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Pró-reitoria de EaD e CCDD 1 Gestão de Marcas e Branding Aula 5 Prof.ª Cristina Pastore Pró-reitoria de EaD e CCDD 2 Conversa Inicial Estamos em um mundo em plena revolução tecnológica que vem mudando radicalmente nossa forma de viver. E é para esse mundo que as marcas estão se adaptando, posicionando-se e reposicionando-se, e, para tal, desenvolver estratégias é vital, pois o grande desafio desta era é estar próximo aos clientes e por eles ser bem vistos. Contextualizando Precisamos conhecer técnicas e ferramentas para que as marcas organizacionais consigam lugar de destaque, em um mercado altamente competitivo e global. Antes, entretanto, a empresa precisa entender que agora ela pertence a um mercado digital – mesmo não realizando transações comerciais pela internet –, no qual as informações ocorrem de forma rápida e dinâmica, e, para se manter nessa nova lógica, a empresa precisa conhecer como se gerencia a inovação de uma marca, principalmente por meio de técnicas de storytelling e design thinking. Dessa forma, a marca consegue se promover junto ao seu consumidor, que hoje está muito mais próximo, nas redes sociais e sites de compartilhamento de informações. Essa a temática desta aula, em que iremos discutir os desafios estratégicos dessa nova era global de mercado. Tema 1: Gestão da Inovação de Marcas Vamos voltar um pouco ao passado; por exemplo, se eu quisesse me comunicar com alguém que mora longe, de início eu só teria os serviços dos Correios, depois telefone, fax e, por último, a chamada de vídeo via web. Assim como a comunicação evoluiu, a forma de gerir as marcas também. Já vimos por aqui várias transformações de marcas ao longo dos anos, e, na era da economia digital, faz-se importante conciliar a inovação com as marcas, afinal, uma marca bem Pró-reitoria de EaD e CCDD 3 gerenciada é a base para o sucesso. A inovação nos dias atuais está em tudo, e os consumidores esperam que as empresas consigam agregá-la a sua marca; as organizações que conseguem obter êxito tomam a dianteira no mercado, por exemplo, quando a Apple lançou o iPod já existiam outros tocadores de Mp3, o que a marca trouxe como conceito ao mercado foi a “experiência” de, além de ouvir uma boa música, centenas de milhares estarem disponíveis no iTones por apenas US$ 0,99. Assim, a gestão de inovação das marcas está muito ligada ao ciclo de vida delas, afinal, como a Coca-Cola nunca entrou em declínio em mais de 100 anos? Não entrou, pois ela sabia como se reposicionar na sua maturidade e sempre voltava ao ciclo de crescimento. Lembre- se de que a inovação vai além dos ícones de arquitetura da marca, vai na essência do produto, do serviço, do rótulo e da embalagem. Inclusive, é a partir de uma gestão inovadora de marca que as empresas conseguem expandir e estender suas marcas. Antes de mais nada, a pergunta é: afinal, o que é inovação? É fazer algo completamente inexistente? Pelo exemplo que discutimos da Apple, sabemos que a resposta é não! Inovação está ligada às novas possibilidades de fazer velhas coisas. Veja que vender em loja física foi uma invenção, pois até então não havia vendas, o comércio se focava no escambo. Porém, vender via internet foi uma inovação, pois mudou-se a plataforma e os modos de comercialização dos produtos. Mas afinal o que é Inovação? Questões sobre a razão de inovar, onde inovar, como inovar, quando inovar, o que se ganha com a inovação, são recorrentes, pois compreender os conceitos não é suficiente. É preciso praticá-los, mas para isso é preciso compreender sua dinâmica. De forma simplista, a inovação refere-se ao conhecimento (tácito ou explícito), à informação (dispersa ou não) e à criatividade (algo diferente ou novo), o que pressupõe processo e todo processo deve ser objeto de gestão. (Diniz, 2000). Como, porém, uma marca pode ser vista como inovadora, e o que pode ser de fato inovado? Melo (2014) apresenta um ranking elaborado pela consultoria DOM Strategy Partners, que engloba as 50 marcas mais inovadoras do Brasil. Para eleger as que mais investem em inovação, foi usada uma metodologia que considera a adequação (capacidade da organização de se equiparar aos padrões do mercado), o incremento (habilidade para criar vantagem competitiva explorando novos nichos) e ruptura (capacidade que novas empresas têm de mudar as regras de um setor ao entrar no mercado, em vez de se adaptar a ele). (...) Pró-reitoria de EaD e CCDD 4 A partir desse primeiro recorte, outros critérios foram considerados, tais como a oferta de produtos e serviços inovadores, interatividade com o consumidor, disponibilização de formatos e modelos de atendimento, qualidade da gestão de relacionamento com o cliente e experiência da marca durante o consumo. (Melo, 2014) Assim, segundo o ranking, as cinco primeiras empresas vistas como mais inovadoras são: 1) O Boticário, 2) Netshoes, 3) Chilli Beans, 4) Diletto e 5) Nespresso. Com certeza você conhece e até é consumidor de algumas dessas empresas, assim, pode entender que a inovação da gestão é dar vida à marca, fazendo com que ela esteja sempre de prontidão ao cliente, propondo a ele o melhor ambiente de consumo. Por exemplo, a Chilli Beans sempre traz grandes novidades em seus produtos, e se posiciona como uma marca “descolada”, “jovem” e “casual”, e assim encontra eco entre seus consumidores. De modo geral, a inovação é e deve ser tida como um processo. Ou seja, existe todo um procedural para inovar, pois de nada adianta uma boa ideia se ela não for possível de se realizar. Na Figura 1, temos esse processo representado, no qual o gestor de brand deve estar ciente de cada etapa e entender em qual momento e forma a marca pode inovar. Figura 1: Processo de Inovação Fonte: <https://thinkoutsidebr.files.wordpress.com/2009/12/gestao-da-inovacao.jpg>. Acesso em: 29 jan. 2016, Pró-reitoria de EaD e CCDD 5 Casando as etapas de inovação, temos alguns pontos que devem ser levados em consideração ao inovar na construção e reconstrução da marca, assim a empresa deve conhecer bem o cliente e o mercado em que atua, além de ter elaborado uma arquitetura de marca forte e eficaz, estando ciente e preparando-se para encarar cada desafio do ciclo de vida da marca, isso tudo ao plano de fundo de um brand equity efetivo que seja o guardião das métricas de desenvolvimento de valor aos clientes. Das ideias nascem as inovações, que diferenciam os negócios, produzem resultados e aumentam a competitividade empresarial. O processo de inovação deve ser algo deliberado, decorrente da estratégia empresarial, realizada de forma coletiva e como fruto de um esforço bem administrado de pessoas. Mas para isso, é imprescindível que a cultura empresarial incentive e valorize a produção de ideias inovadoras voltadas para resultado, que inovação seja praticada como processo voltado para competitividade e sustentabilidade e que gestores sejam capacitados para liderar pessoas rumo ao sucesso empresarial. (Diniz, 2000). Vejamos agora alguns exemplos de empresas que conseguiram inovar em seus produtos; a inovação é tamanha que sua fama resguardou a marca, tornando- as pioneiras em seus segmentos. Figura 2: Empresas inovadoras Fonte: <http://www.portaldebranding.com/v1/wp-content/uploads/2011/02/03-Os- Campe%C3%B5es.jpg>. Acesso em: 29 jan. 2016, E, por fim, deixe-o com o exemplo da marca Havaianas, que soube se reconstruir, mudar seu foco e se reposicionar. O que antes era apenas sinônimo de Pró-reitoria de EaD e CCDD 6 “Não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras” mudou para “Todo mundo usa”. “De simplórias a ícone fashion, as sandálias Havaianas passaram por um processo de inovação que foi responsável por levar a marca a mais de 80 países, colocar 5,5 mil dos 17,5 mil funcionáriosfora do Brasil e trazer 33% da receita em moeda estrangeira” (Zuini, 2011). Quadro 1: Lições de inovação da Havaianas Lição Descrição Reinvente-se A inovação não está totalmente atrelada a grandes avanços tecnológicos ou mudanças drásticas na empresa. Pode ser um novo processo ou uma modificação em um produto que vão fazer os clientes te enxergarem com outros olhos. “Inovação não é só inventar. É também reinventar-se”, sugere o executivo. Não crie um departamento só de inovação “Se houver um departamento de inovação, você tira dos outros funcionários a função de inovar”, define Utsch. Segundo ele, as empresas devem ter, sim, equipes especializadas em novas tecnologias e pesquisa, mas ir além e envolver toda a companhia na ideia de inovação. “Crie um ambiente em que os valores de empregados e companhia são os mesmos. As ideias vão prosperar e virar coisas importantes”, diz. Deixe de lado velhas ideias Para empresas muito consolidadas ou burocráticas, fazer mudanças pode significar um sofrimento. O executivo acredita que, mais do que inovar, os empreendedores devem estar sempre conectados com as coisas novas. “A inovação não deve ser um gargalo para modelos de gestão tradicional. O problema não é ser tradicional, é ser velho e com ideias congeladas”, sugere. Antecipe as necessidades dos clientes Sai na frente quem for capaz de entregar aos clientes algo que eles nem sabiam que precisavam. Esta é a concepção do executivo sobre produtos inovadores. “Se você fizer só o que a pesquisa de mercado diz, você vai copiar ideias. Você precisa criar baseado em necessidades das pessoas, mas que elas não sabem que têm”, ensina. Elimine a concorrência com inovação Deixar a concorrência para trás foi uma das tarefas da Havaianas. Para Utsch, manter-se à frente da concorrência é vital para qualquer empreendedor. “Concorrente bom é concorrente morto e uma das formas de eliminar a concorrência é com inovação”, ensina. Fonte: Zuini, 2011. Tema 2: Storytelling Imagine a cena: alguém o para na rua e lhe pergunta: “Qual marca faz parte da história de sua vida? E como é a participação dela na sua vida?”. Com certeza, você terá uma boa história para contar. Como aquela marca do seu primeiro tênis, bicicleta, eletrônico etc. ou então aquele produto que você tanto queria. O fato de que a humanidade ama contar e ouvir história não é novidade, a grande novidade aqui é que as marcas como ativos da organização são capazes de contar história. Por exemplo, a IBM Computadores não acreditava na história de que todas as Pró-reitoria de EaD e CCDD 7 pessoas gostariam de ter um computador pessoal em sua casa, porém Steve Jobs, Steve Wozniak e Ronald Wayne pensaram ao contrário ao lançar o Apple I em 1976, e você conhece o final dessa história. Após ela se tornar realidade, a IBM pensava que os consumidores, só se preocupariam com o computador pronto, a ponto de terceirizar o software para a empresa Microsoft e o processador para a empresa Intel; bem, essas duas últimas são marcas de tamanha expressão no mercado, e a IBM saiu do negócio do computador pessoal, ou seja, sua marca para tal produto encontrou seu declínio. Tal contextualização aqui faz jus para lhe apresentar uma técnica que vem sendo utilizada cada vez mais pelas marcas: o storytelling que significa tell a story ou contar uma história. Não são poucas as grandes marcas erguidas a partir de uma história repleta de alternâncias, quebras, reviravoltas e personagens sensacionais. Cada episódio, ao longo do tempo, une-se a outras etapas e tece uma narrativa que dá forma ao significado de um empreendimento perante sua época. E, assim, uma organização torna-se mais consciente a respeito do seu propósito e, também, sua relevância social. (...) Se considerarmos a marca como principal ativo de uma corporação, cuja força é diretamente proporcional à relevância do seu significado, é necessário considerar sua narrativa como ponto fundamental na construção da sua personalidade. Porém, tal história deve ser contada diariamente junto a todos os pontos de contato por meio de experiências que comprovam, na prática, a promessa simbolizada pela cultura edificada até o presente. (Conectando Pessoas, 2000) “Storytelling é a arte de contar histórias, e apesar do uso do termo ser relativamente recente na área de comunicação corporativa, a prática de contar histórias tem raízes profundas na História (com “H” maiúsculo) da humanidade.” (Santoro, 2014). Tal descrição vai ao encontro de Carvalho (2014), que afirma que “Uma boa história é autêntica, criativa, faz uma conexão emocional e pessoal, inspira ação e leva o público a uma jornada de mudanças e transformações.” Com isso, as marcas vêm ocupando seu espaço de atores na história da vida das pessoas, e veremos mais adiante que esse papel é possível por meio das promoções integradas de marca. Por exemplo, como não ver o filme Náufrago com Tom Hanks e não se lembrar do Wilson (marca da bola), assim como da FedEx. Afinal, “Ao criar uma cultura, a narrativa de marca expõe a dimensão emocional da empresa e leva seus relacionamentos para um nível além das meras transações comerciais.” (Conectando Pessoas, 2000) Pró-reitoria de EaD e CCDD 8 Mas a questão central é: como criar boas histórias? Bem, isso depende de um processo que vai ainda na concepção da arquitetura da marca, por exemplo, quem é o ouvinte (consumidor) da história? Lembra que a empresa Marlboro usava um cowboy para representar a história de sua marca? E como a Pfizer contou a história do Viagra por meio da imagem do Pelé? Então, a empresa deve conhecer bem seu consumidor para assim criar histórias empolgantes. Desse modo, Santoro (2014) e Proxxima (2014) apresentam alguns itens a serem levados em consideração. Vejamos. Quadro 2: Lições de Storytelling Lição Descrição Entenda as etapas do storytelling Para contar uma boa história é necessário entender suas etapas: ouvir, aprender, descobrir, explorar, criar, comunicar e encantar. Ouça as histórias da sua empresa, dos seus funcionários e, principalmente, dos seus clientes. Aprenda com essas histórias, descubra e explore novas. Crie suas próprias narrativas e por fim, comunique, conte-as para o seu público e faça com que sua história conquiste e encante. Saiba para quem você quer comunicar Quem é seu público-alvo? Como você gostaria de ser percebido por esse público? Utilize essas informações para criar histórias que cheguem até seus clientes. É preciso entender quem são seus clientes, seus problemas, necessidades e expectativas. Conhecer a fundo seu público aumenta suas chances de encurtar a distância entre ele e sua marca. Igualmente, os personagens podem ser ficcionais, mas a marca tem que entregar o que promete. A fada do dente na realidade não coleta dentes. Pais não prometem que um pônei recolherá o dente. As crianças sabem que ao deixar o dente embaixo do travesseiro, no dia seguinte, encontrarão dinheiro. A fada do dente, que é a mãe ou o pai na vida real, entrega o prometido e todos ficam felizes. Você tem liberdade para exercitar sua criatividade, mas isso não pode custar a confiabilidade em sua marca. Pró-reitoria de EaD e CCDD 9 Utilize uma narrativa empolgante Crie uma história sólida da sua empresa e comunique essa história. A Lego, por exemplo, em seu aniversário de 80 anos criou um vídeo em animação contando a origem do brinquedo, as tentativas, erros e acertos da família Christiansen. Fale dos seus bastidores, de forma real ou fictícia, como fez a Coca-Cola, em 2007, quando lançou a campanha “Máquina da Felicidade”, em que contava a suposta história de como era fabricada uma garrafa do refrigerante. Sua marca precisa, além de um objetivo estabelecido, contar histórias reais que sejam exclusivas e verdadeiras. Tenha em mente que não adianta contar uma história que não seja aderente a promessade entrega de sua marca. Assim, entendemos que melhor storytelling segue as regras de ficção em que existem problema e solução. Em termos simples, deve haver começo, meio e fim. Mesmo se você fizer de forma rápida, entregue uma história que não confunda a audiência. Claro, isso pode prejudicar a marca, mas isso leva ao próximo ponto. Conte as histórias do seu cliente Seus clientes são a maior ferramenta de comunicação que você pode ter. Fale com sua área comercial e apure histórias de sucesso, que mostrem o impacto positivo do seu produto ou serviço na rotina de outras empresas e pessoas. Utilize uma estrutura simples, em três atos, apresentando o problema do cliente no início ao contratar a solução, o desenvolvimento do projeto e, por fim, a resolução. Uma matéria contando o caso de um cliente que tenha atingido uma economia de escala em seus processos ao utilizar o sistema da sua empresa, por exemplo, ganha mais credibilidade ao falar da sua oferta do que um press release disparado aleatoriamente para a imprensa falando sobre o mesmo tema. Demonstre como sua marca tem feito a diferença na vida das pessoas Publique e compartilhe depoimentos dos seus clientes falando da sua empresa. A Vanish, por exemplo, lançou uma campanha com depoimentos de clientes contando a experiência ao usar o produto. Em 30 segundos, a marca conseguiu demonstrar de uma forma humana e persuasiva como a marca faz parte do dia a dia de seus consumidores. As pessoas tendem a assimilar melhor uma ideia ao ouvirem uma boa história. Por isso, invista em narrativas humanas, verdadeiras e envolventes. A marca da sua empresa é o seu principal ativo, e quanto mais relevante a história que ela tem para contar, mais sólida e coerente ela será. Fonte: Santoro, 2014; Proxxima, 2014. As histórias estão no cerne da marca, e elas são as responsáveis por envolver os clientes, e, assim, trazer mais valor às marcas. Por exemplo, a Coca- Cola queria contar uma história sobre “abrir a felicidade”, e com isso estampou diversos nomes de pessoas em suas embalagens, tendo por objetivo que as pessoas tomassem ou presenteassem as pessoas que possuíam o nome da marca. Pró-reitoria de EaD e CCDD 10 Assim, há uma história mais eficaz e envolvente do que apenas dizer “beba Coca- Cola”. Concorda? Tema 3: Promoções Integradas de Marcas Ora, acabamos de discutir como a marca tem o poder de sedução para criar boas histórias e, assim, conseguir agregar mais valor a empresa, seus produtos, serviços e, enfim, sua própria história. Um ponto importante nesse raciocínio é descobrir qual o melhor veículo para levar essa história até os consumidores, e, novamente, a resposta passa por conhecer bem o público-alvo da marca e em qual mercado ela está atuando, sua essência e qual a mensagem que deseja passar. Por exemplo, o whisky Johnnie Walker leva uma história de superação de sempre seguir em frente, a marca diz “Continue andando”. E repare que, seja na televisão, no rádio, na revista, no jornal e na internet, a marca mostra como se comportar e se adequar ao meio. “Todos os dias ouvimos uma série de relatos sobre experiências que os consumidores vivenciaram com determinadas marcas, e as reclamações são muito mais comuns do que os elogios.” (Jucá, 2014) Produtos são desenvolvidos por técnicos, marcas são formadas na concepção das pessoas. Produtos são feitos nas indústrias, marcas são preferidas pelas pessoas. Produtos são vendidos em prateleiras, marcas são compradas antes de fabricadas. Produtos são copiados, marcas são únicas. Produtos ficam obsoletos, marcas podem ser eternas. (Cesar, 2013) Nas palavras de Cesar (2013), a marca é mais avançada do que o próprio produto, e aqui fazemos uma observação, pois a marca estará à frente do produto, mesmo que ele não exista mais, desde que haja um plano sólido para promover essa marca, colocá-la no lugar de destaque na mente, no coração e na preferência de consumo do consumidor, pois assim a marca sobrevive ao longo dos anos, décadas, e até séculos. Afinal, a “Dona” Coca-Cola tem mais de 100 anos. “Coca- Cola é muito mais do que um refrigerante sabor cola, Marlboro é muito mais do que um bastão repleto de nicotina e Nike é muito mais do que um calçado esportivo. Na verdade, marca é muito mais do que um simples produto.” (Cesar, 2013) Um fato importante é como se dará essa comunicação, mais no sentido de linguagem e adequação ao meio, por exemplo, se a marca é tida como marca para a grande massa de consumidores, ou não, é uma marca mais seletiva, afinal, você nunca verá um anúncio de um carro Ferrari em uma revista Veja, da editora Abril. A Pró-reitoria de EaD e CCDD 11 comunicação e os veículos – mídias – passam a ser o meio que une os consumidores às marcas, chegando aos consumidores onde quer que eles estejam: no trânsito, na rede social, lendo um jornal, assistindo à televisão etc. Assim, é importante que as empresas façam boas escolhas para vinculação de suas marcas. E, nessa seara de comunicação, a marca se torna o que deve ser: a porta-voz do produto. A compreensão parte da premissa de que a marca é um emissor de conteúdo, em uma relação utilitária e operacional da comunicação – busca-se a excelência técnica nas peças de comunicação para obter a otimização da mensagem destinada a um público- alvo idealizado pela empresa. (Bazanella, 2008, p. 43) Jucá (2014) apresenta alguns pontos totalmente relevantes para que a empresa avalie a comunicação de sua marca para com seus consumidores, indo essa análise desde a comunicação interna da empresa, passando pelo relacionamento dela com o cliente, e finalizando-se na real estratégia da empresa. Quadro 3: Aspectos de avaliação da comunicação da marca Aspecto Avaliação Comunicação interna É preciso otimizar e integrar os processos e a comunicação entre todos os setores da empresa. Mas isso deve ser despertado nas pessoas como forma de trabalho em equipe. É uma questão de “embeber” os colaboradores em valores e missões verdadeiras. Orientação estratégica O segundo ponto é que as marcas devem analisar se sua estratégia está orientada para o marketing ou para vendas. Pois a abordagem deve começar de fora para dentro, onde o foco deve ser voltado ao cliente e à gestão de relacionamento com o mesmo. Segundo Theodore Levitt em “O Marketing da Miopia”, a venda está voltada para as necessidades do vendedor, já o marketing está voltado para as necessidades do comprador. O caminho é esse: escutar a necessidades das pessoas, analisá-las estrategicamente e traçar ações para satisfazê-las. Humanização das marcas Afinal, empresas são compostas por pessoas e a reputação das organizações diz respeito ao que as pessoas sentem e pensam sobre elas. O primeiro passo é contar histórias reais, tornar o conteúdo relevante (importante naquele determinado momento) para seu público de forma a se comunicar com qualidade, com transparência e coragem em se expor, assumindo defeitos e humildade para corrigi-los. Fonte: Jucá (2014) Assim, temos de entender o papel que a marca quer passar, e acima de tudo saber como e por qual meio ele será passado, se é por meio de uma assessoria de imprensa, de eventos, logomarcas, campanhas promocionais, campanhas institucionais, comunicação no ponto de venda (PDV) etc. Com isso, a empresa Pró-reitoria de EaD e CCDD 12 adequa a sua mensagem. Figura 3: Formas de comunicar a marca Fonte: <http://jardim.cc/wp-content/uploads/2015/03/posicionamento.png>. Acesso em: 30 jan. 2016. Figura 4: Formas de comunicar a marca Fonte: <https://midiaria.files.wordpress.com/2011/12/novasmidias_midiaria271211.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2016. Pró-reitoria de EaD e CCDD 13 Nas Figuras 3 e 4, podemos ver a grande variedade de mídias que uma marca pode adotar para se comunicar com seus clientes. Por fim, vamos conhecer algumas dicas para ter excelênciana forma de comunicar a marca. Quadro 4: Dicas para ter excelência na forma de comunicar a marca Aspecto Avaliação Foque o alvo Conheça seu público. Pesquise sobre seu comportamento e preferências, crie personas, entre em seu universo, converse, escute e observe. Quanto mais informações tiver sobre seu público, melhor será a comunicação e as chances de a sua marca conquistar a confiança deles e se engajá-los é maior. Acompanhe sua concorrência É fundamental conhecer, além do público, as ações da concorrência. Pesquise seus pontos fortes e fracos e verifique a resposta do mercado. Eles estão investindo em propaganda? Tem presença nas redes sociais? Sobre quais assuntos eles publicam na web? As ideias surgirão e te ajudarão a entender melhor seu mercado e o contexto em que sua marca será inserida. Crie um nicho estratégico Pense em abordagens incomuns. Personalize suas mensagens de acordo com o cliente. Faça campanhas para clientes que utilizam certo produto, apresentando novos produtos e serviços que possam ser do interesse deles. Divulgue seus diferenciais como bom atendimento, proximidade e suporte agilizado. Seja único e mostre seus benefícios de um modo estratégico para deixar seus concorrentes para trás. Preste atenção nos detalhes Vista a camisa da empresa e saiba vendê-la com amor e paixão pelo que faz. Mas não venda somente o produto, venda a possibilidade de aumentar negócios, concretizar o sonho do cliente e agregar valor ao mercado. Preste atenção aos detalhes do comportamento do cliente na hora da venda. Verifique sua expressão ao falar de um assunto e como ele age ao falar de outro. Cada detalhe poderá servir futuramente para próximas vendas e fidelização. Fonte: Apolinário, 2014. Bem, a comunicação está a cada dia mais diferenciada tendo em vista a tecnologia que vem criando meios de comunicação antes impensáveis, ou você um dia imaginou que teria um aparelho portátil que, além de fazer ligação, fosse capaz de rodar vídeos, filmes, tirar fotos e ter acesso à internet? Ou então que veria uma propaganda em uma mídia social como o Youtube e teria a possibilidade de pular o anúncio em 5 segundos, caso a propaganda não lhe agradasse, afinal, estamos vivendo a comunicação em uma nova era, a comunicação das digitals brands, que veremos mais adiante. Pró-reitoria de EaD e CCDD 14 Tema 4: Digital Branding Vamos, antes de qualquer coisa, relembrar o objetivo da gestão da marca, e o que já discutimos: Branding. Branding é o gerenciamento da marca com o intuito de buscar agregação de valor aos produtos e serviços por meio do envolvimento dos consumidores com a marca. Nos últimos anos, o mundo se transformou com uma rapidez nunca antes vista, afinal, demorou séculos entre a revolução agrícola e as revoluções industriais. Se voltarmos ao início da década de 1990, nós nem ao menos sabíamos o que era um aparelho celular, e hoje conseguimos realizar ligações com som e imagem por ele. Isso significa que o mundo de hoje é digital, e as marcas devem se adaptar a essa realidade, principalmente por dividir espaço com novas marcas, nativas dessa realidade. Assim, o relacionamento entre as marcas e os consumidores está mais rápido e profundo. O consumidor ainda quer uma promessa de marca clara e produtos e serviços que valorize. O que mudou é quando — em que pontos de contato — está mais aberto à influência e como interagir com ele nesses pontos. No passado, estratégias de marketing que aplicavam o grosso dos recursos para tornar a marca mais conhecida e, em seguida, abrir carteiras no ponto da compra, surtiram bom efeito. Só que pontos de contato mudaram em número e em natureza, exigindo um grande ajuste para realinhar a estratégia e a verba do marketing a pontos onde o consumidor esteja de fato passando seu tempo. (Edelman, 2014) Dessa forma, a marca deve estar disponível no universo da internet, relacionando-se com seus consumidores, mostrando aos seus concorrentes o seu posicionamento, aumentando o conhecimento e a percepção sobre ela (awareness). Por exemplo, a marca pode trabalhar sua comunicação por meio do Google Adwords, e, assim, estar presente nos sites onde estão seus consumidores. Com isso, é importante que se conheça a evolução e a conjuntura da internet para gerenciar a marca nesse espaço. Pró-reitoria de EaD e CCDD 15 Figura 5: Evolução Internet 2002 – 2012 Fonte: <http://i0.statig.com.br/infograficos/2012/economia/evolucao-internet- brasileira/info_evolucaointernet.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2016. A figura nos traz a evolução de uma década, e, segundo Gomes (2015) “o número de lares brasileiros conectados à internet chegou aos 32,3 milhões de domicílios em 2014. Pela primeira vez, 50% do total das casas estão conectadas, mostra a pesquisa TIC Domicílios 2014, realizada pelo Cetic.br”. Dessa forma, existe um grande universo para a exposição da marca, e é nesse espaço que a marca deve ser gerenciada, criando pontos de atendimentos e interação com os consumidores em diversos momentos, não apenas no momento da venda. “A Apple, por exemplo, eliminou o jargão, alinhou a descrição de produtos, montou um rico estoque de vídeos explicativos e criou o serviço Genius Bar nas lojas, o que garante absoluta coerência, exatidão e integração em todos os pontos de contato.” (Edelman, 2014). Assim, o consumidor pode contar sua experiência com a marca dentro dessa nova lógica, detalhe: essa experiência pode ser positiva ou negativa. Pró-reitoria de EaD e CCDD 16 Figura 6: Jornada de decisão do consumidor Fonte: <http://www.hbrbr.com.br/media/image/dez10/p_34.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2016. Estabelecer a presença digital de uma marca não precisa de tanto dinheiro quanto você pensa. Na verdade, existe até uma estratégia de marketing digital que considera a atração de leads através da geração de valor – como conteúdo. É do inbound marketing que estamos falando. Esse tipo de estratégia já tomou conta dos profissionais que compreendem o novo perfil do consumidor e desejam manter-se próximos de seu público sem a necessidade de autopromoção ou investimentos altos em marketing e publicidade. (Turchi, 2015) Assim, para surfar nessa onda digital e conquistar a exposição devida à marca, Turchi (2015) e Robson Netto (2015) apresentam alguns pontos, ferramentas de gestão e estratégias para obter uma exibição da marca de forma eficaz. Pró-reitoria de EaD e CCDD 17 Quadro 4: Dicas para ter excelência na forma de comunicar a marca Situação Descrição O entorno da marca Faça uma análise dos seus clientes: entenda quais são as tendências, motivações, necessidades e a segmentação de mercado. Conhecendo melhor o consumidor, fica mais fácil de inserir sua marca no ambiente digital. Analise a sua concorrência, procure descobrir os atributos de suas marcas, imagem e identidade, além de seus pontos fortes e vulnerabilidades. Você está pronto para criar uma estratégia melhor que a deles? Redes sociais As redes sociais são importantes canais de comunicação com a sua audiência, permitem que você dialogue com as pessoas com mais proximidade, o que gera credibilidade e confiança para a sua marca, contribuindo para o fortalecimento de sua presença digital. Além disso, as redes sociais promovem um maior engajamento das pessoas com a sua marca, dando maior visibilidade para suas ações na internet. Crie perfis para sua empresa nas redes sociais que estão de acordo com a imagem da sua empresa. Exemplo: se você quer que sua empresa seja vista como uma grande empregadora, crie uma página no Linkedin. Google Ads Os anúncios patrocinados do Google são excelentes para quem deseja alavancar sua presença digital em menos tempo. Com a publicidade paga, você garante que a sua marca entrará em contato com uma audiência qualificada e preparada para se tornar clienteda sua empresa em menos tempo. SEO Atrelado ao marketing de conteúdo sempre está o SEO, ou otimização para os mecanismos de busca. Toda vez que você cria um material rico para ser compartilhado com as pessoas, você deve se atentar para utilizar palavras-chave relacionadas ao seu ramo de negócio, isso torna esse conteúdo ser mais facilmente encontrado pelos mecanismos de busca, conquistando um posicionamento melhor para a sua marca. Outra tática muito importante para o SEO é espalhar conteúdo pela rede para conquistar links de outros sites relevantes que apontem para o seu site. Marketing de conteúdo Esta é a estratégia que permeia todas as outras, já que na internet o principal objetivo é gerar valor para as pessoas através da oferta de conteúdos interessantes, preparados exclusivamente para uma parcela de usuários da web, ou seja, seu público-alvo. O marketing de conteúdo consiste em desenvolver materiais ricos em informação para que a audiência da marca se sinta atraída para ela, possa interagir com ela e manter-se fiel à marca, acompanhando sua evolução como agente influenciador na rede. Relacionamento Defina uma estratégia de relacionamento em canais de contato com consumidores através das redes sociais ou e-mail marketing. Pessoas buscam marcas nas redes para conversas, diga o que elas querem ouvir e responda o que falam, agradeça, cumprimente e curta as mensagens de seus fãs. Aplicativos Aproveite o crescimento do mercado de aplicativos e crie um para sua marca, interaja com seus clientes e outros usuários e estimule o compartilhamento de informações. Pró-reitoria de EaD e CCDD 18 Inbound marketing Diferentemente das antigas mídias que forçavam o consumidor a assistir um comercial, por exemplo — se baseia na construção de relacionamento com um cliente. Através desse tipo de estratégia, você oferece materiais ricos, como blog posts, e-books etc., e vai cativando o seu cliente até que ele decida que quer comprar o seu produto ou serviço. O relacionamento não se dá apenas antes e durante a compra, mas também depois dela. Fonte: Turchi, 2015; Robson Netto, 2015. Lembra-se da reputação da marca? Dos sentimentos que os consumidores nutrem por ela? No mundo digital, gerenciar a marca com tanta abundância de informações é o grande desafio. E, com certeza, deve figurar nas estratégias de marketing. Tema 5: Design Thinking Bem, nesta aula, estamos discutindo muito sobre a influência dos avanços tecnológicos nas marcas. Antes, marcas poderiam ser locais, e hoje em dia, com a internet, as marcas estão se tornando globais, principalmente por se fazerem presentes na vida do consumidor, e de diversas formas, desde um simples e-mail até um outdoor do outro lado da rua. Contar histórias de uma marca é uma boa opção para ampliar essa presença, mas só contar histórias por contar não significa nada. Ora, apenas uma boa história sobre a marca não se segura, ela dever possuir elementos que lhe deem suporte como a promoção da marca e sua vivência nas redes de relacionamento. Para obter êxito, a empresa deve ser criativa, e uma excelente ferramenta de criatividade para traçar estratégias de marca é o design thinking, um fortíssimo processo para inovação. Nesse caso, tratamos o design thinking como uma ferramenta capaz de gerar uma marca inovadora e assim ofertar valores perceptíveis aos seus clientes. Para Balem et al. (2011, p. 5), “o design thinking passa a ser utilizado como uma abordagem eficaz para resolver problemas complicados por meio da criação de soluções inovadoras e que já nascem mais adaptadas à vida das pessoas.” O Design Thinking é uma abordagem para problemas complexos focada no uso da criatividade e da empatia, e que incentiva a participação de usuários finais na criação de soluções que já nascem mais adaptadas e, por isso, possuem maiores índices de adoção e maior potencial de serem catapultadas ao patamar de inovação. A importância do Design Thinking na alavancagem de inovações pode ser explicada através do entendimento dos fatores que compõem na prática uma inovação. (Pinheiro, 2010 apud Balem et al., 2011, p. 5). Assim, a empresa pode utilizar o design thinking para compor novas soluções Pró-reitoria de EaD e CCDD 19 e posicionamento da marca, principalmente agregando valor as suas extensões de marca; por exemplo, alguém teve uma boa ideia em associar um carro (Ferrari) com um perfume (Ferrari), e assim conduziu a inovação da marca, fazendo-a ser lembrada por outros aspectos, afinal, o objetivo de qualquer marca é habitar o coração do consumidor. Vianna et al. (2012, p. 14) descrevem que a inovação guiada pelo design veio complementar a visão do mercado de que para inovar é preciso focar no desenvolvimento ou integração de novas tecnologias e na abertura e/ou atendimento a novos mercados. Com isso, temos um novo leque para a apresentação da marca, no qual, “além desses fatores tecnológicos e mercadológicos, a consultoria em design thinking inova principalmente ao introduzir novos significados aos produtos, serviços ou relacionamentos. (Vianna et al., 2012, p. 14). Assim, ao colocar em prática o design thinking, a empresa segue o ciclo de (i) imersão ou buscar o entendimento e efetivamente entender o problema; (ii) ideação, quando algo é substancialmente entendido, as pessoas são capazes de trazer/idealizar novas soluções para um mesmo problema; (iii) prototipação, ou seja, realizar um teste – lembre-se de que são sempre complicadas as mudanças bruscas – e assim ver como vai ser a aceitação; e por fim (iv) desenvolvimento que é colocar mãos à obra, ou seja, colocar em prática, fazer, realizar etc. Assim, ao seguir esses processos, teremos que o design thinking “É uma ferramenta para imaginar situações futuras e trazer produtos, serviços e experiências para o mercado. Caracterizado como um processo de design multidisciplinar, passível de ser gerenciado e implementado, porém é um processo, não existe a melhor forma de ser percorrido.” (Balem et al., 2011, p. 6). Pró-reitoria de EaD e CCDD 20 Figura 7: Processo do design thinking Fonte: <http://artewest.com.br/wp-content/uploads/2015/08/esquema-DT.jpg>. Acesso em: 1 fev. 2016. Na aplicação do design thinking na marca, podemos imaginar uma situação hipotética: a marca está caindo em declínio frente ao mercado, e uma equipe realiza um brainstorm1 no intuito de levantar ideias de ação, e entender os motivos de declínio da marca e as novas necessidades dos clientes. Findado esse momento, faz-se necessário analisar tudo que foi proposto e, assim, separar as melhores ideias para que a equipe realize uma pesquisa a fim de descobrir, por exemplo, qual será a melhor abordagem ao mercado. Com a solução pronta, o ideal é realizar um teste em um pequeno grupo de consumidores, e assim resgatar o feedback para, se necessário, readequar os planos. Com isso, agora temos um processo de avaliação de marca, seja nos seus diversos aspectos, e ainda temos uma ferramenta que nos indica caminhos a seguir. “As inovações propriamente ditas são criadas dessa maneira, na medida em que não necessariamente envolvem uma tecnologia de ponta, mas resultam do valor que o cliente percebe ao fazer uso delas.” (Sebrae, 2016) 1 Brainstorm é uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo. Pró-reitoria de EaD e CCDD 21 A ideia de design está nesse processo, pois ele é muito visual com o auxílio de mapas, cartões de insight, diagrama de afinidades, mapa conceitual, mapa de empatia, ou seja, soluções visuais para que o processo seja perceptível a todos os envolvidos. E esses envolvidos devem ser pessoas de toda a organização, e dos mais diversos tipos. Segundo Blanco (2015),design thinking é “uma forma de resolver problemas, desenvolver produtos e pensar projetos baseada no processo cognitivo que os designers usam. Fazem parte do pacote: pesquisa, brainstorms, seleção de ideias, prototipagem.” Assim, esse é um processo colaborativo para apreciação e solução de problemas, sendo que pode – e com certeza deve – ser utilizado para as decisões de brand equity da marca. Para se alcançar plenamente o objetivo do design thinking é importante o trabalho com equipes multifuncionais havendo troca de informações, pontos de vista diferentes e para que exista um equilíbrio entre o lado criativo e o lado analítico durante a avaliação das situações e a criação de novas soluções. (Balem et al., 2011, p. 9) Quadro 5: Fases do design thinking Situação Descrição Criar empatia ou compreender Entender quais são as necessidades das pessoas envolvidas no problema (consumidores, funcionários etc.), do que precisam, do que gostam, o que querem. Definir A partir daquela pesquisa, delimitar qual é o problema, o que precisa ser resolvido ou criado. Idear É a fase de brainstorm, em que as ideias e sugestões devem fluir sem censura, sem medo de errar. Prototipar Escolher uma ou algumas ideias (aqui é que costumam entrar os post-its, que ajudam o grupo a organizar e selecionar as ideias mais recorrentes ou mais interessantes) e criar protótipos. Pode ser um desenho, uma maquete feita com caixas velhas e fita crepe, algo que simule o produto final. Testar Agora é hora de experimentar os protótipos e escolher o que faça mais sentido. Fonte: Blanco, 2015. Dessa forma, e seguindo esses passos, uma empresa consegue avaliar sua marca e até encontrar formas de reposicioná-la no mercado. Trocando Ideias Agora troque uma ideia com seus amigos no fórum, diga qual a sua marca favorita e o motivo. Conte sua história com essa marca. Pró-reitoria de EaD e CCDD 22 Síntese Um desafio dos dias atuais é se adaptar e transformar a realidade virtual. Algumas marcas conseguem fazer isso com maestria, e algumas são engolidas pelo avanço tecnológico, assim, gerenciar a inovação nas organizações ao alento que eleve os valores da marca é fundamental para se estar no dia a dia, pois, com o advento das redes sociais, quebraram-se as distâncias e hoje a interação do consumidor com a marca ocorre como se estivessem lado a lado, dentro da grande rede mundial. Para fincar suas virtudes e conquistar a preferência dos consumidores, a marca deve estar em constante adequação de mercado, e deve, acima de tudo, comunicar seus valores dentro de uma estratégia bem elaborada de comunicação integrada, juntando o on e o off-line de forma que consiga contar boas histórias e assim encantar os seus clientes. Para chegar em uma boa história, as ferramentas de design thinking são uma solução inteligente. Por fim, a marca está vivendo o digital, mesmo que a empresa não faça venda pela internet, e tenha apenas loja física, ela está na internet no boca a boca dos consumidores, sendo amada e odiada nas redes sociais, assim, gerenciar esses relacionamentos é algo a ser seguido pelas empresas. REFERÊNCIAS APOLINÁRIO, T. L. Confira 10 dicas de comunicação para aumentar a visibilidade de sua empresa. Disponível em: <http://marketingdeconteudo.com/aumentar-a-visibilidade-de-sua-empresa/>. Acesso em: 30 jan. 2016. BALEM, F. R. et al. Design Thinking: Conceitos e competências de um processo de estratégias direcionado a inovação. Disponível em: <http://www.desenhandoofuturo.com.br/anexos/anais/design_e_inovacao/design_thi nking_implementacao_de_um_processo_de_estrategias_direcionado_a_resultados_ inovadores.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2016. Pró-reitoria de EaD e CCDD 23 BAZANELLA, L. S. A evolução do gerenciamento de comunicação das marcas. 2008. Dissertação de Mestrado. PUC/RS. BLANCO, G. 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