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Alterações fisiológicas locais e sistêmicas na gestação Sistema cardiovascular As modificações são pensadas para o mecanismo do parto. Em média em um parto normal sangram em torno de 500 mL. Em um parto cesárea a mulher sangra cerca de 1L. Durante a gravidez o volume plasmático e volume sanguíneo aumenta de forma significante para que a gestante após o parto não entre em choque hipovolêmico. Além disso, por conta do aumento do DC, ocorre um aumento da FC e diminuição da resistência vascular. Nesse caso às gestantes é hipotensa e taquicárdica. · Aumento do volume plasmático · Aumento do débito cardíaco · Aumento do volume sanguíneo · Diminuição da resistência vascular · Diminuição da pressão arterial Ocorre o aumento da frequência cardíaca (FC) 4 ª semana da gestação Aumento do volume sanguíneo (VS) 6ª semana da gestação No 3º trimestre: · FC aumento 20% em relação aos valores não gravídicos · VS aumento de 45-50% em relação aos valores não gravídicos Os laboratórios normalmente colocam os valores para pacientes não gestantes. A paciente pode vir a ter uma diminuição do volume hemoglobular desde o início da gestação. Anemia fisiológica: Devido o volume plasmático aumentado (↑ 30-50%), o volume globular (↑ 25%) não acompanha o crescimento, tendo uma hemodiluição fisiológica ou gravídica. As hemácias tendem a diminuir, pois são as que mais demoram para ser produzidas (por volta de 90 dias), e possuem uma durabilidade ao redor de 30 dias, por isso a quantidade de hemácias não conseguem acompanhar o número de hemoglobinas. Por outro lado, a quantidade de leucócitos fica aumentada, como um mecanismo de proteção por todo processo inflamatório que ela tem. As plaquetas também tendem a estar diminuídas, pois não conseguem acompanhar, além disso tendem alterações na coagulação. Débito cardíaco (DC) DC = volume sistólico (VS) x FC O aumento do débito cardíaco se dá pela necessidade de suprir o feto e pelo aumento do volume. O pico de aumento ocorre na metade da gestação. Por conta da diminuição da resistência vascular tem a diminuição da pressão arterial, na intenção de melhorar o aporte de sangue para o feto. A gestante tem melhor predisposição de fazer hipoglicemia. Hipoglicemia para gestante é grave. Coração É desviado para cima e para esquerda, tendo alterações no traçado do ECG. Sendo uma mudança considerada fisiológica. Presença de sopros cardíacos transitórios e taquicardia supraventricular paroxística sendo consideradas fisiológicas. Toda gestante tem uma queda da resistência periférica, diminuindo a PA. Isso ocorre, pois a placenta precisa ter uma resistência periférica baixa. Isso ocorre até as 32 semanas. Sistema hematopoiético Como ocorre um aumento da produção de hemácias, para conseguir acompanhar o aumento de volume plasmático, nesse caso, essas pacientes precisam de uma suplementação de ferro, devido ao aumento de aporte para essa produção aumentada de hemácias. Os leucócitos sem estarão alterados. · ↑ durante a gravidez · ↑↑↑ durante o parto e puerpério Fatores de coagulação encontram-se elevados, pois estão associados à estase venosa (aumento do volume sanguíneo, interferência do retorno venoso dos membros inferiores devido a compressão dos vasos pélvicos e ilíacos) ↑ de risco de fenômenos tromboembólicos. ↓ de plaquetas devido a hemodiluição, produção rápida e utilidade rápida, por isso não mantem suas taxas altas, e também para manter o controle da coagulação. Circulação sanguínea aumento de 20-40 vezes da circulação. · Vasos aumento em número e tamanho · Sistema venoso uterino aumenta em tamanho · Dilatação do diâmetro do sistema venoso (até 60x) · Adequação da drenagem venosa para o fluxo sanguíneo feto placentário Gestante quando fica na posição ortostática, o útero gravídico comprime os vasos pélvicos, e desta forma se a gestante não possui um maior volume plasmático, ela acabaria tendo uma hipotensão postural. Além da necessidade metabólica e o sangramento que terá durante o parto. Toda gestante tem uma leucocitose fisiológica. Sistema respiratório Tem-se a elevação do diafragma ↓ do volume residual pulmonar (20%) apesar de ↑ da circunferência torácica (5-7cm). A gestante tem uma hiperventilação fisiológica, fazendo com que ela tenha um aumento do volume/ superfície de trocas gasosas. · FR não se altera · Volume corrente ↑ durante a gravidez · Ventilação minuto ↑ durante gravidez Todos esses processos se alteram devido ao: · ↑ da progesterona · ↓ do volume de reserva expiratória · Alcalose respiratória compensada Pacientes que fazem exercícios em alta intensidade na gestação, você ocasiona anoxia fetal crônica e privação de crescimento, devido a ↓ de nutrição. · ↓ Capacidade respiratória total (cerca de 200ml) ↓ capacidade residual funcional constituída pelo volume residual + reserva expiratória (ambas ↓ na gestação) · ↑ capacidade inspiratória reserva inspiratória + ↑ volume corrente · Volume corrente hiperventilação ↓ pressão parcial de CO2 facilita a excreção fetal de CO2 devido a gradiente materno-fetal ↑ Volume de troca gasosas · ↓ pCO2 · ↓ HCO3 Alcalose respiratória compensada · pH = 7,35 a 7,45 Curva de dissociação de O2 desviada para esquerda pelo ↑ de ph ↓ liberação de O2 para os tecidos maternos ↓ níveis circulantes de bicarbonato alcalose respiratória compensada Congestão nasal: · Sintoma frequente · Causados pela hiperventilação + hipervascularização e edema de mucosa nasal Sistema digestório Náuseas e vômitos sintomas mais frequentes, aparentemente relacionado com o aumento progressivo dos níveis de BHCG e estrógenos no 1 º trimestre. Alterações odontológicas: · Sangramento gengival presença de hiperemia e edema · Presença de placa bacteriana gengivites parto pré-termo Importante não usar anestésico vasoconstritor Infecções odontológicas são causas importantes de casos de parto prematuro. ↑ Progesterona ↓ tônus do aparelho digestivo facilita o aparecimento de pirose e constipação Pacientes que tem uma progressão nos sintomas de náuseas e vômitos, são gestantes que possuem mais dificuldade de entender o momento como gestante, aumento de peso, alteração do corpo. Pacientes com êmese grave, é necessário ter cuidado com a reintrodução da alimentação dessa mulher, devido as alterações ocasionadas na digestão, caso contrário esses sintomas podem perdurar até o fim da gestação. Pirose: A progesterona diminuindo toda motilidade do trânsito intestino, desencadeia diversas situações: · Refluxo de secreções gástricas + relaxamento do esfíncter esofágico · Ainda no início da gestação ↓ da secreção gástrica de ácidos · Descolamento do estomago e intestino pelo ↑ do volume uterino piora da pirose Hemorroidas Secundárias ao peso do útero gravídico comprimindo as veias do plexo hemorroidário + obstipação intestinal Se a gestante não andar, não fazer exercícios para manter a circulação adequada, ela vai fazer varizes, hemorroidas. Quanto mais progesterona, gestações, mais terá a ação relaxante na musculatura da vesícula biliar, tem alteração do colesterol na gestação (sendo aumentado devido as necessidades de hormonais, progesterona), e com isso a gestante tem mais chances de desenvolver litíase biliar. Além disso com o aumento dos níveis de estrogênio, tem chances de desenvolver colestase intra-hepática (por inibição do transporte intraductal de ácidos biliares) Fígado: · ↑ fluxo sanguíneo hepático · ↑ diâmetro da veia porta · Fígado não tem alteração de dimensões Sistema urinário O útero tem um dextrorrotação uterina para o lado direito, fazendo com que durante a gestação tem-se uma hidronefrose a direita fisiológica. O intestino sigmoide protege o lado esquerdo (ureter) A progesterona diminuição o tônus da musculatura do sistema urinário, aumentando a estase urinaria, e levando ao aumento das causas de ITU na gestação. Além disso tem-se alterações circulatórias, com aumento do fluxo plasmático renal e taxa de filtração glomerular em 59%. · ↓ de ácido úrico · ↓ ureia · ↓ creatinina · ↑ uricosúria· ↓ glicosuria ↑ oferta de glicose em nível renal (ultrapassando a capacidade de filtração) · ↑ do tamanho renal em até 1,5 cm · ↓ da capacidade vesical Proteinúria normal até 300mg em 24h O sistema renina-angiotensina-aldosterona fica sempre ativado para não ter muita eliminação de sódio ↓ ADH ↓ osmolaridade plasmática ↓ urina Pela ação da aldosterona e ADH ↑ reabsorção de Na e H20 no túbulo renal ↑ quantidade de Na e H2 no glomérulo. Oxido nítrico, também participa dessas modificações. Bexiga retificação do trígono vesical (posição + elevada) reflexo vesicoureteral · ↑ Risco de formação de cálculos renais · ↑ Infecções · ↑ Incontinência urinária · ↑ Hematúria (mais comum em parturientes) Sistema endócrino Tireoide ↓ TSH devido + do BHCG Função altera devido ↓ (iodo) pelo ↑ TFR + ↑ da globulina transportadora de hormônio tireoidianos (↓ frações livres) e ação BHCG. Pacientes com TSH > 3 na gestação, necessário maior cuidado e em alguns casos ver a necessidade de suplementação. Hipófise · Principal produtora de GH no 1º trimestre · Depois passa a ser produzido pela placenta O GH no 1º trimestre da gestação, quem produz para o feto é a mãe. A partir do 2º trimestre, inicia a produção do hormônio placentário e a placenta começa a produzir o hormônio para crescimento do feto. Hormônio de crescimento placentário Muito importante no crescimento fetal Pode estar relacionado com a pré-eclampsia Pode desencadear uma resistência insulínica na 2ª metade da gestação, para poder fornecer uma melhora biodisponibilidade de insulina para o feto. · Correlação direta com o peso do RN · Inversa com a RCIU e resistência arterial uterina Prolactina Aumenta durante toda a gestação, para que a mulher tenha condição de amamentar. O gatilho se dá pela amamentação, sucção do bebe na amamentação, influência nos pulsos/ picos da prolactina. Pode não ocorrer com todas as pacientes Não necessariamente o nível da prolactina será sempre alto, e sim pulsos na lactação, devido aos gatilhos durante a amamentação. Pulso ≠ lactação Quando tem pacientes com hiperprolactinemia, um dos principais sintomas da paciente, é a alteração do padrão menstrual. A progesterona diminui a ligação da progesterona aos receptores, com o nascimento, tem a queda dos níveis de progesterona, ocorre a ação da prolactina aos receptores. Ocitocina Auxilia na contração uterina, produzida durante a gestação. Ela auxilia no retorno do útero ao seu tamanho normal. · ↑ durante a gestação para garantir a lactação Cortisol · Secreção mantém-se estável · ↓ excreção e ↑ meia-vida · Progesterona piora a resposta dos tecidos ao cortisol, metabolização. Androgesterona possui um papel de homeostase Podem ficar mais próximo da progesterona ou estradiol PTH Após o 1º trimestre ↑ PTH em resposta a ↓ cálcio pelo ↑ do volume plasmático e do ↑ TFG Vitamina D aumenta na gestação · Vitamina D em excesso, rem uma repercussão importante no rim. · É mais importante após o 1º trimestre Sistema metabólico Glicose O consumo de glicose fetal é contínuo, pois não possui maturidade. O feto recebe glicose durante 24h, por conta disso a ingesta varia de acordo com os períodos de jejum, sendo assim, quanto mais tempo de jejum se tem, mais chance de fazer hipoglicemia, devido as necessidades do feto. O transporte de glicose para o feto se dá pela difusão facilitada através da placenta e ↑ da resistência insulínica materna, gastando menos energia possível, e através desse mecanismo que a capacidade de resistência insulínica é mantida. Por conta dessa resistência insulínica, com mecanismo de proteção da gestação fetal, a paciente tem predisposição a desenvolver uma diabetes gestacional. Os parâmetros de diabetes na gestação são diferentes dos demais, os cortes são menores. É mais evidente no 3º trimestre de gestação e associada às alterações católicas do metabolismo lipídico. Metabolismo lipídico No 1º e 2º trimestre é uma fase mais anabólica, tendo mais armazenamento de gordura, lipogênese, ↑ da reserva energética. 3º trimestres fase catabólica da gestação, o bebê em 10 semanas ele dobra de peso. Tem-se uma lipólise associada a resistência insulínica. Triglicérides aumenta Colesterol · ↑↑ VLDL · ↑ LDL · ↑ HDL Proteínas Proteínas totais maternas nos valores de concentração então aumentada, porém o valor absoluto está ↓ devido a hemodiluição gravídica · ↓ albumina · ↓ fibrinogênio · ↓alfaglobulina e betaglobulia A gestante não come por dois, sua necessidade calórica materna total é por volta de 80.000 kcal ↑ de aporte de 300 kcal/ dia de gestação. O ganho ponderal de 12,5 kg garante ao feto o crescimento adequado, sendo um ganho estrutural. Isso se dá proveniente do ↑ do componente hídrico intra e extravascular. Sistema músculo esquelético Embebição gravídica acomete todas as articulações Articulação da bacia maior elasticidade e maior capacidade pélvica indispensável para expulsão fetal Marcha anserina da gestante mudança de centro de gravidade para manter o equilíbrio. Utilização de músculos cervicais e lombares pouco empregados fora da gestação fadiga muscular, parestesia de extremidades, dores lombares e cervicais decorrentes da compressão de raízes nervosas. Compressão de nervos principalmente do ciático. Sistema nervoso Principal queixa sonolência. Secundária: · ↑↑ progesterona depressor do SN · Hiperventilação alcalose respiratória A fadiga esta relacionada a distúrbios do sono principalmente no final da gestação ↑ desenvolvimento da hiperêmese gravídica, enxaqueca e quadros psíquicos (blues e depressão). ↑ na dificuldade de concentração e memória alterações da artéria cerebral média e posterior Sistema tegumentar Alteração cutânea níveis de ↑ progesterona e produção placentária de estrógenos Vasodilatação periférica ↑ dissipação de calor pela pele Hiperpigmentação geralmente desaparecem após o parto e pioram com a exposição ao sol. · Linha alba/ nigra · Aréolas mamários · Períneo e axilas · Estrias gravídicas · Sudorese Sistema genital O útero é o órgão que mais sofre modificação. A camada muscular sofre hiperplasia, hipertrófica e estiramento + tecido conjuntivo de permeio, devido ação do estrogênio. · Útero não-gravídico peso 70g e volume de 100 ml · Útero gravídico peso de 1100g e volume de 5000 ml · Crescimento uterino 1cm por semana na medida do púbis ao fundo uterino altura uterina Sinal de Piskacek abaulamento uterino reflexo à implantação ovular e seu crescimento leva a assimetria uterina. Região mais amolecida. Sinal de nobile-budin abaulamento do útero gravídico ao toque de fundo de saco vaginal Sinal de Hegar amolecimento do colo uterino (istmo) sentido ao toque vaginal, ocorrendo por volta da 6-8 semana de gestação. Conversão uterina para forma esférica ocorrendo ao redor da 2ª semana, o istmo se une ao corpo e surge o segmento inferior (região onde faz-se a secção uterina na cesárea) Contrações de Braxton-Hicks · Somente estas são detectadas por palpação · Aparecimento aleatório e sem intervalo ou frequência predeterminados Plexo uterovaginal (plexo de Frankenhauser) · É o principal na inervação uterina · Age na atividade contrátil involuntária da musculatura uterina, tubária e vaginal. Colo uterino Toque amolecido (devido à embebição gravídica) pode auxiliar no diagnóstico de gravidez regra de Goodell · Aumento da vascularização ↑ risco de sangramento · Colo do útero deslocado posteriormente · Redução do comprimento do colo Ovários corpo lúteo fornece quantidades suficientes de progesterona para preparar a decídua, para implantação do blastocisto, o BHCG mantém sua existência até por volta da 12ª semana. Ausência de desenvolvimento folicular. Vulva e vagina cor arroxeada · ↑ da vascularização · Hiperemia · Musculatura lisa: mais flexível · Local, tem sinal de Jacquemier-Cladwick, arroxeamento e amolecimento da vulva · Sinal de Kluge (violácea), arroxeamento e amolecimento da vagina · ↑ do conteúdo vaginal pH vaginal oscila entre 3,5-6, protege de infecçõesbacterianas, porém facilita a candidíase. Epitélio vaginal ↑ progesterona ↑ lactobacilus acidophilus (por meio de acúmulo de glicogênio e excessiva descamação) Modificações mamárias: ↑ temperatura mamária hipervascularização da rede venosa e rede de Haller ↑ volume mamário 6ª semana mamilos apresentam-se acastanhados e limites da aréola imprecisos origem a aréola secundária (perda da capacidade de delimitar a aérola) sinal de Hunter, hiperpigmentação. Hiperplasia proliferação dos canais galactóforos Tubérculos de Montgomery hipertrofia das glândulas sebáceas e aumento do pigmento Colostro 16ª semana, uma secreção da saída da mama, que a mulher pode vir ter ou não. Sinais Descrição Sinal de Hegar Corresponde ao amolecimento do istmo do útero, permitindo a sua movimentação Sinal de Osiander Presença de pulso vaginal Sinal de Piskacek Assimetria do útero na implantação Sinal de Nobile-Budin Preenchimento dos fundos de sacos laterais ao toque vaginal Sinal de Goodell Amolecimento do colo Sinal de Jacquemier e sinal de Kluge Coloração violácea da vulva e da vagina respectivamente Sinal de Hunter Denota a hiperpigmentação da aréola secundária Tubérculos de Montgomery Correspondentes à hipertrofia das glândulas sebáceas na região da aréola mamária Rede de Haller Aumento da vascularização das mamas
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