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Literatura V POESIA JOAO CABRAL ZENI ARRUDA C PEREIRA 2

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Produção de texto - A lírica de João Cabral de Melo Neto 
Nesta atividade, buscaremos aproximações entre o vídeo proposto em nossa 
sala e o texto sobre a lírica de João Cabral de Melo Neto. Escreve, de um a 
três parágrafos, as convergências que encontrou entre ambos, observando: o 
contexto de produção do autor, a proposta poética dos modernistas e os traços 
estilísticos presentes na lírica cabralina. 
Seu texto precisa dialogar com o artigo e com o vídeo, inclusive fazendo 
referências ou citações (paráfrases ou citações diretas) sobre eles. 
João Cabral de Melo Neto (6 de janeiro de 1920 - 9 de outubro de 1999) foi um 
dos maiores poetas da literatura brasileira. 
Um marco do regionalismo na poesia brasileira, Morte e vida Severina foi um 
livro modernista escrito por João Cabral de Melo Neto entre 1954 e 1955. 
Considerado pela crítica como a sua obra-prima, os versos enfocam a vida de 
Severino, um retirante, com todos os sofrimentos e dificuldades enfrentados no 
cotidiano do sertão nordestino. Trata-se de um poema trágico dividido em 18 
partes com forte cunho social. No trecho do vídeo, somos apresentados ao 
protagonista Severino e ficamos conhecendo um pouco mais da sua origem 
comum como tantos outros nordestinos do sertão. 
Sua obra, pertencente a terceira fase do modernismo (a Geração de 45), deixou 
o público leitor fascinado com a capacidade de experimentação e inovação com 
a linguagem. João Cabral explorou na sua poesia uma série de temas desde a 
lírica amorosa até o poema engajado e a escrita ensimesmada. O contato com 
a poesia cabralina demandou retrabalho. Uma das razões é que seus versos 
costumam contrariar os lugares-comuns e desafiam a sensibilidade e inteligência 
do leitor, como o próprio escritor confessou em mais de uma ocasião. Tendo lido, 
anotado, analisado e interpretado os poemas sob a mediação do professor, os 
alunos são convidados a comentar o que entenderam, de maneira a apontarem 
relações entre o gênero literário, o tema abordado e os recursos linguísticos 
empregados pelo poeta. O propósito desta aproximação é didático, implica o 
emprego de linguagem menos rebuscada, sem que se comprometam o fórum da 
escrita e o ambiente em que o texto circula. A obra de João Cabral é repleta de 
belas imagens e metáforas, cuja compreensão nem sempre é evidente. 
Nesse sentido, era uma poesia difícil de ser lida em voz alta. Avesso ao embalo 
rítmico, ao “automatismo dos sonetos decassílabos” – que eram lidos nos 
tempos de escola. 
Resumidamente, sua poética estabelecia constantes relações entre o concreto 
e o abstrato, refletidas no diálogo entre o objeto, por vezes reduzido ao menor 
significante possível – e sua projeção na forma de poderosas metáforas – 
potencialização imagética sugerida pelas distantes relações entre os termos. É 
curioso que seus versos estimulem numerosas análises e dizeres, já que foram 
concebidos “racionalmente” 6 e em apologia metrificada do “antilirismo”7. .(p. 5) 
https://ava3.cefor.ifes.edu.br/mod/resource/view.php?id=97672
No caso de João Cabral, a poesia não obedece a toques de recolher. É sucessão 
de metáforas que expandem o imaginário do leitor, ultrapassam os limites da 
sala e persistem como itens a decifrar, para além do espaço/tempo reservado à 
aula. 
João Cabral escrevia para o leitor em tom de desafio, o que implicava o caráter 
didático de sua composição. Tratava-se, não apenas, de uma poesia a ser fruída, 
mas que suscitasse o raciocínio do leitor, exposto às imagens embutidas palavra 
a palavra: “depois de um Drummond, um Murilo, tentei fazer uma poesia 
construída, sem a espontaneidade do modernismo” (MELO NETO, 1996, p. 26). 
Segundo Haroldo de Campos, a poesia cabralina convida à “participação 
poética” por parte do leitor (CAMPOS, 1967, p. 71). O contato com os versos 
cabralinos resulta no empenho do leitor. 
Referência 
MELO NETO, João Cabral de. Cadernos de Literatura Brasileira, n. 1. São Paulo: 
Instituto Moreira Salles, 1996. 
CAMPOS, Haroldo de. Metalinguagem. Petrópolis: Vozes, 1967. 
 
Aluna: Zeni Arruda Camargo Pereira

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