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Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 1 Asma O GINA tem como objetivos: aumentar a sensibilização entre profissionais da saúde, autoridades de saúde e comunidade; melhorar a prevenção e tratamento; disseminação e implementação das recomendações; promover a colaboração internacional para investigação da asma. ➔ EPIDEMIOLOGIA 1) Doença crônica comum e potencialmente grave; 2) Afeta 300 milhões de pessoas no mundo de todas as faixas etárias (1 a 18% da população); 3) Problema grave de saúde mundial; 4) Prevalência crescente em países em desenvolvimento; 5) Gera gastos para sistema de saúde e para a sociedade; DEFINIÇÃO: Doença heterogênea definido por inflamação crônica nas vias aéreas, em que o paciente apresenta história de sintomas respiratórios como chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse, variando de intensidade ao longo do tempo; além disso, possui limitação variável ao fluxo expiratório. ➔ FENÓTIPOS DA ASMA 1) ASMA ALÉRGICA: início na infância, história pregressa e familiar de alergia. Escarro induzido: inflamação EOSINOFÍLICA, com resposta ao corticoide inalatório. 2) ASMA NÃO ALÉRGICA: ocorre mais no adulto. Escarro: NEUTROFÍLICA ou EOSINOFÍLICA ou PAUCIGRANULOCÍTICO. Tem resposta menor ao uso de corticoide inalatório. 3) ASMA DE INÍCIO TARDIO: adulto entre 40 a 50 anos de idade, prevalente no sexo feminino, não é alérgica e muitas vezes necessitam de doses mais elevadas de corticoides inalatórios ou são relativamente refratários a este tratamento. 4) ASMA COM LIMITAÇÃO FIXA AO FLUXO AÉREO: longa data, há remodelamento da Via Aérea; pacientes que não tratam a asma, que visitam PS várias vezes, vai evoluir com uma obstrução no fluxo aéreo de forma mais definitiva, ou seja, a Espirometria pós broncodilatador tem uma resposta menor. 5) ASMA COM OBESIDADE: sintomas respiratórios importantes com inflamação EOSINOFÍLICA. A obesidade está relacionada com quadro inflamatório sistêmico. Portanto, obesidade pode dar dislipidemia, doença coronariana, pode inflamar o pulmão e desenvolver sintomas respiratórios do tipo tosse, chiado do peito e falta de ar. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 2 ➔ FISIOPATOLOGIA DA ASMA Indivíduos que tem contato com o alérgeno vão sensibilizar células eosinofílicas, liberando mediadores químicos. Com isso, o paciente vai começar a ter maior produção de muco. Se a inflamação não for tratada, o individuo pode evoluir para quadro de fibrose, hiperplasia e hipertrofia do músculo luso. Assim, haverá hiper- reatividade e hiperresponsividade brônquica. O paciente começa a ter sintomas como tosse e chiado no peito, além de que podem apresentar também edema nas vias aéreas. • DESCAMAÇÃO EPITELIAL O paciente asmático tem destruição do epitélio, consequentemente os cílios não funcionam; sendo assim, haverá maior quantidade de muco. Além disso, essa descamação do epitélio faz com que haja exposição de terminações nervosas. • EVOLUÇÃO DINÂMICA DA ASMA 1) BRONCOCONSTRIÇÃO leva a presença de mais sintomas, como tosse, chiado e dispneia. 2) INFLAMAÇÃO CRÔNICA DE VIA AÉREA caso não tratada, o paciente terá períodos de exacerbação. 3) REMODELAMENTO DE VIA AÉREA ocorre quando não se trata a inflamação crônica, evoluindo para uma broncoconstrição fixa que se traduz na espirometria por uma obstrução fixa do fluxo aéreo, que não vai ser tão expansiva após uso de broncodilatador. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 3 ➔ DIAGNÓSTICO: O diagnóstico de Asma é feito analisando diversos fatores, como: • HISTÓRIA CLÍNICA 1) Tosse, chiado no peito e dispneia: Tosse noturna ou matinal (acompanhada de vômitos). 2) Frequência, duração, intensidade das crises: paciente relata que já teve vários episódios desse durante a vida. 3) Fatores desencadeantes: infecções respiratórias (principalmente virais), Esforço físico (exercícios, choro ou riso), Alérgenos (pó, pelo de gato); 4) História pessoal e familiar: principalmente pai, mãe ou irmão; 5) Comorbidades: rinite alérgica, dermatite atópica, alergia alimentar, DRGE, SAHOS; 6) Identificar se o paciente já foi ao OS por conta de crise ou ataque de asma; • EXAMES 1) Raio-X de tórax / TC de tórax; 2) TECP (teste de exercício cardiopulmonar); 3) Testes de função pulmonar 4) Peak-flow; 5) Espirometria; 6) Teste de broncoprovocação; • TOSSE: normalmente seca, de predomínio noturno ou matinal; piora com contato/exposição a alérgenos; “asma variante tosse” significa que o paciente pode ter como único sintoma da asma a tosse. • CHIEIRA TORÁCICA: geralmente, é o achado mais comum no exame físico; encontrar chiado no peito significa que o paciente esteja apresentando uma broncoconstrição associada ou não a presença de secreção; reflete piora da obstrução; é mais audível na expiração do que na inspiração; nem tudo que chia é asma (DPOC, corpo estranho, ICC); alivia com uso de broncodilatadores. • DISPNEIA: agravada em horas, dias ou semanas; dificuldade na realização de exercícios físicos; pode ser induzida pelo exercício; fator prognostico -> falta de ar mais descompensada ou obstruída. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 4 • FATORES DESENCADEANTES: os principais fatores que desencadeiam os episódios de asma são a infecção respiratória por vírus; controle inadequado da inflamação e fatores ambientais, como a poluição atmosférica, poeira doméstica; pelo e saliva de animais; insetos; tabagismo direto ou indireto; pólens; mofo; exercício; ar frio. • HISTÓRIA PESSOAL E FAMILIAR: analisar frequência, duração, intensidade das crises; a idade de início das crises; contato a alérgenos; boa resposta ao uso de broncodilatadores; tabagismo; história de asma e atopia na família; “bebê chiador”; • COMORBIDADES: rinite alérgica; dermatite atópica; urticaria; alergia alimentar; DRGE; SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono); Obesidade; ➔ PROPEDÊUTICA DA ASMA • INSPEÇÃO ESTÁTICA: normal (casos leves); tórax em peito de pombo ou tonel (paciente com asma há muitos anos); dispneia/taquipneia; tempo expiratório prolongado; insuficiência respiratória; • INSPEÇÃO DINÂMICA: normal; uso de musculatura acessoria; cianose central; taquicardia; queda de SpO2; sudorese; sonolência/confusão mental; • PERCUSSÃO PULMONAR: normal ou hipersonoridade; • PALPAÇÃO: expansibilidade normal ou reduzida; FTV normal ou reduzida; • AUSCULTA PULMONAR: sibilos expiratórios; diminuição global do MV; Tórax silencioso (por conta do broncoespasmo); • RAIO-X DE TÓRAX: geralmente normal, as alterações so costumam ser visíveis na fase mais avançada da doença (hiperinsuflação pulmonar; Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 5 retificação do diafragma; verticalização da sombra cardíaca; aumento do diâmetro AP; aumento dos espaços intercostais); útil na exclusão de outras patologias como neoplasia, tuberculose, doença intersticial pulmonar, insuficiência cardíaca; • TC DE TÓRAX: possui maior sensibilidade e especificidade que Raio-X; não é necessário de rotina; identificação do espessamento brônquico, bronquiectasias (dilatação brônquica), aprisionamento aéreo (ar não saiu todo do pulmão), impactação mucóide; achados podem se correlacionar com a gravidadeda doença e maior risco de exacerbações. ➔ FUNÇÃO PULMONAR O teste de função pulmonar avalia: 1) A variabilidade do pico de fluxo expiratório; 2) Variabilidade da função pulmonar; 3) Reversibilidade ao broncodilatador; 4) Teste de broncoprovocação (é um tipo de espirometria só que com medicamentos que irão gerar constrição nos bronquíolos); 5) Teste de provocação ao exercício; O teste de função pulmonar é útil como indicador de risco futuro. 6) Teste de alergia: Prick teste (avalia asma alérgica); 7) Oxido nítrico exalado: é uma substância que geralmente quem tem asma eosinofilica está aumentado, porém ainda não é tao útil para diagnostico de asma; 8) Análise de escarro induzido; 9) Hemograma: geralmente, eosinófilo > 3% sugerem algum grau de eosinofilia; DEFINIÇÃO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE): é o pico máximo de fluxo expiratório atingido em uma expiração forçada (ponto da curva expiratória na qual a velocidade da expiração foi maior). Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 6 O diagnóstico de asma através do PFE é feito quando a variabilidade é > 20% relação ao pré-broncodilatador ou melhora de 60 L/min, sugerindo paciente com asma. Em CRISES DE ASMA, após 1 hora deve avaliar o PFE; quando PFE > 70% = Boa Resposta Alta; quando PFe de 70 a 35% = Permanecer sob tratamento no OS; quando PFE < 35% = Internar, pois se mesmo após a medicação o pulmão não está respondendo, significa que o pulmão está fechado. • AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE CLÍNICA (PFE) 1) Movimente o indicador para a base da escala numerada; 2) Fique de pé ou sentado com cabeça reta; 3) Realize uma inspiração profunda enchendo os pulmões de ar; 4) Coloque o bocal na boca e feche os lábios em volta; 5) Sopre o mais rápido e forte que puder de uma só vez; 6) Repita 3 vezes e anote o maior valor das 3 manobras; RESUMO = o PFE serve para dar diagnóstico de paciente com asma ocupacional e para avaliar pacientes que estão no PS em crise de asma para saber se esse individuo está respondendo ou não ao tratamento. • DIAGNÓSTICO DE ASMA POR ESPIROMETRIA Pacientes com fibrose pulmonar (pulmão perde capacidade de elasticidade) a curva fluxo- volume é igual a curva normal, só que de menor amplitude. Já pacientes com DPOC e ASMA (obstrução do fluxo aéreo) terá uma saída de ar mais lenta e devagar, ampliando a expiração após o pico na curva. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 7 • RESPOSTA APÓS USO DO BRONCODILATADOR Normalmente, há resposta quando o indivíduo tem uma melhora na capacidade respiratória, quando VEF1 aumenta 200mL e 7% do valor previsto. CVF pode ter aumento a partir de 350mL. CV considera uma resposta ao broncodilatador com aumento maior que 400mL. CI aumenta maior que 300mL. Obs.: Nem todos os pacientes com Asma respondem ao broncodilatador no momento do teste. • TESTE EXERCÍCIO CARDIOPULMONAR Asma induzida pelo exercício físico pode ser identificada através do teste exercício cardiopulmonar. O médico deve ter entendimento fisiopatológico dos mecanismos de dispneia ao esforço, avaliando a ocorrência de broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE). Ex.: bicicleta ergométrica + monitorização + espirometria. • TESTE DE BRONCOPROVOCAÇÃO São usadas as substâncias metacolina ou histamina. Faz a espirometria, só que ao invés de usa uma medicação broncodilatadora, usa- se medicação broncoconstritora. A espirometria pode dar normal, por isso pode ser feito esse teste de broncoprovocação, pois seria uma contraprova, além de ajudar a dar o diagnostico de asma em pacientes que tem teste broncodilatador normal. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 8 OBS.: Pacientes com sintomas respiratórios típicos de asma (tosse, chiado no peito e dispneia) -> Deve ser feito perguntas aos pacientes com sintomas, como: Quando você usa broncodilatador há melhora?; Já teve crise de falta de ar antes?; Seu pai tem asma?; Você é alérgica? -> Se a resposta for SIM, deve realizar ESPIROMETRIA -> Se o resultado da espirometria confirmar o diagnostico de asma, deve-se iniciar o tratamento adequado; Caso o paciente NÃO tenha sintomas típicos de asma, deve-se solicitar exames e pensar em diagnósticos diferenciais. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 9 • DIAGNÓSTICO DE ASMA Pode ser feito através do PFE, Espirometria e Medida da Hiperresponsividade Brônquica, avaliando em conjunto com a história clínica do paciente. ➔ TRATAMENTO DA ASMA - OBJETIVOS: NÃO FARMACOLÓGICO = aconselhamento quanto a parar de fumar ou evitar exposição; encorajar atividade física; reduzir peso para obesos; evitar alérgenos intradomiciliar, “outdoor” e ocupacionais; vacinação (anti-influenza e anti- pneumocócica); termoplastia brônquica (poucos estudos); diminuição de estresse (relaxamento e técnica respiratória); imunoterapia; evitar alimentos (só quando confirmar alergia); questionar sobre AINES/AAS; educação em asma/plano de ação. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 10 EDUCAÇÃO EM ASMA: identificar seus fatores desencadeantes e saber como evitá-los -> usar corretamente os remédios adequados com a técnica e a dose correta -> saber quando a sua asma está saindo de controle -> conhecer os efeitos colaterais dos medicamentos usados e saber como minimizá-los. Deve-se tirar dúvidas do paciente sobre o que é asma, medicamentos, instruir o que fazer quando tiver em crise etc. - CICLO DE TRATAMENTO DA ASMA BASEADO NO CONTROLE DA DOENÇA: 1) AVALIAR: diagnostico; controle de sintomas e fatores de risco (incluindo função pulmonar); técnica inalatória e aderência; preferência do paciente. 2) AJUSTAR TRATAMENTO: medicações de Asma; estratégia não farmacológica; tratar fatores de risco modificáveis. 3) REVER A RESPOSTA: sintomas; exacerbações; efeitos adversos; satisfação do paciente; função pulmonar; PLANOS DE AÇÃO: as orientações dadas ao paciente e o que ele deve fazer em cada zona. ZONA VERDE = onde deve estar todos os dias (ponto de controle); sintomas mínimos de asma; ser capaz de realizar todas as atividades diárias. Uso mínimo de beta2 de alívio (2-3 vezes na semana e nunca mais que uma vez ao dia); sono não interrompido por sintomas de asma. Neste caso, continuar medicamento preventivo na dose usual e evitar ter contato com coisas que causem sintomas. ZONA AMARELA = significa que sua asma está saindo fora do controle; deve agir rapidamente para retornar para a zona verde. Nessa zona, os pacientes costumam apresentar cansaço fácil; tosse seca e persistente, geralmente a noite; chiado no peito e sensação de aperto no peito; aparecimento dos sinais de alerta; começar a usar o beta2 de alívio com maior frequência que a usual; sono interrompido por sintomas de asma. Neste caso, deve aumentar a dose do seu medicamento preventivo. ZONA VERMELHA = paciente em crise de asma; resposta pequena ou ausenta ao broncodilatador (você usa o BD e já não obtém alívio ou a sua duração é inferior a 2 horas). Neste caso, tomar prednisona por via oral e entrar em comunicação com seu médico ou ir até o PS. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi11 • INTERVENÇÕES FARMACOLÓGICAS Uso diário para atingir e manter o controle de asma persistente; as mais eficazes são as que atuam no processo inflamatório de base. 1) CORTICOIDES INALATÓRIOS Primeira linha de tratamento para asma persistente; Devem ser introduzidos quando o paciente apresentar controle inadequado da asma; Reduzem a frequência e gravidade das crises; Reduzem as taxas de internação; Os CI são divididos em doses baixas, medias e altas. • INIBIDOR DE RECEPTOR DE LEUCOTRIENOS MONTELUCASTE (SINGULAIR) = geralmente, usado em crianças acima de 5 anos, principalmente usado em tratamento para asma induzido por anti- inflamatório e asma induzido por exercício; Utilizado em pacientes com rinite alérgica; Alternativa para tratamento de asma persistente leve, que promove bronco proteção e reduz a inflamação das vias aéreas. • BRONCODILATADOR DE AÇÃO PROLONGADA (LABA) FORMOTEROL + SALMETEROL! NUNCA devem ser usados isoladamente; devem ser associados aos corticosteroides inalados (asma parcialmente controlada; asma não controlada; asma moderada e grave); • METILXANTINAS Ação broncodilatadora e anti-inflamatória leve. É uma alternativa para asma leve persistente. Pode ser associado aos corticosteroides inalados em maiores de 5 anos; A monitorização dos níveis séricos, ao usar esse medicamento, é essencial. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 12 • IMUNOMODULADORES (OMALIZUMABE) Anticorpo monoclonal que previne a ligação da IgE aos receptores de alta afinidade, ou seja, inibem ação do eosinófilo (interleucina 5 e 12). Indicado como alternativa para crianças acima de 6 anos com asma grave e de difícil controle. Cuidados com anafilaxia (até 2 horas após administração); Nova forma de tratamento da asma, porém de alto valor. DEFINIÇÃO DE ASMA GRAVE = paciente que usa todos os medicamentos e mesmo assim continua internado. • MANEJO EM LONGO PRAZO 1) Classificação do grau de controle: os sintomas caracterizam o controle da doença; fazer seguimento. - Você está tendo sintomas diurnos mais do que 2 vezes por semana; - Você está acordando a noite por conta da asma; - Você está usando LABA mais do que 2 vezes por semana; - A falta de ar está atrapalhando a fazer atividade diária; BEM CONTROLADO = não tem nenhuma resposta afirmativa; PARCIALMENTE CONTROLADO = se tiver de 1 a 2 respostas positivas; NÃO CONTROLADO = se tiver 3 ou 4 respostas negativas; 2) Classificação da gravidade: a gravidade é determinada pela quantidade de medicamentos; início do tratamento. Pacientes apresentam sintomas diurnos; Pacientes apresentam sintomas noturnos; Espirometria ou PFE; Está ou não exacerbado; Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 13 ASMA INTERMITENTE = casos de pacientes que no período de 1 ano teve 1 ou 2 crises de asma -> único que está autorizado a NÃO dar corticoide inalatório para ele e tratar somente as crises; educação em asma. • GINA Paciente LEVE é tratado com baixas doses de corticoide inalatório; ETAPA 1-2: pacientes leves -> baixas doses de CI e formoterol se necessário para poder aliviar sintomas para pacientes com quadros leves; ETAPA 3: pacientes moderados -> baixas doses de corticoide inalatório + LABA (formoterol) obrigatório; ETAPA 4: aumento das doses de CI + LABA (formoterol); ETAPA 5: asma grave -> altas doses de CI + LABA (formoterol) + LAMA (anticolinérgico só pode ser associado a partir da etapa 5) e a avaliação de fenótipos para ver se vai entrar com imunoglobulina; • RISCO FUTURO (FATORES MODIFICÁVEIS) 1) Sintomas não controlados; 2) Uso de beta2 (salbutamol) com mais de 2 tubos por mês; 3) Uso inadequado de corticoide inalatório, uso de forma incorreta ou má adesão; 4) Comorbidade como obesidade e DRGE; 5) Fatores psicológicos e sociais; 6) Exposição a cigarros e poeiras; • RISCO FUTURO (EXACERBAÇÕES) 1) Intubações previas = asma grave; 2) Exacerbações no último ano; • RISCO FUTURO (EVENTOS ADVERSOS) Sistêmico é usado corticoide oral com muita frequência ou CI em alta dose em uso prolongado. Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 14 EFEITOS COLATERAIS DO CORTICOIDE = glaucoma, catarata, osteoporose, fragilidade capilar e paciente quando faz a inalação do CI pode ter irritação na garganta, rouquidão, disfonia, candidíase orofaríngea, hematomas, risco de pneumonia, redução de cortisol basal e densidade mineral óssea. • ESPIROMETRIA Identifica risco de exacerbação -> quando VEF1 < 60%; Poucos sintomas, má percepção. Fator de risco para exacerbação, independente dos sintomas; • HEMOGRAMA Ao solicitar o hemograma, podemos analisar o valor dos eosinófilos do sangue para identificar a gravidade da asma. Eosinófilos no sangue se associa com gravidade da asma -> 3% ou 400 celulas; • MEDICAÇÕES CONTROLADORAS = manutenção; redução da inflamação VA; controle dos sintomas; redução do risco futuro (exacerbações); melhora na função pulmonar e qualidade de vida; ALIVIADORA = resgate e broncoespasmo induzido por esforço; ADD ON = asma grave, sintomas persistentes e/ou exacerbações apesar do tratamento otimizado; ou seja, vai adicionar remédio ou aumentar a dose; Avaliar 2-3 meses: Step up or down ou urgência; STEP UP = sintomas não controlados, exacerbações ou risco, mas checar diagnostico, técnica inalatória, aderência, exposição ambiental e confirmar sintomas; STEP DOWN = sintomas controlados por 3 meses + diminuição do fator de risco para exacerbações, 25 a 50% CI a cada 3 meses (sem infecções respiratórias, sem viagens ou gravidez); não suspender CI em adultos ou adolescentes; • QUANDO ENCAMINHAR PARA O ESPECIALISTA? 1) Dificuldade para confirmar diagnostico; 2) Suspeita de asma ocupacional; 3) Asma persistente não controlada ou exacerbações frequentes; Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 15 4) Fator de risco para morte relacionada a asma: asma quase fatal/UTI/INTUBAÇÃO/ANAFILAXIA ou ALERGIA ALIMENTAR CONFIRMADA; 5) Efeitos colaterais das medicações; 6) Complicações ou subtipos: doença respiratória exacerbada com AAS, Aspergilose Broncopulmonar; CRISE DE ASMA = episódios caracterizados por aumento progressivo dos sintomas, como dispneia, tosse, sibilos, aperto torácico e progressiva diminuição da função pulmonar ou manifestação inicial; Terminologia: episódios ou ataque de asma aguda grave ou “flare up”; Exposição a agentes externos, IVAS viral, pólen ou poluição e/ou diminuição da aderência com medicação de controle; Diagnostico = diminuição do VEF1 ou PFM, as vezes com sintomas ausentes; Auto manejo = plano de ação escrito; • CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE NA CRISE DE ASMA CRISES LEVES = despertares noturnos por sintomas de asma; sintomas com necessidade de medicação de resgate; redução do PFE menor que 20%; sem sinais de gravidade; pacientes sem fator de risco para asma quase fatal; As crises leves devem ser tratadas em ambiente de UBS ou consultório; pacientes selecionados devem ser feitos plano de ação domiciliar; TRATAMENTO DA CRISE LEVE = beta-2-agonista de curta duração (SABA) de 2 a 4 jatos de aerossol dosimetrado (ou nebulização) de 20 em 20 minutos na primeira hora; caso haja melhora, liberar para casa com corticoide oral de 5 a 7 dias, manter beta-2-agonista de curta duração conforme necessidade, aumentar o tratamento controle (aumentar a dose do CI, iniciar ou manter beta-2-agonista de ação prolongada),reforçar as medidas educativas, acompanhamento médico. Se não melhorar, dar mais salbutamol, CI ou corticoide oral e reavaliar de 2 a 3 horas esse paciente; Se esse paciente com 4 a 6 horas não melhorar -> internar. PACIENTE INTERNADO: corticoide sistêmico (hidrocortisona, metilprednisolona e prednisona); beta-2-agonista de curta duração + ipratrópio; oxigenoterapia (manter SatO2 > 95%); Medicina Interna Medicina Anhembi Morumbi 16 • INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO UTI 1) Parada cardiorrespiratória; 2) Manutenção ou intensificação da hipoxemia; 3) Hipercapnia; 4) Acidose; 5) Exaustão, respiração paradoxal; alteração da consciência (sonolência, confusão mental); 6) Persistência do PFE < 30%; • TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA 1) Oxigênio; 2) Corticoide sistêmico (acelerar resolução e prevenir recaída. VO tao efetivo quanto EV (melhor quando dispneia e vômito); 3) Adrenalina (em casos de anafilaxia e angioedema); • EXISTE DIFERENÇA DO CORTICOIDE ORAL E CORTICOIDE VENOSO? NÃO! O corticoide demora em média de 8 a 12 horas para começar a fazer efeito. Geralmente utiliza corticoide sistêmico quando o paciente tem dificuldade pra deglutir ou apresenta náuseas e vômitos.
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