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AD2 GEOGRAFIA POLITICA - SARA DUARTE DE ANDRADE ARAUJO

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA (AD2) 
Disciplina: GEOGRAFIA POLITICA
Aluno(a): SARA DUARTE DE ANDRADE ARAUJO
Matrícula: 20112140284	Polo: CAMPO GRANDE
De um modo geral, esse é o ramo da filosofia preocupado com qualquer forma de comportamento humano, político, legal ou moral; estritamente falando, no entanto, a ética deve ser distinguida tanto da política quanto do direito, como ramo da filosofia que trata mais especificamente da esfera das ações boas ou más e não daquelas juridicamente permitidas ou proibidas ou politicamente mais adequadas.
Os filósofos em suas doutrinas éticas visaram dois objetivos diferentes, muitas vezes buscados conjuntamente. Por um lado, propunham-se recomendar da forma mais articulada e fundamentada o conjunto de valores considerados mais adequados ao comportamento moral do homem; por outro, visavam a um conhecimento puramente especulativo do comportamento moral do homem, prestando atenção não tanto aos fins prescritivos, mas à reconstrução dos motivos, dos usos linguísticos, do raciocínio que pode ser rastreado no comportamento ético no século 20.
No que diz respeito ao problema da relação entre moral e política, uma das soluções possíveis é conceber a moral e a política como dois sistemas normativos distintos, mas não totalmente independentes entre si, embora colocados um sobre o outro em uma ordem hierárquica. É claro que uma solução desse tipo pode ter duas versões: dos dois sistemas normativos, o moral é superior ao político, ou o político é superior ao moral. Houve muita discussão, ao mesmo tempo, sobre o contraste entre moral e política e a afirmação de que esta se conforma à primeira. Mas é uma discussão, pelo menos desde que se começou a entender que o bem do Estado tem uma “justificação” completamente diferente do bem do indivíduo: o Estado tem uma razão de ser "concreta" e só esta sua existência concreta pode valer como princípio de sua ação, não um imperativo moral abstrato que desconsidere completamente as necessidades e os constrangimentos impostos pelo movimento histórico, do qual o Estado , não o indivíduo único e nem mesmo a soma de indivíduos individuais, é o protagonista.
O interesse geográfico para os temas de justiça social e moralidade remonta à segunda metade da década de 1960. A primeira contribuição geográfica real veio alguns anos depois, em
1973, por David Harvey que, assumindo diretamente as propostas anteriores de John Rawls entre outros, iniciou a ramo da "justiça territorial", ou melhor, o estudo da justiça distribuição dos bens e recursos públicos de um território de forma coerente com as necessidades de seus habitantes (Harvey, 1973). O interesse do geógrafo americano para a abordagem rawlsiana foi, no entanto, de curta duração. Essa contribuição foi de fato fundida no ano seguinte nas "teses liberais" do volume “Justiça Social e a Cidade”, onde Harvey abandonou a visão distributiva introduzindo aquelas "teses socialistas" que a partir de então caracterizará sua obra (Harvey, 1978 [1973]).
A abordagem marxista introduzida por Harvey em “Social Justice and city” se tornará, pelo menos até meados dos anos 80 e as respectivas viradas do geografia humana, a dominante para a análise das questões de justiça (ou “social”) tanto na geografia humana quanto em outras disciplinas relacionadas. Nessa abordagem, no entanto, a “justiça social” não é teorizada diretamente (como foi o caso, por exemplo, da escola rawlsiana), mas o centro
da análise caminha para a compreensão do que o próprio Harvey define a “causa ausente” dos problemas sociais: apreendeu a causa – que para ele e tantos outros reside na troca desigual analisada por Marx – então é possível compreender tudo o mais (incluindo questões de justiça individual).
Entre as principais contribuições de tipo "territorial" a esta corrente, alguns sociólogos, que se concentraram especialmente nas lutas (por casa, ou espaço público) protagonizado pelos chamados “movimentos urbanos". Outras contribuições que tiveram sucesso particular, foram
aqueles que se concentraram em investigar, do ponto de vista territorial, os mecanismos pelos quais o “capital” são reproduzidos e materializados no espaço reproduzindo assim as suas "inconsistências.
A obra do filósofo francês Henry Lefebvre certamente foi, enfim, parte da corrente de pensamento que acabamos de analisar, ainda que sua própria contribuição se estendeu muito além. Se com a produção do espaço (Lefebvre,1991 [1974]), teorizando a transição de um "espaço absoluto" para um "abstrato espaço” (o espaço não homogêneo, mas homogeneizante, do capitalismo moderno), seu pensamento contribuiu para a análise marxista da sociedade, a
sua interpretação heterodoxa do pensamento de Marx abriu novas, linhas de pesquisa heterogêneas (por exemplo, Lefebvre, 1996b). O “Direito à cidade” por Lefebvre, em outras palavras, não é apenas uma luta de classes para derrubar um mestre do poder, mas uma utopia para uma “sociedade urbana renovada, uma centralidade, deixando espaço para ritmos e usos do tempo que permitir o pleno uso dos movimentos e do lugar”, que devem necessariamente ser alcançados através de “ideias e abordagens de outros lugares, que ainda não são muito familiares” (Lefebvre, 1996c, p.151): uma abertura, uma obra, que certamente se distanciou do
interpretações mais rígidas do pensamento marxista (Lefebvre, 1996a) na justiça na dimensão urbana.
Ao delinear essa ética de referência, o primeiro ponto de sublinhando é sem dúvida a extrema heterogeneidade do mundo urbano atual, tanto em relação aos ambientes em que vivemos (combinações de máquinas e homens diferentes uns dos outros em história e identidade. A cidade mudou e ainda está mudando para novas questões sociais que surgiram nos últimos anos, a cidade se reafirma como cenário fundamental de nosso tempo.
Neste contexto, penso ser inevitável afirmar que a cidade “em quais vários agenciamentos têm diferentes modelos de chegada e diferentes histórias. Em outras palavras, dadas as complexidades e diferenças, não podemos pretender entender e imaginar a cidade como um
governado por um único princípio, uma única visão. O que leva, para governar essa complexidade, é um mecanismo que permite não “a transcendência da diferença de grupo”, mas uma autodefinição positiva de diferença. Uma utopia, talvez. Um ideal de vida urbana como uma visão das relações sociais afirmando a diferença grupal. Uma "cidade boa", ou seja, que permita vivenciar a multiplicidade urbano, que mesmo não podendo ser alcançado “deve sempre
estar em formação. Ir nessa direção não significa negar os problemas que existem multiplicidade implica. É, no mínimo, negar essa multiplicidade, ou negar a diferenças inevitáveis que compõem nossos ambientes urbanos, o que leva a lugares sem qualidades, ou, pior, conflitos reais urbano. A visão de cidade aqui assumida é, portanto, a que se define através do que Massey chama de “união lançada”, ou “o Lancione M (2010) Justiça social, espaço e cidade.
LIMA, I. Em favor da Justiça Territorial: o encontro entre geografia e ética. In. 
Revista Política e Planejamento Regional – Rio de Janeiro – vol. 7, nº 2, maio a agosto de 2020, P.125-148.