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O ENSINO REMOTO: O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E A 
MATEMÁTICA 
 
 
Geovane Silva de Souza 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento sobre o atual cenário 
mundial de crise sanitária, no qual o mundo enfrenta há quase dois anos, quando 
em março de 2020 foi decretada a pandemia, ocasionada pelo Coronavírus que 
se espalhou rapidamente com alto índice contaminação e, entre as medidas de 
prevenção adotadas para tentar minimizar essa propagação, se tem a 
suspensão das atividades escolares presenciais em todo o mundo. Faz-se uma 
contextualização sobre como a educação precisou se reinventar, como os 
sistemas precisaram se reorganizar para que as escolas chegassem até os 
alunos e como os professores precisaram ressignificar suas práticas docentes e 
se adequarem a um novo modo de interação a partir da utilização das chamadas 
tecnologias da informação e comunicação (TIC), por meio do ensino remoto, 
para dar continuidade no processo de ensino-aprendizagem. Busca ainda 
analisar como o ensino da Matemática se adaptou à esse contexto 
PALAVRAS-CHAVE: Ensino remoto; ferramentas digitais; Matemática. 
 
 
 
2 
 
 1 INTRODUÇÃO 
Há quase dois anos o mundo deparou-se com uma crise sanitária de 
grande proporção, o que provocou um impacto gigantesco na humanidade. A 
covid-19, que se espalhou pelo mundo no início do ano de 2020, provocou 
grandes mudanças no modo de viver e de se relacionar da sociedade global, 
entre as medidas mais urgentes adotadas nesse cenário, para manutenção e 
preservação da vida surgiu a necessidade do uso de máscara facial e do 
distanciamento social para que assim diminuísse a propagação do vírus. 
O mundo inteiro precisou se reorganizar frente a isso e encontrar novas 
alternativas de se mover, os comércios precisaram fechar suas portas e só 
passou a funcionar os serviços considerados essenciais, trabalhadores 
passaram a exercer suas funções em home office, as empresas que continuaram 
funcionando, precisaram reduzir o quadro de funcionários e a capacidade de 
clientes, muitos serviços públicos passaram a ser executados de forma online 
para evitar aglomerações e, claro, a educação também precisou se reajustar a 
esse cenário e buscar alternativas para minimizar esses impactos pois, mesmo 
diante de uma catástrofe, não poderia deixar de lado sua função e, um dos 
principais caminhos percorrido pela educação até aqui foi o caminho das 
ferramentas da tecnologia da informação e comunicação, aliadas a um novo 
direcionamento e práticas mais flexibilizadas. 
Diante desse contexto que surgiu, e que apesar de já se estender por quase 
2 anos e dos inúmeros debates para encontrar alternativas de se desenvolver o 
trabalho pedagógico, o ensino remoto ainda continua sendo um desafio, a 
interação e a intervenção do professor por meio do ensino remoto impõe 
dificuldades maiores do que no presencial, principalmente pelas dificuldades dos 
professores em manusear essas ferramentas e da falta de recursos e acesso a 
esses canais. Sendo assim, este trabalho busca analisar e compreender, a partir 
da revisão bibliográfica, um pouco mais sobre os desdobramentos da educação 
na pandemia por meio do ensino remoto e da utilização das ferramentas 
tecnológicas, as principais dificuldades enfrentadas por professores e 
3 
 
estudantes, as potencialidades encontradas no uso dessas tecnologias e como 
o ensino da Matemática tem sido aplicado nesses moldes. 
2 DESENVOLVIMENTO 
No início da pandemia, um dos principais desafios no campo educacional, 
foi buscar mecanismos e alternativas para se fazer com que a escola chegasse 
até os estudantes. As equipes técnicas das secretarias, juntamente com os 
gestores escolares e professores iniciaram longos e importantes debates para 
encontrarem o melhor caminho, um caminho que suprisse essa necessidade de 
uma educação emergencial, que fosse capaz de levar a escola aos estudantes 
de modo seguro para todos. 
Nesse processo de repensar a educação, cada secretaria e escola foi 
trilhando seu caminho, principalmente a partir do uso das ferramentas 
tecnológicas disponíveis, que no momento é a alternativa mais segura, mas não 
sem considerar principalmente a realidade de seu grupo de estudantes, no qual 
existem muitas situações em que nem todos os alunos possuem acesso à rede 
de internet, smartphones, tablets e computadores, seja pela localização 
geográfica ou mesmo pelas desigualdades socioeconômicas. 
Para aqueles que não dispunham de tecnologias da informação e 
comunicação, foram viabilizados blocos de atividades impressas, que poderiam 
ser entregues nas instituições escolares ou nas casas dos alunos; para aqueles 
que dispunham destes mecanismos, foram projetadas atividades online por meio 
de plataformas digitais, aulas gravadas, transmissão por rádio, pela tv ou outras 
mídias sociais. Muitos recursos surgiram e os professores precisaram aprender 
rapidamente a fazer uso destes em suas propostas de ensino. É importante 
ressaltar que os professores desempenharam esse trabalho com recursos 
próprios, onde só um pouco depois algumas redes de ensino disponibilizaram 
ferramentas e internet para professores e alunos, o que chegou ainda a ser muito 
discutido por muitos profissionais. 
2.1 O auxílio da tecnologia no processo de ensino 
4 
 
Quanto a utilização dos recursos tecnológicos digitais, vale ressaltar o que 
afirma FERREIRA, L.A. et al., 2020: 
Nas últimas décadas, o uso massivo das tecnologias digitais foi 
crescente na sociedade, mudando o comportamento e a postura 
por meio do uso cotidiano da internet via tablets, smartphones, 
computadores. No meio educacional, não foi diferente. 
Ferramentas tecnológicas passaram a ser utilizadas como 
recursos pedagógicos para o processo de ensino e de 
aprendizagem. 
Como exemplo da utilização da tecnologia no cenário educacional, se tem 
a educação a distância no ensino superior que tem crescido bastante, graças a 
essas ferramentas tecnológicas. No entanto, na educação básica, o uso das 
tecnologias digitais ainda não era tão difundido, conforme enfatiza FERREIRA, 
L.A. et al., (2020), ”esses recursos tecnológicos disponíveis não são utilizados 
de maneira satisfatória para produzir aprendizados significativos nos alunos”. 
Ocorre que existe uma resistência ou até mesmo uma dificuldade por parte dos 
professores para se trabalhar com essas ferramentas, entre os fatores que 
contribuem para essa dificuldade estão, além da ausência muitas vezes desses 
recursos, a falta de capacitação quanto a utilização de ferramentas digitais, 
inclusive alguns autores defendem a necessidade de se incluir esta temática, 
tanto nos cursos de formação inicial para professores, quanto nos cursos de 
formação continuada. 
E nesse cenário, o processo de ensino e de aprendizagem impôs um 
desafio grande ao trabalho dos professores, pois precisaram fazer uso dessas 
tecnologias mais do que nunca para poder desempenhar seu trabalho e garantir 
o aprendizado dos alunos. É uma experiencia nova e muito diferente daquilo que 
professores e alunos estavam habituados. OLIVEIRA (2020) afirma: 
Os professores, por exemplo, em razão da suspensão das aulas 
por conta do distanciamento social, precisaram lidar com a 
pressão de adaptar-se a ferramentas virtuais, preparar 
atividades que mantenham os alunos estimulados e, ao mesmo 
tempo, estar disponíveis para esclarecer dúvidas. Também 
preocupam-se com o bem-estar e alimentação dos alunos, além 
de questões como conectividade para que ninguém fique para 
trás durante a suspensão das aulas. 
Vale ressaltar aqui que o ensino remoto se assemelha em muito com a 
modalidade de educação a distância - EaD, porém não são a mesma coisa, pois 
a EaD é uma modalidade que possui uma concepção teórico-metodológica 
própria e se desenvolve em ambiente virtual, com um trabalho compartilhado, 
5 
 
enquanto que o ensino remoto é de responsabilidadedo professor, com uma 
interação mais direta entre professor e alunos, além de se constituir em uma 
medida temporária para suprir uma necessidade emergencial de educação. 
Nesse contexto pandêmico e do ensino remoto, os professores precisaram 
se reinventar e mergulhar no mundo das tecnologias e superar os desafios desse 
cenário. No ensino presencial, a interação ocorre com mais facilidade e clareza, 
o professor pode observar as expressões, gestos, movimentações da turma, o 
que facilita o processo de avaliação e tomadas de decisão e os alunos podem 
interagir mais facilmente entre si, o que não ocorre da mesma maneira no ensino 
remoto, a interação é muito mais difícil e o professor precisa repensar como irá 
possibilitar essa interação e o retorno que alcançará. 
Sobre a utilização dessas ferramentas digitais para o desenvolvimento do 
trabalho pedagógico, Moran et al. (2007) destaca que “as tecnologias nos 
permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e tempo, de comunicação 
audiovisual, estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual entre o estar 
juntos e estarmos conectados a distância”. Porém, Santos e Araújo (2021) 
chamam atenção pois, a utilização desses recursos “podem não apenas expor 
fragilidades de lacunas existentes na formação pedagógica do professor, como 
também estagnar ou impedir o progresso na aprendizagem dos alunos”. Essas 
fragilidades que surgem são exatamente o que já foi disposto acima, a falta da 
inclusão das tecnologias de informação e comunicação nos programas de 
formação inicial e continuada para professores. 
Esses recursos tecnológicos são considerados potencializadores do 
processo ensino e aprendizagem nesse momento, mas para que de fato sejam 
eficazes, precisam ser compreendidos e utilizados pedagogicamente, os 
professores precisam refletir e avaliar em seus planejamentos como cada uma 
dessas ferramentas pode potencializar esse processo, quais as oportunidades 
de interação, tanto entre professor-aluno, aluno-aluno, quanto com o 
conhecimento, essas ferramentas possibilitam. 
Existem inúmeras ferramentas tecnológicas e mídias sociais que podem 
ser utilizadas pedagogicamente pelos professores, elas estão presentes em 
6 
 
cada parte do processo que vai desde o planejamento à execução, as mais 
utilizadas são os aplicativos de mensagens instantâneas como WhatsApp e 
Telegram, que possibilitaram a criação dos grupos das turmas para o envio de 
áudios, fotos, vídeos e de documentos e são de fáceis utilização; são utilizados 
também os aplicativos de videoconferência como Skype, google hangouts 
meets, Microsoft teams; os ambientes virtuais (AVA) como blackboard, canva, 
moodle, google classroom, e muitos outros sistemas que permitem a criação 
quis, jogos, aplicativos de gravação e edição de conteúdo audiovisual para a 
produção dos conteúdos a serem disponibilizados aos alunos. 
2.2 A Matemática no ensino remoto 
A Matemática é uma ciência que acompanha a sociedade desde os 
primórdios e está presente no dia a dia, em várias oportunidades e atividades 
humanas e, portanto, seu ensino deve ser significativo e o papel do professor é 
imprescindível enquanto mediador da aprendizagem, o que torna sua presença 
física essencial nesse processo. Se tratando dos conhecimentos matemáticos, 
sabe-se que não é um desafio apenas no contexto remoto, mas também já é 
naturalmente considerada como uma disciplina desafiadora por grande parte dos 
alunos, e por isso, Monteiro (2020) destaca: 
Para que os estudantes construam o sentido dos conhecimentos 
matemáticos é preciso que trabalhem na escola, de maneira 
análoga ao que realizam os matemáticos no desenvolvimento do 
seu trabalho, isto é, que aprendam matemática fazendo 
matemática, assim como aprendem a falar, falando. 
Isso significa dizer que levantar problemas matemáticos para que os 
resolvam e possibilitar atividades práticas significativas é uma prática central 
para o aprendizado da matemática, pois permite aos alunos exercitarem seus 
conhecimentos e, a partir deles, pensar em hipóteses para encontrar a solução, 
elaborando as estratégias necessárias para a situação apresentada. 
É importante ter em mente que o problema não deve ser apenas um termo, 
mas ele precisa de fato apresentar ao estudante uma dificuldade, por mais que 
para alguns uma determinada situação possa ser solucionada mais facilmente e 
em outros possa provocar um problema mais complexo. O que não se pode é 
perder o sentido do que deve ser o problema. A Matemática precisa fazer sentido 
e o aluno precisa compreender o seu contexto na realidade, não apenas na 
7 
 
escola, e o professor tem a função de estimular e mediar essa compreensão no 
seu aluno. 
Em se tratando do ensino da Matemática a partir de ferramentas 
tecnológicas, no contexto em que é possível seu uso, pode favorecer em muito 
o processo pois, a partir de um bom planejamento, as atividades se tornam mais 
atrativas, visto que a geração de hoje é uma geração muito mais conectada e 
familiarizada com as mídias digitais. Também esses recursos ampliam as 
possibilidades de acesso a novas informações, fontes de pesquisas e 
proporciona uma autonomia maior aos alunos e dinamiza o trabalho docente. 
O aprendizado de Matemática é essencial, e para que o processo ensino-
aprendizagem seja eficaz, é necessário dedicação tanto do estudante quanto do 
professor, no qual o estudante precisa ter o interesse por aprender e o professor, 
na ação de planejar o seu trabalho docente, considere as particularidades, a 
realidade e as diferentes etapas que cada estudante passa (Schwanz e Felcher, 
2020). 
Falando de planejamento, planejar é uma ação necessária pois é a partir 
do planejamento que o professor norteia seu trabalho, tem clareza de quais 
passos seguir, os objetivos a serem alcançados, os conteúdos a serem 
trabalhados e os recursos. E como já foi destacado, nesse momento, o ato de 
planejar exige uma ação de reflexão e avaliação muito maior por parte do 
professor para considerar a realidade de seus alunos e avaliar quais as 
oportunidades de interação, tanto entre os agentes do processo quanto com o 
conhecimento cada ferramenta de comunicação e de acesso possibilita, pois: 
Uma aula gravada, por exemplo, não permite interação com o 
professor ou entre estudantes, mas pode ser uma ótima 
 
8 
 
ferramenta para sistematizar um conceito. Uma atividade 
impressa pode ser uma boa ferramenta para propor problemas 
abertos, na qual o estudante possa resolver com autonomia, 
usando recursos pessoais, mas é preciso prever algum tipo de 
retorno desses conhecimentos. (MONTEIRO, 2020) 
 
E no contexto da pandemia, como que ocorre o ensino da matemática? Os 
professores precisaram se reinventar e ressignificar suas práticas docentes 
através de estudos para conseguir se comunicar com seus alunos, desenvolver 
práticas criativas e interativas para alcançar um rendimento escolar. A prática 
docente precisa ser dinâmica, clara e atrativa para conseguir a atenção dos 
alunos e um melhor aproveitamento, motivando o aprendizado. É evidente que 
diante das dificuldades na interação pelas situações já frisadas, muitas vezes, 
por mais que os professores se desdobrem para produzir aulas dinâmicas e 
atrativas, não tem o retorno de todos os alunos. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
É notório que que a crise sanitária provocada pela covid-19, se tornando 
uma pandemia sem precedentes, veio como um grande desafio para o cenário 
educacional. Apesar do crescente avanço da globalização em que a humanidade 
estar cada vez mais à mercê das tecnologias e mídias digitais e mesmo esses 
recursos já estando inseridos na prática educacional, sua aplicabilidade para o 
trabalho educacional ainda é uma problemática. Falta preparação durante os 
programas de formação de professores para a utilização dessas ferramentas e 
considerando as desigualdades econômicas e sociais, é inegável que muitosprofessores e alunos sofram com a ausência desses recursos. 
 
PILL (2020) aponta que: 
Os tempos de excepcionalidade gerados pela pandemia da 
covid-19 jogaram luz sobre desigualdades estruturais no Brasil. 
Nesse contexto de futuro incerto, mais da metade dos 
estudantes no planeta está sem acesso aos conteúdos online 
disponibilizados pelas instituições educacionais. Segundo o 
balanço da Unesco de abril, cerca de 1,5 bilhões de crianças e 
adolescentes estão fora da escola em 188 países em função das 
regras de isolamento social impostas para conter o avanço da 
disseminação do vírus. No brasil são mais de 4,8 milhões de 
crianças e adolescentes sem internet em casa, ou 17% do total 
entre quem tem de 9 e 17 anos, segundo a Unicef. Sem essas 
ferramentas para buscar conteúdos, eles deixam de se preparar, 
por exemplo, para o ENEM, postergado para novembro. 
 
9 
 
As redes de educação, as escolas e os professores se desdobraram em 
estudos e debates para desenvolver uma educação aos moldes da pandemia, 
desenvolver uma conexão com os alunos tendo o mínimo ou nenhum contato 
físico. Foi adotado o ensino remoto, pensado sempre na realidade da 
comunidade e na particularidade de cada aluno, considerando que nem todos 
podem acompanhar o formato digital. Os sistemas flexibilizaram seus currículos, 
professores ressignificaram seu trabalho docente a partir da utilização da 
tecnologia para potencializar o seu trabalho, além das aulas online em tempo 
real pelos vários canais digitais, também ocorre as gravações de videoaulas, 
para aqueles que não podem acompanhar através dos canais digitais, os 
professores elaboram as apostilas com as atividades para que os alunos ou 
responsáveis busquem nas escolas, ou mesmo a escola indo entregar para 
aqueles que não transportes para ir até a escola. 
 
E no ensino da matemática, que já é comumente uma disciplina 
desafiadora, nesse contexto aumenta ainda mais esse desafio, tanto para alunos 
quanto para professores. Os educadores tiveram que se tornar ainda mais 
reflexivos quanto ao seu planejamento, considerando as potencialidades de 
cada ferramenta disponível e como utilizá-las para tornar suas aulas mais 
atrativas e dinâmicas, de modo alcance aproveitamento escolar. 
 
Pode-se concluir que, as tecnologias da informação e comunicação 
possuem a capacidade de serem grandes potencializadoras do processo de 
ensino e aprendizagem, contudo para isso é necessário que os profissionais da 
educação estejam preparados para sua utilização, conheçam suas 
funcionalidades e como isso pode potencializar sua prática, considerando ainda 
o acesso por parte dos educandos, o que fato não ocorre na prática e acaba por 
deixar o processo comprometido. 
Portanto, fica evidente que esses desdobramentos não foram de modo 
algum em vão, minimizaram os impactos, mas não substitui e nem pode ser 
equiparado ao ensino presencial, e chama atenção ainda para a necessidade de 
habilitar os profissionais quanto a utilização das ferramentas digitais. 
 
 
10 
 
REFERÊNCIAS 
 
FERREIRA, Leonardo Alves.; CRUZ, Brasiliana Diniz da Silva.; ALVES, 
Aureliano de Oliveira.; LIMA, Ivoneide Pinheiro de. Ensino de Matemática e 
covid-19: práticas docentes durante o ensino remoto. Revista de educação 
Matemática e Tecnológica Iberoamericana, v. 11, número 2, 2020. 
MONTEIRO, Priscila. Reflexões sobre o ensino remoto de Matemática. E-
Docente, 2020. 
MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e 
mediação pedagógica. 13ª ed. Campinas: Papirus, 2007. 
OLIVEIRA, Maria Victória. Pesquisa mostra sentimento de professores em 
meio a pandemia de coronavírus. 2020. 
SANTOS, Marcielio Alves dos.; ARAÚJO, Jefferson Flora Santos de. Uso de 
ferramentas pedagógicas e tecnológicas no contexto das aulas remotas. 
Revista Educação Pública, v. 21, n° 17, 11 de maio de 2021. 
SCHWANZ, Catiane Bartz., FELCHER, Carla Denize Ott. Reflexões acerca dos 
desafios da aprendizagem Matemática no ensino remoto. Revista 
Internacional Interdisciplinar, Taquara/RS, 2020.

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