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Teoria geral dos recursos ● As decisões judiciais, em regra, podem ser questionadas. Este questionamento é feito através de um dos meios de impugnação às decisões judiciais existentes no ordenamento jurídico, conforme a espécie da decisão ou mesmo outras circunstâncias. Efeit�� d�� Recu�s�� Obstativo: de impedir o trânsito em julgado Mei�� d� impugnaçã� da� decisõe� judiciai� 1. Recursos: meio voluntário de impugnação de decisões judiciais, que não gera novo processo 2. Ações autônomas de impugnação: meio voluntário de impugnação que gera novo processo (com petição inicial de competência originária dos tribunais), como por exemplo de uma Ação rescisória (em caso de descoberta de uma nulidade absoluta, como prova inválida, mesmo em caso de trânsito em julgado, é possível discutir a sentença com uma Ação rescisória uma vez que transcende o trânsito em julgado, com prazo de 2 anos) 3. Sucedâneos recursais: todo meio de impugnação de decisão judicial que não é nem recurso nem ação autônoma, tem força de recurso (mas não é pq não tem efeito obstativo) ex: Pedido de reconsideração que serve para tentar convencer o juiz a mudar a decisão dele, sem precisar levar ao tribunal; ou uma remessa necessária: duplo grau obrigatório, quando existe uma sentença contrária à fazenda, obrigatoriamente o tribunal tem que avaliar para dar continuidade ou não Pronunciament�� judiciai� p�ssívei� d� Recu�s�� 1° Grau: ➞ Decisões interlocutórias: agravo de instrumento, ED, apelação ➞ Sentença: apelação, ED, recurso inominado, RO 2° Grau: ➞ Acórdão: REspi, RE, RO, ED, embargo de divergência ➞ Decisões Monocráticas: agravo interno, ED, agravo em REsp ou RE Objetiv�� d�� recu�s�� 1. Reforma: “error in judicando” (erro de julgamento), a decisão precisa ser reformada pois não aplicou o direito corretamente ao caso 2. Invalidação: “error in procedendo” (erro de procedimento) o recorrente busca invalidar/anular a decisão ou o processo em razão de irregularidades/vícios 3. esclarecimento: quando a decisão impugnada apresenta contradição ou obscuridade 4. integração: quando a ção impugnada deixou de apreciar alguma matéria/pedido, ou seja, trata-se de decisão omissa Princípi�� ● Duplo grau de jurisdição Art. 5° LV CF ● Colegiado: em regra as decisões são tomadas em grupo, Exceção dos poderes do relator ● Voluntariedade: todo recurso é voluntário em respeito ao princípio da inércia da jurisdição ● Taxatividade: não existe recurso senão por força de lei federal (Art. 944, além daqueles previstos em lei especiais) ● Singularidade: só cabe um recurso por vez (exceção no 1031 que diz que cabe a interposição simultânea do Resp (STJ) e RE (STF) ● Fungibilidade: aproveitamento quando existir dúvida objetiva ou dúvida fundamental(existe divergência sólida na doutrina e nos tribunais sobre qual a espécie recursal cabível, estando de boa-fé e não se tratando de erro grosseiro), em parceria com o princípio da instrumentalidade das formas, em que não descarta uma peça, no caso o recurso, por causa de um vício leve ● Primazia do julgamento de mérito: determina que sempre que for possível corrigir vícios, deve permitir, pq deve ser evitada ao máximo a extinção sem resolução de mérito ● Proibição da reforma in pejus: reforma em prejuízo do recorrente, isso significa que o resultado do recurso não pode piorar a situação do recorrente. Ou seja, em decorrência do julgamento do recurso a decisão impugnada somente poderá ser mantida ou melhorada. ➔ Exceções: não se aplica quanto a possibilidade de sucumbência na fase recursal. Ou nas situações que as duas partes apresentam recurso ● Dialeticidade: as razões recursais devem dialogar com os fundamentos da decisão recorrida de modo a apresentar impugnação específicas quanto aos pontos da decisão que merecem reforma, invalidação, esclarecimento ou integração. Portanto, não se admite a mera reprodução de argumentos anteriores ● Disponibilidade: autoriza o recorrente a desistir ou renunciar ao recurso independente da anuência (concordância do recorrido) Classificaçã� d�� recu�s�� 1. Quanto à extensão da matéria (Art. 1.002, CPC) ➞ Recurso total: ataca toda a matéria da decisão recorrida; ➞ Recurso parcial: ataca apenas parte da matéria impugnável (um ou alguns capítulos) 2. Quanto à autonomia (Art. 997, CPC) ➞ Recurso principal: Interposto independentemente da conduta da parte contrária ➞ Recurso adesivo: É aquele que se liga ao recurso principal (trata-se, na verdade, de uma forma de interposição, e não de uma espécie de recurso); se um dos litigantes se absteve de recorrer no prazo legal, disporá de outra oportunidade para fazê-lo, adesivamente, ao ser intimado do recebimento do recurso interposto pelo adversário. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. §1°. Sendo vencidos autor e réu(sucumbência recíproca), ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. §2°. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - Será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. É permitida exclusivamente às partes autora e ré do processo, não podendo valer-se dela o terceiro interessado prejudicado, o qual deve impugnar a decisão por meio de recurso autônomo e independente. 3. Quanto à fundamentação: ➞ Recurso de fundamentação livre: o recorrente tem a liberdade de apontar as razões de reforma/invalidação da decisão. A lei indica apenas contra que tipo de decisão o recurso é cabível. Ex: Apelação, Agravo de Instrumento; ➞ Recurso de fundamentação vinculada: o recorrente deverá formular as suas razões vinculadas às hipóteses legais. A lei indica o que pode ser discutido/alegado. Ex.1: Embargos de Declaração – só pode alegar existência de omissão, obscuridade, contradição ou erro material - fundamentação vinculada a um destes itens (art. 1.022); Ex.2: Recurso Especial – só é cabível quando a decisão recorrida: 1. contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 2. julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; ou 3. der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal (art. 105, III, CF). Pressup�st�� recu�sai� ● OBS: Juízo “a quo”: Juízo/Tribunal que proferiu a decisão objeto do recurso. Juízo “ad quem”: Juízo/Tribunal que irá julgar o recurso. 1. Juízo de admissibilidade: os pressupostos processuais recursais são analisados no exercício do juízo de admissibilidade.. Portanto, o recurso poderá ser ADMITIDO/CONHECIDO ou INADMITIDO/NÃO CONHECIDO, a depender do preenchimento de todos os pressupostos processuais exigidos. 2. Juízo de mérito: sendo o recurso ADMITIDO/CONHECIDO, ele entra na 2 fase do julgamento que consiste no JUÍZO DE MÉRITO, que irá analisar as razões e fundamentos, que ao final lhe dará (parcial ou total) PROVIMENTO ou irá NEGAR provimento (em outras palavras, julgar procedente ou improcedente o recurso) dizer que o recorrente tem razão ou não (ex: o recurso foi conhecido por ter os pressupostos de admissibilidade, mas não foi provido, uma vez que foi declarado que o vício apontado não existia) 3. Pressupostos (requisitos recursais) a) Cabimento ou adequação: Art. 994, verificar a taxatividade, singularidade e fungibilidade, verificar se tem encaixe entre o recurso e a decisão recorrida b) legitimidade: diz quem pode entrar com o recurso (art. 996 O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.) c) interesse: vê se o recurso vai ter necessidade e utilidade para o recorrented) inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: como exemplos de fatos extintivos do direito de recorrer temos a renúncia à faculdade recursal e a aquiescência (expressa ou tácita). Quanto ao fato impeditivo podemos citar a desistência, que pode ser parcial ou total, e pode ocorrer até o início do julgamento (até a prolação do voto) e impede nova interposição de recurso. e) tempestividade: Art. 1.003 interposição do prazo no tempo correto, prazo geral de 15 dias, tendo como exceção ED que tem prazo de 5 dias f) regularidade: refere-se ao princípio da dialeticidade g) preparo: Art. 1.007, verificar se o recorrente pagou as custas do recurso (tem que pagar e anexar ao recurso, senão terá que pagar de novo)
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