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Pensamento e Linguagem

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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ENSİNO
FACULDADE GUILHERME GUIMBALA - FGG
Terapia Ocupacional
2º ano
CARLA GABRIELAWANDERLEY SANTOS
JOICE DE OLIVEIRA MARTINS
COMPORTAMENTO HUMANO E TRANSTORNOS MENTAIS
Pensamento e Linguagem
Joinville/SC
2023
O pensamento e a linguagem são habilidades intrinsecamente ligadas ao
desenvolvimento infantil. A terapia ocupacional, ao utilizar jogos e brincadeiras, desempenha
um papel significativo na promoção dessas habilidades, permitindo que a criança explore,
compreenda e se expresse no mundo que a cerca.
A abordagem lúdica favorece a aprendizagem ativa e a aquisição de novos
vocabulários, auxiliando na recuperação de distúrbios de linguagem e no desenvolvimento de
habilidades de linguagem em crianças com necessidades especiais. Ao criar um ambiente
divertido e envolvente, os terapeutas ocupacionais podem reduzir barreiras emocionais e
facilitar a participação, permitindo que os indivíduos se conectem de maneira mais profunda
com sua própria cognição e com os outros.
Vigotski (2001), no artigo sobre as raízes genéticas do pensamento e da linguagem,
considera que não existe uniformidade na evolução da linguagem e do pensamento, mas
ambos se aproximam e se separam em diversos momentos; afirma ainda que “suas curvas de
crescimento se juntam e se separam repetidas vezes, cruzam-se, durante determinados
períodos se alinham em paralelo e chegam, inclusive, a fundir-se em algum momento,
voltando a bifurcar-se continuamente” (p.91).
Ampliando as reflexões sobre o problema da linguagem, Luria (1987) traz a questão da
consciência em debate e identifica diferenças essenciais entre a linguagem.
Pelo termo linguagem humana entendemos um complexo sistema de códigos
que designam objetos, características, ações ou relações; códigos que possuem a
função de codificar e transmitir a informação, introduzi-la em determinados sistemas.
[...] Portanto, a linguagem desenvolvida do homem é um sistema de códigos
suficiente para transmitir qualquer informação, inclusive fora do contexto de uma
ação prática. (Luria, 1987, p. 25).
Para praticar tais teorias, fizemos o uso de jogos que indicariam a convergências e
divergências cognitivas e de linguagem do indivíduo, nível de dificuldade, memória
perceptiva e ação. Os jogos escolhidos foram: cara-a-cara, ABC já e telefone sem fio.
O jogo Cara-a-Cara transcende sua natureza lúdica, proporcionando uma visão
perspicaz sobre a interconexão entre pensamento e linguagem. Ao analisar como os jogadores
formulam perguntas, fazem inferências e tomam decisões, podemos entender melhor os
processos mentais que nos permitem comunicar, categorizar e solucionar problemas
complexos. Portanto, jogar Cara-a-Cara não é apenas uma diversão, mas também uma jornada
intelectual que explora as complexidades da mente humana. É importante notar que a
interação entre pensamento e linguagem não se limita apenas ao jogo. Esses dois elementos
estão presentes em praticamente todas as atividades humanas. Desde a resolução de
problemas até a criatividade, a interação entre pensar e comunicar molda nossa compreensão
do mundo e nossa capacidade de nos relacionarmos uns com os outros.
Já o jogo do telefone sem fio destaca como a linguagem e o pensamento são
ferramentas de comunicação complexas e multifacetadas. Cada pessoa na cadeia do jogo
interpreta a mensagem recebida de acordo com sua compreensão pessoal, experiências
anteriores e contexto. Isso reflete como a linguagem é subjetiva, e a mesma palavra ou frase
pode evocar diferentes associações e significados para indivíduos diferentes. Além disso, o
jogo revela a importância do uso adequado da linguagem. Pequenas alterações na entonação,
escolha de palavras ou clareza na fala podem influenciar drasticamente a interpretação da
mensagem. Isso ressalta como o pensamento e a expressão linguística estão interligados; a
maneira como pensamos influencia como escolhemos as palavras para comunicar nossos
pensamentos aos outros.
Segundas defesas de Vygotsky, o processo de linguagem interna e externa foi
denominado por Piaget na linguagem infantil egocêntrica e inclina-se a observar da mesma
forma, haja vista que a fala se converte facilmente intensamente, assumindo uma função de
planejamento e de organização e até mesmo da resolução das dificuldades que surgem no
curso da atividade. Diante disso Vygotsky menciona a conclusão de uma enorme importância
teórica:
Comprovaríamos que a linguagem se converte e é interno psicologicamente antes da
fisiologicamente. A linguagem egocêntrica é interna por sua função, é a linguagem para si
mesmo, que se fala pelo modo de pensar pelo interior, em uma linguagem meio
incompreensível para os que rodeiam o sujeito. (Vygotsky, 2001, p.108).
A descoberta que o significado das palavras evolui tira o estudo do pensamento e da
fala de um beco sem saída. O significado das palavras são formações dinâmicas, e não
estáticas. Modificam-se à medida que a criança se desenvolve; e também de acordo com as
várias formas pelas quais o pensamento funciona. Se os significados das palavras se alteram
em sua natureza intrínseca, então a relação entre o pensamento e a palavra também se
modifica.
Tais jogos são uma metáfora poderosa para a comunicação humana e oferece várias
lições sobre a complexa interação entre pensamento e linguagem:
1. Subjetividade Linguística: Cada pessoa tem sua própria interpretação e entendimento
da linguagem, o que influencia a forma como se comunica e é compreendida.
2. Importância da Clareza: Os jogos destacam a necessidade de comunicação clara e
precisa para evitar distorções e mal-entendidos.
3. Pensamento e Interpretação: O processo de pensamento desempenha um papel crucial
na interpretação e na transmissão de mensagens.
4. Variedade de Perspectivas: Os jogos mostram como diferentes perspectivas podem
levar a interpretações diversas e até mesmo inesperadas.
Através dessa lente, fica evidente que jogos e atividades lúdicas não são apenas meios
de entretenimento, mas também veículos poderosos para estimular o desenvolvimento
cognitivo, linguístico e social de indivíduos de todas as idades. Ao utilizar jogos que
envolvem desafios cognitivos, solução de problemas e interação social, os terapeutas
ocupacionais podem facilitar a expressão de pensamentos e emoções, ao mesmo tempo em
que promovem o aprimoramento da linguagem e das habilidades de comunicação.
Essas abordagens oferecem um ambiente seguro e não ameaçador para a prática da
linguagem, permitindo que os participantes experimentem a expressão verbal e não verbal de
maneiras criativas. Ao encorajar a verbalização de estratégias de jogo, tomada de decisões e
interações com os colegas, os terapeutas ocupacionais podem aprimorar a capacidade dos
indivíduos de articular seus pensamentos de maneira mais clara e eficaz, promovendo a
autoconfiança e a autoestima.
Assim, a terapia ocupacional confirma a singularidade de cada criança e adapta as
intervenções de acordo com suas necessidades específicas. Isso promove o desenvolvimento,
não apenas das habilidades cognitivas e linguísticas, mas também das habilidades sociais e
emocionais.
Em última análise, a visão do terapeuta ocupacional ressalta que os jogos e brincadeiras
podem ser muito mais do que atividades casuais; eles são instrumentos valiosos para
promover a interação entre pensamento e linguagem. Ao trabalhar de mãos dadas, o
pensamento se enriquece pela capacidade de expressão linguística, enquanto a linguagem
encontra um terreno fértil no pensamento criativo e na resolução de problemas. Essa simbiose
entre pensamento e linguagem, amplificada pelo ambiente lúdico, impulsiona o crescimento
pessoal e o desenvolvimento funcional em diversos contextos terapêuticos e educacionais,
fornecendo aos indivíduos as ferramentas para se comunicarem, compreenderem e
explorarem o mundo ao seu redor de maneira mais significativa.
Referências bibliográficas
LESSA, Patrícia Vaz de. O processo de escolarizaçãoe a constituição das funções
psicológicas superiores: subsídios para uma proposta de avaliação psicológica. 2014. Tese
(Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
LURIA, A. R. (1987). Pensamento e linguagem: as últimas conferências de Luria.
Porto Alegre, RS: Artes Médicas.
LURIA, A. R. (2006) Introdução. In: Vigotski, L. S.; Luria. A. R.; Leontiev, A. N.
(2006) Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução Maria da Penha Villalobos.
São Paulo: Ícone (coleção educação crítica).
SMIRNOV, A. A (1969) El Pensamiento. In: Smirnov, A. A, Leontiev, A. N,
Rubinshtein, S. L., Teplov, B. M. (1969) Psicologia. México: 3.ed. Editorial Grijalbo
VIGOTSKI, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo, Martins
Fontes, 2001.
VYGOTSKI, Liev Semionovich. Obras escogidas: problemas de Psicologia Geral.
Tomo II. 2. ed. Trad. José Maria Bravo. Madrid: Machado - Visor Dist. S. A., 2001.

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