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CIRURGIA ABDOMINAL Celiotomia/laparotomia – incisão cirúrgica na cavidade abdominal Pode ser indicada para fins diagnósticos e/ou terapêuticos As condições que requerem cirurgia devem ser diferenciadas daquelas que podem ser controladas clinicamente A decisão de operar é baseada no histórico e nos achados do exame físico, exames de imagem e laboratoriais A avaliação depende da condição do animal e da suspeita de doença de base Em casos cirúrgicos, as anormalidades eletrolíticas e hidratação devem ser corrigidas antes da cirurgia Independente da causa de base, a exposição e/ou contaminação das vísceras abdominais justificam a intervenção cirúrgica imediata A conduta anestésica e o uso de antibióticos depende da doença subjacente, da saúde geral do paciente e da duração e tipo de procedimento cirúrgico a ser realizado A linha alba é mais fácil de ser localizada próximo ao umbigo pois se torna mais fina próximo ao púbis Geralmente realizada por uma incisão ventral mediana O tamanho e a amplitude da incisão depende da finalidade da celiotomia Utilizar compressas cirúrgicas umedecidas para proteger os tecidos contra ressecamento (CONTAR AS COMPRESSAS!) Sempre que necessário, lavar o abdômen com solução salina aquecida e estéril Não existe evidência substancial de que lavar o abdômen com antissépticos/antibióticos tenha benefício superior ao uso correto de antibioticoterapia sistêmica Iodopovidona – polivinilpirrolidona – inibe a quimiotaxia dos macrófagos A fáscia e a pele são resistentes, enquanto músculo e gordura são frágeis Se houver suspeita de falha técnica, como nós mal atados ou suturas inapropriadas, toda a linha de sutura deve ser removida e substituída O rompimento da ferida após 10-21 dias geralmente ocasiona formação de hérnias em vez de evisceração Possíveis complicações incluem: deiscência, evisceração, infecção, distensão abdominal, entre outras A cicatrização pode ser retardada em animais debilitados, muito jovens/velhos, com hipoproteinemia CIRURGIAS DO SISTEMA REPRODUTIVO E GENITAL DEFINIÇÕES Castração refere-se à ovário-histerectomia, ovariectomia ou orquiectomia Ovário-histerectomia (OSH) – remoção cirúrgica do útero e ovários Ovariectomia (OVE) – remoção cirúrgica apenas dos ovários Histerotomia – incisão cirúrgica no útero (ex: cesariana) Mastectomia – excisão de uma ou mais glândulas mamárias ou tecido mamário Orquiectomia – remoção cirúrgica dos testículos A cirurgia reprodutiva abrange diversas técnicas que tem o intuito de: Alterar a capacidade do animal de se reproduzir Auxiliar no parto Diagnosticar, tratar ou prevenir patologias do trato reprodutivo Estabilizar doenças sistêmicas Prevenir ou alterar comportamentos anormais Reconstruir tecidos malformados ou traumatizados O diagnóstico das patologias do sistema reprodutivo é baseado em: Histórico Sinais clínicos Exame físico Diagnóstico por imagem Radiografia Ultrassonografia TC Citologia Microbiologia Ensaios Hormonais Hematologia / Bioquímica Urinálise Ultrassom gestacional – 19 a 20 dias em cães e 15 a 17 dias em gatos sendo preferencial em 30 dias de gestação Palpação retal Simetria , textura, tamanho, mobilidade, corrimento e presença de massas Expor completamente o pênis durante a avaliação Citologia em massas acessíveis 10 ANATOMIA CIRÚRGICA Ovários (bursa ovariana, ligamento suspensor do ovário, veia e artéria ovariana, pedículo/meso-ovário) Útero (cornos e corpo) Vagina Vulva Ovário direito é mais cranial que o esquerdo ANATOMIA CIRÚRGICA Testículos (epidídimo, cordão espermático) Pênis (raiz, corpo e glande) Próstata (bilobulada) CONSIDERAÇÕES CIRÚRGICAS Jejum alimentar – jejum hídrico se faz desnecessário Tricotomia Esvaziamento da bexiga antes da cirurgia Higienizar prepúcio e vestíbulo na assepsia Independente da técnica, o objetivo é o mesmo OVÁRIO-HISTERECTOMIA E OVARIECTOMIA Prevenir o estro e filhotes indesejados Prevenção de tumores mamários ou anomalias congênitas, prevenção e tratamento da piometra/metrite, neoplasias, trauma, torção uterina, prolapso uterino, hiperplasias, controle de anormalidades endócrinas e dermatoses Em cães, fazer a incisão imediatamente caudal ao umbigo para facilitar a ligadura do pedículo e ovários; em gatas, incisão mais caudal para facilitar a ligadura do corpo uterino Técnica de 3 pinças, a de baixo serve como sulco para a ligadura 17 ORQUIECTOMIA Inibição da fertilidade em machos, evitando excesso populacional, reduzindo agressividade, perambulação e comportamento indesejado de micção, prevenção de patologias relacionados a fatores hormonais, anormalidades congênitas, neoplasias, traumas, abscessos escrotais, etc Pode ser realizada por via pré-escrotal ou perineal Técnica aberta ou fechada Verificar a presença dos testículos na bolsa Não incisar a túnica albugínea – exposição de parênquima testicular Ablação escrotal – remoção de todo o escroto juntamente com os testículos – utilizada em cirurgias de castração + uretrostomia Perineal sempre técnica aberta Tecnica aberta abre túnica vaginal parietal e fáscia espermática 19 CASTRAÇÃO DE CRIPTORQUÍDICOS Criptorquidismo – falha congênita onde um ou ambos testículos não descem para dentro do escroto Dois meses de idade já é considerado criptorquida Castração bilateral recomendada – característica hereditária autossômica recessiva Os testículos não palpáveis deve ser localizados por ultrassom, laparotomia exploratória ou laparoscopia VASECTOMIA Inibe a fertilidade enquanto mantém o padrão de comportamento do macho Técnica raramente utilizada e deve ser desencorajada Azoospermia ocorre uma semana após a vasectomia, porém os espermatozoides permanecem no ejaculado por até 3 semanas em cães e 7 semanas em gatos Remoção de fragmento de 0,5cm do ducto deferente CESARIANA Tem como objetivo remover todos os fetos do útero gravídico o mais rápido possível Indicação inicial são as reais ou possíveis distocias (fetos grandes, mal posicionados ou malformados, tamanho reduzido do canal pélvico, inércia uterina) Raças braquecefálicas, animais com históricos de distocia ou má consolidação de fraturas pélvicas A depressão e a redução de viabilidade fetal são diretamente proporcionais à depressão materna Remoção em bloco do útero gravídico pode ser indicada em casos de morte fetal ou integridade questionável do útero – 60 segundos MASTECTOMIA Lumpectomia – remoção de uma massa ou parte da mama, utilizada quando a massa é pequena (menor que 5mm), encapsulada, não invasiva e estiver na periferia da glândula Mastectomia simples – excisão de uma glândula mamária inteira, utilizada quando acomete a região central da mama ou a maior parte dela Mastectomia regional – excisão da glândula envolvida e das glândulas adjacentes, utilizada quando múltiplos tumores aparecem nas glândulas adjacentes ou quando as massas se encontram entre duas mamas Mastectomia unilateral – excisão das glândulas mamárias, tecido subcutâneo, e linfonodos associados de um lado da linha média, utilizada quando numerosos tumores são encontrados ao longo da cadeia Mastectomia bilateral – remoção simultânea das duas cadeias mamárias, utilizada quando numerosas massas aparecem nas duas cadeias (preferível mastectomia unilateral em estágios) Normalmente realizada para retirada de tumores 25 Adenocarcinomas – melhor prognóstico Sarcomas – alto índice metastático 26 Trocar instrumentais e luvas 27 Realizada OSH durante a mesma cirurgia, antes da mastectomia, para evitar a disseminação de células tumorais, com exceção dos tumores que atravessam a linha média – muitos tumores são hormônio-dependentes e podem ser evitados com a OSH antes de um ano de idade Risco de tumores em cadelas castradas antes do primeiro cio é de 0,05%, aumentando para 8% após o primeiro cio e 26% após o segundo cio Animais sexualmente intactos tem 7 vezes mais chances de desenvolver tumores mamário do que animais castradosTumores malignos são significativamente maiores do que os tumores benignos Radiografias, ultrassonografia, exames laboratoriais (doenças concomitantes e síndromes paraneoplásicas), TC e RM Citologia aspirativa ou esfoliativa, citologia de linfonodos – detecção de células neoplásicas O diagnóstico definitivo depende do histopatológico Cada massa deve ser avaliada histologicamente – diferentes tipos de tumor podem estar presentes em um mesmo indivíduo Diagnóstico diferencial – hipertrofia mamária, mastite, granuloma, ectasia de ductos, tumores de pele, corpos estranhos (ex: chumbinho) Ainda faltam dados sobre a eficácia de outros tratamentos além da cirurgia – excisão é o tratamento de escolha para todos os tumores mamários, exceto carcinomas inflamatórios A escolha da técnica cirúrgica e a quantidade de tecido mamário a ser removido dependem do tamanho do tumor, localização, consistência, estado do paciente e preferência do cirurgião Se a remoção de todos os tumores não for possível, um novo procedimento deve ser realizado três a quatro semanas após o primeiro, permitindo a reparação e relaxamento da pele que foi esticada Massas ulceradas e infectadas devem ser tratadas antes da cirurgia Cadelas – 5 pares Gatas – 4 pares Linfonodo axilar – drena os três pares de glândulas craniais Linfonodo inguinal – drena os dois pares de glândulas caudais Conexão linfática entre as mamas 30 Margem cirúrgica de pelo menos 1cm Evitar cortar tecido mamário – contato de leite e linfa com a ferida cirúrgica Remover todo o tecido adjacente comprometido (ex: fáscia, músculo) Analgesia Bandagem abdominal e/ou dreno pós operatórios Pacientes com tumores malignos – reavaliar a cada três a quatro meses NEOPLASIAS UTERINAS Leiomioma (benigno), leiomiossarcoma (maligno), adenocarcinomas uterinos (maligno-glândulas uterinas) A maioria dos tumores uterinos é um achado acidental de necrópsia ou durante a exploração abdominal Podem se projetar para dentro ou para fora do lúmen uterino Raramente provocam sinais clínicos a menos que sejam grandes e comprimam o trato gastrointestinal ou urinário Exames físicos e laboratoriais não são específicos Ultrassom, raio-x, biósia guiada por ultrassom OSH é o tratamento de escolha PIOMETRA Piometra (complexo hiperplasia endometrial cística) – acúmulo de material purulento no útero Hidrometra – acúmulo de secreção líquida no útero Mucometra – acúmulo de secreção mucóide no útero Hemometra – acúmulo de secreção sanguinolenta no útero Resposta uterina anormal quando há uma alta e prolongada produção ovariana de progesterona ou pelo uso de progesterona exógena – aplicação de estrogênio para evitar a gestação estimula o aumento dos receptores de progesterona no útero Não descartar piometra em animais com leucopenia – sequestro leucocitário pelo útero 37 Patógeno mais comum – E. coli (presente na flora vaginal e/ou intestinal normal) Ascensão da flora fecal, trato urinário e bacteremia transitória Se não tratada pode resultar em septicemia, endotoxemia e/ou torção do útero A compressão e a distensão exageradas do útero podem permitir extravasamento do conteúdo uterino, causando peritonite Sinais mais comuns incluem distensão abdominal, secreção vaginal mucopurulenta ou sanguinolenta, febre, anorexia, letargia, poliúria, polidipsia, vômito/diarréia, perda de peso Raio X, ultrassom abdominal, exames laboratoriais – importante excluir gestação Não utilizar gancho de castração – lacreação Não corrigir torção uterina (liberação de bactérias e toxinas) PROLAPSO VAGINAL/UTERINO Eversão ou protusão de toda ou uma porção da vagina/útero Protusão vaginal pode ocorrer devido ao edema durante o estro Protusão uterina pode ocorrer durante ou próximo ao parto (dilatação da cérvix, força excessiva durante o parto) Sinais comuns são agitação, dor, inchaço perineal, lambeduras, disúria, e a visualização da massa na região vulvar. O animal pode estar estável ou apresentar sinais de choque hemorrágico (pulso fraco, mucosas pálidas, temperatura baixa, etc.) Animais com prolapso vaginal devem ser excluídos da reprodução por se tratar de uma característica hereditária O tratamento para prolapso uterino é raramente bem-sucedido Pode-se utilizar lavagem com solução hipertônica de dextrose ou solução salina aquecida para reduzir o edema e facilitar o reposicionamento Oxitocina (5 a 10U) – promove involução uterina A OSH deve ser realizada se o tecido estiver desvitalizado e irredutível manualmente Ocasionalmente a amputação vaginal/uterina pode ser necessária Episiotomia Cateterização uretral Celiotomia
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