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Daniella Machado TURMA XXVI Morfofuncional IV: Módulo 3 Introdução ao Estudo da Neoplasia e Nomenclatura – Proliferação Celular Introdução Tudo se inicia quando a célula realiza um mecanismo de adaptação celular, por uma lesão reversível ou irreversível Crescimento celular = multiplicação celular. Diferenciação = processo de especialização morfológica e funcional das células, alterações reversíveis no tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica ou funções das células e resposta a modificações em seu meio ambiente. Alterações do Volume Celular Quando uma célula recebe estímulos acima do normal, aumentando a síntese de seus constituintes e o seu volume, pode ser fisiológica (resposta à sobrecarga) ou patológica (miocárdio com aumento da carga de trabalho, musculatura de órgãos ocos, de neurônios, de hepatócitos) tem-se a hipertrofia. Possuí fatores para o seu desenvolvimento: integridade celular, preservação inervação, irrigação sanguínea adequada e aumento da produção das proteínas celulares. Pode ser fisiológica, como a senilidade ou patológica (inanição, obstrução vascular, desuso, compressão, redução de hormônios, inflamações crônicas, substâncias tóxicas). Se sofre agressão que resulta em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para renovação de suas estruturas, com aumento da degradação de proteínas celular, que é a hipotrofia. Atrofia: hipoplasia + hipotrofia (gravidez), pode ser fisiológica (notocorda) ou patológica (desuso, denervação senilidade, muscular, compressão e perda de estimulação endócrina). Alterações da proliferação celular Fisiológica (órgão hormônio-sensível, pode ser compensatória) e patológica (hiperestimulação hormonal na síndrome de Cushing ou hiperplasia da tireoide) Aumento da taxa de divisão celular acompanhada de diferenciação normal – hiperplasia. Fisiológica (senilidade ou involução do timo) ou patológica (medula óssea e órgãos linfoides) Diminuição da taxa de proliferação celular – hipoplasia. Aplasia – ausência. Alterações da diferenciação celular Quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal, tem-se metaplasia (meta = variação, mudança). *Espada de dois gumes São alterações reversíveis de um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal substituído por outro tipo celular). Sendo uma resposta adaptativa em que um tipo de célula sensível a um determinado estímulo nocivo é substituído por outro tipo de célula. Pode ser danosa (lesão pré-cancerosa), ocorre transdiferenciação (mudança de um tipo de célula diferenciada em outro tipo celular de linhagem diferentes), podendo ter como causa agressões mecânicas, calor prolongado, irritação química e inflamação crônica. Mecanismos Resultado de uma reprogramação de células tronco que existem nos tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. Essa diferenciação é provocada por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular presentes no ambiente celular. Os estímulos externos promovem a expressão de genes que dirigem as células para uma via de diferenciação específica. A relação entre a desregulação de um fator de transcrição e a metaplasia é vista em caso de deficiência ou excesso de vitamina A. Introdução ao Estudo da Neoplasia e Nomenclatura – Módulo 3 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 2 Alterações da proliferação e da diferenciação celulares Quando há proliferação celular e redução ou perda de diferenciação, tem-se a displasia (dys= imperfeito). A proliferação celular autônoma, acompanhada de perda ou redução da diferenciação, é chamada de neoplasia (neo=novo). Outros distúrbios Agenesia: anomalia congênita na qual um órgão ou parte dele não se forma. Distrofia: doenças degenerativas sistêmicas, genéticas ou não, como as distrofias musculares. Ectopia ou heterotopia: (ektos=fora, hetero=diferente) presença de um tecido normal em localização anormal (parênquima pancreático na parede do estômago). Coristia: erros locais do desenvolvimento em que um tecido normal de um órgão cresce em sítios nos quais normalmente não é encontrado (proliferação de cartilagem no pulmão, longe da parede brônquica). Quando formam tumores recebem o nome de coristomas. Hamartias: crescimentos focais, excessivos, de determinado tecido de um órgão. Quando formam tumores, são hamartomas. OMA: deformidade do desenvolvimento, com aberrações cromossômicas clonais que são adquiridas por meio de mutações somáticas (neoplasias). Displasia Condição sempre patológica. Alterações na expressão de genes reguladores do crescimento e da diferenciação. OMS: neoplasias intraepiteliais de baixo grau. Quanto mais grave a displasia maior o risco de sua evolução para um câncer. É uma lesão pré-cancerosa, sendo uma alteração morfológica que tem maior risco de evoluir para câncer do que o tecido normal em que ela se origina. Nem toda lesão pré-cancerosa caminha para um tumor maligno (lesões potencialmente cancerosas).Sendo defeitos malformativos (displasia renal) ou distúrbios do desenvolvimento (displasias ósseas e articulares). Células-tronco Totipotentes: primeiras células produzidas após a fertilização. Podem se diferenciar em células embrionárias e extraembrionárias. Pluripotentes: derivadas da massa celular interna do estágio de blastocisto do embrião. Podem-se diferenciar nas 3 camadas germinativas do embrião. Multipotentes: células que originam apenas alguns tipos celulares. Células-tronco adultas são multipotentes e dão origem a células progenitoras nos órgãos que residem. Pluripotentes induzidas (iPS) Células geneticamente modificadas e reprogramadas que se originam de células somáticas ou de células tronco gerando exemplares similares às células embrionárias. Tranfecção de 4 fatores de transcrição utilizando vetores virais (MYC, Oct-4, Sox-2 e Klf-4) em fibroblastos diferenciados de camundongos induziu neles perda de diferenciação e regressão ao estado de células tronco. Partindo de fibroblastos, foi possível obter neurônios. A possibilidade de se obter células tronco pluripotentes induzidas a partir de células somáticas abriu ampla perspectiva para uso desse tipo de células tronco na terapia células, mas seus estudos ainda são experimentais. Neoplasia Massa anormal de tecido cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos tecidos normais e persiste mesmo cessada a causa que a provocou. Lesão constituída por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes e proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação celular. Introdução ao Estudo da Neoplasia e Nomenclatura – Módulo 3 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 3 Diagnóstico: anamnese + exame clínico + exames complementares (patologia= citologia + histologia + necropsia). Parênquima: células neoplásicas (define a natureza da neoplasia). Desmoplasia: células do parênquima secretam fatores de crescimento que estimulam proliferação fibroblástica e síntese de colágeno (fibrose estromal). Estroma: tecido conjuntivo/vasos, sustentação e nutrição à neoplasia. Termos Neoplasias malignas = câncer (carcinoma). Oncologia: parte da medicina que estuda neoplasias. Cancerígeno: estímulo ou agente causador de câncer. Maligno: lesão pode invadir e destruir as estruturas adjacentes e metastatizar. Tumor: aumento do volume observado numa parte qualquer do corpo, quando se dá por proliferação celular anormal, descontrolada e autônoma é chamado de neoplasia. Nomenclatura Benignas: Nome do tecido de origem + oma = osteoma/condroma/lipoma. Malignas De acordo com a origem embrionária do tecido.Neoplasias epiteliais: carcinomas. Neoplasias mesenquimais: sarcomas. Neoplasias Hematológicas Malignas Em fase circulante: leucemia. Em tecidos/órgãos: linfoma. Neoplasias Blastematosas Nefroblastoma, neuroblastoma, retinoblastoma e hepatoblastoma. Exceções à regra Neoplasias melanocíticas Benigno: nevo melanocítico. Maligno: melanoma. Neoplasias trofoblástica Benigno: mola hidatiforme. Maligno: corioncarcinoma. Neoplasias de SNC e SNP Benignos: sufixo – OMA Malignos: nomenclatura da neoplasia benigna + maligno A diferenciação divergente de um único clone neoplásico cria um tumor misto. Componentes epiteliais esparsos em meio a estroma mixoide. Elementos surgem de um único clone capaz de produzir tanto células epiteliais quanto mioepiteliais (adenoma pleomórfico). Teratomas Neoplasias benignas ou malignas originadas de células-tronco que se formam nas gônadas (testículos ou ovários) e menos frequentemente de restos embrionários anormais na linha média do corpo. Introdução ao Estudo da Neoplasia e Nomenclatura – Módulo 3 Daniella Machado Morfofuncional – 4º período UniEVANGÉLICA TURMA XXVI 4 Podem se diferenciar em qualquer um dos tipos células encontrados no corpo adulto: pedaços de osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos. Quanto todas as partes que compõem o tumor são bem diferenciadas, ele é um teratoma benigno. Nos teratomas malignos, a diferenciação é limitada (imaturos), encontrando-se apenas raros esboços organoides de permeio com as células que sofrerem transformação maligna. Tumores epiteliais benignos são classificados de forma diversificada Papilomas: lesão sólida superficial que forma papilas (“verruga”). Cistos: lesões que aumentam volume por conter líquido em uma cavidade (neoformada). Cistos apresentam revestimento interno epiteliais, pseudocistos não. Cistadenomas: neoplasias com grandes massas císticas, como nos ovários. Cistadenomas papilares: padrões papilares que se projetam nos espaços císticos. Pólipos Pólipo: lesão superficial que se projeta para o ambiente externo (inclui lúmens). Base: pediculado x séssil Superfície: lisa x rugosa. Neoplasias benignas Podem causar transtornos para os pacientes, inclusive sua morte. O termo “benigno” deve ser entendido com reservas. Potencial biológico (benigno x maligno): patológico e clínico. Diferenciação Refere-se ao grau de semelhança que as células neoplásicas apresentam em relação às células normais correspondentes, tanto morfologicamente (citologia e arquitetura), quanto funcionalmente. Anaplasia: perda completa da diferenciação Tipos histológicos o Epiteliais o Mesenquimal o Melanocítico o Hematopoético o Neuroglial, neuroendócrino e endócrino. o Germinativo o Blastematoso o Anaplásica
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