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Desenvolvimento mamário e aleitamento Desenvolvimento mamário Primeira fase: 5ª semana do desenvolvimento embrionário até a formação do (complexo aureolo – papilar) CAP no terceiro trimestre. Nascimento: 10 a 12 dutos primitivos Período pré-puberal: dutos crescem e ramificam-se lentamente (nesta fase, no sexo masculino, cessa-se o desenvolvimento) Puberdade: crescimento longitudinal dos ductos, aparecimento de botões nos ductos terminais, aonde se formarão os lóbulos. Gestação e lactação: final da maturação, maior diferenciação estrutural e celular. Fase intra-uterina · Espessamento de ectoderma disposto em duas linhas ventrais (cristas mamárias) · Invaginação deste espessamento · Ramificação e formação dos ductos e alvéolos · Mesênquima adjacente se especializa e forma o estroma de suporte celular mioepiteliais · A pele que recobre e espessa formando aréola e papila Fase puberal · Elevação da produção de gonadotropinas pela hipófise anterior vai ativar o eixo · Ocorre dos 8-13 anos · Telarca precede aproximadamente 2 anos da menarca · Estrógeno (formando pelos ovários) estimula o crescimento longitudinal dos ductos, botões e túbulos terminais (futuros lóbulos) e pigmentação da aréola. · Prolactina age em sinergismo com esteroides, e na presença do GH e cortisol no desenvolvimento do tecido mamário. Contribui para o desenvolvimento do tecido adiposo em volta do tecido mamário. · Progesterona estimula a ramificação dos ductos e proliferação dos lóbulos mamários (juntamente com a prolactina e hormônios tireóideos). Estágios de tanner Estágio I – mama infantil · Idade pré-puberal · Discreta proeminência do mamilo · Ausência do tecido glandular palpável e de pigmentação areolar Estágio II – broto mamário · Idade: 11, 1+/-1, 1 ano · Mamilo e mama se elevam no tórax, palpa-se pequena quantidade de tecido glandular Estágio III – elevação da mama · Idade, 12, 2+/-1, 09 anos · Acúmulo de tecido glandular palpável, com aumento do volume da mama e aréola e início da pigmentação areolar · Contorno da mama e mamilo no mesmo plano Estágio IV – aumento da mama e elevação do CAP · Idade: 13, 1+/-1, 15 anos · Aumento da mama e aréola e da pigmentação · CAP (complexo aréolo-papilar se eleva) Estágio V - mama adulta · Idade: 15, 3+/-1, 7 anos · Forma globosa · Mamilo proeminente e ereto · Glândulas sudoríparas e sebáceas areolares Menacme Estimulação do folículo, que produz o estrógeno e tem sua elevação. Com isso tem a formação do corpo lúteo e produção da progesterona, grande causadora dos sintomas gravídicos. · Primeira fase estrogênica · Segunda fase progestogênica Primeira fase o estrógeno vai agir na proliferação epitelial, desenvolvimento do estroma e deposição de gordura, tendo pouco desenvolvimento dos lóbulos alvéolos. Segunda fase induz a diferenciação das células alveolares em secretórias, preparando a mama para produzir leite, agindo na glândula propriamente dita. De 3-4 dias antes da menstruação pode-se notar o aumento do volume mamário, devido a retenção de líquido, com sensibilidade dolorosa e aumento da densidade do tecido. Gestação Na gestação a quantidade de hormônio é diferente. A completa maturação do tecido ocorre no terceiro trimestre da gestação. As modificações externas: pigmentação e espessamento do CAP, aumento do fluxo sanguíneo das mamas (gerando edema). Conversão de células alveolares terminais inativas em unidades ativas secretoras do leite. O estrógeno, progesterona e HLP (hormônio lactogênio placentário) são os principais hormônios que agem na maturação mamária. Apesar do aumento da prolactina, a produção de leite é inibida pelos níveis circulantes de progesterona e estrogênio. Presença da placenta inibe o aleitamento. A mulher quando não engravidou, oscila entre o lóbulo tipo I e tipo II: Lóbulo tipo I: · Mais indiferenciado · Encontrado em nulíparas após puberdade · 6-11 dúctulos/ lóbulo · Alta taxa de proliferação · Elevada concentração de RE e RP Lóbulo tipo II: · Início da arborização lobular · Estímulo hormonal Mulher gestante Lóbulo tipo III: · 80 dúctulos/ Lóbulo · Estímulo hormonal da gravidez Lóbulo tipo IV: · Grande distensão lobular · Final da gestação Lactação Queda brusca dos níveis de estrógeno e progesterona após a dequitação placentária, levando a liberação da prolactina nas células alveolares. Principalmente em primigesta, tem-se o ingurgitamento mamário por volta do terceiro a quarto dia após parto, tendo dor nas mamas e aumento de volume muito grande, podendo apresentar febre. Isso ocorre devido a produção de leite que inicia exacerbadamente após o nascimento do bebê. A lactopoese depende da ejeção láctea, e ela faz com que se mantenha essa produção de leite. Ingurgitamento mamário · Mais precoce em multíparas que primíparas, pois a mama já está acostumada a produzir leite · 24-48 mais precoce em mulheres que tiveram parto normal · Mais prolongado em mulheres que receberam mais hidratação endovenosa. Lactogênese Iniciação: 2ª metade da gestação/ 16ª semana, não sai antes pode esta sendo inibida pela progesterona. Ativação da secreção: · Ocorre após o parto · Início da produção abundante de leite · Desencadeada pela queda dos hormônios placentários. Lactogênese · É o aumento progressivo da prolactina · E e P placentários impedem a produção de dopamina, que inibe a produção de prolactina · E e P bloqueiam a ação da prolactina a nível alveolar, impedindo a produção do leite antes do parto Regulação hormonal Produção de leite: prolactina-GH-insulina-cortisol-hormônios tireoidianos Aitvam as células alveolares (pré-secretoras) células ativas. Continua Lactopoese Com o estímulo aferente de sucção, provoca uma resposta hipotalâmica e ação hipofisária. O choro do RN, tato, estímulo visual também pode influenciar na estimulação da amamentação. Ocitocina age nas células de músculo liso, ocorrendo sua contração e saída do leite. É necessário o esvaziamento dos ductos para manutenção do processo, pois caso a mama fique cheia de leite, ela vai sofrer um feedback negativo e ocasionar a diminuição da produção do leite. Lactopoese/ ejeção láctea A ocitocina atinge células mioepitliais da mama, gerando a contração. · A ejeção do leite reservado nos espaços ductais · Picos de secreção e liberação de ocitocina (vida média 1-2 minutos) A falha do esvaziamento mamário aumenta a pressão intra-alveolar produção pelas células do fator de inibição da lactação (FIL) A mama se autorregula para produzir o quanto precisa. Formação e comentes do leite Colostro: primeira secreção, formada por glicoproteína, rico em imunoglobulinas, essencial nos primeiros contatos do RN com o ambiente extra-uterino. · Rico também em minerais e vitaminas lipossolúveis como A e E · Menores concentrações de lactose lípides Propriedades do leite: a amamentação é importantíssima no mínimo 6 meses. · Bacteriostática · Imunomoduladora · Anti-inflamatória · Promove o crescimento de células intestinais A prolactina induz a produção de leite através da síntese de mRNA para a produção de enzimas e proteínas lácteas nas células alveolares. Os substratos para produção vêm do intestino e fígado maternos, via sangue, facilitando pelo aumento de 30-40% do fluxo sanguíneo na mama induzida pela gestação. O prematuro não tem a força de sucção necessária e isso vai influenciar na produção e estimulação do leite. Composição do leite: · Carboidratos 7% (lactose) · Gorduras 3-5% · Proteínas 0,9% (caseína, alfa-lactalbumina, lactoferrina, IgA, lisozima, albumina) · Minerais 0,2% (Na, K, Ca, Mg, Cl, P, sulfato e citrato) - 60 a 75 kcal/dL · Células: macrófagos, linfócitos, neutrófilos e células epiteliais Recomendações · Amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida · Amamentação parcial até os 12 meses · Volume de leite pode variar de 450 mL a 1200 mL ao dia, com uma média de 750 a 800mL · Cirurgias mamárias podem dificultar a produção plena do leite, especialmente quando incisões são realizadas em torno da aréola e papila Problemas amamentação · Dificuldadesna pega · Fissuras mamilares · Mastite lactacional Mastite aguda lactacional · É comum nas jovens (ciclo gravídico-puerperal) · Puerpério: 3-6ª semana ou no desmame Penetração do agente infeccioso por fissuras papilares · Papilas planas ou umbilicadas · Primíparas · Inflamação superficial Penetração do agente infeccioso por via canalicular · Menos frequente · Mais grave · Higiene precária/ imunodepressão · Abscessos profundos/ Septicemia Etiopatogenia: Staphylooccus aureus (50%) Tratamento: Antibióticos: cefalexina, doxaciclina, clindamicinca, com esses medicamentos não necessita descontinuar a amamentação, caso não melhore, necessário utilizar um antibiótico mais forte. · Anti-inflamatórios · Analgésicos · Suspensão da lactação não é absolutamente necessária · Abscessos devem ser drenados: por punção guiada por USG ou cirúrgica Medicações e lactação · Deve-se tomar cuidado na prescrição de quaisquer medicamentos a nutrizes · Mínimo necessário, avaliar real necessidade Problemas: · Efeito na produção de leite · Passagem da substância ao leite e efeitos no lactente Efeitos das drogas na amamentação Fatores que influenciam na passagem de medicamentos para o leite são: · Tempo de clearance · Biodisponibilidade · Capacidade de metabolização materna Drogas mais susceptíveis a transferência ao leite · Não ionizadas · Não ligadas a proteínas · Baixo peso molecular · Alta lipossolubilidade · pH alto Efeitos das drogas na amamentação Drogas contraindicadas na gestação: Antagonistas dopaminérgicos, ocasionam o aumento de prolactina. · Metoclopramida (plasil) · Domperidona (motilium) é altamente desaconselhado Agonistas dopaminérgicos diminuem a prolactina e são utilizados para inibir a lactação. · Bromocriptina e cabergolina desaconselhado por efeitos colaterais, como sangramento do SNC, psicose puerperal, IAM. Diminuem a produção de leite: · Anticoncepcionais orais combinados · Diurese induzida por diuréticos · Anti-histamínicos em altas doses (diminuem a prolactina) · Pseudo – efedrina (vasoconstritor) Drogas com efeitos nocivos ou desconhecidos no lactente. Imunossupressores e agentes citotóxicos · Ciclofosfamida, ciclosporina, doxorrubicina, metotrexato Antiarrítmicos · Amiodarona (efeito antitireoidiano no lactente) Antibióticos na gestação: Permitidos: · Penicilinas · Cefalosporinas (cefalexina, cefadroxila, ceftriaxona) · Macrolídeos (azitromicina, claritromicina) · Aminoglicosídeos (gentamicina, amicacina) Não permitidos: · Tetraciclina · Cloranfenicol · Sulfassalazina Controversos: · Metronidazol · Quinolonas Heparina fracionada é segura · Alto peso molecular · Destruída no trato intestinal do lactente Insulina é segura · Não passa para o leite Analgesia na amamentação: Não permitidos: · Aspirina Usar com cautela: · Opiáceos - observar sedação no lactente Permitidos: · Analgésicos habituais (paracetamol, dipirona) · Acetaminofen · Ibuprofeno Anti-hipertensivos na amamentação Baixas taxas de passagem para o leite: · Propranolol · Metaprolol · Labetalol · Nifedipina · Verapamil · Diltiazem Causam bradicardia e hipotensão no lactente: · Azebutolol · Atenolol Compatíveis com a amamentação: · Enalapril · Captopril Psicotrópicos na amamentação Permitidos: · Diazepam · Midazolam · Lorazepam · Fluoxetina · Sertralina Substâncias de abuso: Não permitidas: · Álcool · Tabagismo · Canabis Benefícios da amamentação Para o RN: melhora da função gastrointestinal, imunidade passiva contra várias doenças e prevenção de doenças agudas durante a amamentação. Para a Mãe: acelera recuperação no parto, perda de peso, meio de contracepção, diminuição do risco para CA mama e ovário, possível proteção contra fratura e osteoporose. Medicamentos na gestação Principal preocupação: teratogênese · Muitos medicamentos não são comprovadamente seguros/ teratogênicos · Limitação: estudos de teratogenicidade – ética Teratogênicos Analgésicos e anti-inflamatórios AINES - não parecem ter efeito teratogênico nos dois primeiros trimestres. - terceiro trimestre - fechamento do ducto arterioso - hipertensão pulmonar no RN Paracetamol: mais utilizado B/D Escopolamina: Permitido Dipirona: sem evidência de teratogenicidade Aspirina: evitar em altas doses C/D · Doses elevadas, 4 g/dia, a partir do 3º trimestre inibe a síntese de prostaglandinas; prolonga a gravidez, determina oligúria fetal, oligoâmnio, dismorfoses faciais, contratura muscular, oclusão prematura do ducto arterioso e hipertensão pulmonar primária do RN. Opióides · Parecem não ter efeito teratogênico - cuidado com uso crônico (abstinência do RN) e uso próximo ao parto · Morfina: B/C Corticosteróides: em doses baixas parece seguro, inclusive inalatório, apesar de serem considerados C/D · Dexametasona - muito utilizada para maturação pulmonar fetal – C Podem ser usados na gestação: · Dipirona – B · Cafeína – B · Sumatriptano – C · Ergotamina – X Antieméticos e sintomas gastro-intestinais Permitidos: · Cimetidina · Metoclopramida (Plasil) - B · Dimenidrinato (Dramin) · Ondansentrona (Vonau) -B · Meclizina – B · Anti-ácido (sais de Magnésio, Cálcio, Alumínio) · Óleo Mineral · Lactulose · Dimeticona – B Antibióticos na gestação preferência sempre antibióticos C e B · Penicilinas - B · Amoxacilina - B · Amoxa/ác. clavulânico - B · Ampicilina - A · Ampicilina/ Sulbactam - C (sem estudos controlados) · Sulfa (hiperbilirrubinemia próximo ao termo)/Trimetropim (antag. ácido fólico) - C/D · Cefalexina - B · Cefazolina, cefuroxima, ceftriaxona - B · Cloranfenicol - próximo ao parto prematuro - Sd. cinzenta do RN (colapso circulatório) - C/D · Norfloxacina, ciprofloxacina, levofloxacina (artropatias em animais) - C · Claritromicina (malformações em seres humanos e não em animais) - D · Clindamicina - B · Azitromicina - C · Doxiciclina (descoloração do esmalte dentário, óbito intra-uterino, inibição do crescimento da fíbula) – D · Gentamicina (ototóxica) - D · Metronidazol – X Antifúngicos na Gestação Os mais utilizados: · Clotrimazol (B) · Miconazol (C) · Nistatina (A) · Tioconazol · Terconazol Fluconazol: X (teratogênico em animais e em humanos quando contínuo no primeiro trimestre) Antivirais na gestação · Em doses habituais para herpes, o aciclovir não parece ter efeitos teratogênicos · Considerado C Tratamento para tuberculose na gestação Os riscos da doença ativa são maiores que o risco do tratamento habitual para Tuberculose na formação do feto · Rifampicina (profilaxia de sangramento no RN) · Isoniazida (+ vitamina B6) · Pirazinamida Outros Anestésicos locais: Seguros Anti-histamínicos: parecem seguros Psicotrópicos: Objetivo: usar a mínima dose possível quando extremamente necessário · Lorazepam · Alprazolam · Fluoxetina · Sertralina · Lamotrigina (anti-convulsivante) · Haloperidol e clorpromazina (baixas doses) Heparinas - escolha para anticoagulação Anti-hipertensivos: · Metil-dopa B · beta-bloqueadores · Pindolol B/C · Propranolol C/D · Hidralazina · Nifedipina C (hipofluxo placentário por hipotensão) · Captopril proscrito na gravidez Insulina: segura Beta-agonistas de curta duração são permitidos (atenção à inibição do Trabalho de parto)
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