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AULA 5 - SELANTES DE FOSSAS E FISSURAS E DIAMINO FLUORETO DE PRATA

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# AULA 5 – SELANTES DE FOSSAS E 
FISSURAS E DIAMINO FLUORETO DE PRATA. 
Objetivo da odontopediatria: preservar o dente decíduo 
na sua condição funcional e anatômica até a época mais 
adequada para a sua esfoliação e prestar atenção em 1º 
molar permanente que erupcionam muito cedo 
(despercebida > maior presença de cárie). 
# 1º molares: superfície oclusal que favorece as lesões 
de cárie / acumulo de biofilme – artigo de 1973 (Ripa). 
 Morfologia oclusal aumenta os riscos de lesões 
de cárie; 
 Época de erupção (início dos 5 anos – pré 
escolar/ inicio da idade escolar: criança não tem 
coordenação motora para limpar sozinha); 
 Não tem decíduo antecessor; 
 Longo período eruptivo (desde o seu início de 
erupção, até sua total oclusão: 2 anos a 2 anos 
e meio – não está em oclusão funcional, muito 
abaixo > dificuldade de higienização). 
Tempo do dente na cavidade – preditor do tratamento. 
# Medidas preventivas e terapêuticas: 
a. FLUORETOS: 
Uso profissional: géis e vernizes 
 Formam fluoretos de cálcio – mais minerais no 
meio (mantendo o dente com mais minerais) e 
também coloco mineral pra dentro – flúor na 
hidroxiapatita tornando-a menos solúvel 
(favoreço a remineralizarão). 
Nos molares, inicia as lesões nas paredes laterais da fissura 
– região mais crítica (não temos a penetração do 
fluoreto de cálcio nas fissuras). 
# Histórico: 
- 1885 – Black: extensão preventiva; 
- 1923 – Hyatt: odontotomia profilática; 
- 1942 – Klein & Knutson: nitrato de prata; 
- 1955 – Buonocore (introduziu o 
condicionamento ácido); 
- 1962 – Bowen (Bis-GMA - resina); 
- 1967 – Cueto e Buenocore (juntos os dois 
anteriores). 
# SELANTES: 
Finalidade única: obliterar, fechar mecanicamente fossas 
e fissuras, fazendo com que haja menos acumulo de 
biofilme (superfície mais lisa/ fácil de limpar). 
 Selantes resinosos reduzem a ocorrência de 
carie entre 11 e 51% comparados a não selantes. 
# Medida preventiva: 
 Os critérios de diagnóstico especifico sobre 
quando selar e quando não selar não são claros 
porque a decisão final depende do julgamento 
de cada profissional > paciente com risco de 
desenvolver lesão e que não está conseguindo 
higienizar adequadamente – avaliação individual; 
 Não é a primeira opção, sempre tentar com 
OHB e controle de placa. 
# Indicados: 
 Atividade de cárie – uma atividade de cárie em 
algum dente que não seja o 1º molar; 
 Dentes parcialmente irrompidos – abaixo do 
plano oclusal (higienização difícil); 
 Controle dos fatores etiológicos não for possível; 
 Estado motivacional e comportamental (não 
colaboradores). 
# Quando não usar: 
 Sem lesão de cárie; 
 Dentes irrompidos a mais de 2 anos. 
Dificilmente é usado em molares decíduos (morfologia 
não é tão complexa – fossas e fissuras mais rasas) > 
geralmente em permanentes. 
# Medida terapêutica: ICDAS > 1, 2 e 3 em esmalte (em 
lesão de mancha branca não remineraliza – apenas 
PARALISA a lesão). 
# Tipos de selantes: 
FluroShield e Beuton 
# Passo a passo: 
1. Isolamento absoluto; 
2. Limpeza (obrigatória escova de Robson > quero 
selar/ obliterar aquela superfície – se tiver 
biofilme, não consigo selar adequadamente); 
3. Condicionamento ácido (ácido fosfórico 
convencional – pelo menos 15 segundos); 
4. Aplicação do selante (direto na seringa aplicadora 
+ sonda exploratória limpa); 
5. Fotoativação; 
20/04/2023 – Amanda Pollo. 
6. Verificar se o selante preencheu as fossas e 
fissuras. (avaliação da integridade do selante é 
uma condição necessária imediatamente após 
sua aplicação e ao longo do tempo) > perda 
parcial / fratura do material (novo sitio mais 
complexo): RISCO OU DESVANTAGEM. 
Acompanhamento rigoroso até entrar em erupção 
funcional. 
# Selantes ionoméricos (CIV restaurador): 
Propriedades: 
 Liberação de flúor (proteger interface dente-
restauração) e adesão a estrutura dental (sem 
necessidade de adesivo); 
 Baixos índices de retenção > perda parcial ou 
total do material (risco/ fracasso); 
 Mesmo que houvesse perda do material, ainda 
teria a prevenção da lesão de cárie pela 
liberação de flúor 
Pequenos fragmentos do material na fissura após sua 
perda clinica aumentando a resistência do esmalte e 
perdas minerais > depósito permanente. 
# Passo a passo: 
1. Isolamento do campo; 
2. Limpeza; 
3. Condicionamento ácido (ácido poliacrilico); 
4. Aplicação do material (apertar / pressão para 
que ele penetre na fossa e fissuras) > pressão 
digital (dedo vaselinado); 
5. Proteção superficial (evitar sinérese e 
embebição); 
6. Verificação (função de obliteração); 
7. Acompanhamento (não desenvolvimento / 
progressão da lesão) – ele vai fraturar (pedaços). 
 
#DIAMINO FLUORETO DE PRATA: 
Minimamente invasiva (solução composta por íons de 
prata e flúor a base de amônia) utilizada em lesões de 
carie para paralisa-las como mínima intervenção (não 
removemos tecido dentário). 
 Utilizado em lesões de cárie em dentina (ICDAS 
5 e 6); 
 Utilizado para tratamento de lesões de cárie – 
a partir de 2016 (hipersensibilidade – classe V); 
 Medida terapêutica. 
O QUE É? 
Solução simples com íons prata, íons flúor e amônia 
como estabilizante – Brasil, 10 a 12% e 30% a 
concentração (mais comum: cariostol). 
# Composição: 
 25% íons prata - eliminar a sensibilidade dolorosa 
(antimicrobiana); 
 5% íons flúor (44.800 ppm F – sem risco de 
toxicidade, aplicação localizada nas lesões) – 
remineralização / anti cárie > ação terapêutica; 
 8% amônia – solvente (estabilizador da solução). 
# Mecanismo de ação - literatura não é clara, mas 
consideramos: 
 Solução tem efeito antimicrobiano na presença 
de íons prata que ficam depositados no interior 
dos túbulos dentinários; 
 Ação no conteúdo mineral pela concentração 
elevada de flúor – deposição de íons flúor no 
cristal da hidroxiapatita (obliterar os túbulos 
dentinários / paralisar as lesões formando 
hidroxiapatita fluoretada que é menos solúvel); 
 Parece que tem ação no conteúdo orgânico da 
dentina – ampliação da sua utilização > inibe as 
protoenzimas (metaloproteinases – enzimas 
endógenas) que são liberadas na dentina que 
destroem as fibrilas colágenas. 
 Preservação da adesão – inibição das 
protenzimas (preservar estrutura colágena, visto 
que só conseguimos remineralizar uma lesão em 
dentina se temos essas estruturas preservadas). 
Ação antimicrobiana, anti cariogênicas (deposição dos 
íons flúor – tornando a dentina mais resistente devido ao 
fechamento dos túbulos dentinários) e talvez efeito nas 
metaloproteinases. 
Resumindo: 
 Solução incolor, de concentração de 12 e 30% 
no BR; 
 Composto por, principalmente, prata e flúor, 
numa solução aquosa estabilizada por amônia; 
 Mecanismo de ação genérico antimicrobiano de 
redeposição de minerais, eliminação da 
sensibilidade pela obliteração dos túbulos 
dentinários pelo ions prata e flúor; 
 Medida terapêutica para lesões de cárie ICDAS 
5 e 6; 
 Paralisa a lesão. 
# Indicação (substituir uma restauração): 
Características do dente: 
 Dentes vitais (vai ter uma lesão, mas o paciente 
não tem queixa de dor espontânea (dói quando 
olha TV, acordou com dor de dente), ausência 
de fistula – sinal patognomônico de necrose 
pulpar); 
Por que não fazemos teste de sensibilidade em dentes 
decíduos? Pelo comportamento do paciente e pelo ápice 
aberto pela rizólise – respostas duvidosas. 
 Lesões de cárie cavitadas em dentina (ICDAS 5 
e 6); 
 Dentes anteriores ou posteriores; 
 Dentes decíduos (mais utilizado) ou permanentes 
(limitações maiores de uso). 
Características da criança: 
 Crianças na primeira infância; 
 Crianças não colaboradores; 
 Crianças com om prometimento saúde geral, 
momentâneo ou permanente. 
# Contra indicações: 
Características do dente: 
 Dentes com necrose pulpar (sem vitalidade); 
 Sem lesões dentinárias; 
 Lesões que não podem ser paralisadas poralguma razão (interproximais – não consigo 
acessar); 
 Estética – aceitação > muitas vezes limita seu 
uso em função da menor aceitação 
(acompanhante e até mesmo profissional). 
PRINCIPAL DESVANTAGEM: coloração escurecida/ 
enegrecida (aplicação adequada – obliteração dos túbulos 
pelos íons prata) + lesão de aspecto liso e até brilhante 
(reação dos íons prata) = solução permeou. 
 
Características do paciente: 
 Questão de alergia - prata; 
 Pacientes que por alguma razão têm a mucosa 
ulcerada (ardência); 
RIVA STAR (produto inovador): 
Dois frascos – um frasco com diamino fluoreto de prata 
e outro com iodeto de potássio, que é aplicado 
imediatamente após a aplicação do diamino para tentar 
minimizar a característica escurecimento dentário (lesão 
fica com tom mais claro); 
# Desvantagens: 
 Não restabelece forma (paralisa a lesão apenas); 
 Não preenche a cavidade; 
 Necessidade de reaplicação para manter a sua 
ação – ao longo do tempo, se o paciente fizer 
a higiene, ocorre a abrasão da superfície com 
remoção; 
 Manchamento (principal desvantagem). 
# Vantagens: 
 Custo extremamente baixo – comparado aos 
outros materiais restauradores; 
 Procedimento simples, rápido e indolor. 
# Modo de uso: 
1. Profilaxia (espero que minha solução difunda / 
penetre na dentina carreando os íons de prata 
e flúor pro interior dos túbulos dentinário) – 
precisamos remover placa, que impede que a 
solução entre em contato com a superfície da 
dentina; 
NÃO faço remoção do tecido cariado para aplicação 
(PROVA); 
2. Proteção dos tecidos moles com vaselina – 
porque os íons prata em contato com a luz oxida 
e escurece (mancha aonde cai – mão, lábios, ...); 
3. Isolamento do campo operatório – relativo; 
4. Aplicação com microbrush (sugestão: despejar 
a solução no dappen vidro ou plástico / evitar 
gotejar ao lado do paciente); 
5. Aguardar 1 minutos, no mínimo (absorção 
máxima) – tempo não é consenso, utilizamos 1 
minuto porque os estudos não indicaram 
diferença de 60, 90 e 120 segundos; 
6. Lavagem – eliminar a solução que não se 
difundiu no interior do tecido dentinário. 
# Estudos mais recentes mostram: 
A percepção estética sobre o escurecimento devido ao 
uso do diamino fluoreto de prata NÃO está diretamente 
associada a aceitação e satisfação dos pacientes e pais, 
mas a menos aceitação profissional. 
 Os profissionais devem ser incentivados a 
oferecer esse tratamento aos pacientes e seus 
pais, orientando-os sobre as vantagens e eficácia 
da técnica; 
 Em termos de efetividade, acaba sendo mais 
efetivo em comparação com paralisação da 
lesão/ não progressão do que medidas 
restauradoras. 
# Por que, em termos de não progressão, o diamino é 
melhor que uma restauração? 
Por que se a restauração falhar, a lesão vai progredir. Já 
o diamino, uma vez aplicado, ele já obliterou o que foi 
necessário. 
O que se observa quando tratamos uma lesão de cárie 
com diamino? 
 Redondezas do dente acabam se beneficiando, 
principalmente o antagonista – porque os íons 
de prata e flúor que ficaram “soltos” na 
superfície, beneficiam os dentes próximos.

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