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Concurso CAIXA - Apostila de Matemática Financeira

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Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
 
 
 
 
 
PORCENTAGEM 
 
 
Porcentagem é uma razão centezimal, ou seja, 
razão cujo denominador é 100, representada 
pelo símbolo % (por cento). Exemplo: 
30% =
30
100
= 0,3 
 
Nos problemas de porcentagem, sempre 
realizamos dois cálculos fundamentais. No 
primeiro, calculamos uma porcentagem de um 
valor, simplesmente multiplicando o valor pela 
porcentagem desejada. Exemplo: 
• Calcule 20% de 80. 
80 ∙
20
100
= 16. 
 
O segundo cálculo fundamental consiste em 
determinar a porcentagem. Nesse caso, basta 
montar uma equação. Exemplo: 
• 4 é quantos por cento de 5? 
 
Queremos determinar qual é a porcentagem 
x do valor 5 que resultará 4, logo: 
5 ∙ 𝑥 = 4 
𝑥 =
4
5
 
𝑥 = 0,8 = 80%. 
 
O último tópico de porcentagem é sobre aumento 
e desconto percentual. Aumento percentual é 
quando adicionamos a um certo valor uma 
porcentagem do mesmo valor. Exemplo: 
• Calcule o aumento de 20% sobre um 
certo valor x. 
𝑥 +
20
100
∙ 𝑥 = 𝑥 + 0,2𝑥 
															= 1,2𝑥. 
 
Já o desconto percentual é quando subtraímos 
de um certo valor uma porcentagem desse 
mesmo valor. Exemplo: 
• Calcule o desconto de 40% sobre um 
certo valor x. 
𝑥 −
40
100
𝑥 = 𝑥 − 0,4𝑥 
													= 0,6𝑥. 
 
Observe que para aumentar 20% multiplicamos 
por 1,2 e para descontar 40% multiplicamos por 
0,6. Resumindo, para calcular um aumento ou 
um desconto percentual basta multiplicar por um 
fator que é obtido da seguinte maneira: 
Fator de acréscimo: 1 + taxa de acréscimo 
Fator de decréscimo: 1 – taxa de decréscimo 
 
 
 
JUROS 
 
 
Juro (J) é a remuneração recebida pelo 
empréstimo de um capital (C) por um período de 
tempo (t). Montante (M) é o capital mais o juro, 
ou seja, M = C + J. E a taxa de juros (i) é a razão 
entre o juro e o capital, logo, i = J/C. Exemplo: 
• Uma pessoa emprestou R$ 100,00 e 
após 6 meses devolveu R$ 120,00. Qual 
a taxa de juros desse empréstimo? 
 
Note que J = M – C, então J = 120 - 100 
= 20. Dessa maneira a taxa de juros ao 
semestre é i = 20/100 = 20%. 
 
O exemplo acima trouxe uma situação particular, 
em que o empréstimo é devolvido após um único 
período de tempo (t = 1) e o juro calculado 
apenas uma vez. Porém, em geral isso não 
acontece, existindo duas formas para calcular os 
juros: juros simples e juros compostos. 
 
Juros simples 
O juro simples é aquele em que a cada período 
de tempo a taxa de juros incide sobre o capital. 
Dessa maneira, o juro é igual em todos os 
períodos e o total de juros (J) é dado por 
𝐽 = 𝐶 ∙ 𝑖 ∙ 𝑡 
Na equação, a taxa de juros deve estar na forma 
de fração ou decimal e o tempo (número de 
períodos) na mesma unidade da taxa. Caso 
precise converter algo, alteramos o tempo. 
Lembre-se que 1 ano = 12 meses e na 
matemática financeira 1 mês = 30 dias. 
 
Juros compostos 
Nos juros compostos, o juro é calculado sobre o 
montante em cada período, ou seja, sobre o valor 
atual da dívida e não sobre o valor inicial como 
nos juros simples. É o famoso juros sobre juros. 
O montante é dado por 
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)! 
MATEMÁTICA FINANCEIRA 
 
Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
Exercícios resolvidos 
 
1) (CAIXA 2021 - PCD) Na semana da renda fixa 
promovida por um determinado banco, o cliente 
X fez um investimento de 150 mil reais em um 
banco que paga 8% ao ano, com prazo de 
vencimento de 1 ano. Nesse mesmo dia, o cliente 
Y aplicou 150 mil reais na poupança, cuja taxa 
esperada é de 5% ao ano. Um ano depois, os 
dois sacaram o montante de cada operação. 
Considere que o cliente X pagou 20% de imposto 
de renda sobre os juros obtidos com a aplicação, 
enquanto o cliente Y não pagou imposto algum, 
e que nenhum dos dois sacou qualquer valor 
antes desse resgate. A partir dessas 
informações, verifica-se que a diferença entre o 
ganho de capital do cliente X e o ganho de capital 
do cliente Y, comparando-se apenas as 
operações apresentadas, em reais, foi de 
 
(A) 2.100,00 
(B) 2.400,00 
(C) 3.500,00 
(D) 4.100,00 
(E) 4.500,00 
 
Nesse caso são os clientes/investidores que 
emprestam dinheiro para o banco e recebem 
juros por isso. Veja que os empréstimos são 
devolvidos após um único período de tempo, 
então não faz diferença pensar em juros simples 
ou compostos, já que nos dois casos o juro é o 
produto do capital pela taxa de juros. 
 
Cliente X: 
𝐽 = 150000×
8
100
= 1500×	8 = 12000. 
 
Pagando 20% de imposto, sobra 80% dos juros: 
12000×
80
100
= 9600. 
 
Cliente Y: 
𝐽 = 150000×
5
100
= 1500×	5 = 7500. 
 
Como o cliente Y não pagou imposto, ficou com 
o total de juros do investimento. 
 
Então, a diferença entre o ganho de capital dos 
clientes é de 9600 - 7500 = 2100. 
 
Alternativa correta: A. 
 
 
2) (CAIXA 2021 - PCD) Uma pessoa tem uma 
dívida no valor de R$2.000,00, vencendo no dia 
de hoje. Com dificuldade de quitá-la, pediu o 
adiamento do pagamento para daqui a 3 meses. 
Considerando-se uma taxa de juros compostos 
de 2% a.m., qual é o valor equivalente, 
aproximadamente, que o gerente do banco 
propôs que ela pagasse, em reais? 
 
(A) 2.020,40 
(B) 2.040,00 
(C) 2.080,82 
(D) 2.120,20 
(E) 2.122,42 
 
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)! = 2000(1 + 0,02)" 
																																							= 2000(1,02)" 
																																							= 2000 ∙ 1,061208 
																																							= 2122,416 
 
Alternativa correta: E. 
 
 
3) (CAIXA 2021 - PCD) Para ampliar o capital de 
giro de um novo negócio, um 
microempreendedor tomou um empréstimo no 
valor de R$20.000,00, em janeiro de 2021, a uma 
taxa de juros de 5% ao mês, no regime de juros 
compostos. Exatamente dois meses depois, em 
março de 2021, pagou 60% do valor do 
empréstimo, ou seja, dos R$20.000,00, e 
liquidou tudo o que devia desse empréstimo em 
abril de 2021. A quantia paga, em abril de 2021, 
que liquidou a referida dívida, em reais, foi de 
 
(A) 11.352,50 
(B) 11.152,50 
(C) 10.552,50 
(D) 10.452,50 
(E) 10.152,50 
 
Primeiro calculamos o montante em março: 
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)! = 20000(1,05)# 
																																										= 2000 ∙ 1,1025 
																																										= 22050 
 
Nesse momento foi realizado o pagamento de 
60% do capital, que é 20000×0,6 = 12000. Com 
isso, o valor da dívida passou para 
22050 - 12000 = 10050. No próximo mês (abril) 
esse valor será: 
𝑀 = 10050(1,05)$ 
					= 10552,5 
 
Alternativa correta: C. 
 
 
Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
 
DESCONTOS 
 
 
O desconto é uma compensação recebida por 
alguém que antecipa o pagamento de uma 
dívida. O valor da dívida na data de vencimento 
chama-se valor nominal ou valor de face (N), o 
valor pago com antecipação é o valor atual (A), 
temos ainda a taxa de juros aplicada na 
operação de desconto (i) e o período de 
antecipação do pagamento (t), que 
corresponde ao intervalo de tempo que vai da 
data do pagamento antecipado até a data do 
vencimento. Existem basicamente dois tipos de 
desconto, o desconto racional (por dentro), e o 
desconto comercial ou bancário (por fora), 
ambos podem ser aplicados em juros simples 
(desconto simples) ou juros compostos 
(desconto composto). 
 
Desconto racional (por dentro) 
Nos juros, observamos como levar um capital 
(valor atual) para uma data futura encontrando 
o montante. No desconto racional, a diferença 
é que fazemos o inverso, trazendo o valor de 
uma data futura (valor nominal) para o seu 
correspondente na data atual. 
 
Desconto racional simples 
É o desconto racional que ocorre no regime de 
juros simples. Sabemos que os juros simples 
são calculados por J = Cit, e que o montante é 
M = C + J, logo: 
𝑀 = 𝐶 + 𝐶𝑖𝑡 
									= 𝐶(1 + 𝑖𝑡) 
Nosso interesse aqui é calcular o valor atual e 
não o valor futuro, então isolamos o C obtendo: 
𝐶 =
𝑀
(1 + 𝑖𝑡)
 
Assim, chegamos na fórmula que fornece o 
valor atual de uma dívida em certa data, dado 
seu valor nominal, sua data de vencimento e a 
taxa de juros simples: 
𝐴 =
𝑁
(1 + 𝑖𝑡)
 
Já o desconto, é a diferença entre o valor 
nominal e o valoratual: 
𝐷 = 𝑁 − 𝐴 
Substituindo o valor atual e fazendo os cálculos 
e simplificações encontramos outra fórmula 
que pode ser útil: 
𝐷 =
𝑁𝑖𝑡
(1 + 𝑖𝑡)
 
 
Veja que o desconto pode ser calculado 
mesmo sem saber qual é o valor atual. 
 
Desconto racional composto 
No desconto racional composto, a ideia é a 
mesma do desconto racional simples, mas 
agora tudo acontece no regime de juros 
compostos. Como 𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)!, significa 
que para obter o valor atual basta dividir o valor 
futuro por (1 + 𝑖)!. Então, no desconto racional 
composto, o valor atual é dado por: 
𝐴 =
𝑁
(1 + 𝑖)!
 
E o desconto ficará: 
𝐷 = 𝑁 −
𝑁
(1 + 𝑖)!
 
 
Desconto comercial (por fora) 
O desconto comercial ou bancário ou ainda por 
fora, é o desconto aplicado sobre o valor nominal 
da dívida. Da mesma maneira que o desconto 
racional, pode ser simples ou composto. 
 
Desconto comercial simples 
A cada período de antecipação será calculado 
o desconto sobre o valor nominal, assim, o 
desconto de cada período é igual, e o desconto 
total é dado por: 
𝐷% = 𝑁𝑖𝑡 
O valor atual corresponde ao valor nominal 
menos o desconto: 
𝐴 = 𝑁 − 𝐷 
𝐴% = 𝑁 − 𝑁𝑖𝑡 
𝐴% = 𝑁(1 − 𝑖𝑡) 
 
Desconto comercial composto 
No desconto comercial composto, os descontos 
são sucessivos a cada período de antecipação, 
e não sempre sobre o valor nominal como no 
desconto comercial simples. O valor atual é: 
𝐴% = 𝑁(1 − 𝑖)! 
Sabemos que D = N - A, então podemos ter ainda 
o valor do desconto como: 
𝐷% = 𝑁 − 𝑁(1 − 𝑖)! 
 
Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
 
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS 
 
 
Essencialmente o problema é sempre o mesmo 
na matemática financeira: deslocar quantias no 
tempo. Já vimos como fazer isso nos juros e nos 
descontos racionais, agora vamos aplicar em 
alguns problemas interessantes. Capitas 
equivalentes, no regime de capitalização 
composta, são capitas que quando transportados 
para uma mesma época, resultam valores iguais. 
Por exemplo, se a taxa de juros for de 10% ao 
mês, 100 reais hoje é equivalente a 110 reais 
daqui um mês, que é equivalente a 121 reais 
daqui 2 meses. Então, é muito importante a 
época a qual está relacionada uma quantia, não 
podemos comparar valores que estão em épocas 
diferentes. Exemplo: 
• Pedro tem três opções de pagamento na 
compra de um certo produto: 
1) à vista, com 30% de desconto; 
2) em duas prestações mensais iguais, 
sem desconto, vencendo a primeira um 
mês após a compra; 
3) em três prestações mensais iguais, 
sem desconto, vencendo a primeira no 
ato da compra. 
 
Qual a melhor opção para Pedro, se o 
dinheiro vale, para ele, 25% ao mês ? 
 
Fixando o preço do produto em 120, 
temos os três esquemas abaixo: 
 
 
Para comparar, precisamos determinar o valor 
dos três conjuntos de pagamentos na mesma 
época, (por exemplo, na época zero). A primeira 
opção contém um único pagamento que já está 
nessa época, 84. Na segunda opção, temos um 
pagamento de 60 que precisa voltar um período 
e outro pagamento de 60 que deve voltar dois 
períodos, logo: 
60
1 + 0,25
+
60
(1 + 0,25)#
= 48 + 38,4 = 86,4 
E na terceira opção, um pagamento de 40 já está 
na época zero, outro deve retornar um período e 
o terceiro pagamento precisa retornar dois 
períodos: 
40 +
40
(1 + 0,25)
+
40
(1 + 0,25)#
 
= 40 + 32 + 25,6 
= 97,6 
 
A conclusão é que a melhor opção para Pedro é 
comprar à vista, com 30% de desconto, e a pior 
opção é em três parcelas. 
 
Exercício resolvido 
 
4) (BANCO DO BRASIL 2023) A empresa XYZ 
planeja comprar um equipamento em janeiro de 
2023, cujo preço à vista é R$ 300.000,00, 
pagando com uma entrada e mais duas parcelas. 
A entrada, correspondente à primeira parcela, 
será paga em janeiro de 2023 (no ato da 
compra); a segunda parcela, em janeiro de 2024, 
no valor de R$ 150.000,00; e a terceira parcela, 
em janeiro de 2025, também no valor de R$ 
150.000,00. Considerando-se a equivalência 
financeira a juros compostos, se a taxa de juros 
cobrada pelo vendedor é de 10% ao ano, o valor 
da entrada (primeira parcela no ato da compra), 
em R$, será, aproximadamente, 
 
(A) 20.000,00 
(B) 39.670,00 
(C) 48.750,00 
(D) 54.280,00 
(E) 63.000,00 
 
Trazendo os dois pagamentos para o ato da 
compra juntamente com a entrada, a soma deve 
ser igual a 300 mil reais. Seja x o valor da 
entrada, temos: 
𝑥 +
150
1,1
+
150
1,1#
= 300 
𝑥 + 136,36 + 123,96 = 300 
𝑥 = 300 − 136,36 − 123,96 
𝑥 = 39,68 mil reais 
 
Alternativa correta: B. 
 
 
 
 
 
 
Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
 
TAXAS DE JUROS 
 
 
Taxas equivalentes 
Um erro muito comum é pensar que juros de 1% 
ao mês, por exemplo, equivalem a juros de 12% 
ao ano. Isso não ocorre porque em geral vivemos 
em um universo de juros compostos. Se a taxa 
de juros relativamente a um determinado período 
de tempo é igual a i, a taxa de juros relativamente 
a n períodos de tempo é I tal que 
𝐼 = (1 + 𝑖)& − 1 
 
Então, à taxa de juros anual equivalente a uma 
taxa de 1% ao mês é aproximadamente 
𝐼 = (1 + 0,01)$# − 1 
						≅ 0,1268 = 12,68% 
 
Essas taxas de 1% ao mês e 12% ao ano são 
chamadas de taxas proporcionais, pois a razão 
entre elas é igual a razão dos períodos aos quais 
elas se referem. Quando se diz 12% ao ano com 
capitalização mensal significa que a taxa será de 
1% ao mês, só isso, é a taxa mensal 
proporcional. A taxa anunciada de 12% ao ano é 
chamada de taxa nominal, é uma taxa ilusória, 
pois como vimos anteriormente, 1% ao mês 
equivale a aproximadamente 12,68% ao ano. 
Essa última é a chamada taxa efetiva. 
 
Inflação e taxa real 
A inflação, de maneira bem simplificada, consiste 
no aumento dos preços de um modo geral, ou 
seja, é a desvalorização do dinheiro. Se a taxa 
de inflação de um determinado período foi de 
10% por exemplo, algo que era comprado por 
100 reais agora terá de ser adquirido por 110 
reais. Logo, o dinheiro precisa valorizar pelo 
menos a inflação do período para não ocorrer 
perdas. Com isso, existem as taxas que são 
chamadas de aparentes e reais. A taxa aparente 
é aquela que revela um ganho ou prejuízo 
aparente, sem levar em consideração a inflação 
do período. Já a taxa que fornece o ganho ou 
prejuízo real, pois considera a inflação, é a taxa 
real que pode ser calculada de acordo com a 
expressão: 
𝑇𝑎𝑥𝑎	𝑟𝑒𝑎𝑙 =
𝑡𝑎𝑥𝑎	𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
1 + 𝑡𝑎𝑥𝑎	𝑑𝑒	𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜 − 1 
 
 
 
 
Exercício resolvido 
 
5) (CAIXA 2021 - PCD) Um banco possui, 
atualmente, um modelo de financiamento em 
regime de juros compostos, em que as parcelas 
são pagas, mensalmente, a uma taxa de juros de 
2% ao mês. Para um certo perfil de clientes, o 
banco pretende possibilitar o pagamento da 
dívida a cada três meses, a uma taxa de juros 
trimestral equivalente à praticada no modelo 
atual. A melhor aproximação para o valor da taxa 
de juros trimestral desse novo modelo de 
financiamento é: 
 
(A) 2,48% 
(B) 6,00% 
(C) 6,12% 
(D) 7,28% 
(E) 8,00% 
 
Basta determinar qual é a taxa trimestral 
equivalente a uma taxa de 2% ao mês. 
𝐼 = (1 + 0,02)" − 1 
= 1,061208 − 1 
																												= 0,061208 
																												= 6,1208% 
 
Alternativa correta: C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
 
AMORTIZAÇÕES 
 
 
Amortizar é diminuir uma dívida. Quando se paga 
parceladamente um débito, existem dois 
componentes em cada pagamento ou parcela. 
Uma parte é destinada a pagar os juros e outra 
parte amortiza, ou seja, abate a dívida. Os 
sistemas usuais de amortização são o sistema 
de amortização constante (SAC) e o sistema 
francês de amortização, também chamado de 
Tabela Price (Richard Price foi um economista 
inglês). 
 
Sistema de amortização constante (SAC) 
Caracteriza-se por apresentar a amortização 
constante em cada parcela, consequentemente 
o valor dos juros e da parcela são decrescentes. 
Exemplo: 
• Uma dívida de R$ 100.000,00 é paga, 
com juros de 15% ao ano, em 5 anos, 
pelo SAC. Faça a planilha de 
amortização.Para entender amortizações é útil 
construir tabelas, e no sistema SAC não 
será preciso nenhuma fórmula para isso. 
Como as amortizações são constantes, 
em cada período a amortização é 1/5 da 
dívida, logo, 20 mil reais. Com esse valor, 
também determinamos a dívida em cada 
período, começa em 100 mil reais 
(período zero) e vai diminuindo de 20 mil 
em 20 mil reais até zerar no último 
período. O juro é encontrado a cada 
período calculando-se 15% sobre o valor 
da dívida no período anterior, e a parcela 
é a soma do juro com a amortização em 
cada período. Então a planilha, com os 
valores em milhares de reais, é: 
 
Tempo 
(anos) Dívida Juro Amortização Parcela 
0 100 - - - 
1 80 15 20 35 
2 60 12 20 32 
3 40 9 20 29 
4 20 6 20 26 
5 0 3 20 23 
Totais - 45 100 145 
 
Observe que ao final do financiamento o total de 
juros pagos foi de R$ 45.000,00; além disso é 
possível dizer o juro e o valor total de qualquer 
parcela. 
Sistema PRICE 
Trata-se do sistema mais comum em nosso 
cotidiano, pois a característica é apresentar o 
valor das parcelas constante em todos os 
períodos. Precisamos inicialmente encontrar o 
valor das parcelas, e para isso usaremos a 
seguinte fórmula: 
𝑃 = 𝐷' ∙
(1 + 𝑖)& ∙ 𝑖
(1 + 𝑖)& − 1
 
Que pode ser escrita também como: 
𝑃 = 𝐷' ∙
𝑖
1 − (1 + 𝑖)(&
 
Onde P é o valor da parcela, 𝐷' é a dívida inicial 
(no tempo zero), 𝑛 é o número de pagamentos 
(parcelas) e 𝑖 é a taxa de juros. As provas podem 
não fornecer essa fórmula, mas note que ela não 
será necessária caso seja conhecido o valor de 
uma parcela ou o valor total pago no 
financiamento. Exemplo: 
• Uma dívida de R$ 100.00,00 é paga 
utilizando-se o sistema de amortização 
francês. Sabendo que a taxa de juros foi 
de 10% ao ano e a dívida paga em 3 
anos, faça a planilha de amortização com 
os valores em milhares de reais. 
𝑃 = 𝐷' ∙
(1 + 𝑖)& ∙ 𝑖
(1 + 𝑖)& − 1
 
												= 100 ∙
(1 + 0,1)" ∙ 0,1
(1 + 0,1)" − 1
 
				= 100 ∙
1,331 ∙ 0,1
1,331 − 1
 
																										= 100 ∙
0,1331
0,331
 
																										= 40,21 
Com o valor das parcelas, basta calcular o juro 
de cada período e a diferença entre a parcela e 
o juro fornece a amortização do período. A tabela 
fica: 
 
Tempo 
(anos) Dívida Juro Amortização Parcela 
0 100 - - - 
1 69,79 10 30,21 40,21 
2 36,56 6,98 33,23 40,21 
3 0 3,65 36,56 40,21 
Totais - 20,63 100 120,63 
 
 
Contato: gui.miguelrosa@gmail.com 
Exercícios resolvidos 
 
6) (CAIXA 2021 - PCD) Um banco oferece a um 
cliente um empréstimo de financiamento 
imobiliário pelo sistema SAC, no valor de 
R$120.000,00, pelo prazo de 12 meses, com 
taxa de juros de 1% ao mês. Qual é o valor da 
segunda prestação, em reais, a ser paga pelo 
cliente? 
 
(A) 10.000,00 
(B) 10.500,00 
(C) 10.900,00 
(D) 11.100,00 
(E) 11.200,00 
 
A amortização será de 120000/12 = 10000 em 
cada mês. No segundo mês, apenas uma 
amortização já foi realizada, então o juro será 
110000 ∙
1
100
= 1100 
 
Assim, a segunda parcela, em reais, é 
1100 + 10000 = 11100. 
 
Alternativa correta: D. 
 
 
7) (CAIXA 2021 - PCD) Um empréstimo deve ser 
pago pelo sistema SAC em 5 parcelas mensais 
com juros de 3% ao mês. Se a terceira parcela 
paga no financiamento do empréstimo for igual a 
R$26.160,00, o valor total do empréstimo, em 
reais, será de 
 
(A) 120.000,00 
(B) 124.000,00 
(C) 128.500,00 
(D) 132.800,00 
(E) 135.600,00 
 
Seja D o valor do empréstimo. Como são 5 
parcelas no sistema SAC, sabemos que a 
amortização em todos os períodos é igual a D/5. 
Sabemos qual é o valor da terceira parcela, então 
vamos montar uma equação com base na 
composição dessa parcela, que é sua 
amortização mais o juro: 
 
𝐷
5
+ 0,03 B𝐷 −
2𝐷
5
C = 26160 
 
 
 
 
 
Observe que calculamos o juro de 3% sobre o 
valor entre parênteses, pois é o valor da dívida 
na segunda parcela, ou seja, a dívida inicial 
tirando duas amortizações. Apesar de parecer 
uma equação complicada, é possível realizar os 
cálculos manualmente sem problemas: 
 
𝐷
5
+ 0,03 B
3𝐷
5
C = 26160 
1,09𝐷
5
= 26160 
1,09𝐷 = 130800 
𝐷 =
130800
1,09
= 120000 
 
Alternativa correta: A. 
 
 
8) (CAIXA 2021 - PCD) Um imóvel pode ser 
comprado à vista pelo valor de R$240.000,00 ou 
pode ser financiado em 24 prestações mensais, 
a serem pagas de acordo com o sistema Price de 
amortização. Um potencial comprador, ciente da 
taxa de juros do financiamento, calculou quanto 
seria a soma das 24 prestações, encontrando, 
corretamente, o valor de R$272.331,64. A melhor 
aproximação para o valor da terceira parcela do 
financiamento, em reais, é de 
 
(A) 10.200,00 
(B) 10.240,00 
(C) 10.460,08 
(D) 11.124,12 
(E) 11.347,15 
 
Como no sistema PRICE as parcelas são todas 
iguais, basta dividir o valor total pago no 
financiamento pelo número de parcelas: 
 
𝑃 =
272331,64
24
= 11347,15 
 
Alternativa correta: E.

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