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AULA 4 NEUROCIÊNCIA APLICADA A GESTÃO DE CONFLITOS, NEGOCIAÇÃO E MUDANÇA Prof. Julio Cesar Luchmann 2 INTRODUÇÃO Nesta aula vamos aprender que, se desejamos qualquer tipo de mudança em nossa vida, é essencial compreender o processo de funcionamento do hábito, pois ele influencia de maneira significativa nossa rotina, nossos pensamentos e nosso processo decisório. Mudar não é fácil, por isso é importante saber quais elementos contribuem para uma mudança e quais a inviabilizam. TEMA 1 – A FORMAÇÃO DO HÁBITO Estudos indicam que a estrutura cerebral mais importante para a memória é o hipocampo. Essa teoria foi confirmada por médicos pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em 1953, quando fizeram uma cirurgia em Henry Molaison para retirar seu hipocampo, na tentativa de cessar ataques de epilepsia. Acabaram descobrindo que, depois disso, ele não era mais capaz de guardar memórias (Duhhig, 2012). Assim, o hipocampo ficou conhecido como a estrutura mais importante para memorização, pelo menos até 1990, quando pesquisadores do mesmo centro observaram um homem que havia perdido o hipocampo devido a uma doença e ainda assim conseguia estabelecer uma rotina diária, ainda que não se lembrasse de nada. Esse estudo mostrou que temos dois tipos de memória: uma racional, que nos permite lembrar de fatos, pessoas e coisas, e outra que condiciona nossas ações, como o ato mecânico de pegar um garfo e comer sem “pensar” nele. Esse segundo tipo de memória é condicionado por estruturas que estão na base do cérebro e se chamam “gânglios basais”. Quando aprendemos algo novo ou passamos por uma nova experiência, muitas estruturas recebem energia, e o cérebro como um todo passa a ter um gasto energético muito grande, algo que, se for temporário, é perfeitamente suportado pelo sistema neural, mas um gasto constante e contínuo nos faria muito mal e, por isso, é evitado a todo custo (Concenza; Guerra, 2011). Com isso percebemos que aprender é algo desgastante para o cérebro, por isso passamos a registrar alguns padrões no hipocampo e outros nos gânglios basais, a fim de economizar energia quando algo for repetido, se tornando para nós movimentos automáticos (também chamados de chunkings) que, na maioria das vezes, são impensados. 3 Sabendo desse funcionamento, outra conclusão fácil de se chegar é que, se aprender algo já é custoso para o cérebro, reaprender é muito mais, e custa muito mais também, o que requer uma dedicação maior e disciplina constante. Economizar energia é uma grande vantagem. Transformar rotinas em hábitos nos permite liberar o cérebro para fazer outras coisas, nos permite priorizar tarefas, criar coisas novas e até mesmo não fazer nada. Hábitos somente são problemáticos quando não nos permitem mais compreender o que estamos fazendo ou o porquê de estarmos fazendo. Isso acontece muitas vezes todos os dias, desde ficar triste sem saber o porquê, até ficar doentes sem perceber que isso é uma ação do próprio cérebro, que nos põe em loopings sucessivos, sem nos darmos conta (Lancha; Lancha Junior, 2017). Outro problema comum nos hábitos é tornar automáticos alguns comportamentos e achar isso normal, passando a ser para nós referências de certo e errado, um movimento extremamente complicado de reverter quando queremos mudar ou queremos que alguém mude. Para facilitar a ativação de um hábito, o cérebro desenvolve uma incrível estratégia que levou milhares de anos para se aprimorar, tornando-se uma espécie de “chave do hábito” – os gatilhos. Pegar a chave do carro na mão desperta o gatilho do hábito de dirigir, tal qual fazemos com a salivação quando sentimos cheiro de comida. Assim, para conseguirmos mudar ou possibilitar que alguém mude um hábito, é significativo identificar os gatilhos que o disparam, já que, uma vez disparados, põem em marcha o funcionamento dos gânglios basais, sendo muito mais difícil mudar (Duhhig, 2012). Situações de conflito ou negociações são gatilhos que disparam chunkings (hábitos automáticos) nas pessoas. Um negociador atento saberá usar com habilidade esses gatilhos para provocar no outro as reações que deseja. Compreender isso possibilita nos defendermos e, acima de tudo, nos permite mudar com mais eficiência. No Quadro 1, anote alguns hábitos que você considera problemáticos em você mesmo e depois passe a observar-se durante alguns dias para perceber quais gatilhos os disparam: 4 Quadro 1 – Registro de hábitos e gatilhos Hábitos (chunkings) Gatilhos Observar esses gatilhos é um passo importantíssimo no processo de mudança, mas, por incrível que pareça, até esse movimento precisa virar hábito, pois do contrário será apenas um ato momentâneo e em pouco tempo será esquecido (Lancha; Lancha Junior, 2017). TEMA 2 – PROCESSO DECISÓRIO O processo de formação do hábito influencia fortemente nossa tomada de decisão. Para formar o hábito, é necessário compreender um processo de três estágios (Duhhig, 2012): 1. Estímulo: o que desperta a necessidade de entrar no automático; 2. Rotina: a sequência de eventos ou de hábitos que serão capitaneados; 3. Recompensa: ganho que o cérebro terá caso automatize determinado comportamento. Com o passar do tempo, a repetição desses estágios se torna cada vez mais conhecida pelo cérebro, e vai gastando cada vez menos energia, até que se torne totalmente inconsciente e não exija mais esforço na tomada, nem de consciência, nem de decisão. Assim, passamos a tomar algumas decisões abaixo do limiar da consciência sem perceber. E não são apenas comportamentos mecânicos que entram nesse jogo, mas questões de ordem emocional e até mesmo racional, como uma certeza que temos, ou algo que nos pareça uma intuição e que na verdade pode ser um processo automatizado acontecendo “sem pedir licença” (Lancha; Lancha Junior, 2017). Situações de conflito tendem a pôr em ação muitos desses hábitos, e alguns muito antigos, de tempos que sequer lembramos. Provêm daí ditados populares muito antigos, como “velhos hábitos não morrem”. Toda tentativa de 5 mudança é sempre, e acima de tudo, uma tentativa, a qual nem sempre se converterá efetivamente numa transformação. A certeza está no fato de que, se não houver a tentativa, os velhos hábitos nos condicionam a fazer e pensar muitas vezes no que não queremos. Da mesma forma que a repetição da tríade estímulo-rotina-recompensa automatiza um hábito, a falta de estímulo o tornará mais enfraquecido, não a ponto de desaparecer, mas a ponto de quase não ter mais efeito sobre o cérebro. Por isso, conhecer seu funcionamento lhe permitirá evitar os estímulos e os gatilhos que o disparam, tendo assim ação efetiva sobre o processo decisório. Esse movimento acompanhado de novos estímulos auxiliará fortemente no processo de mudança (Duhhig, 2012). Outra perspectiva da neurociência, conduzida por Antonio Damásio (2016), mostra que as pessoas desenvolvem os marcadores somáticos (gatilhos) com base em suas experiências e, por isso, terão que se manter muito mais focadas e atentas que as pessoas que não vivenciaram as mesmas experiências. Por isso é interessante se atentar a seus marcadores, pois eles estarão presentes na sua tomada de decisão. Alguns negociadores se especializam em investigar o passado das pessoas antes de entrar em contato com elas, para conhecer seus valores e formas de pensar (Luchmann, 2010). Estratégias assim podem afetar profundamente a capacidade de decisão das pessoas e, com toda a certeza, devem estar no visor de quem pretende se tornar um negociador habilidoso. Aliás, negociadores hábeis são sempre grandes observadores de si mesmos antes mesmo de o serem dos outros, pois uma coisa é necessariamente condição para a outra: se não somos capazes de observar a nós mesmos, dificilmente o seremos com osoutros. No Quadro 2, faça um exercício de auto-observação durante uma semana e anote alguns hábitos que você tem e seus consequentes estímulos, suas rotinas e recompensas. Quadro 2 – Registro de estímulos, rotinas e recompensas Hábitos Estímulos Rotinas Recompensas 6 Isso o ajudará a desenvolver consciência sobre si mesmo e descobrir quais hábitos influenciam suas tomadas de decisão, e até que ponto as comprometem. Feito isso, você será muito mais capaz de tomar decisões acertadas e conscientes, o que lhe permitirá não mudar apenas você mesmo, mas compreender e influenciar mudanças em outras pessoas (Lancha; Lancha Junior, 2017). TEMA 3 – O ANSEIO DEVE SER PELO GANHO Boa parte das mudanças em si contém uma crise, e crises são quase sempre percebidas como negativas em primeira instância, o que faz muitas pessoas as evitarem a todo custo, inviabilizando qualquer possibilidade de mudança. A partir do momento que refletimos sobre o que é uma crise e sobre como ela pode ser uma oportunidade de melhora, a mudança ganha outros contornos. Muitos estudiosos dedicaram horas de trabalho em pesquisas para compreender por que as pessoas não querem a crise, muito menos enfrentá-la, para então desenvolver mecanismos que as auxiliem a vencer essa barreira que impede a mudança, mesmo que o comportamento instalado seja mais prejudicial que o pretendido (Percia, 2012). Foi então que, em 1998, pesquisadores da mundialmente conhecida P&G desvendaram um mistério até então não compreendido pela ciência, o qual fazia algumas pessoas mudarem rapidamente e outras resistirem bravamente à mudança. Eles chamaram esse mecanismo de anseio. Anseio é o desejo das pessoas pela mudança, mas ainda pairava uma pergunta: como criar desejo de mudança em pessoas que evitam a crise? A resposta encontrada pelos cientistas foi que, se o desejo for mais forte que a dor que se quer evitar, a mudança acontece naturalmente (Duhhig, 2012). Assim nasceu uma das estratégias de neuromarketing mais usadas hoje em propagandas em todo o mundo: fazer as pessoas focarem muito mais o ganho que terão com a mudança do que as perdas, pois, se estas forem colocadas em evidência, o sistema de defesa do sistema límbico reagirá imediatamente, mantendo as pessoas inertes ou afastadas da possibilidade de mudança. Pense no modus operandi de uma venda: quem compraria um carro se destacássemos seus defeitos ao invés das qualidades? Qual a possibilidade de uma pessoa doente se tornar saudável se ficam o tempo todo perguntando se ela 7 está bem? Em ambos os casos é facilmente perceptível a eficácia do anseio, descrito pelos pesquisadores da P&G como estratégia de mudança (Duhhig, 2012). Sempre que ingressar numa discussão, diálogo ou negociação que exija mudança, investigue profundamente os anseios das pessoas envolvidas. Essa estratégia pode conter a solução do que se quer resolver, mas que não está dito nem exposto facilmente. No mesmo sentido, pesquisadores do MIT que se debruçaram sobre esse mecanismo ainda acrescentaram que, se o cérebro tiver indícios de que a pessoa já está com anseio, a mudança pode ser ainda mais rápida. É o que hoje chamamos de provinha ou, tecnicamente, sinal de realidade (Duhhig, 2012). É mais ou menos o que acontece quando saímos para comprar algo e resistimos até o último momento em gastar nosso dinheiro, resistindo à crise de ficar sem ele. Se, no entanto, nosso anseio pelo produto for despertado, nem pensamos mais na crise pois focamos o ganho e, se ainda sobrar alguma dúvida sobre a compra do produto, ela não resistirá a uma provinha, um test drive, ou outra estratégia de sinal de realidade. TEMA 4 – VELHOS HÁBITOS NÃO MORREM São muitas as pessoas que buscam mudanças, mas são poucas as que realmente as atingem de maneira satisfatória e duradoura. Muito disso tem a ver com os velhos comportamentos que se mantêm firmes e fortes, ainda que a pessoa tente mudar e até saiba como fazer isso. Consuetudinis vis magna est – frase usada pelo imperador romano Marco Aurélio no século II d.C., que pode ser traduzida como “Grande é a força do hábito” (Arp, 2014). Esse mecanismo levou milhares de anos para ser desenvolvido, e Marco Aurélio já falava dele há muito tempo. Por isso é tão difícil mudá-lo. Mas existem brechas nesse processo evolucionário que a neurociência comportamental moderna descobriu e que podem facilitar nossa vida. Uma dessas brechas é explorada há muitos anos pela maior e, possivelmente, mais conhecida associação que trabalha com mudanças no mundo: Alcóolicos Anônimos (AA). Trata-se inicialmente de fazer um grande inventário sobre hábitos que o indivíduo tem ao longo de um dia para identificar os gatilhos que o levam a beber; depois, identifica-se a rotina e, por último, as recompensas que o comportamento pode trazer (Duhhig, 2012). 8 Essa estratégia de conscientização tira as pessoas do “piloto automático” para pensar em tudo que fazem, o que possibilita também um passo importante na mudança. Como hoje sabemos do poder que o comportamento automático tem sobre a decisão das pessoas, a melhor estratégia não é substituir um hábito por outro – o que na maioria das vezes é uma tentativa frustrada –, mas mudar elementos específicos no próprio hábito. Como a recompensa e os gatilhos são muito difíceis de alterar, podemos fazer o mesmo que o AA faz com seus associados: alterar a rotina. Observe o esquema a seguir: Quadro 3 – Exemplo de gatilho para ingerir bebidas alcoólicas Gatilho Rotina Recompensa Sentir-se frustrado Beber Alívio Se observarmos com cuidado, a maior parte de nossos hábitos ditos ruins não estão centrados no que se quer evitar – no caso, a bebida – e sim no se sentir aliviado após uma frustração, então a bebida para atingir o alívio é só uma rotina. O que vale nesse caso para a bebida, dizem os pesquisadores, vale para qualquer hábito. Veja: Quadro 4 – Outro exemplo de rotina Gatilho Rotina Recompensa Sentir-se frustrado Conversar com um amigo Alívio O grande diferencial desse sistema de mudança é na rotina, preservando o gatilho e a recompensa sem a necessidade de um novo hábito ou a tentativa de extinção frustrada de um hábito antigo. Observe seus hábitos e os de outras pessoas com as quais anseia mudanças, e depois escreva uma nova rotina a ser seguida: Quadro 5 – Elaboração de uma nova rotina Gatilho Rotina Recompensa 9 Alguns hábitos são mais importantes ou mais fortes que outros e, se forem mudados, criam uma reação em cadeia nas pessoas em volta: é o que os neurocientistas chamam de hábito angular, como se fosse a pedra fundamental que sustenta uma casa (Duhhig, 2012). Começar pelo hábito angular requer planejamento, pois é uma mudança estrutural que mexe com muita coisa. Por um lado, isso é importante para uma mudança profunda, mas, por outro, pode assustar, e as pessoas podem desistir. O que deve balizar sempre essas mudanças são a força e os recursos necessários para empreender. Se você os tiver suficientemente, então a mudança pode ser iniciada, com grande chance de sucesso (Lancha; Lancha Junior, 2017). Pense, por exemplo, na necessidade de fazer exercícios físicos. Se iniciamos um processo assim, tudo ao nosso redor muda: alimentação, disposição para fazer outras coisas, visão sobre si mesmo, sobre as pessoas com quem convive etc. TEMA 5 – “É MAIS FÁCIL QUEBRAR UM ÁTOMO DO QUE QUEBRAR UM HÁBITO” Frase dita por Albert Einstein ao se referir à dificuldade de conseguir mudar um comportamento automático. E o eminente físico tem razão: sem as ferramentas corretas, mudar se torna um verdadeiro trabalho de Hércules (Lancha; Lancha Junior, 2017). O estadunidense Alan Deutschman escreveu um livro chamado Mude ou morra (2007), no qual descreve que, mesmo se as pessoas souberem da necessidade de mudarum comportamento, a maioria não passa da boa intenção, e outra parcela significativa reincide nos velhos comportamentos depois de apenas alguns dias ou meses. O título do livro sugere que as pessoas devem mudar ou podem morrer, visto que a obra relata muitos casos de pessoas que, mesmo sob o medo de morrer, não mudam. As causas para a não mudança podem estar atreladas a alguns fatores: Negação, ou seja, as pessoas simplesmente não reconhecem como um problema o que acontece; muitas acreditam que seja natural, e outras que realmente deveriam passar por isso; Mudanças invalidam anos de comportamento ou de crenças em determinadas verdades, o que leva as pessoas a desejar ficar onde estão. Modelos culturais adquiridos com pais, amigos e até mesmo religiosos 10 podem impedir alguém de mudar. Por isso é significativo conhecer a vida da pessoa; A falta de confiança em si mesmo ou a falta de apoio podem nos desestimular fortemente. Imagine que uma pessoa que bebe tenha vários amigos que também bebam. Esse convívio pode dificultar muito alguém que queira parar; Foca-se o problema, e não sua solução. Muitos loopings acontecem porque as pessoas evitam incorrer novamente no problema, enquanto a solução sequer é cogitada. Por exemplo, pessoas que bebem não querem mais beber, mas o consumo de álcool na verdade é uma justificativa para se sentir aceito ou mais confiante. Então a questão é como conseguir isso (solução) sem precisar beber. Luciana e Antonio Lancha (2017) afirmam que o caminho da mudança segue a regra dos “3 Rs": relação, repetição e reestruturação. Vejamos cada uma em detalhes. 5.1 Relação Ninguém muda se não acreditar na mudança, se não acreditar que o esforço que fará tem algum sentido, ou seja, se não tiver uma forte relação emocional com o objetivo, mais forte até que o efeito recompensatório do velho comportamento (Greenberger; Padesky, 2017). Para criar um vínculo com objetivo, é necessário muitas vezes mudar o mindset, ou seja, mudar a maneira de pensar sobre algo, e passar a questionar os velhos hábitos. Uma forma de fazer isso é investigar os argumentos que sustentam o hábito e contestá-los ativamente. Algo como: “Será que isso me faz mesmo sentir bem?” “Será que essa é a melhor forma de resolver o problema?” 5.2 Repetição Como já vimos, a repetição é uma forma de criar constância de estímulo para alcançar nossos núcleos basais e instalar neles um processo mecânico que possibilite a criação de novos hábitos. Essa repetição, no entanto, não deve ser feita de qualquer forma. Primeiro é preciso gerar um planejamento que possibilite saber onde se está, e para onde se quer ir. 11 Greenberger e Padesky, no livro A mente vencendo o humor (2017), sugerem que, sempre que se fizer um planejamento para mudar, é necessário reavaliar constantemente as metas, a fim de saber se estamos progredindo ou não e, principalmente, se a relação com elas continua forte e sustentável. 5.3 Reestruturação De forma geral, toda mudança, além da crise que causa, sempre exige a reestruturação de uma série de hábitos que a orbitam. Sempre registre tudo que pode ser afetado, para ter sob controle a maior parte dos elementos relacionados à mudança e permitir um controle mais efetivo das variáveis (Lancha; Lancha Junior, 2017). Sabemos que as redes neurais que garantem a mudança também precisam ser reestruturadas, e isso segue o princípio do estimular, estabilizar e consolidar – nos primeiros dias, com estímulo constante e contínuo para formar novas redes neurais; depois, para estabilizá-las; por fim, consolidá-las. Na primeira fase, o esforço deve ser diário e de preferência várias vezes por dia; na fase de estabilização, deve haver manutenção constante, mas sem uma necessidade tão intensa; por último, na consolidação, passamos a fazer uma série de relações com outros hábitos para que a mudança se consolide efetivamente (Consenza; Guerra, 2011). FINALIZANDO Com todos esses elementos, temos uma boa referência para trabalhar com mudanças, seja em você mesmo, seja em outras pessoas. Para mudar, é necessário conhecimento técnico e muita força de vontade para praticar tudo que se aprende. Esperamos que você possa encontrar aqui formas sustentáveis e eficientes de lidar com as mudanças. Boas reflexões! 12 REFERÊNCIAS ARP, R. 1001 ideias que mudaram nossa forma de pensar. Rio de Janeiro: Sextante, 2014. COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação. Porto Alegre: Artmed, 2011. DAMÁSIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. DEUTSCHMAN, A. Mude ou morra. Rio de Janeiro: Best Seller, 2007. DUHHIG, C. O poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. GREENBERGER, D.; PADESKY, C. A mente vencendo o humor. Porto Alegre: Artmed, 2017. KREBS, C.; WEINBERG, J.; AKESSON, E. J. Neurociências: ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2013. LANCHA, L. O. P.; LANCHA JUNIOR, A. H. Coaching de bem-estar e saúde. Barueri: Manole, 2017. LUCHMANN, J. C. Comunicação corporal. Curitiba: Kairós, 2010. _____. Inteligência emocional, foco e motivação. Curitiba: Juruá, 2017. PERCIA, A. Coaching, missão e superação. São Paulo: Ser Mais, 2012.
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