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Página inicial CUSTOS APLICADOS À LOGÍSTICA Professor : Esp. Renato Alves de Oliveira Objetivos de aprendizagem • Conhecer os principais fundamentos dos Custos e refletir sobre os conceitos de Custos aplicados à Logística. • Compreender a necessidade da Gestão dos Custos Logísticos da Cadeia de Suprimentos. • Relacionar a Logística Integrada e os Trade-offs com a redução dos Custos da Cadeia de Suprimentos. • Analisar os tipos de Custos Logísticos existentes. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Os conceitos fundamentais de Custos Logísticos • Logística Integrada e os Trade-offs • Os Custos dos Elementos e Operações Físicas Logísticas • Os Custos dos Macroprocessos Logísticos e os Custos Totais Introdução Caro(a) aluno(a), daremos início à disciplina de Custos e Tributos Logísticos na Cadeia de Suprimentos. Muitos gestores sabem da importância desta discussão para a perpetuação das empresas. Nosso propósito não é dar aulas de contabilidade, mas sim conhecer um pouco sobre a temática de Custos e algumas ferramentas e mecanismos que têm auxiliado as empresas na construção de suas estratégias. Não aprenderemos a preencher planilhas prontas nem forneceremos soluções genéricas de prateleira. Faremos uma comparação do nosso objetivo com essa disciplina e um Planejamento. Assim como acontece em qualquer elaboração de planejamento empresarial, o gestor precisa estabelecer quais ações integradas e coordenadas serão colocadas em prática com o objetivo de se alcançar um resultado futuro. Porém, no momento da elaboração, o gestor precisa levantar quais recursos a empresa necessita para que ela possa alcançar seus objetivos. Em nosso caso, entre os recursos necessários para conseguirmos as ferramentas adequadas que auxiliarão na apuração dos custos logísticos na cadeia de suprimentos e, ainda, como proceder para reduzir esses custos, precisaremos de algo muito importante: o conhecimento. Em nossos estudos, conheceremos um pouco desse universo sobre os Custos Logísticos. De antemão, posso afirmar que não será possível nos aprofundarmos em alguns conceitos, pois ferramentas de custeio, como o método ABC e o Custo para Servir ou até a Análise Multidimensional dos Custos Logísticos exigem estudos profundos que precisam ser examinados com detalhes pelo gestor. Isso também vale para as complexas Legislações Tributárias ou os Regimes Aduaneiros Especiais, como o Drawback ou o RECOF. Em suma, em nossos estudos, demonstrarei a importância da Gestão dos Custos Logísticos na Cadeia de Suprimentos e as principais ferramentas que auxiliarão as empresas nesse sentido. Na Unidade I, veremos os principais fundamentos dos custos, quais os conceitos de custos aplicados à Logística bem como a necessidade da Gestão dos Custos Logísticos. Ainda veremos que as informações vindas da Contabilidade, em geral, carecem de clareza para a gestão dos Custos Logísticos, sendo necessário adequarem as informações às necessidades logísticas das empresas. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial https://getfireshot.com Na Unidade II, aprenderemos sobre os Métodos de Custeio mais utilizados pelas empresas e os sistemas de Custeio Direto e de Custeio por Absorção, dando ênfase especial no método de custeio Baseado em Atividades. Na Unidade III, veremos as principais análises realizadas pelas empresas, tais como a Rentabilidade Direta por Produto (DPP), o Método do Custo para Servir ao Cliente (CTS - Cost to Serve) e a Análise de Rentabilidade Multidimensional. Também entenderemos como se dão a medição de Custos em uma cadeia de suprimentos e a necessidade do empenho das empresas que vai além dos seus limites, expandindo esforços para todas as empresas que compõem a sua Cadeia Logística. Na IV e última unidade, veremos os fundamentos de tributação aplicados à logística, quais os seus impactos nos processos logísticos e como o Planejamento Tributário pode ser um importante aliado das empresas para a análise das melhores alternativas fiscais. Com certeza, teremos um ótimo desafio em nossos estudos, afinal, é isso que nos move na busca por algo melhor. Cabe a cada um decidir se vai aceitar o desafio e buscar não só o conhecimento dos Custos Logísticos na Cadeia de Suprimentos, mas também se aprofundar e se atualizar numa área que pode trazer resultados positivos para as empresas e, principalmente, deixá-las mais competitivas. Bom estudo! Que seja uma disciplina proveitosa para você! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 Página inicial OS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE CUSTOS LOGÍSTICOS Para a Administração moderna, a Logística tem um papel vital na perpetuação das organizações. Bowersox (2014 p. 31 e 32) fala que “é difícil imaginar a realização de qualquer atividade de marketing, manufatura ou comércio internacional sem ela”, além de poder “projetar e administrar sistemas de transportes” e gerenciar os “estoques de matérias-primas, de produtos em processo e acabados pelo menor custo total”. Concernente ao papel que a Logística deve desempenhar nas empresas, Carvalho (2002, p. 31) cita o Council of Supply Chain Management Professionals , que descreve Logística como sendo: A parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. Como vimos, atender às exigências dos clientes é mesmo um dos objetivos das organizações, por isso, também será alvo dos nossos estudos. Ainda pensando no papel da Logística, Oliveira (2016, p. 2), fala de como a Logística deve ser peça chave nas estratégias das organizações: “Num mundo globalizado onde a redução de custos pode fazer toda a diferença para as organizações, a Logística tem se mostrado uma ferramenta de fundamental importância, aumentando a vantagem competitiva”. Ainda de acordo com Bowersox (2014, p. 32-33) o ponto crucial para as empresas é atingir um alto nível de competência logística e fornecer a seus clientes serviços e produtos superiores. “A questão estratégica fundamental é como ter um desempenho melhor que o dos concorrentes, com uma boa relação custo-benefício”. Para Lima (1998, p. 1)1, “um dos principais desafios da logística moderna é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível de serviço ( trade-off )”. Mas o que é, necessariamente, Nível de Serviço? Para Ballou (1993), é quando uma empresa consegue ofertar seus produtos ou serviços aos seus clientes com qualidade, desempenho e planejamento, a um baixo custo, visando à satisfação/fidelização dos clientes. Faria e Costa (2014, p. 44) falam a respeito da importância do Nível de Serviço: https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1#h.9duk5e1evgi9 Um nível de serviço de excelência é aquele que “encanta” o cliente, ou seja, surpreende e vai além da simples satisfação de seus requerimentos. Envolve atores como: frequência de entrega, tempo de ciclo do pedido, confiança no atendimento, flexibilidade no ressuprimento, acurácia no atendimento do pedido completo e na documentação, qualidade dos produtos/serviços etc. Como observamos, satisfazer as necessidades dos clientes deve ser ameta de toda empresa. Isso está em consonância com Ballou (1993), que afirma que os clientes escolhem aqueles fornecedores que satisfarão suas necessidades de preço, a qualidade e o serviço, isto é, o Nível de Serviço. A empresa sempre deve levar em consideração estes fatores que poderão viabilizar a conquista de novos clientes, classes diferentes de clientes e novos mercados. É bem interessante um exemplo trazido por Faria e Costa (2014, p. 44) e que nos faz pensar sobre a importância do Nível de Serviço. Imaginemos um determinado cliente que tem várias expectativas sobre seu fornecedor de Logística de Distribuição, como entrega em horários específicos (janela de entrega entre 19h e 21h), locais exatos, pré-definidos (doca e armazém), rigorosa frequência de entrega (a cada dois dias), e que as embalagens sejam retornáveis, o que tornará mais eficiente os processos de manuseio, desconsolidação, armazenagem e retorno. Se o fornecedor de Logística de Distribuição atender por completo a estes requisitos e também comunicar por meio eletrônico (exemplo e-mail) a estimativa de horário e quais pedidos serão entregues, estará superando as expectativas do cliente. Também é importante mencionarmos que, felizmente, outros conceitos estão sendo transformados e melhorados, auxiliando na busca pela eficiência da Gestão de Custos Logísticos. Lima (1998,on-line)1 fala, por exemplo, do preço de compra, que passou “a ser visto apenas como um dos custos de aquisição”, pois também devem ser considerados “os custos de colocação do pedido, transporte, recebimento e estoque de materiais”. O autor ainda afirma que, desta forma, a empresa poderá identificar fornecedores que consigam ofertar uma frequência maior de entregas, aumentando a disponibilidade de produtos e reduzindo o índice de devoluções, mesmo que os fornecedores não sejam líderes em preço. A gestão dos custos logísticos deve ir além dos limites da empresa, pois se deve levar em conta que outras empresas e atividades compõem a cadeia de suprimentos. Por exemplo, a maior parte das empresas terceiriza o serviço de transportes. Em geral, no momento da realização dos cálculos de custos, a empresa acaba desconsiderando muitas informações relevantes, como a qualidade do serviço prestado. Outro Conceito que nos ajuda a compreender bem isso é o da Logística Integra, que também será abordado em nossos estudos. Observamos que a redução de custos, hoje, é palavra de ordem entre os pensadores da Administração bem como para aqueles que precisam tomar as decisões dentro das organizações. Por isso, a Gestão dos Custos é essencial para que as organizações consigam atingir este objetivo. Todas as atividades da empresa envolvendo o suprimento, o apoio à manufatura e à distribuição física deve estar entre os focos principais nessa gestão dos custos. Para isso, ao realizar este controle dos suprimentos, os custos com a aquisição de materiais e serviços, custos de colocação de pedido, transporte, estoque, entre outros, tornam possível o levantamento de fornecedores que propiciem custos baixos e melhor nível de serviço. A Contabilidade de Custos Aplicada à Logística Para a maioria dos administradores, a Contabilidade é uma das melhores ferramentas que auxiliam no dia a dia, pois, de acordo com a máxima, a Contabilidade tem como objetivo gerar informações úteis para a tomada de decisões. E como vimos no tópico anterior, as empresas precisam aumentar o seu nível de serviço, o que inclui a redução dos custos dentro de toda a cadeia de suprimentos. A Contabilidade, mais especificamente a Contabilidade de Custos, deverá ajustar seu foco para a Logística a fim de gerar as informações chaves para o correto levantamento dos Custos Logísticos. Enquanto alguns autores de Logística, tais como Faria e Costa (2007), explicam que o trabalho de apuração dos Custos, em geral, está ligada à Controladoria das empresas, logicamente onde exista tal departamento, para outros estudiosos do assunto, a responsabilidade fica mesmo com a Contabilidade. No entanto, quantas empresas têm dentro das suas dependências o departamento de Controladoria ou mesmo de Contabilidade? Na verdade, a grande maioria são micro, pequenas ou médias empresas, nem sempre têm a possibilidade de ter um desses departamentos à disposição e, por conta disso, acabam não apurando corretamente os seus Custos Logísticos. Parece que, no momento, esta apuração fica apenas como privilégio das grandes organizações. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Se não bastasse este empecilho, surge ainda outro grande problema, que é a falta de qualidade nas informações dos Custos Logísticos. E esse problema tem interferência direta na tomada de decisões, pois pode fazer com que as informações entregues sejam distorcidas. Geralmente, as utilizadas pelos Administradores, para fins gerenciais, são aquelas oriundas da Contabilidade. Mas devemos nos lembrar de que as informações geradas pela Contabilidade têm como objeto principal atender a própria produção da empresa bem como ao fisco e às autoridades competentes, o que poderia inviabilizar a utilização das informações para a análise dos custos logísticos. Mas, como essas informações podem distorcer os custos logísticos? Para a Contabilidade, muitos custos logísticos podem ser apresentados nos relatórios e demonstrativos contábeis junto com as despesas administrativas. Por exemplo, os custos com distribuição podem aparecer com as despesas de vendas, e os custos com o transporte de suprimentos acabam por integrar o custo do produto vendido porque, para a Contabilidade, este está relacionado ao custo da aquisição do material, desvirtuando as informações relevantes à logística. Para isso, Lima (1998,on-line)1 fala que a Contabilidade e seus sistemas devem “possibilitar a simulação de diferentes políticas de produção para perceber como se comportam os custos”. Uma das maiores dificuldades da Contabilidade e consequentemente, a Gestão de Custos Logísticos é com os Custos Indiretos, que veremos ainda dentro deste estudo. Realmente, os custos indiretos são um dos entraves nesta apuração, pois o modo como serão alocados pode fazer muita diferença. Além disso, a Contabilidade de Custos deve não só ter a preocupação de apurar os custos dos produtos mas também mensurar a rentabilidade dos produtos e dos clientes. Você observou que só a Contabilidade não tem sido suficiente para fornecer todas as informações de Custos Logísticos que os Gestores precisam para tomar as decisões? Busque mais informações sobre este assunto e sobre como a Contabilidade pode trazer informações mais úteis para a Logística. Fonte: elaborado pelo autor. Conceitos Básicos de Custos Os Custos Logísticos que as empresas tanto almejam, em geral, são tratados pela Contabilidade como custos e despesas. Por isso, é prudente que façamos um levantamento dos conceitos básicos da Contabilidade de Custos, haja vista que serão nos relatórios e nas demonstrações contábeis que os administradores poderão recorrer antes da tomarem as decisões. Aliás, os gestores precisam absorver esses conhecimentos contábeis que facilitarão na compreensão dos Custos Logísticos. São eles: • Gastos : sacrifícios financeiros que a empresa tem para a aquisição de um produto ou serviço qualquer. Martins (2003, p. 24) esclarece que esse sacrifício pode ser “representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”. • Custos : são todos os gastos diretamente relacionados nos processos produtivos de um bem ou serviço. Segundo Sink e Tuttle (1993, p. 67), o custo, para muitas empresas, “é o determinante do sucesso competitivo”. Como exemplos temos a mão de obra e matéria-prima. • Despesas : são todos os gastos envolvidos no esforço de se obter receitas. Como exemplo temos as despesas com marketing, telefone e demais despesas administrativas, haja vista que o propósitodestes gastos é obter receitas. • Custos diretos : são aqueles que podem ser identificados facilmente no processo produtivo de um bem ou serviço, sem a necessidade de um critério de rateio. Como exemplo, na logística temos a mão de obra e as embalagens. • Custos indiretos : são aqueles que não podem ser identificados diretamente no produto ou serviço, necessitando de algum tipo de critério de rateio. Como exemplo, os custos com a tecnologia de informação utilizada em um processo logístico que atenda a diversos clientes, depreciação, seguros etc. • Custos fixos : são aqueles chamados “estruturais”, geralmente repetitivos, e que permitem o funcionamento normal da empresa. Como exemplo, podemos colocar aluguéis ou custo com armazenagem própria, depreciação etc. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com • Custos variáveis : são aqueles que variam, proporcionalmente, ao volume das atividades, isto é, conforme a produção ou serviços prestados. Como exemplo na logística, podemos citar o volume/quantidade dos serviços prestados, ou daquilo que é transportado ou armazenado. Como acabamos de verificar nos conceitos básicos de custos, as empresas bem como seus gestores necessitam desses conhecimentos para um eficiente levantamento das informações que auxiliarão na apuração dos Custos Logísticos. No entanto, de modo geral, estes acompanham os moldes utilizados pela contabilidade para as demais atividades, o que requer dos gestores dessas informações um conhecimento pleno de todo o negócio da empresa antes de se tomar qualquer decisão, haja vista que falhas de classificação ou rateamento dos custos podem colocar em risco a fidedignidade das informações e, consequentemente, os custos logísticos. LOGÍSTICA INTEGRADA E OS TRADE- OFFS Ao tratar da gestão dos Custos Logísticos, o Institute of Management Accountants - IMA (1992) conceitua-os como “os custos de planejar, implementar e controlar todo o inventário de entrada ( inbound ), em processo e de saída ( outbound ), desde o ponto de origem até o ponto de consumo”. Este conceito pondera que os custos logísticos são aqueles em que a empresa tem ao longo de todo o fluxo dos materiais e bens, desde os fornecedores, até a local que estes serão utilizados (Logística de Abastecimento), passando pelos processos de produção (Logística de Planta) até chegar ao consumidor final, inclusive o serviço de pós-venda (Logística de Distribuição). Logística Integrada Muito importante também é o conceito de Logística Integrada. De acordo com Faria e Costa (2014, p. 42), Logística Integrada “é vista como um conjunto de atividades e processos interligados cujo propósito é otimizar o sistema como um todo, minimizando os custos e, consequentemente, gerando valor ao cliente”. Para esses autores, quando se leva em consideração esse conceito, a empresa consegue diminuir os custos totais na execução das operações logísticas e visualizar toda a Cadeia de Suprimentos. A figura a seguir demonstra bem como se dá isso. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1#h.90u05oj53nni Figura 1- Operações logísticas Fonte: Bio (2001) apud Faria e Costa (2014, p. 43). Ainda de acordo com Faria e Costa (2014, p. 46), “os custos não podem ser vistos de forma isolada, como se fossem elementos independentes, assumindo que possuem uma relação direta com outras categorias de custos”. Portanto, os custos que incorrem em todos os processos logísticos precisam ser analisados no Custo Logístico Total, que complementa este conceito que acabamos de ver. Custo Logístico Total O conceito de Custo Logístico Total alega que as análises dos custos precisam ser realizadas com o olhar no macroprocesso logístico, e não apenas nos custos de forma isolada. Por exemplo, Lambert et al. (1998), baseado num estudo realizado por Lewis, Culliton e Steeke, em 1956, que falava sobre como o Frete Aéreo na distribuição física, provou que, embora esta modalidade fosse cara, a utilização do frete aéreo acabaria reduzindo outros custos, como custos com inventário e armazenagem, em virtude da rapidez na distribuição para os clientes. Lambert et al. concluíram que os custos sempre devem ser analisados num conjunto, no macroprocesso, e não apenas de forma independente. Este conceito de Custo Logístico Total deve ser baseado no inter-relacionamento dos custos de suprimentos, produção e distribuição. Copacino (1997) afirma que a análise do custo total precisa ter como foco otimizar os custos totais de transporte, armazenagem, inventário, processamento de pedidos e sistemas de informação e do custo decorrentes de lotes. Para o Custo Logístico Total o mais importante não é o custo individual, mas sim o custo total de um processo. Ao se analisar o Custo Total, trabalha-se com um conjunto de elementos interdependentes, que podem realizar trocas compensatórias, resultando num custo total diferente a cada alternativa estudada. Trade-offs Os Trade-offs são as chamadas trocas compensatórias que acontecem durante o levantamento dos Custos Logísticos. O Centro de Estudos Logísticos - CEL - da UFRJ (2017, on-line)2 trouxe um conceito bem interessante: “Afirma-se, com frequência, que um trade-off ocorre quando aumentos de custo numa atividade são mais do que compensados por reduções de custos em outras atividades”. Nem sempre baixar o custo de um elemento do conjunto é a melhor saída, pois pode acabar elevando o custo de outro elemento do conjunto. Faria e Costa (2014) fala que, em muitas oportunidades, aumentar o custo de um dos elementos da cadeia logística pode ser justificado, contanto que o Custo Logístico Total seja reduzido. É o embate entre Custo Logístico Total contra o Nível de Serviço. O gestor dos Custos Logísticos deverá, na sua busca pela custos totais, encontrar o chamado ponto ótimo , isto é, o melhor nível de serviço ao menor custo total. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com No quadro a seguir, vemos vários exemplos de Trade-offs e seus impactos na Armazenagem, no Inventário, no Transporte e no serviço ao cliente: Quadro 1 - Trade-offs e seus impactos na Armazenagem Fonte: Napolitano (1997, p. 22) apud Amaral (2012, p. 100). Tipos de Custos Custos logísticos: Elementos Físicos e Macroprocessos https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Como já dissemos, logo no início do livro, infelizmente, os custos logísticos ainda são objeto de poucos estudos e discussões. Para a maioria daqueles que se aventuram nessa discussão, a apuração dos custos logísticos tem início no suprimento e vai até o produto ou serviço chegar nas mãos dos clientes. Por isso, a necessidade de um conceito que englobe os Custos dentro da Cadeia de Suprimentos. De modo geral, os elementos e operações físicas logísticas mais comuns a qualquer processo logístico são as embalagens e dispositivos de movimentação, o manuseio e a movimentação de materiais no suporte às fábricas, a armazenagem e o transporte. Segundo Faria (2003, p. 72), os custos com esses elementos e operações físicas são abordados como Macroprocessos, onde estão associados à Logística de Abastecimento, Planta e Distribuição. Ela ainda esclarece: Cada um destes macroprocessos (abastecimento, planta e distribuição) constituem-se, na prática, de diferentes cadeias logísticas. Uma cadeia logística, no sentido de aqui empregado, é uma sequência de eventos e operações físicas que cumprem como uma tarefa logística completa; por exemplo, uma importação de componentes eletrônicos da Ásia até entrega na fábrica em São Paulo. Custos com Embalagens e Dispositivos de Movimentação Sendo um dos objetivos da logística a movimentação de bens e que estes cheguem intactos até o cliente, as embalagens e outrosequipamento de movimentação tais como pallets, racks, entre outros, são os principais meios que as empresas utilizarão para viabilizar o manuseio e a movimentação desses bens. Além disso, auxiliam no armazenamento, no transporte, na proteção, promoção e utilização do produto. Os custos com embalagens e dispositivos de movimentação compreendem as matérias-primas, a mão de obra e os custos com o desenvolvimento das embalagens. Ainda podem envolver o custo com depreciação dos equipamentos envolvidos na produção das embalagens. Custos com Manuseio / Movimentação de Materiais e Outras Operações Logísticas de Suporte à Fabricação Manusear os materiais compreende a movimentação realizada no momento do recebimento, da movimentação interna e da expedição. Todas elas se utilizam de recursos da empresa tais como “mão de obra, materiais, equipamentos, e sistemas de informação, e são impactadas por toda a atividade de armazenagem, tanto no que tange as decisões estratégicas quanto no que concerne às decisões operacionais” (AMARAL, 2012, p. 89). De acordo com Faria (2003, p. 77) “o manuseio e a movimentação não agregam valor ao produto, portanto, essas operações devem ser mantidas em nível mínimo”. Sendo assim, o gestor dos Custos Logísticos deverá analisar aqueles itens de menor valor unitário para que a relação do custo de manuseio e movimentação, frente ao custo total, seja minimizada o máximo possível. Para Faria e Costa (2014), é preciso verificar se a movimentação dos materiais é realmente necessária. Caso seja, procura-se manter a distância entre as operações o mais próximo possível, realizando um estudo do layout que proporcione o melhor fluxo. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Custos de Armazenagem No que diz respeito à Armazenagem, entendemos que é o conjunto de atividades envolvidas em se manter os estoques físicos. Envolve também as decisões quanto à localização, dimensionamento da área, arranjo físico, projeto de docas e configuração dos armazéns, tecnologia de movimentação interna, estocagem e sistemas (FARIA; COSTA 2014). Referente aos custos, deve incluí-los no capital investido, mão de obra do pessoal envolvido, custos com o aluguel do armazém e demais custos de ocupação (impostos, seguros, energia elétrica, água, telecomunicações, segurança, limpeza, etc), custos com a depreciação e manutenção de todos os equipamentos utilizados na armazenagem (paleteiras, empilhadeira etc). A armazenagem dá-se ao longo da cadeia logística quando ocorre a necessidade de se estocar mercadorias por um período de tempo, realizar transferências ou mesmo distribuição. Ballou (1993) acrescenta outras justificativas para uma empresa utiliza o processo de armazenagem: reduzir custos com transporte e produção; articular suprimento e demanda e apoiar o processo de produção etc. Mas, ao tratarmos de locais para armazenagens, é prudente observarmos o que Faria e Costa (2014, p. 79) adverte: Há um grande esforço por parte das empresas para minimizar o uso dos locais de armazenagem, com o objetivo de sincronizar a produção com a demanda do consumidor, visando a evitar o acúmulo dos estoques ao longo da cadeia para que obtenham menores custos, carregamentos e descarregamentos mais frequentes e giro mais rápido dos estoques. Até mesmo o estudo da viabilidade de um Centro de Distribuição deve ser realizado em alguns casos. Não é só por que é uma tendência no momento, mas porque pode proporcionar a redução de custos com a manutenção de inventário, transporte etc. Para isso, deve-se analisar o trade-off ótimo entre custos com armazenagem e transporte. O organograma, na figura a seguir, dá-nos uma boa ideia de toda a estrutura dos Custos de Armazenagem: Figura 2 - Estrutura dos Custos de Armazenagem Fonte: Faria e Costa (2014, p. 81). https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Custo de Transporte Visto que os custos com transporte são um dos maiores responsáveis pelos custos com a distribuição física dos produtos, a necessidade de torná-los mais eficientes é o que as empresas almejam. Faz parte desses custos a movimentação de produtos, que ocorre entre o fornecedor e a empresa, entre plantas e entre a empresa e o cliente. Caso a frota de veículos utilizados para transportar os produtos seja própria, tais custos incluem a depreciação dos veículos, mão de obra, seguro, IPVA, pedágios e até carros extras, caso seja necessário. As entregas em pequenas quantidades e frequentes precisam ser verificadas constantemente. As empresas preocupadas com o nível de serviço oferecido ao cliente também precisam ficar atentas para não aumentarem os custos de distribuição física. Entre os fatores que afetam os transportes estão a distância, o volume, a densidade, a facilidade de acondicionamento, a facilidade de manuseio e até a intensidade e facilidade de tráfego. As empresas devem realizar uma análise de qual modal melhor se enquadra nas necessidades dos clientes, nas necessidades da própria empresa e ainda contribuirá com a redução dos seus custos logísticos. O quadro a seguir, mostra um comparativo das principais vantagens e desvantagens de cada um dos modais: Quadro 2 - Vantagens e desvantagens de cada modal Fonte: adaptado de Duarte (2004). Provavelmente, você já sabia que, no Brasil, o modal mais utilizado é o Rodoviário. De acordo com o Portal Brasil (2014), que utilizou informações do Mapa da Logística dos Transportes no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mais de 60% de tudo que é transportado no Brasil utilizam esse modal.Veja o quadro a seguir: https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Quadro 3 - Modal de transportes Fonte: adaptado de Portal Brasil (2014, on-line)³. Custos de Manutenção de Inventários Os estoques ou inventários têm como principal objetivo garantir que materiais e produtos estejam disponíveis para a empresa tanto para sua comercialização quanto para sua utilização em suas operações próprias. Assim, o nível de inventários a ser adotado está diretamente relacionado à coordenação entre demanda e fornecedor. O ideal seria a busca pelo nível perfeito, que depende de uma sintonia entre a produção e o tempo de resposta de entrega, por parte do fornecedor, resultando em tempo de entrega zero e estoque zero. Por isso, nesta incerteza entre demanda e fornecimento, surgem os estoques. Talvez você imagine que a simples redução dos níveis dos estoques poderá reduzir os Custos Totais. Para Faria e Costa (2014), simplesmente reduzir os níveis de estoques sem uma análise prévia minuciosa, principalmente com relação à eficiência de entrega por parte do fornecedor, do armazém e do processamento do pedido, pode acabar resultando no aumento do Custo Logística Total. Afinal, na Logística existe não apenas o custo de se manter os estoques, mas também o custo da falta de estoques e do não atendimento ao cliente. O custo de manutenção de inventários incorre sobre todo o custo do capital investido, bem como os impostos, os seguros, a obsolescência e o risco. Porém, além disso, deve compreender o custo de oportunidade empatado nos estoques, isto é, o capital ali investido poderia ser utilizado na realização de outros investimentos. É o chamado custo de oportunidade. A taxa de oportunidade mais apropriada deve ser determinada, levando em consideração o tipo de investimento que poderia ser feito pela empresa se, em outro cenário, ela não aplicasse o capital nesses estoques. Custos de Tecnologia de Informação e Processamento de Pedidos Como se sabe, num mercado cada vez mais competitivo as empresas necessitam de aumento da produtividade, assertividade, acuracidade e agilidade. Isso tem resultado em investimentos crescentes e custos cada vez significativosem tecnologias de operação e de informação. Para Soares e Comucci et al. (2008, p. 102) “alguns recursos da TI têm, não apenas gerado soluções específicas, mas também criado novas oportunidades para o planejamento, o controle e a operação das atividades de toda a cadeia de suprimentos.” Ainda, segundo os mesmos autores, “estes sistemas ligam as atividades logísticas em um processo integrado combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as operações logísticas dentro de uma empresa ou na cadeia de suprimentos inteira”. Hoje, conforme vimos, em função da Tecnologia de Processamento de Informação ou a chamada Tecnologia da Informação (TI), é possível que as empresas obtenham todas as informações necessárias não só de dentro da própria empresa, mas da cadeia de suprimentos inteira. As empresas podem obter de forma muito “mais ágil, eficiente e eficaz todas as informações que necessitam a fim de tomar as melhores e mais acertadas decisões” (OLIVEIRA, 2016, p. 5). https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Está cada vez mais comum a utilização de tecnologias, como: Transelevadores, sistemas automatizados de separação de materiais; picking by light (sistema de separação por luz) e picking by voice (sistema de separação por voz); RFID (Identificação por radioFrequência); computadores de bordo; softwares especializados em roteirização de transportes, em gerenciamento de armazéns, de otimização de redes etc. Todas essas tecnologias implicam custos, seja apenas com a manutenção (aluguel, mensalidades etc.) seja com a mão de obra especializada. Muitas tecnologias utilizadas, atualmente, pelas empresas têm permitido a redução de custos por dar mais agilidade aos processos. Sugerimos que você assista a este vídeo para ter ideia de como a tecnologia específica, a Separação por Voz (picking by voice) pode dar suporte às empresas. Acesse o link disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lY9hbDo9zws . Acesso em: 30 ago. 2017. Fonte: elaborado pelo autor. Custos tributários Cada vez que acontecer uma movimentação de mercadorias ou uma operação mercantil, ocorrerá a incidência de um tributo, sejam federais, estaduais sejam municipais. O Código Tributário Nacional - CTN- Lei 5.172, em seu artigo 3º, define: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Nas empresas, os tributos incidem sobre todas as suas operações, tais como o transporte, a armazenagem e os serviços de terceiros. Segundo dados recentes, cerca de 33% de tudo que se fatura em nossas empresas têm como finalidade o pagamento de tributos. Para se ter uma ideia, só o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro das empresas correspondem a mais de 51% do lucro líquido apurado. Ainda, mais da metade de todos os gastos com custos e despesas somados representam tributos no Brasil, tornando a administração do ônus tributário questão de sobrevivência para as empresas. Entre os principais e mais conhecidos tributos estão: ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins. As legislações, no entanto, que tratam desses e de todos os demais tributos são muito complexas. Seriam necessárias muitas páginas de discussão sobre este assunto, por isso há número tão expressivo de profissionais que se dedicam à busca das atualizações que ocorrem constantemente, sugerindo maneiras racionais e eficientes das empresas reduzirem os custos tributários. Infelizmente, esse assunto é objeto de poucos estudos, especialmente na Logística, dada a importância dos custos tributários para as empresas. Pela incontestável complexidade dos custos tributários e por exercerem grande influência até na competitividade da empresa, são necessários todos os esforços e estratégias com o objetivo de se reduzirem os custos tributários. Em um de nossos estudos, abordaremos um pouco mais sobre o assunto Tributos e seus impactos nos processos Logísticos bem como a necessidade da realização, por parte das empresas, do correto planejamento tributário. Custos Decorrentes de Lotes Para as empresas, lotes dentro de um processo produtivo são todas as atividades necessárias para a preparação de lotes de produção, desde a preparação de uma máquina, os recursos que serão utilizados, o tempo gasto na preparação ou perdas ou desperdícios. Lambert (1994 apud Faria e Costa, 2014, p. 131) afirma que os Custos decorrentes de Lotes incluem: Custos de preparação de produção (tempo de setup de máquina, inspeção, refugo de setup e ineficiência do início da operação); Capacidade perdida devido à troca de ferramentas ou mudança de máquinas; E planejamento, manuseio e movimentação de materiais. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://www.youtube.com/watch?v=lY9hbDo9zws Ainda segundo Lambert (1994 apud Faria e Costa, 2014) os custos ligados ao tamanho do lote de produção/compra/venda mudam conforme o sistema de distribuição muda. Na visão do fornecedor, para o equilíbrio dos Custos de Lotes, é interessante que o lote seja o maior possível, o que otimizaria seus custos com produção e com seus custos fixos. Mas na outra ponta, para o cliente, é interessante que o lote seja o menor possível, pois reduz os custos com inventário. Os gestores de logística devem se preocupar com suas decisões quanto à utilização de lotes para abastecer, produzir ou distribuir materiais e produtos, pois estes podem impactar na redução dos seus custos e na eficiência das suas operações. Para isso, é necessário que os macroprocessos de compras, produção e marketing interajam. Custos Decorrentes do Nível de Serviço e Falhas Logísticas Os custos decorrentes do Nível de Serviço se referem, conforme já discutimos anteriormente, ao nível de satisfação no atendimento às necessidades do cliente. Esses são decorrentes de como a empresa irá proceder em suas operações logísticas com o objetivo de responder às exigências dos clientes ou do mercado. Já o custo da falha são resultados das falhas logísticas da empresa. Por exemplo, quando a empresa não atende ao cliente por situações como a falta de materiais ou produtos, entregas incorretas ou fora do prazo, avarias, entre outras coisas. Podem ter ocorrido por problemas no desembaraço aduaneiro, no transporte, nos cancelamentos de pedidos com atendimento insatisfatório ou por qualquer outro problema operacional que acabe por comprometer o nível do serviço prestado ao cliente. É um custo difícil de mensurar, pois não se sabe quais serão os impactos à imagem da empresa, ou mesmo quais os custos de uma venda perdida, se o cliente voltará a comprar ou fará uma propaganda negativa para outros. Já parou para pensar em como os Custos são de tamanha importância para as empresas? Uma empresa conseguiria alcançar o sucesso sem realizar corretamente a gestão dos seus Custos? Fonte: elaborado pelo autor. OS CUSTOS DOS ELEMENTOS E https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com OPERAÇÕES FÍSICAS LOGÍSTICAS Para que possamos compreender melhor os Custos Logísticos, é necessário vermos como eles ocorrem nos processos como custos das cadeias logísticas de abastecimento, planta e distribuição. Custos da Logística de Abastecimento Os custos da Logística de Abastecimento são formados pelos custos de obtenção, isto é, o conjunto necessário para disponibilizar materiais aos sistemas logísticos e de produção. Para o I nstitute of Management of Accountants - IMA (1989), geralmente, os custos com obtenção acabam incorporados aos materiais adquiridos. No Brasil, é comum os fornecedores embutir em seus preços os custos com os subprocessos de Armazenagem, Movimentação de materiais e Transporte. Um dos custos de difícil identificação na Logística de Abastecimentoé o custo de Transporte, pois a maioria das empresas não compartilham estas informações de maneira clara, haja vista que, em geral, no momento da compra dos materiais, estes já incluem gastos com frete e seguros. Na verdade, se as informações de custo de transporte fossem tratadas de forma separada, a empresa também poderia apurar, junto à Contabilidade, o custo com materiais (estoques) e os demais custos logísticos em contas contábeis diferentes, separando os custos logísticos e lidando com estes como custos variáveis do período. Assim, a tarefa de avaliação de desempenhos dos custos com a Logística de Abastecimento fica mais fácil para os gestores, que poderão ter, separadamente, as informações relevantes com fretes nacionais e internacionais, seguros, armazenamento, despesas aduaneiras, imposto de importação etc. Uma alternativa interessante utilizada pelas empresas para o levantamento dos valores dos fretes de compras é a implantação do Milk run na aquisição dos materiais. Esse sistema é utilizado, principalmente, quando a empresa fornecedora não informa o valor do custo de frete. O Milk run poderá apontar que existe desconto no custo do material a ser compensado por aumento no custo de transporte ( trade-off ), reduzindo os custos com inventário, eliminando desperdícios, aumentando a flexibilidade e a velocidade de reação ( lead time ) e aumentando o controle dos processos. Seu objetivo é negociar com os fornecedores seus preços com transportes por assumir a responsabilidade pelo frete, o que pode incluir buscar o material no fornecedor. Com este pensamento de segregar os custos da Logística de Abastecimento, até mesmo as informações com os impostos recuperáveis (ICMS, IPI e PIS) que incidem nas operações de compras precisam ser tratados pela Contabilidade de forma separada do custo do material. Estes impostos serão reconhecidos como impostos a recuperar, compensando-os com os impostos a recolher. Existem também alternativas para a redução dos custos Logísticos de Abastecimento. Um exemplo é a adoção do JIT ( Just in Time ). Esse método propõe que a quantidade certa de materiais seja entregue no momento certo. As montadoras automobilísticas do mundo todo se utilizam desta técnica. Outra estratégia utilizada é a Janela de Entrega ( Time Windows ), que estabelece horários determinados em que os fornecedores podem realizar as entregas dos materiais. Estas técnicas associadas dão um ótimo resultado e amenizam os custos com inventário. Não devemos nos esquecer também da possibilidade de utilização, ou não, por parte das empresas, dos chamados Centros de Distribuição, já mencionado neste estudo quando tratamos dos Custos de Armazenagem. Os Centros de Distribuição podem ser úteis, pois auxiliam na consolidação e no embarque de materiais, melhoram o controle da cadeia de abastecimento, diminuindo, assim, os custos com transportes e otimizando o embarque de materiais. Quando se trata de materiais importados, a cadeia envolve todas as atividades logísticas, desde o fornecedor no país de origem, até o recebimento dos materiais na empresa local. Não trataremos deste assunto, haja vista toda a sua complexidade. No entanto as empresas que se utilizarão desses serviços precisam obter o conhecimento dos chamados Incoterms (Termos de Comércio Internacional), que definem os direitos e as obrigações mínimas do comprador e do vendedor com respeito aos fretes, seguros, movimentação, desembaraço, liberação aduaneira, entre outras coisas, definindo todos os custos logísticos. Esse conhecimento faz-se necessário a fim de que as empresas consigam reduzir os custos da Logística de Abastecimento. Na figura a seguir, um pequeno esquema de como se comportam os Incoterms , que demonstra onde começam e onde terminam as responsabilidades dos compradores e dos vendedores: https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Figura 3 - As responsabilidades dos compradores e dos vendedores Fonte: adaptado de Globalnegotiator (2017). Custos da Logística de Planta A Logística de Planta são todas as atividades envolvidas no Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), e seus custos devem incluir também os Custos Decorrentes de Lotes. Segundo Faria e Costa (2014), os Custos com PPCP envolvem os gastos com a sincronização das entradas de materiais para atender as necessidades de saídas de materiais. De acordo com Faria e Costa (2014) os principais custos associados à Logística de Planta são: (1) os custos com manutenção dos inventários de matérias- primas, componentes e produtos em processo; (2) todos os custos relacionados com armazenagem e movimentação dos materiais e componentes na planta (mão-de-obra e depreciação dos equipamento de movimentação); e (3) embalagens e demais dispositivos de movimentação. No quadro a seguir, como os Custos de Logística de Planta se comportam: Quadro 4 - Custos de Logística de Planta Fonte: Faria, Robles e Bio (2004). Novamente os níveis de estoques precisam de atenção redobrada, pois também influenciam nos custos da Logística de Planta. Lambert et al. (1998) alega que esses níveis de estoques podem influenciar o sistema de produção, como o sistema de produção também pode influenciar nos níveis de estoques. E nesse momento, níveis baixos de estoques não significam, necessariamente, diminuição nos Custos da Logística de Planta. Talvez você esteja se perguntando como isso acontece. É que, se a diminuição nos níveis de estoques não for algo conscientemente planejado dentro do Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), podem ocorrer atrasos ou até mesmo parada na linha de produção, o que geraria aumento dos custos ao invés de redução. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com Novamente, técnicas como JIT ( Just in Time ) são uma ótima alternativa, cada vez mais utilizada por empresas industriais. A possibilidade de sincronizar as entregas junto ao fornecedor, seguindo a programação e sequência da produção, proporcionam que os níveis de estoques sejam mantidos dentro do mínimo possível, porém sem que haja desperdícios ou falhas no sistema logístico. Custos da Logística de Distribuição Os Custos da Logística de Distribuição englobam todos os gastos pós-fabricação. Tem como principal objetivo levar produtos certos a lugares certos, no tempo e nível de serviços desejados, pelo menor custo. Para Ballou (2006) dentre todos os processos logísticos, a logística de distribuição é a que tem a maior importância nos custos logísticos, haja vista que reflete numa fatia maior do custo total da empresa. A Logística de Distribuição envolve todo o fluxo de materiais, desde o fornecedor até o cliente (BERTAGLIA, 2003). Neste processo estão inclusos o recebimento e o processamento de pedidos, a armazenagem, os controles de estoques, a administração de frotas e fretes, a separação de produtos, carga e veículos, transportes para fora da empresa (entrega final de produtos acabados), estabelecendo um canal de distribuição, entre outras. Para que haja eficiência e redução dos custos com Logística de Distribuição, é necessário exatidão no planejamento e no atendimento dos pedidos (embarque completo, em perfeitas condições, com entrega no prazo e documentação adequada). É importante que, como nos demais processos logísticos, sejam evitados rateios de forma indiscriminada dos custos, desde a saída da linha de produção até a entrega, possibilitando a mensuração dos custos dos canais de distribuição dos clientes e, até mesmo, das entregas. A maneira como a empresa consegue fazer chegar o produto rapidamente, tornando mais eficiente a distribuição física, em termos de gestão de custos, integrando da melhor maneira possível as funções que compõem a distribuição, pode ser o diferencial na vantagem competitiva. “Toda atividade empresarial sempre estará voltada à redução dos custoscom a melhoria do nível de serviço prestado a seus clientes para a obtenção do lucro. Inverter esta ordem diminui muito as chances de sucesso. Contudo é a dificuldade para lidar com custos que determinará como será a existência e a permanência de uma organização no mercado: quanto mais a empresa entender acerca de seus custos, mais segurança nos https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com investimentos ela terá. E são os custos logísticos a linha que mais oferece sucessos e fracassos às organizações”. Para saber mais, acesse o link disponível em: http://www.logisticadescomplicada.com/entendendo-os-custos-logisticos-part-1/ . Fonte: Costa (2017, on-line). OS CUSTOS DOS MACROPROCESSOS LOGÍSTICOS E OS CUSTOS TOTAIS Depois da apuração dos custos logísticos de cada uma das atividades, é importante deixar claro que a busca pela redução dos custos não deve ser realizada apenas de forma isolada, com um olhar meramente nos custos das atividades logísticas. A minimização dos custos, por parte dos gestores logísticos deve ter um olhar para o todo. Depois de levantados os custos das atividades, a empresa deve buscar formas de otimização dos custos totais. Os custos logísticos devem ser gerenciados, segundo a Logística Integrada, levando-se em consideração todas as atividades logísticas, ou seja, gerenciados de forma global. Os níveis de serviço exigidos pelos clientes juntamente com a análise dos impactos no resultado econômico da empresa deve ser o propósito da empresa. Para auxiliar nesse sentido, é necessária a apuração do Custo Logístico Total (CLT), no qual Faria e Costa (2014) sugere que seja realizado, por meio dessa expressão: Onde cada sigla refere-se às iniciais de um determinado custo Logístico: CAM = Custos de Armazenagem e Movimentação de Materiais CTRA = Custos de Transporte (incluindo todos os modais ou operações intermodais) CE = Custos de Embalagens (utilizadas no sistema logístico) CMI = Custos de Manutenção de Inventários (Matéria-prima) https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.logisticadescomplicada.com%2Fentendendo-os-custos-logisticos-part-1%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF4SLcoopPpxHgbkGh-0GHW5oA2Og CTI = Custos de Tecnologia de Informação CDL = Custos Decorrentes de Lotes CTRI = Custos Tributários (tributos não recuperáveis) CDNS = Custos Decorrentes do Nível de Serviço CAD = Custos da Administração Logística Observe que, neste modelo completo sugerido por Faria e Costa (2014), são considerados os Custos da Administração Logística (CAD), pois caso existir na empresa um gestor responsável por todos os processos logísticos, o custo com a mão de obra do gestor deve ser acrescentado no cálculo. O Custo Logístico Total (CLT) também pode ser apurado com o olhar nos custos com os Processos: Onde: CLOGAba = Custos Logísticos do Abastecimento CLOGPla = Custos Logísticos da Planta CLOGDis = Custos Logísticos de Distribuição Qual modelo será adotado pela empresa deve ser uma decisão que levará em consideração todas as características do seu negócio e quais os objetivos a empresa pretende alcançar com as informações obtidas. Quanto menos complexo for o negócio da empresa, menor será a complexidade para a apuração dos Custos Logísticos Totais. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/unidade-1 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/atividades Página inicial ATIVIDADES 1. A terminologia utilizada na Contabilidade de Custos é muito importante, pois nos relatórios e nas demonstrações contábeis é que os administradores poderão recorrer antes da tomarem as decisões. Referente aos principais termos da contabilidade de custos,analise as afirmativas a seguir: I) Despesas são todos os gastos diretamente relacionados nos processos produtivos de um bem ou serviço. Exemplo: mão de obra. II) Custos Indiretos são aqueles que não possibilitam a identificação direta com o produto ou serviço, devendo ser utilizado algum tipo de critério de rateio para sua alocação. Exemplo: os custos com T.I, depreciação, seguros etc. III) Custos são todos os gastos envolvidos no esforço de se obter receitas. Exemplo: gastos com marketing, telefone e outros gastos administrativos. IV) Custos Diretos são os gastos que são identificados facilmente no processo produtivo de um bem ou serviço, sem a necessidade de um critério de rateio. Assinale a alternativa correta: a) As afirmativas I, II e III estão corretas. b) As afirmativas I e IV estão corretas. c) As afirmativas II e IV estão corretas. d) As afirmativas II, III e IV estão corretas. e) As afirmativas I, II e III estão corretas. 2. O gestor dos custos da empresa “O gato comeu sua língua” está realizando o levantamento dos seus custos e despesas no mês, porém está em dúvida quanto à classificação de quatro gastos. São eles: I) Mão de obra dos operários da fábrica. II) Salário da Administração. III) Depreciação das máquinas da fábrica. IV) Matéria-prima consumida. https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial Classifique corretamente os gastos em Despesas (D), Custos Diretos (CD) e Custos Indiretos de Produção (CIP) e assinale a alternativa que corresponda à classificação correta dos gastos: a) CD; D; CD; CD. b) CIP; D; CIP ; CD. c) CD; D; CIP; CIP. d) CD; CIP; CD; CD. e) CD; D; CIP; CD. 3. Conforme observamos em nossos estudos, os elementos e operações físicas logísticas de embalagens e dispositivos de movimentação, o manuseio e a movimentação de materiais no suporte às fábricas, a armazenagem e o transporte são os mais comuns em qualquer processo logístico. Identifique e classifique as assertivas como (V) as verdadeiras ou (F) as falsas: ( )O Custo de Armazenagem envolve todos os gastos com as atividades envolvidas em se manter os estoques físicos. ( )Custos com embalagens e dispositivos de movimentação compreendem toda a movimentação que deve ser realizada no momento do recebimento, da movimentação interna e da expedição. ( )Todos os gastos com a movimentação de produtos, que ocorrem entre o fornecedor e a empresa, entre plantas e entre a empresa e o cliente serão custos com transportes. ( )Os gastos com o manuseio dos materiais compreende a movimentação realizada no momento do recebimento e da movimentação externa até que o produto chegue nas mãos do cliente. Assinale a sequência correta: a) V; F; V e F. b) V; F; F e F. c) F; F; V e F. d) V; V; V e F. e) V; F; V e V. Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/atividades https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/resumo Página inicial RESUMO Neste estudo, aprendemos um pouco sobre este universo chamado Gestão dos Custos e os seus princípios que vêm da Contabilidade de Custos e aprendemos sobre os seus mais importantes conceitos. Adentramos também nos conceitos dos Custos Logísticos, iniciando pelos elementos: • Custos de Armazenagem e Movimentação; • Custos de Transporte; • Custos com Embalagens; • Custos de Manutenção de Inventários; • Custos de Tecnologia de Informação; • Custos Tributários; • Custos decorrentes de Lotes; • Custos decorrentes de Nível de Serviço e de falhas Logísticas; • Custos Logísticos Associados aos processos. Depois dos principais conceitos de Custos Logísticos, fomos para os Macroprocessos da Logística: Logística de Abastecimento; Logística de Planta; Logística de Distribuição. Nosso propósito, aqui, não foi nos aprofundar no assunto, até por conta da amplitude do tema. No entanto foi possíveltermos uma noção da importância dos custos para as empresas, em específico, com o olhar para os Custos Logísticos. Vimos, também, que as informações provenientes da Contabilidade não são suficientes para a gestão dos Custos Logísticos e, por isso, é necessária a adequação dessas informações às necessidades daqueles que tomarão as decisões logísticas. A Gestão dos Custos é algo dinâmico, assim como os cenários em que as empresas se situam. Não devemos parar de nos atualizar e de buscar conhecimentos sobre o assunto. Tendo em mente esta tarefa fundamental, no próximo estudo, veremos algumas ferramentas que podem auxiliar as empresas e gestores a realizar análises e gestão dos Custos Logísticos. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/resumo https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico Página inicial Material Complementar Leitura Gestão de Custos Logísticos Autor: Ana Cristina de Faria e Maria de Fatima Gameiro da Costa Editora: Atlas Sinopse : custos minimizados, ativos logísticos otimizados e serviços de excelência prestados aos clientes agregam valor aos acionistas e clientes, bem como são fundamentais para que as parcerias na cadeia de suprimentos possam atingir seus objetivos. Na busca desses resultados, os gestores da Logística empregam modelos de raciocínio próprios - os conceitos e técnicas de Logística Integrada - os quais demandam informações contábil-gerenciais específicas. No entanto, ao contrário de estarem assim conceituados, os critérios adotados nos sistemas contábeis tradicionais e as informações geradas têm sido objeto de críticas generalizadas entre os estudiosos e profissionais de Logística, apontando para a inadequação das informações contábil-gerenciais, que são fatores críticos aos processos decisórios da Logística. Nesta obra, buscou-se identificar e mensurar os Custos Logísticos Totais, provenientes dos três processos logísticos: Abastecimento, Planta e Distribuição, visando a atender a natureza das decisões logísticas em seus diversos níveis. Na Web Para ampliar seus conhecimentos, segue a sugestão de texto do Professor Maurício Pimenta Lima, Engenheiro de Produção e Mestre em Engenharia de Produção, que traz uma abordagem bem interessante sobre o tema que acabamos de abordar, no artigo intitulado Custos logísticos na economia brasileira. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/eu-indico https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.coppead.ufrj.br%2Fpt-br%2Fupload%2Fpublicacoes%2FArtLog_JAN_2006.pdf%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEAwA-tMJ36h3frsE0EMIEJzNuOMg https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias Página inicial REFERÊNCIAS AMARAL, J. V. Trade-Offs de Custos Logísticos . Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, 2012. BALLOU, R. H. Logística Empresarial : transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento . Ed. Saraiva, 2003. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística Empresarial : o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Editora Atlas, 2001. Duarte, P. C. 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Coste y Seguro Pagado hasta (lugar de entrega designado) Disponível em: http://www.globalnegotiator.com/es/incoterm-cip-es . Acesso em: 29 ago. 2017. OLIVEIRA, R. A. RFID - A tecnologia da informação como vantagem competitiva. RFID Journal Brasil. 01 dez. 2016. Disponível em: http://brasil.rfidjournal.com/noticias/vision?15303 . Acesso em: 26 set. 2017. 1 Em: https://www.ilos.com.br/web/custos-logisticos-uma-visao-gerencial/ . Acesso em: 31 ago. 2017. 2 Em: ead2.fgv.br/ls5/centro_rec/docs/o_conceito_custo_logistico.doc . Acesso em: 31 ago. 2017. 3 Em: http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2014/11/ibge-mapeia-a-infraestrutura-dos-transportes-no-brasil . Acesso em: 31 ago. 2017. 4 Em: http://www.logisticadescomplicada.com/entendendo-os-custos-logisticos-part-1/ . Acesso em: 31 ago. 2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/refer�ncias https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2FL5172Compilado.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEQ1jYNPYIhtrI1yczGYIw8EhroHA https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fanaiscbc.emnuvens.com.br%2Fanais%2Farticle%2Fdownload%2F2284%2F2284&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEUESFMQ3wxuvnvR7JocrWftKmXhA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.globalnegotiator.com%2Fes%2Fincoterm-cip-es&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEc1hYQNIVrA0KXuk_T15m8vsq-8Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fbrasil.rfidjournal.com%2Fnoticias%2Fvision%3F15303&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHqP-mUlVTc6NN_hzOqCTvi9nG0vg https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fwww.ilos.com.br%2Fweb%2Fcustos-logisticos-uma-visao-gerencial%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFFo8N_HnXel38kQW2QjN5cR1prRA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fead2.fgv.br%2Fls5%2Fcentro_rec%2Fdocs%2Fo_conceito_custo_logistico.doc&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE1cCaRBiqizgwG_9X7CwECekWQLg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.brasil.gov.br%2Finfraestrutura%2F2014%2F11%2Fibge-mapeia-a-infraestrutura-dos-transportes-no-brasil&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF3iBCQHnrKf_OQcOoKJQ8RHjwqGw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.logisticadescomplicada.com%2Fentendendo-os-custos-logisticos-part-1%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF4SLcoopPpxHgbkGh-0GHW5oA2Og https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundandoPágina inicial APROFUNDANDO A falta de planejamento em infraestrutura no transporte, no Brasil, eleva os custos das empresas Existem vários elementos físicos e macroprocessos que precisam ser levados em consideração na Gestão dos Custos Logísticos, entre eles os Custos de Transporte. Neste quesito, a infraestrutura em Transporte, ou a falta dela, contribui, decisivamente, para a elevação dos custos de transporte, em especial no Brasil. Para falar sobre esse assunto, segue uma entrevista concedida à Agência CNT de Notícias do coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende. Essa entrevista contribuirá muito para entender como os custos logísticos são influenciados pela falta de boa infraestrutura no transporte. Resende apresenta alguns dos problemas que acarretam mais dificuldades para o transporte, no Brasil, aponta falhas no planejamento e nas políticas públicas referentes aos investimentos na infraestrutura do país e faz, também, uma rápida comparação com a China. Agência CNT : Quais os principais problemas que o Brasil enfrenta na área de infraestrutura? Paulo Resende : Começando pelas rodovias, há um problema que é a alta dependência deste modal. O Brasil tem quase 1 milhão e 700 mil km de rodovias, envolvendo as esferas federal, municipal e estadual, e menos de 14% são asfaltadas. A administração está nas mãos do poder público, que faz poucos investimentos. A maioria das cargas é transportada pelo modal rodoviário, o que provoca um grande desgaste nas estradas e reduz a qualidade delas. Em relação às ferrovias, a questão fundamental é a baixa densidade ferroviária ou a ausência de corredores ferroviários. Existe um vazio ferroviário no Brasil, principalmente nas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A participação das ferrovias em nossa matriz de transporte deveria ser, no mínimo, de 38%. Outra questão é o fato de a maioria dos trilhos transportarem minério de ferro. É preciso transportar cargas com maior valor agregado. Agência CNT : E como está a situação dos portos e aeroportos? Paulo Resende : Nos portos, encontramos um nível de ineficiência muito grande. O porto brasileiro é ineficiente, quando comparado com referências mundiais, como Cingapura e Roterdã, na Holanda, por exemplo. Isso se dá por falta de investimentos históricos. Além da falta de modernização, existem a influência política, que é excessiva, e a questão da burocracia. Estes três elementos associam-se à concentração portuária, ou seja, poucos portos com muito volume movimentado, como Santos (SP) e Paranaguá (PR). Nos aeroportos, o transporte de cargas é quase inexistente. Ele representa menos de 1% da matriz de transporte do Brasil, com grande concentração nos terminais de Guarulhos (SP) e Viracopos (SP). Temos uma baixíssima qualidade nos serviços. De um modo geral, os quatro modais precisam de muito investimento. Agência CNT : Isso quer dizer que os investimentos não estão acompanhando o crescimento da economia... https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial Paulo Resende : Não, não estão. O resultado dessa falta de investimentos é a queda de competitividade. O Brasil é um país cada vez menos competitivo, tanto no cenário global, como no nacional. Isso significa que o brasileiro está pagando mais caro pelo que consome. Agência CNT : A China, por exemplo, investe um percentual maior do PIB em infraestrutura, existe mais planejamento… Paulo Resende : O Brasil não tem planejamento em infraestrutura de transporte e, na China, existe um conceito que poderia ser adotado aqui - a elaboração do projeto executivo antes da licitação. Essa mudança resolveria uma das nossas grandes mazelas ligadas à corrupção. O Brasil é o país dos aditivos, ninguém quer saber o detalhamento do projeto. Os brasileiros entram às cegas na concorrência ou licitação e, depois, quando vão desenvolver o projeto executivo, enfrentam dificuldades e precisam ficar aditivando os orçamentos. Essa é uma prática brasileira que precisa acabar. Na China, os projetos não são executados antes que se conheçam as suas dificuldades ou variáveis técnicas. Agência CNT : Existe outro exemplo que mostre como os chineses são mais eficientes nesse sentido? Paulo Resende : Podemos traçar uma comparação com as ferrovias. Os chineses, do pré-projeto ao início da operação de um sistema sobre trilhos, gastam 60% do tempo planejando e 40% realizando a obra. No Brasil, apenas 20% do prazo é dedicado ao planejamento e os 80% restantes são para a execução do projeto. Os brasileiros não planejam, vivem de surpresa. Os chineses evitam enfrentar estes problemas no decorrer do empreendimento. Agência CNT : O Programa de Investimentos em Logística (PIL) do governo federal é um avanço para melhorar o setor de infraestrutura no país? Paulo Resende : Sim. Antigamente, existia um pensamento, no Brasil, de que o orçamento público seria suficiente para arcar com as demandas de infraestrutura e logística do país. Isso foi um erro histórico. O Plano de Logística traz o investidor privado para o papel de ator principal nesse novo movimento. A gente só espera que o governo não decepcione os investidores, quebrando contratos, ou mudando regras a todo o tempo. O governo precisa entender que o investidor estrangeiro joga com regras sólidas de mercado, sinais de instabilidade não vão trazer investimentos privados para o país. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! REFERÊNCIAS Em: http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=363 . Acesso em: 31 ago. 2017. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/aprofundando https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.fdc.org.br%2Fblogespacodialogo%2FLists%2FPostagens%2FPost.aspx%3FID%3D363&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGou-7T9FhEa5jJ4WGlYJNcbAJwwQ https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial/editorial Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; OLIVEIRA, Renato Alves de. Custos e Tributos Logísticos na Cadeia de Suprimentos . Renato Alves de Oliveira. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 46 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Logísticos. 2. Tributos. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds1/p�gina-inicial/editorial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds1/p%C3%A1gina-inicial Página inicial MÉTODOS DE CUSTEIO LOGÍSTICO Professor : Esp. Renato Alves de Oliveira Objetivos de aprendizagem • Compreender as diferenças entre Métodos de Custeio e Critérios de Rateio e refletir sobre como a utilização de um método de Custeio adequado pode fornecer suporte para a tomada de decisão. • Conhecer o método de Custeio por Absorção. • Conhecer o método de Custeio Direto. • Conhecer o Método ABC, compreendendo a importância do levantamento das atividades para o custeio da Cadeia de Suprimentos.• refletir sobre as Vantagens e Desvantagens do Custeio Baseado em Atividades. https://sites.google.com/view/cetlncds2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds2/p%C3%A1gina-inicial Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Diferenças entre Rateio e Custeio e a importância dos métodos de Custeio para a tomada de decisões • Método de Custeio por Absorção • Método de Custeio Direto • Método de Custeio Baseado em Atividades • Vantagens e Desvantagens do ABC para a Logística Introdução Todos os dias, os gestores precisam tomar diversas decisões que fazem parte do dia-a-dia da empresa e que darão um direcionamento para a mesma, inclusive no tocante a perpetuação das suas atividades. Não poderia ser diferente, a busca pelo aumento da vantagem competitiva tem sido uma forma de diferenciar-se frente às outras empresas, atraindo novos clientes, e fidelizando aqueles que já são seus clientes. Com o aumento da competitividade a informação correta e no tempo certo pode reduzir de forma eficaz os custos com inventários, e demais recursos, e consequentemente aumentar os resultados econômicos da empresa. No entanto nos deparamos com um problema. A qualidade dessas informações. Novamente nos deparamos com as informações que são geradas pela Contabilidade. Posso afirmar isso, pois como Contador, reconheço que os relatórios e demonstrativos oriundos da Contabilidade não são eficientes quando se trata dos Custos Logísticos. Já discutimos no estudo anterior que as informações que geradas na Contabilidade acabam privilegiando a produção da empresa e o Fisco. Os gestores logísticos acabam não visualizando os dados que interessam para a apuração e análise dos custos logísticos, dificultando a tomada de decisão. Infelizmente, a Contabilidade acaba pecando por omissão, pois com métodos obsoletos e que carecem de modernização, não tem acompanhado as necessidade dos gestores logísticos, a diversidade das atividades das empresas, bem como o aumento dos canais de distribuição atualmente existentes. Outro grande e pontual problema que ocorre hoje é o crescimento dos custos indiretos ou overhead, bem como o método utilizado para alocar esses custos. Por isso, tais mudanças no cenário obrigam as empresas a também se atualizarem, em especial a visão que elas têm sobre o controle dos seus custos. Ficar apenas analisando a empresa do alto, sem analisar cada atividade e processo, não ajudará o gestor a avaliar de maneira eficiente os seus custos e despesas. https://sites.google.com/view/cetlncds2/p�gina-inicial https://getfireshot.com Assim como todo equipamento ou ferramenta que só será útil se alguém as utilizar e da maneira correta, assim também acontece com as ferramentas de apuração dos custos. As ferramentas isoladas e sem alguém devidamente preparado para utilizá-las não tem serventia. Por isso, vamos analisar neste estudo as principais ferramentas/métodos de custeio utilizados pelas empresas, sem pretensão de exaurir o assunto. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/cetlncds2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 Página inicial DIFERENÇAS ENTRE RATEIO E CUSTEIO E A IMPORTÂNCIA DOS MÉTODOS DE CUSTEIO PARA A TOMADA DE DECISÕES Os Métodos de Custeio são um meio, um caminho para se atribuir os custos dos produtos e serviços oferecidos pela empresa e auxiliam o gestor a encontrar as melhores soluções para os problemas logísticos e da apuração dos seus custos. Interessante lembrarmos que trataremos, agora, de Métodos de Custeio, e não de métodos de avaliação de estoques, tais como PEPS, UEPS, MPM (MFM), pois são coisas totalmente diferentes. Auxiliar numa análise gerencial que possa trazer melhorias dos processos produtivos, identificar e mensurar desperdícios são alguns dos benefícios dos Métodos de Custeio (BORNIA, 2002). O método conhecido como rateio tem muitas críticas por conta das distorções que ele pode causar nos custos dos produtos, resultando em possíveis decisões equivocadas. O rateio, basicamente, é a forma como os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) serão repartidos aos produtos e que necessitam de uma regra pré-estabelecida, um tanto que arbitrária, isto é, que não tem muito fundamento lógico, pois depende muito da vontade de quem decide. Geralmente. a forma como estes custos serão rateados entre os produtos tem como base o volume de produção, a mão de obra, as horas gastas etc. Se uma determinada empresa, num dado período, produziu 1.000 unidades do produto X e 1.500 unidades do produto Y, gastando um total de R$ 10.000,00 com Custos Indiretos de Fabricação (CIF), em que 15 funcionários produzem o produto X, e 20 produzem o produto Y, eles gastaram 70 horas para produzir o produto X e 50 horas para produzir o produto Y. Se o gestor for utilizar um critério de rateio para alocar os gastos com CIF, ele terá que decidir entre os seguintes critérios possíveis: quanto ao número de funcionários, quanto às unidades produzidas ou quanto às horas gastas na fabricação. Mas qual utilizar? Observe os resultados: Critério de rateio: Nº de funcionários CIF/Total de funcionários = R$ 10.000,00/35 = R$ 285,71 Produto X: 15 (funcionários) x R$ 285,71 = R$ 4.285,71/1.000 (unidades produzidas) = R$ 4,29 (custo unitário). https://sites.google.com/view/cetlncds2/p�gina-inicial/unidade-2 https://getfireshot.com https://sites.google.com/view/cetlncds2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/cetlncds2/p%C3%A1gina-inicial Produto Y: 20 (funcionários) x R$ 285,71 = R$ 5.714,29/1.500 (unidades produzidas) = R$ 3,81 (custo unitário). Critério de rateio: Unidades produzidas CIF/Total de unidades produzidas = R$ 10.000,00/2.500 = R$ 4,00 Produto X: 1.000 (unidades produzidas) x R$ 4,00 = R$ 4.000,00/1.000 (unidades produzidas) = R$ 4,00 (custo unitário). Produto Y: 1.500 (unidades produzidas) x R$ 4,00 = R$ 6.000,00/1.500 (unidades produzidas) = R$ 4,00 (custo unitário). Critério de rateio: Horas gastas CIF/Total de Horas gastas = R$ 10.000,00/120 = R$ 83,33 Produto X: 70 (Horas gastas) x R$ 83,33 = R$ 5.833,10/1.000 (unidades produzidas) = R$ 5,83 (custo unitário). Produto Y: 50 (Horas gastas) x R$ 83,33 = R$ 4.166,50/1.500 (unidades produzidas) = R$ 2,78 (custo unitário). Observe que, nos três critérios de rateio, tivemos resultados completamente diferentes Num momento, tivemos o produto X com maior custo unitário e, em outro, tivemos os dois produtos com custos unitários iguais. No último critério utilizado, tivemos o produto Y com maior custo. Agora, qual critério utilizar? Qual produto, afinal, tem o custo maior para ser fabricado? Esta é a principal crítica quanto à utilização do método de Rateio, a arbitrariedade, pois, infelizmente, o resultado obtido traz insegurança quanto aos custos finais dos produtos e serviços. Devido a estes problemas e a como os Custos Indiretos de Fabricação têm aumentado muito se comparados aos custos diretos, o Rateio não se mostra um método apropriado para a apropriação dos Custos Indiretos. Isto nos mostra algo de muita importância. Num sistema de custeio, é imprescindível rastrear os custos por meio da estrutura logística, para que não haja um rateio indiscriminado de custos. Porém, é necessário pontuarmos que mesmo os sistemas de Custeio tradicionalmente utilizados sendo mais eficientes do que o simples método de Rateio, eles ainda se mostram deficientes quando falamos de análise logística, pois carecem de algumas informações para um exame profundo da lucratividade por cliente e por mercado, já que esses métodos têm como foco o levantamento dos custos associados apenas aos produtos (CHRISTOPHER, 1997). Assim, surgiu a necessidade da criação de métodos de Custeio mais modernos, que sejam unificados
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