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Valentina Gomes . SÍNDROME DIARREICA CLASSIFICAÇÃO: Duração Aguda < 3 semanas Crônica > 3 semanas Topografia Alta (delgado) ↑ volume ↓ frequência Sem tenesmo Presença de restos alimentares Deficiência nutricional Baixa (colônica) ↓ volume ↑ frequência (> 10x) Com tenesmo Inflamatória Presença de muco e/ou pus (disenteria) DIARREIAS AGUDAS ETIOLOGIAS: INFECCIOSA Vírus: + comum Norovírus (mais comum nos adultos Bactérias: E. coli (enterotoxigênica) → diarreia do viajante E. coli (EHEC) → relacionado à Sd. Hemolítico-urêmica Shigella → relacionado à Sd. Hemolítico-urêmica e alterações SNC (convulsão) Campylobacter jejuni → associação com Guillain-Barré Salmonella → infecção à distância S. aureus → incubação curta (horas) C. dificille → colite pseudomembranosa C. dificille Risco: Uso prévio de ATB → Clindamicina, Cefalosporina, Quinolona Uso de IBP Idade avançada Diagnóstico: Toxina nas fezes Cultura Antígeno GDH Colono (50%) Tratamento: Vancomicina (oral) ou Metronidazol No caso de colite fulminante: Vanco (oral) + Metronidazol IV No caso de recorrências: transplante de microbiota fecal ABORDAGEM: Quando investigar? Na presença de sinais de alarme ∙ Desidratação ∙ Fezes francamente sanguinolentas ∙ Febre ∙ Não melhora > 48h ∙ Idosos > 70 anos ∙ Imunoomprometidos ∙ Uso recente do ATB Como Investigar? ∙ Hemograma ∙ Íons ∙ Exame de fezes → toxina, cultura, EPF, lactoferrina (marcador inflamatório) TRATAMENTO: ∙ Hidratação ∙ Loperamida → não usar em caso de disenteria ∙ Anti-hispasmódico ∙ ATB: Quinolona (Ciproflxacino) → se sinais de alarme DIARREIAS CRÔNICAS DIARREIA POR MÁ-ABSORÇÃO: DOENÇA CELÍACA Reação imunomediada ao Glúten → trigo, centeio e cevada Presença do HLA-DQ2 (DQ2.5) – HLADQ8 → todo celíaco tem, mas nem todo mundo que tem é celíaco, logo serve para exclusão de diagnóstico Quadro Clínico: → Assintomático → Disabsorção parcial → Ca, Fe, esteatorreia → Disabsorção total → Manifestações psiquiátricas Associações: → Dermatite herpetiforme → Sd. de Down → ↑ risco de linfoma Diagnóstico: EDA com biópsia (região mais distal do duodeno) → Padrão ouro, mas os achados não são patognomônicos Sorologias: Antigorpo antitransglutaminase tecidual IgA Tratamento: Suspender consumo do glúten. OBS: NÃO SUSPENDER O CONSUMO ANTES DE REALIZAR OS EXAMES DIAGNÓSTICOS, JÁ QUE OS FATORES A SEREM IDENTIFICADOS DEPENDEM DA EXPOSIÇÃO AO GLÚTEN. DIARREIAS POR PARASITOSES INTESTINAIS : PROTOZOÁRIOS → E. hystolitica → G. lambia Características: Unicelulares → invisíveis a olho nu Não causam eosinofilia Maioria assintomática → tratar mesmo assim, para evitar transmissibilidade Transmissão: Fecal-oral Ciclo evolutivo: Cisto → Trofozoíto → Cisto Diagnóstico: EPF Antigenos/anticorpos fecais Sorologia (extra-intestinal) Tratamento: “nidazol” → Metronidazol, Secnidazol, Tinidazol Nitazoxanida → Anita Amebíase: Invasiva Afeta o cólon → diarreia baixa Quadro Clínico: Disenteria Ameboma (granuloma) Abcessos (mais comum: hepáticos) Tratamento: Forma assintomática: Teclosan ou Etofomida Forma sintomática: “nidazol” + Teclosan ou Etofomida Não precisa tratar: E. coli, I. butschlii, Endolimax nana Giardíase: Afeta o delgado → diarreia alta Não invasiva → atapeta os enterócitos Causa má absorção Tratamento: supracitado ou Albendazol por 5 dias. DIARREIAS POR PARASITOSES INTESTINAIS : HELMINTO Características: Visíveis Causam eosinofilia Maioria assintomática Transmissão: fecal-oral OU pele OU consumo de carne Ciclo evolutivo: Ovo → Larva → Verme → Ovo Tratamento: “bendazol” → Mebendazol, Tiabendazol, Albendazol Ascaridíase: Ovo → Ingestão → Larva → Ganha a circulação procurando oxigênio → Pulmão → Tosse + Reação inflamatória + Deglutição → Verme → Intestino → Ovo → Fezes Quadro clínico: Sd. de Loefler + obstruções intestinais (colédoco e apêndice) Diagnóstico: EPF Tratamento: “bendazol”, Levamizol, Pirantel, Iverectina No caso de suboclusão: Suporte → SNG + hidratação + Piperazina + Óleo mineral Após eliminação: “bendazol” Toxocaríase: “Ascaris de cachorro” Larva migrans visceral Humano (em especial crianças) → hospedeiro acidental Transmissão: pele → contato com areia com restos fecais de cachorro Quadro clínico: Sd. de Loefler Hepatomegalia Febre Eosinofilia intensa Diagnóstico: Sorologia (ELISA) Tratamento: Albendazol +/- corticoide Ancilostomíase: Ancilostoma duodenale Necator americanus Ciclo evolutivo: Verme → Intestino → Ovo → Fezes → Solo → Larva → Pele → Pulmão Quadro clínico: Lesão cutânea Sd. de Loefler Anemia ferropriva Diagnóstico: EPF Tratamento: “bendazol” ou Pirantel Estrogiloidíase: Strongyloides stercoralis Ciclo evolutivo: Verme → Intestino → Ovo → Larva rabditoide → Fezes → Solo → Larva filarioides → Pele Quadro clínico: Lesão cutânea Sd. de Loefler Sd. de Loefler → Tosse seca → Infiltrado pulmonar migratório → Eosinofilia Causada pelo SANTA Strongiloides stercoralis Ancilostoma duodenale Necator americanos Toxocara canis Ascaris lumbricoides Autoinfestação: só acontece na forma disseminada +/- sepse → pacientes imunossuprimidos ou em uso de corticoideterapia Diagnóstico: EPF (presença de larvas) → Baerman-Moraes Tratamento: Ivermectina Enterobíase (Oxiuríase): Quadro clínico: Prurido anal Corrimento vaginal na infância Diagnóstico: Fita gomada Tratamento: “bendazol” ou Pirantel Tricuríase: Quadro clínico: Prolapso retal no polinfectado Diagnóstico: EPF Tratamento: “bendazol” ou Ivermectina Teníase: Porco: solium Boi: saginata Infecção: ingestão de carne crua ou mau cozida Diagnóstico: ovos ou proglotes nas fezes Tratamento: Praziquantel ou Niclosamida DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA: DOENÇA DE CROHN X RETOCOLITE ULCERATIVA Doença de Crohn: Retocolite: Transmural → provoca úlceras, fistulas Boca ao ânus → acomete mais Íleo Terminal Não contínua (saltatória) Mucosa → mucosite Reto e cólon → Reto é o mais acometido Contínua e ascendente → formação de uma “fronteira” Quadro Clínico: Diarreia Dor abdominal Emagrecimento Colite disentérica Fator de risco: tabagismo Fator protetor: tabagismo Manifestações extra intestinais: Cutâneas Eritema nodoso → marcador de atividade de doença Pioderma gangrenoso → independente da atividade de doença Hepatobiliares Cálculos biliares → ↓ reabsorção de sais biliares no íleo terminal Colangite → independente da atividade de doença Doença de Crohn: Retocolite: Articulares: Artrite periférica → grandes articulações, assimétrico, migratório, é marcador de atividade de doença Ø Urológicas: Nefrolitíase → hiperoxalúria entérica Fístulas vesicais Ø Diagnóstico: Laboratório: lactoferrina e calprotectina → prediz recaída e diagnóstico de bolsite Sorologia: ASCA + pANCA - ASCA – pANCA + Exame endoscópico: Lesões em “pedra de calçamento”, úlceras Mucosite, friável, edemaciada, pseudopólipo Biópsia: Granuloma caseoso Criptite → não é específico Tratamento: Derivados 5-ASA Anti-inflamatório tópico Enema ou ingestão → não é absorvido, é ativado para bactéria Sulfassalazina → ação colônica Pentasa → todo o intestino Corticoides Para remissão Imunomoduladores Azatioprina Mercatopurina Metotrexato Biológicos → 1ª escolha para doença moderada a grave Anti-TNF Anti-integrina Leve: Derivados 5-ASA Leve a Moderada: Derivados 5-ASA + corticoide Moderada a Grave: biológico + imunomoduladores Grave: ATB + corticoide +/- biológico Cirurgia: No caso de complicações → obstruções, perfuração abcesso, hemorragia maciça, megacólon tóxica Colectomia a Hartman CurativaIndicada em casos refratários Protocolectomia com IPPA Complicações → megacólon, sangramento maciço Colectomia a Hartman Displasia/CA Ressecção com margem DIARREIA POR DISMOTILIDADE : SÍNDROME DO INSTESTINO IRRITÁVEL → Alteração funcional → Afeta mulheres de 30 – 50 anos → Alteração psiquiátrica em 80% dos casos Quadro Clínico: → Dor abdominal → Diarreia e/ou constipação → Muco (50%) → presença de muco não é patognomônico de doença inflamatória Diagnóstico: Critério de ROMA Dor abdominal + pelo menos 2: Relação com a evacuação Alteração na frequência Alteração no formato das fezes Tratamento: Sintomáticos ↓Trânsito → Loperamida, moduladores de serotonina
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