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AVE – Isquemico e Hemorragico Organização do SNC • O sistema nervoso é um dos principais agentes responsáveis pelas extraordinárias capacidades humanas, além dos processos de perceber, agir, aprender e lembrar. • Tais atividades só foram possíveis por meio da atividade de bilhões de células componentes do tecido neuronal (neurônios e neuroglias), conferindo a nós a consciência, o pensamento e o comportamento. • As células especializadas tanto na irritabilidade como na condutibilidade, consistem nos primeiros neurônios. Esse tipo celular, sendo a unidade fundamental, com função básica de receber, processar e transmitir informação, é responsável pela captação da informação, conduzi-la ao SNC (sistema nervoso central) e retransmiti-la para os órgãos alvos no corpo. • Ademais, a depender de sua função, ela pode ser considerada: ❖ Aferente: São aferente ou sensitivos os neurônios, fibras ou nervosque trazem impulsos a uma determinada área do sistema nervoso ❖ Eferente: São eferentes ou motores os que levam impulsos dessa área Planos Anatomicos: • Temos em número de 3 planos anatômicos principais: • Planos anatômicos em cortes axial, coronal e sagital. Divisão anatômica • O sistema nervoso é dividido anatomicamente num componente central e num periférico. • O sistema nervoso central (SNC) consiste nas estruturas nervosas localizadas dentro do esqueleto axial, sendo elas: a cavidade craniana e o canal vertebral. • Respectivamente a esses espaços, temos as seguintes estruturas que compõem o SNC: o encéfalo e a medula espinhal. Juntos, eles formam o neuroeixo. • A estrutura mais cranial, o encéfalo, corresponde à verdadeira maquinaria no funcionamento do nosso corpo, sendo a porção mais central dentro do crânio. Ela ainda é subdividida em: ❖ Cerebro: formado pela união do telencéfalo com o diencéfalo ❖ Cerebelo ❖ Tronco encefálico • O nosso cérebro é organizado em giros, que são partes do córtex de substância cinzenta, delimitados pelas depressões que percorrem o córtex cerebral, os sulcos, permitindo o aumento de sua superfície sem aumento considerável do seu volume. • Profundamente a esse córtex, temos as estruturas subcorticais, formadas tanto por substância branca (na qual encontramos as fibras das vias ascendentes e descendentes) quanto por substância cinzenta, sendo ela reunida nos núcleos da base (são eles: caudado, putâmen, globo pálido etc). Cerebro: AVE – Isquemico e Hemorragico • Ele é composto pelo telencéfalo e pelo diencéfalo. A primeira estrutura consiste em dois hemisférios corticais e na lâmina terminal. • Cada hemisfério possui 3 polos (frontal, temporal e occipital), 3 margens (superior, medial e inferior), 5 lobos (frontal, parietal, temporal, occipital e insular – sendo o último “escondido” pelo parênquima cortical) e 3 faces (dorsolateral, medial e inferior). • E são nessas faces que encontramos os sulcos e os giros. • o diencéfalo, diferente do telencéfalo, é uma estrutura ímpar localizada na porção cerebral mais inferior, sendo compreendida por: tálamo – um grande centro de retransmissão de fibras entre o nosso córtex e estruturas subcorticais; hipotálamo – grande regulador da homeostase; subtálamo – que atua no circuito motor de forma subsidiária; e epitálamo – relacionado com a sincronização do ritmo circadiano. Cerebelo • O cerebelo segue uma topografia semelhante ao cérebro • Possui dois hemisférios, unidos por um vermis, localizado na linha mediana; • Seu córtex cerebelar é pecorrido por sulcos, delimitando folhas • O cerebelo se encontra no compartimento infratentorial. • Ele é dividido em lobo flóculo-nodular, lobo anterior e lobo posterior. Na semiologia neurológica, testamos a funcionalidade do cerebelo principalmente durante os exames de coordenação e equilíbrio. Troco encefálico • É a porção mais primitiva • Esta relacionado com o funcionamento da homeostase do corpo, sendo de extra importância para a manutenção da vida • Em um ponto de vista anatômicoeleé dividido em, no sentido caudal, mesencéfalo, ponte e bulbo. Ventriculos encefálicos • Estrutura por onde circula o liquor, diminuindo o efeito do peso do encéfalo, além de fornecer proteção mecânica a seus componentes • Ventrículos encefálicos são cavidades localizadas internamente ao encéfalo, revestidas de epitélio epididimário, por onde percorrer o liquor cefalorraquidiano (LCR). • São em número de quatro cavidades, duas pares (ventrículos laterais) e duas ímpares (terceiro e quarto ventrículo), que são ligadas uma as outras por diversos canais, formando o sistema ventricular. Medula espinhal • Ela consiste numa massa cilindroide de tecido nervoso situado dentro do canal vertebral da coluna, limitado superiormente pelo bulbo, ao nível do forame magno, e inferiormente até a vértebra L2 SISTEMA NERVOSO PERIFERICO • É formado pelas estruturas localizadas fora desse esqueleto. • Composto por nervos, gânglios e terminações motoras e sensitivas Nervos • Nervos consistem em cordões esbranquiçados que atuam unindo o SNC aos órgãos periféricos. AVE – Isquemico e Hemorragico • A depender da porção do SNC que estamos estudando, esse nervo pode ser dividido em: nervos cranianos, caso estejam ligados ao encéfalo; e nervos espinhais, se estiverem ligados à medula espinhal; • No entanto, em relação à sua funcionalidade, são divididos em: nervos motores, sensitivos ou mistos (quando sua composição possui fibras tanto sensitivas como nervosas). Ganglios • Já os gânglios, correspondem ao aglomerado de corpos neuronais localizados fora do SNC. • Da mesma forma que os nervos, os gânglios também são caracterizados como sensitivos ou motores (participam do sistema nervoso autônomo). Terminaçoes Nervosas • Por fim, as terminações nervosas, localizadas na extremidade das fibras constituintes dos nervos, também segue a mesma divisão: uma motora, formada pela placa motora; e uma sensitiva, composta pelos exteroceptores (recebem estímulos do meio externo), visceroceptores (recebem estímulos dos órgãos internos) e proprioceptores (informam o SNC sobre a posição do corpo ou sobre a força necessária para a coordenação). Divisão Fisiologica • Pelo viés fisiológico pode ser dividido em Sistema nervoso Somatico e Sistema nervoso visceral • No caso do somático, seu componente aferente é responsável por conduzir ao SNC os impulsos originados nos receptores periféricos, informando-os acerca do mecanismo externo que causou essa irritação. • o eferente atua levando as informações processadas nos centros nervosos até os nossos músculos estriados esqueléticos, realizando os movimentos voluntários. • Temos como exemplo de uma ação cooperativa entre esses dois componentes o arco reflexo. • Em relação ao visceral, tanto o aferente como o eferente atuam na integração das diversas vísceras visando a manutenção da constância do nosso meio interno. • Sendo assim, o componente aferente é responsável por conduzir os impulsos nervosos originados em nossos visceroceptores até o nosso SNC. • Já o eferente, atua levando tais impulsos até nossas vísceras, enviando a resposta processada em nosso centro nervoso até glândulas, músculos lisos ou músculo estriado cardíaco. • Esse componente visceral motor é denominado de sistema nervoso autônomo (SNA), que pode ser dividido em simpático, relacionado com os processos fisiológicos durante momentos de “luta ou fuga”, e em parassimpático, responsável por estimular ações que permitem ao organismo. • Num viés anatômico, podemos ressaltar ainda algumas diferenças principais entre o sistema nervoso simpático do parassimpático. • sistema nervoso simpático responde a situações de estresse, estimulandoações como: taquicardia e taquipneia, hipertensão, sudorese, hiperglicemia, diminuição da motilidade e digestão. • Anatomicamente, ele é formado pelo tronco simpático, pelos nervos esplâncnicos e pelos gânglios pré-vertebrais. AVE – Isquemico e Hemorragico ❖ Tronco simpático: corresponde à cadeia de gânglios paravertebrais unidos por ramos interganglionares que se estende da base do crânio ao cóccix bilateralmente. Por esse tronco, passam fibras simpáticas pré- ganglionares e pós-ganglionares. ❖ nervos esplâncnicos são cordões esbranquiçados formados pelas fibras pré-ganglionares que passam pelo tronco SEM realizar sinapse a nível paravertebral. ❖ os gânglios pré-vertebrais são o conjunto de corpos neuronais localizados anteriormente a coluna vertebral, onde as fibras pre- ganglionares dos nervos esplâncnicos realizam sinapse • Já o sistema nervoso parassimpático permite ao corpo responder a situações de calma, realizando as ações opostas ao simpático: bradicardia e bradipneia, anidríase, hipoglicemia, aumento da motilidade e digestão. • Anatomicamente, ele é formado pelos núcleos de alguns pares cranianos, além dos nervos esplâncnicos pélvicos. AVE • AVE é a definido por uma lesão encefálica secundaria a um mecanismo vascular e não traumático, caracterizado pela instalação súbita de um déficit deurologico, geralmente focal, de rápida evolução.com duração maior que 24 horas ( ou menos, quando leva a morte ). • É conhecido também como acidente vascular cerebral ( AVC ); Epidemiologia • Atualmente, é 2ª causa mais comum de óbito no mundo (atrás apenas da cardiopatia isquêmica, • mostrando a predominância dos eventos vasculares como causas de morte), e é o distúrbio neurológico mais incapacitante • No Brasil, é a causa mais freqüente de óbito da população adulta, e corresponde a grandes gastos anuais nos setores de saúde pública – portanto sua prevenção é de interesse não só para a saúde, mas para a economia nacional. Fatores de riscos • Os fatores de risco para o AVE podem ser divididos em modificáveis (que podem ajudar na prevenção) e não modificáveis. ❖ Modoficaveis: AVE isquêmico prévio, doença da artéria carótida, fibrilação atrial, outros tipos de doenças cardíacas, hipertensão arterial, tabagismo, hiperlipidemia, diabetes mellitus, inatividade fisica, alcoolismo, ... ❖ Não Modificaveis: idade, raça e história familiar Classificação • Os AVEs são classificados como isquêmicos (AVEi) ou hemorrágicos (AVEh), em relação ao processo fisiopatológico subjacente. • Os AVEi são os mais comuns, representando até 85% dos casos, e têm como fatores de risco principais a HAS e a fibrilação atrial (portanto, fatores de risco modificáveis). • Já os AVEh, correspondendo a 15% dos casos, têm como principais fatores de risco a HAS, angiopatia amilóide (condição comum em pacientes com idade avançada), má formações vasculares (MAV) e uso de drogas ilícitas, em especial a cocaína (principalmente após as primeiras 48 horas de uso) • A hipertensão arterial é o principal fator de risco para ambos os tipos de AVE, isso porque é importante causa de aterosclerose de artérias carótidas e vertebrais, causando o AVE isquêmico, além de ser um dos fatores responsáveis pela formação dos aneurismas de Charcot-Bouchard, pequenos aneurismas que promovem fragilidade vascular e contribuem para o AVE hemorrágico quando rompidos, em geral durante um pico hipertensivo. • MMM • • AVE – Isquemico e Hemorragico Fisiopatologia O AVE isquêmico • é causado por uma obstrução súbita do fluxo arterial encefálico, devido, na maioria das vezes, a uma causa embólica (trombo proveniente de circulação distante) ou, mais raramente, trombótica (o trombo é formado na própria artéria envolvida no AVE). • Quando não é possível determinar a causa do AVE, o denominamos AVE criptogênico. • O AVE criptogênico é responsável por grande partes dos AVEs. • Embora não tenha fisiopatologia esclarecida, estudos sugerem que seja decorrente de embolia paradoxal através de um forame oval patente no coração, ou que seja causado por êmbolos provenienites de placas ateromatosas instáveis da aorta ascendente. Têm, em geral, quadro clínico semelhante aos AVEs isquêmicos embólicos! • O AVE isquêmico trombótico mais comum é o AVE lacunar! • São pequenos infartos causados pela oclusão das artérias cerebrais perfurantes – que nutrem tálamo, cápsula interna e gânglios da base – em razão do espessamento hialino da camada média dessas artérias (a chamada “lipo-hialinose”, que tem como um dos fatores de risco também a HAS!). • Entre os AVE isquêmico trombótico, o de artérias médias é mais raro, sendo o mais comum o AVE por trombose de artéria basilar, devendo ser suspeitado quando o déficit neurológico se instala de forma subaguda (é o chamado “AVE em evolução”). • Nas primeiras 24 horas após o AVE, métodos como o PET scan podem delimitar as áreas infartadas e as zonas de penumbra • A interrupção do fluxo sanguíneo subsequente gera isquemia, privando neurônios e células gliais de oxigênio e glicose, e causando disfunção neuronal (quando o fluxo cerebral de oxigênio cai abaixo de 20ml/100mg/ min). • Caso essa não haja reversão dessa situação, acontece o infarto do núcleo isquêmico, a morte do tecido e uma lesão irreversível. • Ao redor da região infartada, existe a zona de penumbra, onde um mecanismo de ex-tração aumentada de oxigênio apesar do baixo fluxo permite que a lesão causada seja potencialmente reversível, contanto que o fluxo sanguíneo seja restaurado (por recanalização do vaso ocluído ou circulação colateral, altamente dependente da pressão arterial – por isso, é preciso ter cuida- do no controle da PA na fase aguda do AVE isquêmico!). • • Arterioembólico: o êmbolo é proveniente de uma artéria – em geral, uma placa aterosclerótica instável principalmente em artérias carótidas ou vertebrais (logo, como vimos, a HAS é fator de risco para AVE isquêmico arterioembólico por causar aterosclerose nessas artérias!) • Após o infarto neuronal, instala-se principalmente o edema citotóxico (intracelular, devido ao desbalanço da bomba de Na/K pela falta de ATP), • Mas o edema vasogênico também pode acontecer (mais raramente e principalmente nos estágios tardios do infarto, extracelular, por extravasamento do líquido dos vasos para o parênquima em razão da permeabilidade capilar aumentada), e têm seu pico de 3-4 dias após o AVE, podendo causar complicações como hipertensão intracraniana e herniação cerebral. • Nas primeiras 48 horas após o AVE, há migração de neutrófilos e monócitos para a região infartada, contribuindo para a inflamação local e edema cerebral. • Após cerca de 10 dias, o edema citotóxico é resolvido, e a zona infartada fica nítida na fotografia • . Após esse período, as células fagocitárias produzem necrose de liquefação nessa região, deixando um aspecto cístico pelo centro liquefeito. • O Ataque isquêmico transitório (AIT) é um evento também isquêmico, mas não pode ser considerado AVE visto que trata-se de um déficit Existem 2 tipos de AVE isquêmico de causa embólica: Cardioembólico: o êmbolo é proveniente do coração, na maior parte das vezes formado em razão da fibrilação atrial (trombo no átrio esquerdo); seguido do IAM de parede anterior (trombo no ventrículo esquerdo) e pelas cardiomiopatias (trombos no átrio ou ventrículo esquerdo) AVE – Isquemico e Hemorragico neurológico focal reversível, transitório, e de duração inferior a 24 horas. • Em geral, é proveniente de causas arterioembólicas, e um pequeno número de casos advém de trombose em evolução. • Além de ter manifestações clínicas semelhantesao AVE isquêmico, é também um fator de risco para o mesmo: Cerca de 25% dos AVEs isquêmicos são precedidos de ataques isquêmicos transitórios, muitas vezes não identificados. • Se o AIT do tipo sintomas transitórios com infarto (TSI) faz lesão irreversível, como diferenciá-lo do AVE isquêmico? • Pelo tempo, visto que o AIT tem sintomas com tempo inferior a 24 horas. • Além disso, a região infartada do TSI costuma ser bem inferior que a do AVE isquêmico. • Entretanto, seu reconhecimento é importante por se tratar de uma condição com altíssimo risco para AVE isquêmico. AVE Hemorragico • Ocorre pela ruptura de estruturas vasculares cerebrais, fazendo compressão das estruturas encefálicas e causando isquemia secundária e edema • Pode ser devido a uma Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP), quando o sangramento acontece dentro do parênquima cerebral, principalmente devido à fragilidade da parede vascular e rompimento dos aneurismas de Charcot-Bourchard (causados pela adaptação do vaso à HAS); ou devido a uma Hemorragia Subaracnóidea (HSA), quando o sangramento ocorre entre as meninges aracnóide e pia-máter, principalmente pelo rompimento de aneurismas saculares. • Quanto maior a extensão do sangramento e o volume do hematoma, maior será a hipertensão intracraniana e pior será o prognóstico. • Além disso, outros fatores podem piorar esse prognóstico, como a presença de sangue nos ventrículos (hemoventrículo) ou hemorragia subaracnóidea. • Esses parâmetros são analisados na Escala de Fisher modificada, criada inicialmente para análise seletiva de hemorragias subaracnóideas mas hoje utilizada para mensurar prognóstico de qualquer AVE hemorrágico. • O hematoma aumenta de tamanho nas 12-36 horas seguintes ao AVE, pela inflamação local, contribuindo para a piora clínica e para o pior desfecho. O tipo mais comum de AVE hemorrágico é o hipertensivo! Causado pelo rompimento dos aneurismas de Charcot- Bouchard, durante um pico hipertensivo, principalmente nas artérias perfurantes (as mesmas acometidas pelo AVE isquêmico lacunar).O acúmulo de sangue no parênquima cerebral ou no espaço subaracnóide (por compressão) eleva agudamente a pressão intracraniana, em razão do edema vasogênico causado em volta do hematoma pelo rompimento vascular. AVE – Isquemico e Hemorragico • Ao comprimir as estruturas encefálicas que contém os neurônios do sistema reticular ascendente, (responsáveis pela vigília), como o tálamo e mesencéfalo, o sangramento provoca rebaixamento do nível de consciência e até coma. Clinica • Devemos ter em mente que o AVE é uma doença tempo-dependente, ou seja, reconhecer precocemente seus sinais clínicos é de extrema importância para se agir rápido no tratamento e aumentar as chances de recuperação completa. • Os sinais e sintomas dependem da área acometida do encéfalo; por isso, ter conhecimento da anatomia vascular encefálica e das suas regiões de irrigação é de extrema importância para a avaliação clínica. • O encéfalo é irrigado por dois sistemas arteriais: um mais anterior (sistema carotídeo) e outro mais posterior (sistema vertebrobasilar). • A depender da região infartada no AVE isquêmico, diferentes manifestações clínicas podem ser observadas: • Sistema carotídeo: • Artéria oftálmica: alterações visuais monoculares • Artéria cerebral anterior: sinais de frontalização, déficit motor e sensitivo na região proximal do membro superior contralateral • Artéria cerebral média: déficit motor; perda sensorial em face ou membro superior; afasia de Wernick (área da compreensão da fala) e Broca (área motora da fala) no hemisfério dominante; Neglingência no hemisfério não dominante; hemiplegia fascio-braquio-crural (por atingir cápsula interna); síndrome piramidal contralateral (por interrupção da via corticoespinhal) Obs.: Síndrome do 1º neurônio motor: ocorre quando atinge as artéria perfurantes do sistema lentículo-estria-do, que irriga a cápsula interna (local mais atingido no AVE lacunar!). O paciente apresenta sincinesias, sinal de Babinski, hiperreflexia, espasticidade e sinreflexias. • Sistema vertebrobasilar • Artéria cerebral posterior: cefaléia ipsilateral, alterações de memória, hemibalismo, alterações do campo visual, rebaixamento do nível de consciÊncia, déficit sensitivo, alterações de funções nervosas superiores • Artéria vertebral ou cerebelar póstero-inferior: síndrome bulbar (vertigem central, disfagia, náuseas, vômitos, nistagmo e ataxia ipsilateral) e síndrome de Horner ipsilateral (ptose palpebral, anisocoria, perda da sensibilidade térmica e dolorosa em face ipsilateral, disartria e nistagmo para o lado infartado). • A artéria mais afetada pelo AVE isquêmico é a cerebral média, afetando locais irrigados por essa artéria, enquanto as mais atingidas pelo AVE hemorrágico são os ramos perfurantes. Se incluem nesse quadro paresias e parestesias plenas ou no lado contralateral à artéria afetada, alterações na visão, afasias, rebaixamento de nível de consciência, tontura e distúrbios de marcha (principalmente nos AVE – Isquemico e Hemorragico AVEs cerebelares), cefaléias súbitas (muito relacionadas à HSA), dentre outros. • O chamado “AVC isquêmico maligno” “infarto maligno cerebral” é definido como o infarto de mais de 50% do território de irrigação da artéria cerebral média, representando grande parte do hemisfério cerebral, e têm mortalidade de 80% apesar do tratamento conservador adotado, sendo uma importante causa de morte encefálica • No AVE hemorrágico, os sintomas aparecerão de acordo com o local em que a hemorragia esteja concentrada. Os locais mais acometidos na Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP) são: Putâmen, Tálamo, Cerebelo e Ponte. ragia pode se estender e causar hemoventrículo. • Hemorragia talâmica: Também atinge a cápsula interna, gerando os mesmos sintomas da hemorragia no putâmen, associada a hemianestesia para todas as sen- sibilidades. Pela extensão da hemorragia ao hipotálamo e teto do mesencéfalo, são comuns: desvio dos olhos em direção ao nariz, ou para o lado da hemiplegia; pupilas mióticas; anisocoria com pupila menor ao lado da hemorragia (síndrome de Horner) e afasia talâmica. É comum a hemorragia se estender ao terceiro ventrículo. • Hemorragia de cerebelo: gera quadro idêntico ao AVE isquêmi- co cerebelar (náuseas, vertigem central, vômitos e ataxia cerebelar aguda). Têm grande efeito expansivo, podendo comprimir o IV ventrículo e levar à hidrocefalia obstrutiva, piora da HIC e coma. A complicação mais temível é a herniação através do forame magno e conseqüente compressão de estruturas como amígdalas cerebelares e bulbo, levando à apnéia súbita e morte. • Hemorragia de ponte: Tem um quadro muito característico: quadriplegia súbita, coma e pupilas mióticas e fototorregentes, além de perda dos reflexos oculocefálicos. Decerebração, hiperpneia hiperidrose são achados comuns e a letalidade é alta: quase 90 %dos casos. • A hemorragia lobar (ou seja, dos lo- • bos frontal, parietal, temporal e occi- • pital) é um tipo de HIP que acomete • principalmente os idosos, em razão • de sua causa: a angiopatia amilóide • que ocorre nesta idade, a rotura de • microvasos subcorticais cujas pare- • des contém depósitos amilóides. Os • pacientes com doença de Alzheimer • são, portanto, ainda mais propensos a esta condição! • Já na Hemorragia Subaracnóidea (HSA), o quadro clínico é caracterizado por uma súbita cefaléia holocraniana de forte intensidade (a “pior da vida”), do tipo “tunderclap” ou em “trovoadas”, podendo evoluir com síncope, vômitos, rigidez de nuca e sinaisde meningismo e associada ou não a déficit neurológico focal – o principal é a paralisia do nervo oculomotor, gerando anisocoria, diplopia e estrabismo divergente. Crises convulsivas são uma complicação freqüente nestes casos. • A escala de Hunt-Hess é a principal utilizada para determinação clínica do prognóstico, e também como definidora de condutas. Diagnostico • Escala FAST é usada na triagem para reconhecimento rápido de sinais clínicos de AVE, baseada na escala de suspeita pré hospitalar de Cincinnati, que se baseia em Face, Fraqueza dos membros, reações da fala, tempo de sintomas. Déficit neurológico focal súbito > 15 minutos = internação e exame de imagem! • Saber o tempo do início de sintomas é essencial, já que a janela terapêutica para se fazer uma trombólise intravenosa no caso de AVE isquêmico é de apenas 4,5 horas! AVE – Isquemico e Hemorragico • Escala NIH: A escala frequentemente utilizada para quantifcar o défcit neurológico é a National Institute of Health (NIH), podendo ser executada de forma rápida por uma ampla gama de profssionais da saúde. Ela avalia o déficit do AVE através da pontuação de 15 parâmetros, variando de 0 (sem déficit ) a 42 (maior déficit ). Os parâmetros são: nível de consciência observado, orientação no tempo (em relação a mês e idade), resposta a comandos, olhar, campo visual, movimento facial, função motora de membros superiores e inferiores, ataxia de membros, sensibilidade, linguagem, articulação da fala, e extinção ou desatenção durante o exame. • Tomografia de imagem é o exame de imagem de escolha, por ser acessível e ter boa sensibilidade • escore ASPECTS é usado para avaliação do dano isquêmico na TC de crânio do AVE isquêmico, subdividindo o território de irrigação da artéria cerebral média (ACM) em 10 regiões que serão avaliadas em dois cortes: o primeiro na altura do tálamo e núcleos da base e o segundo acima dos núcleos da base. • Ressonanica magnética com difusão : mais sensível que a TC, diagnóstica área isquêmica muito precocemente, tendo mais acuracia que a TC no AVEi; porém, é um exame que demora e não tão acessível, é a TC é superior à RM na hemorragia subaracnoidea. • Muito útil nos casos de dúvida se há AVE na TC, ou então nos pacientes com janela terapêutica desconhecida ou fora da janela, para se avaliar melhor a zona de penumbra. • Coagulograma: Deve ter o resultado antes de realizar trombólise em caso de ACE isquêmico caso haja histórico de uso de anticoagulantes • Ureia,creatinina, eletrólitos, hemograma completo, gasometria, marcadores de necrose miocárdica e ECG • Para diagnostico etiológico pode utilizar outros exames como • Angiotomografia helicoidal, Doppler transcraniano, ECG, Doppler de carótidas Tratamento Ave isquêmico Medidas de suporte : • Suporte respiratório, monitoramento de temperatura, monitorização cardíaca, PA, glicemia • Paciente deve permanecer deitado com a cabeceira do leito elevada 30 graus • Manter nutrição • Monitorar natremia e hidratação Medidas Especificas: • Antiagregante plaquetário – AAS é a droga de escolha na posologia 100 a 325mg/dia VO. • Heparina : Deve ser usada em dose profilática para tromboembolismo venoso Usa-se HNF 5000 UI 8-12h ou HBPM (enoxaparina 40mg SC/ dia). O anticoagulante oral de escolha é a warfarina sódica • Trombolitico: O mais usadi é o Alteplase TC de crânio deve ser realizada em dois momentos: Uma TC sem contraste assim que o paciente chegar com suspeita de AVE, que deve estar laudada em no máximo 45 minutos e uma TC de controle após 72 hora de início dos sintomas Organização do SNC SISTEMA NERVOSO PERIFERICO Divisão Fisiologica Epidemiologia Fatores de riscos Classificação Fisiopatologia Clinica Diagnostico Tratamento
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