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U N I V E R S I D A D E D O E S TA D O D O R I O D E J A N E I R O
C E N T R O D E E D U C A Ç Ã O E H U M A N I D A D E S
FA C U L D A D E D E E D U C A Ç Ã O
F U N D A Ç Ã O C E C I E R J / C o n s ó r c i o C E D E R J / U A B
C u r s o d e L i c e n c i a t u r a e m P e d a g o g i a – M o d a l i d a d e E A D
Aval iação a D i s tânc ia (AD1) – 2023 .2
Disc ip l ina : A l fabet ização I
Aluno(a) : Mar ia Eduarda 
Barbosa Nasc imeto
Mat r í cu la : 23212080451 Po lo : Três R ios 
Coordenador : Lu iz An ton io Gomes Senna
Med iadora p resenc ia l : Mar ia Andrade Rodr igues S i l va
 F ichamentos 
RIBEIRO, Darcy ) O processo c iv i l i za tór io . I n : O povo bras i le i ro : a
formação e o sent ido do Bras i l . 
 p . 64-69 . São Pau lo : C ia . das Le t ras , 1996 .
“ ( . . . ) O p rocesso c iv i l i za tó r io , ac ionado pe la revo lução tecno lóg ica que
poss ib i l i t ou a navegação oceân ica , t rans f igu rou as nações ibér i cas , 
es t ru tu rando-as como impér ios mercan t i s sa lvac ion is tas . ’ ’ (p .64)
“ ( . . . ) Essa carênc ia é que nos obr igou , em nosso es tudo do p rocesso 
c iv i l i za tó r io (R ibe i ro 1968 , 1972) , a p ropor, com respe i to ao mundo 
á rabe , a ca tegor ia de impér io despó t i co sa lvac ion is ta , en fa t i zando o 
cará te r a t íp ico de seu sa lvac ion ismo, que nunca qu is conver te r 
n inguém. ’ ’ (p .64)
“ ( . . . )Num segundo mov imento , se expand i ram pe los mares , lançando-
se em guer ras de conqu is ta , de saque io e de evange l i zação sobre os 
povos da Á f r i ca , da Ás ia e , p r inc ipa lmente , das Amér icas . ’ ’ (p .64)
“ (…) Ao mesmo tempo, se p lasmam a s i mesmas como novas 
fo rmações soc ioeconômicas e como novas con f igurações h is tó r i co -
cu l tu ra is , que cobrem áreas e sub jugam popu lações in f in i tamente 
ma io res que a europé ia (R ibe i ro 1970) . É no curso dessa 
au to t rans fo rmação que as popu lações ind ígenas das Amér icas , do 
Bras i l i nc lus ive , se vêem conscr i tas , a seu pesar, para as ta re fas da 
c iv i l i zação nascen te . ’ ’ (p .64)
“ (…) Os ing leses se expand i ram como operosos g ran je i ros pur i tanos 
ou como uma burgues ia indus t r ia l e negoc is ta , que ca lcu lava bem cada
um dos seus lances . Empenhados em ou t ro gênero de 2co lon ização , 
sua ta re fa e ra a de t ransp lan ta r sua pa isagem mundo a fo ra , rec r iando 
pequenas lng la te r ras , desa ten tos ou ind i fe ren tes ao que hav ia aonde 
chegaram. Negando-se a ver e a en tender as ve tus tas razões e 
jus t i f i cações do Va t i cano , p ropõem-se s imp lesmente conqu is ta r seu 
naco do bo lo amer icano . Quando menos fosse para lá der ramar 
excedentes da human idade famé l i ca de seus p rópr ios re inos , dando-
lhes novas pá t r ias por fazer. A lcançaram, também, p r ime i ro pe las 
mãos de p i ra tas , de corsár ios , de con t raband is tas , quan to puderam 
tomar do ouro que os i l héus car reavam para o Ve lho Mundo. Depo is , 
pe lo mecan ismo de in te rcâmbio mercan t i l , se apossaram de parce las 
a inda ma io res dessas r iquezas . ’ ’ (p .65)
“ (…) Os iberos , ao con t rá r io , se lançaram à aven tu ra no a lém-mar, 
abr indo novos mundos , a t i çados pe lo fe rvor ma is faná t i co , pe la 
v io lênc ia ma is desen f reada , em busca de r iquezas a saquear ou de 
fazer p roduz i r pe la esc ravar ia . Cer tos de que e ram novos c ruzados 
cumpr indo uma missão sa lvac ion is ta de co locar o mundo in te i ro sob a 
regênc ia ca tó l i co romana. Desembarcavam sempre desabusados , 
acesos e a ten tos aos mundos novos , querendo f lu í - los , rec r iá - los , 
conver tê - los e mesc la r -se rac ia lmente com e les . Mu l t ip l i ca ram-se , em 
consequênc ia , p rod ig iosamente , fecundando ven t res na t i vos e c r iando 
novos gêneros humanos . ’ ’ (p .65)
“ (…) Nesses con f l i t os de ampl i tude mund ia l , a Ibér ia se deb i l i t a tan to , 
que acaba por sucumbi r como cabeça do Impér io mund ia l sonhado 
tan tas vezes . Sucumbe, porém, é lá nos con f l i t os com seus pares . Cá , 
nos novos mundos , seus sêmens con t inuam fecundando 
p rod ig iosamente a mes t i çagem amer icana ; sua l íngua e sua cu l tu ra 
p rosseguem expand indo-se . ’ ’ (p .65)
“ (…) No Bras i l , de índ ios e negros , a obra co lon ia l de Por tuga l fo i 
também rad ica l . Seu p rodu to verdade i ro não fo ram os ouros 
a fanosamente buscados e achados , nem as mercador ias p roduz idas e 
expor tadas . Nem mesmo o que tan tas r iquezas permi t i ram erguer no 
Ve lho Mundo. Seu p rodu to rea l fo i um povo nação , aqu i p lasmado 
p r inc ipa lmente pe la mes t i çagem, que se mu l t ip l i ca p rod ig iosamente 
como uma morena human idade em f lo r, à espera do seu des t ino . C la ro 
des t ino , s inge lo , de s imp lesmente ser, en t re os povos , e de ex is t i r 
pa ra s i mesmos. ’ ’ (p .66)
“ (…) Tudo , nos sécu los , t rans fo rmou-se incessan temente . Só e la , a 
c lasse d i r igen te , permaneceu igua l a s i mesma, exercendo sua 
in te rmináve l hegemon ia . Senhor ios ve lhos se sucedem em senhor ios 
novos , super -hegemon ias e so l idá r ios en t re s i , numa fé r rea un ião 
superar mada e a tudo p red ispos ta para mante r o povo gemendo e 
produz indo . Não o que querem e p rec isam, mas o que lhes mandam 
produz i r, na fo rma que impõem, ind i fe ren tes a seu des t ino . ’ ’ (p .66)
“ (…) Em con t ras te com as e tn ias t r iba is que sobrev ive ram a lgum 
tempo a seu lado , a soc iedade co lon ia l nascen te , b iza r ra e p recár ia , 
e ra e a tuava como um reben to u l t ramar ino da c iv i l i zação europe ia , em 
sua versão por tuguesa . Va le d ize r, e ra já uma soc iedade b ipar t ida em 
uma cond ição ru ra l e ou t ra u rbana , es t ra t i f i cada em c lasses , se rv ida 
por uma cu l tu ra e rud i ta e le t rada , e in tegrada na economia de âmbi to 
in te rnac iona l que a navegação poss ib i l i t a ra . ’ ’ (p .66) 
“Mode lo europeu fo i t raz ido para o Bras i l , a navegação t ransoceân ica 
que in tegrava os novos mundos em uma economia mund ia l , como 
produ to res de mercador ias de expor tação e como impor tadores de 
negros esc ravos e bens de consumo; o es tabe lec imento do engenho de
cana, baseado na ap l i cação de complexos p roced imentos agr íco las , 
qu ímicos e mecân icos para a p rodução de açúcar ; e , depo is , a 
m ineração de ouro e d iamantes que envo lv iam o domín io de novas 
tecno log ias ; a s inge la tecno log ia por tuguesa de p rodução de t i j o los e 
te lhas , sapa tos e chapéus , sabão , cachaça , todas de car ros , pon tes e 
barcos e tc . ’ ’ (p .67)
“ (…) a l íngua por tuguesa , que se d i funde len tamente , sécu lo após 
sécu lo , a té conver te r -se no ve ícu lo ún ico de comun icação das 
comun idades b ras i le i ras en t re s i e de las com a met rópo le ; ’ ’ (p .68)
“ (…) um minúscu lo es t ra to soc ia l de le t rados que , a t ravés do domín io 
do saber e rud i to e técn ico europeu de en tão , o r ien ta as a t i v idades 
ma is complexas e opera como cen t ro d i fusor de conhec imentos , 
c renças e va lo res . Uma Ig re ja o f i c ia l , assoc iada a um Es tadosa lvac ion is ta , que depo is de in te rmed ia r a submissão dos núc leos 
ind ígenas a t ravés da ca tequese impõe um ca to l i c i smo de cor te 
mess iân ico e exerce um r igoroso con t ro le sobre a v ida in te lec tua l da 
co lôn ia , para imped i r a d i fusão de qua lquer ou t ra ideo log ia e a té 
mesmo do saber c ien t í f i co . A r t i s tas que exercem suas a t i v idades 
obed ien tes aos gêneros es t i l os europeus , p r inc ipa lmente o bar roco , 
den t ro de cu jos cânones a nova soc iedade começa a expressar -se 
onde e quando ex ibe a lgum faus to . ’ ’ (p .69)
“ (…) Aque las inovações tecno lóg icas , somadas às re fe r idas fo rmas
mais avançadas de o rdenação soc ia l e a esses ins t rumentos
ideo lóg icos de con t ro le e expressão p roporc ionaram as bases sobre as
qua is se ed i f i cou a soc iedade e a cu l tu ra b ras i le i ra como uma
imp lan tação co lon ia l europe ia . Uma e ou t ra , menos de te rminadas por
suas s ingu la r idades decor ren tes de incorporação de mú l t ip los t raços
de o r igem ind ígena ou a f r i cana , do que pe la regênc ia co lon ia l
por tuguesa que as con fo rmou corno uma f i l i a l l us i tana da c iv i l i zação
europe ia . I sso exp l i ca a ausênc ia de uma c lasse dominan te na t i va . Os
que cumprem esse pape l , se ja na qua l idade de agen tes da exp lo ração
econômica , se ja na qua l idade de ges to res da hegemon ia po l í t i ca , são
na rea l idade p repos tos da dominação co lon ia l . As p rópr ias c lasses
dominadas não compõem um povo ded icado a p roduz i r suas p rópr ias
cond ições de ex is tênc ia e nem sequer capac i tado para reproduz i r -se
vege ta t i vamente . São um cong lomerado d íspar, compos to por índ ios
t raz idos de longe , que apenas pod iam en tender -se en t re s i ; somados à
4gente desgar rada de suas mat r i zes o r ig ina is a f r i canas , uns e ou t ros
reun idos con t ra a sua von tade , para se verem conver t idos em mera
fo rça de t raba lho escravo a ser consumida no t raba lho ; gen te cu ja
renovação mesma se faz ia ma is pe la impor tação de novos
con t ingen tes de escravos que por sua p rópr ia reprodução . ’ ’ (p .69)
“ (…) Com base nessa comun idade a t íp ica e em seu acervo 
soc iocu l tu ra l , as novas en t idades puderam en f ren ta r p ron tamente do is 
desa f ios c ruc ia is . Um fo i an iqu i la r os g rupos ind ígenas que , não 
havendo s ido apresados e obr igados a t raba lhar como escravos , se 
a fas ta ram do l i t o ra l e hos t i l i zavam, desde o in te r io r, os núc leos 
neobras i le i ros assen tados na cos ta . Out ro fo i mante r a regênc ia 
co lon ia l por tuguesa sobre os núc leos neobras i le i ros , que c resceram 
mantendo sua es t ra t i f i cação soc ia l i n te rna e sua dependênc ia com 
re lação à met rópo le . ” (p .69)

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