzidas em pacientes com alterações renais). ● Efeitos adversos: os mais comuns são náuseas, êmese, cefaleia e urticária. Pode ocorrer hepatotoxicidade, sendo que seu uso deve ser cauteloso no caso de pacientes com disfunção hepática. O cetoconazol tem melhor absorção em pH ácido, por isso, tem que ter atenção no caso de pessoas que usam inibidores de prótons. Itraconazol Triazol sintético de amplo espectro antifúngico, sendo o fármaco de escolha para tratamento de blastomicose, esporotricose, paracoccidioidomicose e histoplasmose. É disponibilizado somente via oral (cápsulas ou solução oral). A cápsula deve ser ingerida junto com alimentos ou bebidas ácidas (não-alcoólicas), a fim de melhorar sua absorção. ● Farmacocinética: o itraconazol tem boa distribuição na maioria dos tecidos, sofre biotransformação hepática e eliminação vir urina e fezes. ● Efeitos adversos: náuseas, vômitos, urticária, hipopotassemia, hipertensão, edema e cefaléia. Pode causar hepatotoxicidade quando administrado com outros fármacos que afetam o fígado. Tem efeito inotrópico negativo, sendo contraindicado em pacientes com disfunção ventricular, como na IC. Posaconazol Triazol sintético, sendo um antifúngico de amplo espectro similar ao do itraconazol. Fármaco disponível tanto em suspensão quanto em comprimido oral e IV. Posaconazol é muito usado no tratamento e profilaxia de infecções invasivas por Candida e Aspergillus em imunocomprometidos graves. Também é utilizado no tratamento de infecções fúngicas invasivas por Scedosporium e Zygomycetes. Deve ser feito uso juntamente com alimentos para melhorar sua absorção. ● Farmacocinética: absorção oral relativa, não sofre biotransformação pela CYP450, mas é eliminado por glicuronidação. ● Efeitos adversos: distúrbios gastrointestinais e cefaléia. Pode causar danos hepáticos (elevação de transaminases). Voriconazol Triazol sintético de amplo espectro antifúngico disponível em VO e IV. É o fármaco de escolha como alternativa à anfotericina B como fármaco de escolha para aspergilose invasiva. Também pode ser usado no tratamento de de candidíase invasiva, bem como infecções graves causadas pelas espécies Scedosporium e Fusarium. ● Farmacocinética: penetra bem em todos os tecidos. Sofre biotransformação na CYP450 Terbinafina É o fármaco de escolha no tratamento de infecções cutâneas por dermatófito-onicomicose. Possui maior eficácia do que o itraconazol e griseofulvina. Terbinafina oral também pode ser usada contra tinea capitis. Na forma de pomada, gel ou solução a 1% é usada para combater tinea pedis, tinea corporis e tinea cruris. Também é eficaz no tratamento contra Candida. ● Farmacocinética: sofre metabolismo de primeira passagem e tem grande ligação à proteínas plasmática e deposita-se na pele, unhas e tecido adiposo. Tem acumulação no leite, tendo seu uso contraindicado em lactantes. Sofre biotransformação pela CYP450 e excreção urinária. ● Efeitos adversos: distúrbios do TGI (diarreia, dispepsia e náuseas), cefaléia e urticária. Pode causar distúrbios de paladar e visão e elevação de transaminases hepáticas. Inibidores de mitose Griseofulvina principal tratamento para onicomicoses. É um fungistático de tratamento de longa duração. Pode ser administrado em preparaçõescristalinas. Tem absorção aumentada com alimentos gordurosos. Concentra-se na pele, pelos, unhas e tecido adiposo. ● Farmacocinética: absorção oral. Induz CYP450, aumentando a biotransformação de uma série de outros fármacos, incluindo os anticoagulantes. Uso contraindicado em gestantes e pacientes com porfiria. 1. O fato dele ser HIV positivo e de fazer uso de drogas ilícitas. 2. Anfotericina B: formação de poros na membrana do fungo, causando o extravasamento de íons, oque leva a destruição da parede celular. Fluconazol: inibidor de síntese de ergosterol (fungistático). 3. Efeitos adversos a- anfotericina B: febre, calafrios, hipotensão, vômitos, cefaleia, nefrotoxicidade, anemia hemolítica e cardiotoxicidade. b - fluconazol: interação com citocromo P450, dor abdominal, náuseas, vômitos, constipação e flatulências. Inibidores de parede Equinocandinas São fármacos que interferem com a síntese de parede celular ao inibir a síntese de B-1,3-D-glicano, causando a lise e morte celular (fungicida). Caspofungina. As principais são a caspofungina, micafungina, anidulafungina e são de uso Iv. Possuem atividade potente contra Aspergillus e contra a maioria das espécies de Candida, incluindo as resistentes aos azóis. a. Caspofungina Primeiro antifúngico da classe das equinocandinas, sendo a primeira escolha no tratamento de candidíase invasiva e segunda opção no tratamento da aspergilose invasiva. Deve ter atenção para o risco de insuficiência hepática, principalmente no uso concomitante com outros fármacos, como a ciclosporina. b. Micafungina e anidulafungina São opção de primeira linha no tratamento de candidíase invasiva, incluindo candidemia. Micafungina é indicada para profilaxia de infecção invasiva por Candida em pacientes submetidos a transplante de células-tronco. A anidulafungina pode ser administrada mesmo em pacientes com insuficiência hepática grave. Ambos os fármacos não têm interações farmacológicas conhecidas.
Compartilhar