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PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCILPLINAR Livro

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1
FACULDADE ÚNICA
DE IPATINGA
PRÁTICA PEDAGÓ-
GICA INTERDISCILPLI-
NAR: FUNDAMENTOS
E METODOLOGIA DO
ENSINO DE ARTES E
EDUCAÇÃO FÍSICA
Talita Daniele Alves Gomes Caldeira
Bruna Silveira Chaves
2
PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCILPLINAR:
FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO
DE ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA
1ª edição
Ipatinga – MG
2020
3
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério
Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
© 2021, Faculdade Única.
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
4
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli-
cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao ladodostextos.Elessão
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:
São sugestões de links para vídeos, documentos cientí-
fico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblio-
teca Pearson) relacionados com o conteúdo abor-
dado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im-
portantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em
cada unidade do livro.
São para o esclarecimento do significado de determi-
nados termos/palavras mostradas ao longo do livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre ques-
tões citadas em cada unidade, associando-o a suas
ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidi-
ano.
5
SUMÁRIO
CONCEITO, DEFINIÇÕES DA ARTE E EXPERIÊNCIAS ARTÍSTICAS..10
1.1 O que significa ARTE? ..................................................................................10
1.2 Períodos da História da Arte .......................................................................12
1.3 Experiências Artísticas .................................................................................13
1.4 Formas de expressão artística ...................................................................13
FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................19
TENDÊNCIAS DO ENSINO DE ARTE ................................................23
2.1 O ensino de Arte ...........................................................................................23
2.2 Ensino de Arte e Educação especial .......................................................25
2.3 Relato de um projeto artístico na educação básica com inclusão ..27
2.3.1 Projeto Arte na Tela – 9º Ano do Ensino Fundamental e 1º Ano
Ensino Médio ................................................................................................ 27
2.4 Arte e tecnologia: Novas tendências do ensino de arte e
gamificação ..................................................................................................29
2.3.2 Como trabalhar mídias digitais dentro da Sala de Aula ........... 31
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 32
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ........................37
3.1 aNÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) -
HABILIDADES DO ENSINO DE ARTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA. ................37
3.2 Análise das competências e habilidades do ensino de Arte através
da BNCC.........................................................................................................40
3.2.1 Arte na Educação Infantil ................................................................ 40
3.2.2 Arte no Ensino Fundamental............................................................ 43
3.3 Linguagens artísticas para trabalhar na Educação Básica .................45
3.3.1 Artes visuais.......................................................................................... 45
3.3.2 Dança .................................................................................................. 46
3.3.3 Música .................................................................................................. 46
3.3.4 Teatro.................................................................................................... 47
3.3.5 Artes Integradas ................................................................................. 48
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 49
PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO....................................................54
4.1 Planejamento pedagógico – Organização de conteúdos,
habilidades e competências .....................................................................54
4.2 Definição e conceito de planejamento ..................................................55
4.3 Das Etapas do Planejamento .....................................................................57
4.3.1 Data de Elaboração ......................................................................... 57
4.3.2 Objetivos de aprendizagem............................................................ 57
4.3.3 Habilidades e Competências da aprendizagem ....................... 58
4.3.4 Materiais para a aula........................................................................ 59
4.3.5 Metodologia de ensino para aplicar em uma aula de Arte ... 61
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 64
UNIDADE
01
UNIDADE
02
UNIDADE
03
UNIDADE
04
6
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL.........................................................68
5.1 Avaliação Educacional sobre o conteúdo de Arte ..............................68
5.2 Ferramentas de avaliação educacional para o ensino de Arte........69
5.3 Como avaliar um aluno na disciplina ARTE na Educação Básica .....70
5.4 Tipos de Avaliações .....................................................................................71
5.5 Exemplo de Avaliação realizada em aulas de Arte .............................73
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 78
PROJETO PEDAGÓGICO................................................................82
6.1 Elaboração de Projetos Artísticos Pedagógicos ....................................82
6.2 CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE PROJETOS PEDAGÓGICOS .............82
6.3 Etapas de Produção de Projeto Pedagógico .........................................84
6.3.1 Idealização do Projeto ..................................................................... 84
6.3.2 Plano de Atividades e Avaliação................................................... 86
6.3.3 Espaço, materiais e tempo para realizar um projeto artístico.. 88
6.4 Opções de Projetos Artísticos Educacionais ..........................................90
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 92
DOCUMENTOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ..............96
7.1 Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e a Educação Física ..........96
7.2 Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Educação Física .......97
7.3 Parâmetros curriculares nacionais (PCNs) e a Educação Física......104
7.4 Planejamento e sistematização de proposta de ensino direcionada
ao Ensino de Educação Física .................................................................105
FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................107ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.....................111
Aspectos do desenvolvimento motor da criança ...............................111
Aspectos do desenvolvimento psicossocial da criança. ..................118
A criança interagindo com o mundo ....................................................119
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 121
DESCOBRINDO O CORPO ...........................................................125
A corporeidade na criança .....................................................................125
Corporeidade, Educação Física e Educação Infantil.........................126
FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................130
EDUCAÇÃO CORPORAL ..............................................................133
Princípios pedagógicos e metodologia do desenvolvimento de
aulas de educação corporal...................................................................133
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 141
UNIDADE
05
UNIDADE
06
UNIDADE
07
UNIDADE
08
UNIDADE
09
UNIDADE
10
7
LINGUAGEM CORPORAL E SUAS POSSIBILIDADES ....................144
A linguagem corporal e suas possibilidades........................................144
A linguagem corporal em Esportes, jogos, lutas e ginásticas ..........145
A linguagem corporal em atividades rítmicas e expressivas. ..........150
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 153
ATIVIDADES LÚDICAS ..................................................................157
Entendendo as atividades lúdicas ..........................................................157
Função pedagógica das atividades lúdicas na Educação Infantil 160
Função pedagógica das atividades lúdicas no Ensino Fundamental.
........................................................................................................................161
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 165
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ....................................168
REFERÊNCIAS.................................................................................171
UNIDADE
11
UNIDADE
12
8
INTRODUÇÃO
A arte está presente na história da Humanidade desde os primórdios como
reflexo das atividades sociais e das vivências emocionais dos seres humanos difun-
dindo suas crenças, habilidades e afetividades de diversas formas artísticas. Ao longo
da história a arte se transformou diversas vezes em seu contexto e objetividade de-
vido às transformações sociais que ocorreram na sociedade como um todo. Em rela-
tos e descobertas arqueológicos é possível identificar a arte como ferramenta edu-
cacional desde a antiguidade através de ilustrações, mosaicos, pinturas murais e mú-
sicas onde eram ensinadas regras sociais ou histórias mitológicas, por exemplo.
Aos 7 anos de idade eu ingressei em uma escola especializada em Arte cha-
mada Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes na minha cidade natal,
Montes Claros-MG. Lá tive várias experiências artísticas com música, dança, teatro e
desenho desde a minha infância até o meu ingresso na Faculdade de Arte. As minhas
experiências artísticas vividas dentro do Conservatório eram voltadas para a prática
musical em orquestras, atuação com grupos de teatro, desenvolvimento de projetos
de expressão artística, entre outros. Com esta experiência pude desenvolver minha
habilidade de criação para elaborar novas ideias sobre projetos artísticos emocio-
nais. Aulas teóricas e práticas nesta escola me despertaram o interesse em atuar na
área como professora de Arte na Educação Básica.
Realizei o Ensino Superior de Licenciatura em Arte pela Universidade Estadual
de Montes Claros – MG (Unimontes) e percebi através das disciplinas ofertadas no
meu curso a necessidade de elaboração de projetos artísticos para serem trabalha-
dos na Educação Básica. Através do desenvolvimento de aulas criativas, diversifica-
das que pudessem instigar as mais distintas habilidades artísticas nos alunos seria pos-
sível realizar um ensino de arte com qualidade e criatividade em qualquer escola de
Educação Básica.
Em todas as experiências artísticas práticas que vivenciei percebi o quanto era
importante ter um novo olhar sobre a expressão e emoção de cada pessoa. Através
das expressões podemos entender o que cada um sente de acordo com sua baga-
gem cultural.
Na vida de uma criança, a arte faz parte do seu cotidiano. Vivenciar a arte na
infância desperta os sentidos e o seu olhar sobre o mundo de forma criativa e lúdica.
O estímulo corporal através da fala, do som, do desenvolvimento do repertório ima-
gético contribui para o seu desenvolvimento socioemocional e social através das
9
suas expressões artísticas.
Ao longo do desenvolvimento social humano e das transformações sofridas
por todos que habitaram a terra, a arte se tornou uma ferramenta de expressão dos
momentos vividos e das sensações e emoções sentidas durante toda a história. Hoje
contamos com um grande acervo histórico preservado por instituições competentes
a fim de manter as tradições e a nossa memória cultural.
Quando pensamos em aula de Arte na escola temos em nossa memória aquilo
que vivemos em nosso período escolar com desenhos para colorir, aprender sobre as
cores, realizar uma pintura ou até mesmo realizar recortes e colagens ou criação de
maquetes. Mas o ensino de arte na educação básica é muito além das lembranças
de nossas experiências vividas na escola. O ensino de arte faz parte do processo de
desenvolvimento socioemocional, cultural e afetivo de qualquer pessoa desde o en-
sino infantil até o ensino médio.
Através do ensino de Arte é possível trabalhar a emoção, a expressão corporal,
o ritmo, o pensamento crítico, o conhecimento da história da humanidade, além de
promover o desenvolvimento psicopedagógico de uma criança ou adolescente.
Este livro tem como objetivo principal a reflexão sobre a metodologia do ensino de
Arte na educação básica bem como as diversas formas de expressão artísticas que
podem ser trabalhadas na Educação Básica especificamente no Ensino Infantil, nos
Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental. É com grande entusiasmo que convido
a todos (as) para esse grande momento de conhecimento e novas ideias sobre o
ensino de Arte na Educação Básica!
10
CONCEITO, DEFINIÇÕES DA ARTE E
EXPERIÊNCIAS ARTÍSTICAS
O QUE SIGNIFICA ARTE?
A arte tem enorme importância na mediação entre os seres humanos
e o mundo [...] (Ana Mae Barbosa).
 Palavra de origem Latim, Ars(Arte) significa técnica ou habilidade.
 Forma de expressão do ser humano para demonstrar suas vivências, crenças,
habilidades e ou ideias através de desenho, filme, música, escultura, entre ou-
tros.
Diante de estudos arqueológicos várias pinturas, esculturas e arquiteturas fo-
ram encontradas em diversas partes do mundo datadas como expressões artísticas
de nossos ancestrais. Através de estudos científicos e analises de obras artísticas de
diferentes momentos da sociedade é possível identificar diversos acontecimentos so-
ciais de toda a história. Sobre o ensino de arte durante a história até os dias atuais
podemos estabelecer algumas perguntas iniciais: afinal o que é ARTE? Será que para
ensinar Arte é preciso algum conhecimento prévio?
O conceito de arte para muitos está relacionado a uma obra ou imagem ar-
tística. Visto por este conceito a arte é compreendida pela própria obra artística ou
pelas etapas de produção da obra. Sem sombras de dúvida, existem obras que fo-
ram criadas por grandes nomes da história da Arte que são consideradas verdadeiras
obras de Arte como a Mona Lisa de Da Vinci e Davi de Michelangelo.
Ao procurarmos a definição da palavra ARTE no Dicionário Aurélio (1999) tere-
mos dezenas de significados voltados para duas interpretações: a arte como objetoseja uma escultura, uma pintura, uma música, um filme e a arte como um processo
criativo que se desenvolve a partir de experiências estéticas culturais de cada indiví-
duo. Assim, podemos entender que arte não consiste em ser determinada por uma
obra ou outra, mas como parte do processo de criação de uma identidade cultural
de uma pessoa baseada em suas vivências socioemocionais.
Sobre o conceito de Arte, Ferreira e Velásquez (2015, p. 39) dizem:
UNIDADE
01
11
[...] podemos nos referir à arte como capacidade de pôr em prática
determinadas ideias, de transformar determinados elementos, de
criar. Podemos, assim, falar da arte de usar o fogo, da arte de viver ou
até mesmo da arte de determinado sujeito, não nos referindo às suas
obras, mas à sua capacidade criativa e criadora.
Como dito por Velásquez e Ferreira (2015) a arte pode ser entendida como a
capacidade de exprimir ideias em um processo criativo referindo-se à capacidade
criativa e do desenvolvimento do repertório imagético do aluno nos fazendo enten-
der como educadores a importância da valorização das distintas formas de expres-
sões artísticas dos nossos alunos.
Contudo, ao pensarmos no conceito de Arte para realizar uma atividade prá-
tica ou teórica com os alunos da Educação Básica, devemos ter um olhar mais aberto
e subjetivo, pois a arte está em tudo como as cores de uma roupa, as formas de um
móvel, uma música na rádio, uma expressão facial, enfim em diversos meios e formas
que podem ser trabalhados para desenvolver um olhar amplo, crítico e criativo de
uma criança.
Partindo do conceito da Arte como forma de expressão artística em diversas
formas é importante perceber como podemos utilizar a arte no ensino de educação
básica para promover a interação e o desenvolvimento socioemocional dos alunos
durante atividades práticas de Arte. Com o objetivo de desenvolver habilidades di-
versas atividades como apreciar uma obra artística, elaborar um desenho ou desen-
volver um projeto com expressão artística são ações que podem ser elaboradas du-
rante as aulas de Arte com alunos. É possível, portanto, utilizar a arte como ferramenta
para impulsionar a expressão criativa ou o desenvolvimento de habilidades motoras
durante o ensino educacional.
12
PERÍODOS DA HISTÓRIA DA ARTE
A história da arte é representada pelas manifestações e expressões artísticas
produzidas desde a pré-história até os dias atuais. A evolução social, tecnológica e
artística promoveu diversas formas e técnicas de composição ao longo dos anos.
Através de diversas formas artísticas o homem se expressou, representou suas cren-
ças, representou seu cotidiano e criou diversas obras fantásticas que hoje fazem
parte do acervo cultural mundial.
Quadro 1: Períodos da história da Arte
MOVIMENTO ARTÍSTICO PERÍODO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Pré – História
+5 milhões a.c até
3.200 a.c(aproxima-
damente)
Representações artísticas com sentido
mágico e ritualístico; Artes feitas com
elementos encontrados na natureza.
Idade Antiga (aproximadamente)3.200 a.c até 476 d.c
Período que compreende as civilizações
(mais expressivas): Egípcia, Grega e
Roma. Utilização da arte para represen-
tar crenças religiosas, histórias heroicas e
mitológicas e na educação do povo.
Idade Média 476 à 1473
Arte expressiva voltada para a religião
do catolicismo impulsionada pela in-
fluência da Igreja Católica nas questões
sociais, políticas e econômicas.
Arte Moderna 1473 à 1789
Surgimento de novas técnicas artísticas
baseadas nas inovações tecnológicas a
partir do Renascimento Cultural até a
Revolução Francesa.
Arte Contemporânea 1789 até os dias atu-ais.
Arte revolucionária nas formas de ex-
pressão que impulsionou novas técnicas
e artísticas dando liberdade para a cria-
ção. A revolução industrial impulsiona o
surgimento da fotografia, cinema e o
desenvolvimento das artes tecnológi-
cas.
Fonte: Elaborado pela Autora (2020)
Como apresentado na Tabela acima, a arte sofreu grandes transformações
baseadas nas evoluções sociais, econômicas e tecnológicas se tornando uma ferra-
menta de expressão das vivências culturais dos diferentes povos pelo mundo. Através
13
destas manifestações e representações artísticas podemos compreender os fatos so-
ciais e conhecer as diferentes transformações culturais que ocorreram na sociedade
desde a pré-história até os dias atuais.
EXPERIÊNCIAS ARTÍSTICAS
A vivência ou experiência artística contribui de forma significativa para forma-
ção de uma arte educadora. Participar de uma atividade de produção artística ofe-
rece a oportunidade de apresentar nossas emoções e sentimentos bem como nossas
ideias sobre um determinado assunto ou fato. Essa vivência artística contribui signifi-
cativamente na composição do nosso repertório criativo imagético onde podemos
desenvolver habilidades socioemocionais.
Portanto, ter uma vivência artística ou pesquisar e assistir ideias voltadas para
o Ensino de Arte faz diferença na capacitação de um professor de Arte na Educação
Básica. Neste livro veremos caminhos alternativos para essas vivências ou pesquisas
artísticas para aqueles que não tiverem acesso à uma escola especializada em Arte
a fim de instigar o processo criativo do professor de Educação Básica.
FORMAS DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA
14
A arte é uma forma de expressão utilizada desde a pré-história pelos nossos
ancestrais. Diversas pinturas desse período promoveram o entendimento sobre como
era à vida durante o período da arte rupestre. Pinturas rupestres datadas a mais de
10 mil anos atrás, representam as características sociais e as manifestações ritualísti-
cas que os homens pré-históricos faziam.
Figura 1: Pinturas Rupestres - Parque Nacional do Catimbau - Pernambuco – Brasil
Fonte: Jófli (2009, online)
A arte se tornou manifestação dos acontecimentos e vivências sociais desde
a pré-história quando o homem das cavernas representou com pinturas à base de
sangue e pigmentos naturais o seu cotidiano. Através dessas pinturas, por exemplo,
podemos compreender a forma que os homens viviam durante esse período bem
como seus costumes e crenças. A expressão artística marca a história do ser humano
através de suas manifestações emocionais e do compartilhamento das suas vivên-
cias.
Ao longo da história o cotidiano, as crenças e as novas ideias foram represen-
tadas por grandes artistas de diversas formas de acordo com suas vivências e baga-
gens culturais. Durante os processos de inovação da humanidade até os dias atuais
a criatividade artística e as novas ideias contribuíram significativamente para que as
expressões se modificassem ao longo dos anos de acordo com o surgimento de no-
vas técnicas e novas formas de expressão.
15
As mudanças ao longo dos anos nas formas de expressão artística nos levam
a ter um novo olhar sobre as formas de expressão artística. Essas expressões podem
ocorrer de diferentes formas como pinturas, colagens, elaboração de desenhos, te-
atros, através de músicas, na utilização de computadores para desenvolver jogos en-
fim, de diversas formas que o educador pode explorar através das aulas a fim de
proporcionar ao seu aluno um momento de expressão emocional a partir da sua
bagagem cultural formando o seu repertório e sua identidade.
O conhecimento das diferentes formas de expressão artística é de suma im-
portância para desenvolver um trabalho educacional de qualidade. Conhecer as
técnicas de criação e desenvolver projetos artísticos com os alunos trará benefícios
expressivos para o desenvolvimento socioemocional e criativo dos mesmos.
A experiência artística de quem estuda em uma escola específica de arte não
é a mesma de outra pessoa que teve aula de arte somente na educação básica. A
falta de material ou mau planejamento de atividades de experiências passadas deve
servir de inspiração para um melhor desenvolvimento da sua carreira como professor.
Acreditar que atividades como “colorir desenhos já prontos” sejam formas de expres-
são artística para toda aulaé firmar o conceito da falta de pesquisas ou práticas
educacionais artísticas e inovadoras. Se tornar um (a) professor (a) que consegue
elaborar atividades criativas que despertem o senso crítico e desenvolva o repertório
imagético do seu aluno representará total competência pedagógica para a institui-
ção que você atuará.
Sobre a utilização de desenhos prontos para aulas de arte Ferreira (2008, p.
50) nos diz:
16
Ao dar um desenho pronto para a criança pintar, o professor está des-
respeitando sua personalidade, inteligência e sensibilidade. Ninguém
daria um desenho pronto para um artista. E por que fazem isso com a
criança? Aí vem a resposta de alguns professores: “Eles não sabem
desenhar”. Alegam que são cobrados por pais e coordenadores nas
escolas onde trabalham a apresentar atividades prontas, “bonitas”,
“perfeitas”, inclusive para a “capinha” de seus trabalhos. Não seria
mais interessante à própria criança criar a capa de seus trabalhos?
Portanto devemos utilizar a arte na educação como forma de liberdade de
expressão com respeito às diversidades culturas ampliando a visão de mundo do
aluno, desenvolvendo sua criatividade e assegurar o acesso á cultura.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) resalta, no campo de experiências
“Traços, sons, cores e formas”, que produzir e conviver com as diferentes manifesta-
ções artísticas e as diversas formas de expressão das Artes Visuais, como pinturas, co-
lagens, desenhos, gestos, traços, dentre outras, contribui para que as crianças, desde
pequenas, desenvolvam senso crítico, o conhecimento de si e dos contextos que as
cercam (BRASIL, 2017).
Percebemos que mesmo na pré-história com poucos recursos artísticos o ho-
mem se expressava para representar o seu cotidiano e registrar momentos importan-
tes para sua vida. Ao longo da história nem sempre o artista podia se expressar de
forma livre devido a algumas imposições daqueles que detinham o poder econô-
mico ou político. Entender que atualmente ter a liberdade de expressar nossas emo-
ções e sentimentos torna a arte uma ferramenta poderosa na educação para pro-
vocar a criatividade e a expressividade dos nossos alunos que um dia se tornarão o
futuro.
Como educadores do século XXI precisamos nos ater também ao surgimento
de novas técnicas de composição artística utilizando a tecnologia como a criação
de jogos, aplicativos ou artes gráficas digitais a fim de promover a prática artística
em diferentes formas e contextos existentes atualmente.
Na tabela abaixo há exemplos de alguns tipos de arte que podem se tornar
atividades práticas de criação durante as aulas de Arte.
17
Quadro 2: Alguns tipos de forma de arte
TIPO DE ARTE EXEMPLO
Colagem: Tipo de Confecção artística que consiste
na criação de uma obra com cola. A criação dessa
atividade contribui no desenvolvimento do repertó-
rio imagético da criança além de trabalhar a coor-
denação motora fina.
Disponível em: https://bit.ly/3jCYLnY. Acesso em: 25
ago. 2020.
Mosaico: Tipo de arte para trabalhar a coordena-
ção Motora do aluno na composição artística. Con-
siste na confecção de um trabalho com pequenos
pedaços de materiais podendo ser papel, e.v.a, en-
tre outros.
Disponível em: https://bit.ly/3lmi05Y. Acesso em: 25
ago. 2020.
Pintura: Atividade artística que utiliza como matéria
principal a tinta aplicada a uma superfície. A tinta
utilizada pode ser industrializada ou fabricada com
um aglutinante (cola ou ovo), água e um pigmento
natural (canela, pó de café, terra). Esta atividade
pode ser feita com pincel, à mão, cotonete, entre
outros materiais.
Disponível em: https://bit.ly/2I47P7B. Acesso em: 25
ago. 2020.
Desenho Livre: Atividade que desperta a imagina-
ção e a criatividade do aluno uma vez que o
mesmo pode criar os seus próprios desenhos a partir
de um tema.
Disponível em: https://bit.ly/3d7XDXg. Acesso em:
25 ago. 2020.
18
Teatro: Manifestação das artes Cênicas que traba-
lham a encenação de personagens ou a movimen-
tação corporal em um ritmo musical.
Disponível em: https://bit.ly/30EqfCu. Acesso em:
25 ago. 2020.
Música: A Música pode ser trabalhada em sala de
aula com apreciação de canções do folclore bra-
sileiro, da música popular brasileira, ou de outros gê-
neros. É possível entoar as canções com as crianças
fazendo gestos sobre a música, ilustrações dos ob-
jetos ou personagens da canção, aprender sobre
os instrumentos musicais, enfim, através da Música
podemos instigar a imaginação e o movimento do
corpo humano.
Disponível em: https://bit.ly/34uw0Uf. Acesso em:
25 ago. 2020.
Fonte: Elaborado pelo Autora (2020)
Além dos tipos apresentados na tabela acima ainda temos a xilogravura, a
isogravura, contação de histórias, a música entre outras atividades que podem ser
trabalhadas durante a educação básica durante as aulas de Arte.
É preciso compreender as limitações do seu aluno e conseguir aproveitar ao
máximo a criatividade e a espontaneidade durante uma atividade de arte assim o
professor trará uma experiência artística rica e significativa para o desenvolvimento
do repertório imagético dos alunos através de novas ideias.
19
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O trabalho do professor da disciplina Arte deve se atentar aos conceitos educaci-
onais e teóricos sobre os conteúdos. Na visão educacional sobre o ponto de vista
pedagógico, o ensino de Arte deve ser considerado como:
a) obra artística criadas em sala de aula que representam formas de expressão.
b) processo de criação da identidade cultural baseada em vivências socioemocio-
nais dentro e fora da escola.
c) forma de expressão das linguagens como música, desenho, pintura, entre outros.
d) criações artísticas que os alunos produzem fora do ambiente escolar.
e) experiências estéticas vivenciadas pelos alunos na sua cultura familiar.
2. A arte não é simplesmente uma técnica para fazer coisas. Para que algo seja arte,
é necessário um sentido ou uma intenção. Não há função cotidiana na arte, como
encontramos em outros objetos, mas sim uma função:
a) filosófica.
b) provocativa.
c) objetiva.
d) expressiva.
e) literal.
3. Alguns historiadores afirmam que a História iniciou quando a humanidade inventou
a escrita. Nessa perspectiva, o período anterior à criação da escrita é denominado
Pré-História. Sobre esse período podemos afirmar que:
a) foi um período de grandes descobertas científicas baseadas nas crenças naturais.
b) todas as culturas evoluíram com a escrita, por isso podemos dizer que o homem
das cavernas não se comunicava com seu semelhante.
c) os estudos arqueológicos sobre as pinturas rupestres contribuíram na descoberta
dos hábitos vividos na época.
d) durante a pré-história a forma de comunicação se dava por meio de desenhos e
escritas feitas com símbolos.
e) os historiadores que defendem as pinturas rupestres como forma de comunicação
20
vão contra aos ensinamentos históricos.
4. A busca pela significação da vida e a compreensão do lugar do ser humano no
universo têm sua necessidade respondida, tanto pela arte quanto pela ciência.
Mediante a construção de objetos de conhecimento que, juntamente com as re-
lações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, há a formação
do conjunto de manifestações simbólicas de uma determinada cultura.
Nesse viés de pensamento, podemos afirmar que:
a) a obra de arte situa-se no ponto de encontro entre o particular e o universal da
experiência humana refletindo as emoções e vivências estéticas unificadas.
b) a obra de arte revela para o artista e para o espectador uma possibilidade de
existência e comunicação, além da realidade de fatos e relações normalmente
desconhecidos.
c) o que distingue essencialmente a criação artística das outras modalidades de co-
nhecimento humano é a qualidade de comunicação entre os seres humanos que
a obra de arte propicia, tornando-se uma linguagem universal.
d) a percepção estética contempla a criação da arte, mas não sua apreciação.
e) as experiências vividas pelo artista e pelo espectador nemsempre contribuem na
sua arte.
5. As funções da arte são diversas, variando de acordo com a cultura e com os povos
que a criam. Atualmente, sua função está relacionada ao desenvolvimento social
e democrático do ser humano.
Considerando essa perspectiva, pode-se dizer que outra possível função da obra
de arte é:
a) possuir um caráter de decoração visual ou de entretenimento.
b) separar em categorias os monumentos culturais.
c) desenvolver o senso crítico.
d) ser autêntica por meio da produção de trabalhos idênticos entre si.
e) ser agradável aos sentidos, principalmente aos olhos ou aos ouvidos.
21
6. A arte pode ser definida como fruto da criação do homem e de seus valores junto
à sociedade. Dentro dela existem vários procedimentos e técnicas utilizadas para
compor uma obra. Ela é uma necessidade que faz o homem:
a) expressar-se através de desenhos para estabelecer uma relação de ligação cons-
tante com a natureza.
b) comunicar-se, porém, se manter sempre crítico e emotivo quanto às suas obras.
c) comunicar-se e refletir sobre as questões sociais e culturais dentro da sociedade.
d) distanciar-se das questões sociais e culturais dentro da sociedade.
e) tornar-se parte dispensável na criação de obras artísticas.
7. Toda arte possui uma materialidade intrínseca que está relacionada ao universo
de referência dos artistas. Cenários e figurino, na dança e no teatro; instrumentos
musicais, na música; pigmentos e suportes, nas artes visuais, são exemplos de ma-
teriais que, partindo do universo do artista, compõem a produção artística. Com
base nas informações apresentadas e no seu conhecimento sobre o conceito de
arte, pode-se dizer que a ideia de materialidade nas artes:
a) trata-se do padrão utilizado por escolas e movimentos artísticos para criarem suas
obras.
b) tem por base o princípio de que toda arte é uma criação livre, sem relação com
a realidade.
c) refere-se aos diversos materiais utilizados na produção da obra que possibilitam ao
artista criar um universo próprio, carregado de singularidade.
d) refere-se à maneira de compor com base na reprodução do mundo como ele é.
e) trata-se da venda e do valor comercial de cada obra de arte.
8. A história da Arte se desenvolveu ao longo dos anos acompanhando os aconteci-
mentos históricos. As expressões artísticas marcam as ações políticas, religiosas,
econômicas, sociais, afetivas e emocionais dos homens desde a pré-história até a
atualidade. Sobre os períodos artísticos podemos afirmar que:
a) representações artísticas com sentido mágico e ritualístico marcam a arte contem-
porânea.
22
b) o período que compreende as civilizações (mais expressivas): Egípcia, Grega e
Roma utilizou da arte para representar crenças religiosas, histórias heroicas e mito-
lógicas e na educação do povo.
c) na arte moderna a expressão era voltada para a religião do catolicismo impulsio-
nada pela influência da Igreja Católica nas questões sociais, políticas e econômi-
cas.
d) o surgimento de novas técnicas artísticas baseadas nas inovações tecnológicas a
partir do Renascimento Cultural até a Revolução Francesa marcaram a Idade Mé-
dia.
e) arte revolucionária nas formas de expressão que impulsionou novas técnicas e ar-
tísticas dando liberdade para a criação sem influência tecnológica marcam o mo-
vimento contemporâneo.
23
TENDÊNCIAS DO ENSINO DE ARTE
O ENSINO DE ARTE
O ensino de arte pode ter sido enfatizado na história por filósofos gregos como
Sócrates e Platão. A educação proposta na sociedade grega se baseava em bases
de conhecimento como a Matemática, filosofia, ciências, música, poesia, enfim, di-
versas linhas de conhecimento. A arte teve papel fundamental na representação dos
deuses e heróis, figuras históricas importantes para a sociedade Ateniense.
As referências educacionais gregas nos remetem a uma valorização da arte
como ferramenta importante para a mudança comportamental do ser humano.
Através da concepção e do entendimento da arte o ser humano se torna crítico e
pensativo, pois suas emoções e vivências são percebidas e expressadas de forma
harmoniosa com estética e beleza.
Read (1986) na sua obra “A redenção do robô – Meu encontro com a educa-
ção através da arte” considerou que a arte e a educação estão ligadas ao homem
como indivíduo e que a arte deve ser baseada na expressão e na liberdade de cria-
ção desde a infância. Read (1986, p. 12) nos diz:
[...] quando falo em arte, quero dizer um processo educacional, um
processo de crescimento; e, quando falo em educação, quero desig-
nar um processo artístico, um processo de autocriação. Como educa-
dores, olhamos o processo do lado de fora; como artistas, vemos por
dentro; e ambos os processos integrados constituem o ser humano
completo.
Esse pensamento de Read está relacionado às concepções do envolvimento
e da prática artística do educador com o aluno e ao processo educacional pela arte
onde se aborda todas as linguagens artísticas sendo a visual, literária, musical e poé-
tica. Através desse modelo educacional o indivíduo trabalha o seu olhar questiona-
dor e cria novas concepções sobre o mundo através da leitura de obras pré-existen-
tes e a partir das suas criações.
Na educação a arte tem o objetivo de promover o desenvolvimento das ha-
bilidades criativas de cada aluno e é função do professor promover e instigar o pro-
cesso criativo do mesmo valorizando suas experiências e sua bagagem cultural e
UNIDADE
02
24
apresentar-lhe novas formas de se fazer arte que fizeram e fazem parte da nossa his-
tória.
Durante muito tempo a arte se tornou uma prática apenas para recreação ou
desenvolvimento de habilidades motoras. A partir do momento em que a arte é tra-
balhada como conteúdo onde o aluno se torna questionador e pesquisador do seu
objeto de estudo, o reconhecimento e a valorização estética e cultural se tornam
ferramentas educacionais que instigam o desenvolvimento do repertório imagético
e da visão crítica do aluno.
Portanto, é imprescindível a valorização da bagagem cultural do aluno, da
sua vivência cultural que traz consigo e da valorização das suas formas de expressão
artística. Por mais simples que seja a atividade, a valorização da sua expressão artís-
tica vai instigar no processo criativo e no desenvolvimento das habilidades de coor-
denação motora e emocional.
25
ENSINO DE ARTE E EDUCAÇÃO ESPECIAL
A compreensão do processo evolutivo de cada faixa etária da Educação Bá-
sica é um objeto de extrema importância para o professor regente ou especialista.
Através da compreensão dos desenvolvimentos criativos e de coordenação motora
o professor pode planejar ou desenvolver uma atividade a partir desses dados gerais.
Além dos dados estudados cientificamente sobre o desenvolvimento de cada faixa
etária é necessária à compreensão das habilidades dos alunos com necessidades
especiais. O processo de adaptação educacional para atender a demanda de cri-
anças com necessidades especiais está em desenvolvimento e cabe ao(a) profes-
sor(a) regente ou especialista está atento às questões metodológicas para o ensino
em geral.
Na lei de Diretrizes e Bases (LDB- 9.394/96) há determinação e defesa sobre o
ensino de educação básica à alunos com necessidades especiais:
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei,
a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 2o O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou ser-
viços especializados, sempre que, em função das condições específi-
cas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns
de ensino regular.
Art.59 – Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com ne-
cessidades especiais:
II - Terminalidade específica para aqueles que não possam atingir o
nível exigido para conclusão do ensino fundamental em virtude das
suas deficiências, e aceleraçãopara concluir em menor tempo o pro-
grama escolar para superdotados. [...] (BRASIL, 1996).
A Resolução Nº 4, de 2 de Outubro De 2009, do Conselho Nacional de Educa-
ção Básica apresenta a implementação de atividades curriculares com Atendimento
Educacional Especializado (AEE) para alunos com necessidades especiais. O docu-
mento ainda visa a plena participação do educando bem como sua participação
na sociedade e no desenvolvimento da sua aprendizagem.
Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de
ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos glo-
bais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas clas-
ses comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especia-
lizado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em cen-
tros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou
de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lu-
crativos.
26
Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a for-
mação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de
acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena
participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de
acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de
acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade redu-
zida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos,
dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comu-
nicação e informação, dos transportes e dos demais serviços.
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e mo-
dalidades de ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo
educacional (BRASIL, 2009).
Através dos documentos oficiais percebemos que o direito à educação inclu-
siva é irrevogável e é preciso o desenvolvimento de atividades que proporcionem
aos educandos uma experiência dinâmica que instigue o seu desenvolvimento emo-
cional e cognitivo. A adaptação de atividades através da arte serve como um im-
pulsionador dessas habilidades uma vez que, através da arte o aluno poderá falar de
si e de suas emoções.
A elaboração de atividades com pintura, colagem, música, teatro, dança, en-
tre outras manifestações artísticas trará ao aluno com necessidades especiais a opor-
tunidade de ser personagem principal na composição das suas emoções colo-
cando-o em situação de igualdade com os outros colegas.
Preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo
ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades especiais trará benefícios de in-
clusão aos alunos atendidos pela instituição em que o professor estiver atuando.
Compreender as dificuldades e utilizar a arte como mecanismo de inserção social e
educacional deste aluno servirá como uma ferramenta impulsionadora de suas ha-
bilidades emocionais e do desenvolvimento da sua capacidade intelectual.
Sobre a formação de professores e o uso da Arte na Educação Inclusiva Fer-
reira (2010) nos diz que Uma formação de professores mais ativa, contínua e inclusiva
é necessária e urgente, especialmente em termos de ação e transformação. O prin-
cipal objetivo é sensibilizar professores e departamentos administrativos para a impor-
tância da arte na formação da cidadania e sua contribuição para o processo de
desenvolvimento humano e social dos alunos em educação inclusiva. Assim, a busca
pelo conhecimento sobre as necessidades do seu aluno e o desenvolvimento de ati-
vidades que sejam adequadas ao mesmo o tornará um profissional capacitado e
interativo.
27
RELATO DE UM PROJETO ARTÍSTICO NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM INCLU-
SÃO
Nesta seção vamos visualizar na prática um projeto realizado com alunos da
Educação Básica do 9º ano do E.F e 1º ano do E.M. da Escola João XXIII elaborado
pela Autoraa no ano de 2019 em suas aulas de Arte. O Objetivo geral do projeto era
desenvolver uma atividade prática artística para instigar a expressão pessoal e emo-
cional dos alunos através da arte além de trabalhar a socialização, a coordenação
motora através do desenho e da pintura.
2.3.1 Projeto Arte na Tela – 9º Ano do Ensino Fundamental e 1º Ano Ensino Mé-
dio
Figura 2: Pinturas produzidas pelos alunos no Projeto Arte na Tela
Fonte: Arquivo do Autora (2020)
No ano de 2019, desenvolvi um projeto artístico na Escola Estadual João XXIII
28
com alunos do ensino fundamental e médio voltado para a releitura de obras artísti-
cas e composições visuais próprias utilizando a técnica da pintura. Durante o projeto
foram atendidos uma média de 300 alunos divididos em turmas de 9º ano do Ensino
Fundamental e 1º Ano do Ensino Médio. O projeto intitulado como “Arte na Tela” tinha
como principal objetivo proporcionar uma experiência prática e criativa utilizando a
pintura como forma de expressão artística.
Em uma turma do Ensino Médio havia 1 aluno portador da síndrome de Down
e 2 alunos portadores de autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperativi-
dade (TDAH). Os alunos possuíam uma acompanhante pedagógica (acompanha-
mento garantido aos alunos portadores de necessidades especiais pela lei LDB-
9.394/96 endossada pela Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, do Conselho Na-
cional de Educação Básica) para orientação mais profunda sobre as atividades de-
senvolvidas em sala de aula.
Uma das dificuldades encontradas pelos professores especialistas se dava pela
constante mudança de comportamento dos alunos com necessidades especiais
que ora estavam agitados, agressivos ou inquietos por não compreenderem as ativi-
dades propostas com maior nível de questionamento intelectual. Diante da análise
comportamental dos alunos no geral desenvolvi a ideia do projeto para atender to-
dos os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e 1º Ano do Ensino Médio como ati-
vidade prática nas aulas de Arte.
As aulas de pintura aconteciam em uma sala específica solicitada à escola e
disponibilizada devido à quantidade de material utilizado como telas, tintas e pincéis
e por se tornar um ambiente específico para aquela atividade. Durante as aulas de
pintura os alunos socializavam suas emoções, experiências e ideias ao elaborarem
suas obras ou releituras artísticas. Os alunos portadores de necessidades especiais se
29
viam como parte da turma ao fazerem a mesma atividade, porém com suas expres-
sões artísticas pessoais.
Figura 3: Alunos com necessidades especiais produzindo pinturas no Projeto Arte na Tela –
E.E. João XXIII/ Ipatinga-MG
Fonte: Arquivo do Autora (2020)
Era visível a concentração e motivação dos alunos com necessidades especi-
ais ao realizarem suas obras e ao questioná-los sobre o que estavam sentido durante
a aula. A resposta era sempre positiva e com entusiasmo. Ao trabalhar uma atividade
prática de pintura onde os alunos se sentiam motivados para expressar suas emoções
é possível perceber o desenvolvimento das habilidades emocionais, da coordena-
ção motora e da socialização contribuindo para sua formação educacional básica.
Elaborar projetos práticos nas aulas de arte contribui com eficiência no desen-
volvimento das habilidades emocionais e cognitivas de todos os alunos. Adaptá-las
é um desafio que pode ser resolvido através do conhecimento das limitações de
cada aluno.
ARTE E TECNOLOGIA: NOVAS TENDÊNCIAS DO ENSINO DE ARTE E GAMIFI-
CAÇÃO
Ao longo do tempo em toda a história da humanidade a evolução tecnoló-
gica ocorreu e promoveu grandes mudanças nas práticas artísticas. Surgimento de
novos materiais, desenvolvimento de novas técnicas e a criação de novas tendên-
cias nas formas de expressão marcaram diversos momentos da história da arte por
30
suas inovações ideias e tecnológicas.
A BNCC (2017, p. 57) trata sobre a relação das crianças, adolescentes e jovens
quanto ao uso de novas tecnologias digitais. Ressalta que:
[...] a cultura digital tem promovido mudanças sociais significativas nas
sociedades contemporâneas.Em decorrência do avanço e da multi-
plicação das tecnologias de informação e comunicação e do cres-
cente acesso a elas pela maior disponibilidade de computadores, te-
lefones celulares, tablets e afins, os estudantes estão dinamicamente
inseridos nessa cultura, não somente como consumidores. Os jovens
têm se engajado cada vez mais como protagonistas da cultura digital,
envolvendo-se diretamente em novas formas de interação multimidi-
ática e multimodal e de atuação social em rede, que se realizam de
modo cada vez mais ágil. Por sua vez, essa cultura também apresenta
forte apelo emocional e induz ao imediatismo de respostas e à efeme-
ridade das informações, privilegiando análises superficiais e o uso de
imagens e formas de expressão mais sintéticas, diferentes dos modos
de dizer e argumentar característicos da vida escolar.
No momento atual que vivemos, a tecnologia tornou-se uma ferramenta im-
pulsionadora de novas técnicas de expressão artística e de promoção das obras em
larga escala pelo mundo todo. O acesso à informação e as novas tendências co-
nectados através da internet tem se tornam mais acessíveis a cada dia. Novos apli-
cativos, melhores conexões de rede, desenvolvimento de novos softwares além de
gravações de filmes, séries, entre outros estão cada vez mais criativos e frequentes.
Jordão (2009, p. 10) retrata bem a realidade quando aponta sobre a influência
que a tecnologia vem causando na vida de crianças e adolescentes no processo
educacional. Diz, portanto:
[...] a cada dia, mais os professores se deparam, em suas salas de aula,
com alunos que convivem diariamente com as tecnologias digitais.
Estes alunos têm contato com jogos complexos, navegam pela inter-
net, participam de comunidades, compartilham informações, enfim,
estão completamente conectados com o mundo digital.
Jordão (2009, p. 10) enfatiza ainda que:
As tecnologias digitais são, sem dúvida, recursos muito próximos dos
alunos, pois a rapidez de acesso às informações, a forma de acesso
randômico, repleto de conexões, com incontáveis possibilidades de
caminhos a se percorrer, como é o caso da internet, por exemplo, es-
tão muito mais próximos da forma como o aluno pensa e aprende.
Portanto, utilizar tais recursos tecnológicos a favor da educação torna-
se o desafio do professor, que precisa se apropriar de tais recursos e
integrá-los ao seu cotidiano de sala de aula.
É enriquecedor elaborar atividades gamificadas em sala de aula com intuito
31
de promover a interatividade com novas tecnologias e desenvolver uma atividade
colaborativa a partir das novas mídias digitais. Assim, é possível realizar a integração
dos alunos com a tecnologia otimizando o processo ensino-aprendizagem.
2.3.2 Como trabalhar mídias digitais dentro da Sala de Aula
Estamos vivendo em constante transformação social e tecnológica onde as
crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo em contato com celulares,
tablets, computadores e outros objetos digitais que proporcionam jogos, pesquisas,
vídeos, filmes, entre outros, de forma rápida, criativa e interativa. Apropriar-se desses
meios digitais e promover o desenvolvimento do repertório imagético e a sensibili-
dade através de práticas artísticas é um grande desafio.
Jordão (2009) aborda sobre a diferença de aprendizagem que tivemos em
nosso período escolar relacionada ao momento atual que estamos vivenciando e
afirma sobre a importância de mudar as estratégias na educação. Diz-nos que “te-
mos que nos adaptar à agilidade de pensamento e à velocidade do acesso à infor-
mação que nossos alunos possuem atualmente”. É possível compreender, portanto,
que crianças e jovens aprendem de forma diferente da que aprendemos no pas-
sado.
Para se trabalhar uma atividade digital no contexto escolar é importante defi-
nir o objetivo que será alcançado na atividade bem como a metodologia a ser apli-
cada. É possível desenvolver uma atividade caso as crianças possuam aparelhos ele-
trônicos ou a escola disponibilize um laboratório com computadores ou outras má-
quinas tecnológicas.
Tratando de atividades feitas voltadas para a disciplina arte, configura-se ati-
vidade utilizando mídias digitais as pesquisas, elaboração de panfletos, criação de
memes, elaboração de mapas mentais, desenvolvimento de jogos ou questionários
interativos sobre o conteúdo abordado. São diversas formas que podem ser utilizadas
para atrelar a arte à tecnologia utilizando uma metodologia ativa e prática no de-
senvolvimento da atividade.
É de extrema importância explicar ao seu aluno o objetivo da atividade pro-
posta para que ele desenvolva em um processo criativo alguma obra artística digital
dentro do conteúdo abordado. Utilizando a tecnologia a favor do processo ensino
aprendizagem a aula se torna mais dinâmica, interativa e criativa proporcionando
32
ao educando a oportunidade de trabalhar habilidades tecnológicas na criação de
obras digitais.
Neste ano de 2020, a pandemia do Covid-19 promoveu um momento histórico
na educação ao tirar milhares de alunos do mundo inteiro para ficarem em quaren-
tena em casa. As escolas têm-se adaptado à elaboração de atividades remotas uti-
lizando recursos tecnológicos, novas tendências educacionais e novas práticas que
surgiram para atender essa realidade que afetou diretamente o processo educacio-
nal.
FIXANDO O CONTEÚDO
33
1. Sobre a utilização da Arte como forma de ensino na sociedade grega, podemos
afirmar que:
a) teve grande representação política durante toda a Grécia antiga.
b) representou de forma significativa as histórias de deuses e heróis, e figuras impor-
tantes atenienses.
c) a sua representação era simples e sensível aos olhos dos grandes filósofos gregos.
d) se tratava de uma base educacional pautada em regras definidas pelos políticos
atenienses.
e) registrava de forma simplificada às ações políticas da época.
2. Hebert Read disse que: “quando falo em arte, quero dizer um processo educaci-
onal, um processo de crescimento; e, quando falo em educação, quero designar
um processo artístico, um processo de autocriação. (Read,1986. pág.12)
Sobre o pensamento de Read, podemos afirmar que:
a) o ensino de arte deve levar em consideração o processo de criação como parte
mais importante.
b) o ensino de arte deve valorizar a obra finalizada.
c) a apresentação de uma obra de arte mal feita determina que o aluno não tem
capacidade artística.
d) o ensino de arte deve ter uma visão subjetiva valorizando as diversidades no pro-
cesso de criação até chegar no objetivo final.
e) o professor deve sempre estar atento ao processo artístico para que o aluno não
represente de forma errada a atividade solicitada.
3. Partindo do pressuposto de que o professor de Arte necessita conhecer as ten-
dências que influenciaram o ensino e a aprendizagem de arte, podemos dizer
que o professor deve compreender a(o):
a) situação da arte-educação no contexto atual e refletir sobre sua atuação peda-
gógica.
b) vantagem de uma direção conjunta para que se possa programar atividades
plásticas.
34
c) sentido da força do mundo espiritual na inspiração das composições musicais.
d) ensino de arte de forma unificada onde os alunos desenvolverão os conhecimen-
tos e habilidade de forma conjunta.
e) abordagem pedagógica que consiste na utilização de atividades pré-estabele-
cidas que não contemplem novas ideias.
4. Na educação a arte tem o objetivo de promover o desenvolvimento das habili-
dades criativas de cada aluno. A função do (a) professor(a) é:
a) realizar uma abordagem pedagógica com conceitos sem promover a prática.
b) elaborar atividades unificadas que desenvolvam a coordenação motora.
c) apresentar ao seu aluno formas distintas de se fazer arte que limitem suas capaci-
dades cognitivas.
d) elaborar todas as produções artísticas de eventos da escola.
e) promover e instigar o processo criativo do aluno e valorizar sua bagagem cultural.
5. Na lei LDB- 9.394/96 o artigo 58 que trata da educação especial determina:a) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com
transtorno bipolar.
b) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com
deficiência e dificuldades de aprendizagem.
c) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super-
dotação.
d) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super-
dotação.
e) entende-se por educação especial, modalidade de educação para alunos com
deficiência física, mental ou psicomotora.
6. No que se refere ao trabalho do professor de arte na educação especial pode-
mos afirmar que:
35
a) preocupar-se com a elaboração de atividades que contribuam no processo en-
sino-aprendizagem fará o aluno especial se sentir parte da turma.
b) uma de suas atribuições consiste em atender o aluno com necessidade especial
sem apoio.
c) compreender as dificuldades e utilizar a arte como mecanismo de inserção social
e educacional deste aluno servirá como uma ferramenta impulsionadora de suas
habilidades.
d) as atividades desenvolvidas devem sempre ser facilitadas para os alunos com ne-
cessidades especiais.
e) adaptar atividades de arte significa que o professor irá oportunizar o aluno espe-
cial um desenvolvimento igual aos seus colegas.
7. Ao longo do tempo em toda a história da humanidade a evolução tecnológica
ocorreu e promoveu grandes mudanças nas práticas artísticas. Sobre o surgi-
mento de novas tecnologias para o processo educacional podemos dizer que:
a) tornou-se uma ferramenta impulsionadora de novas técnicas de expressão artís-
tica e diminui a produção de consumo artístico.
b) elaborar atividades gamificadas enriquece a aula desenvolvendo a interativi-
dade com novas tecnologias e mídias digitais.
c) o professor deve estar atento às novas tendências tecnológicas e se organizar
para possuir material mais evoluído para melhorar suas aulas.
d) é difícil trabalhar com tecnologia em sala de aula uma vez que os alunos não
estão familiarizadas com as novas tendências.
e) Utilizar tecnologia limitará o professor ao desenvolvimento das habilidades artísti-
cas dos seus alunos.
8. Para se trabalhar uma atividade digital no contexto escolar é importante definir o
objetivo que será alcançado na atividade bem como a metodologia a ser apli-
cada. É possível desenvolver uma atividade caso as crianças possuam aparelhos
eletrônicos ou a escola disponibilize um laboratório com computadores ou outras
máquinas tecnológicas.
A gamificação das aulas de Arte pode ocorrer em:
36
a) atividades diversificadas como pesquisas e pinturas digitais.
b) Atividades extracurriculares que envolvam a família na proposta pedagógica.
c) atividades como pesquisas sobre arte, elaboração de panfletos, criação de me-
mes, elaboração de mapas mentais e desenvolvimento de jogos.
d) atividades rápidas que sejam facilitadas com a tecnologia para que o professor
não perca tempo.
e) atividades que desenvolvam nos alunos a curiosidade para pesquisas individuais.
37
BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR (BNCC)
ANÁLISE DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - HABILIDA-
DES DO ENSINO DE ARTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA.
Em linhas gerais a BNCC é definida por:
[...] documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico
e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Bá-
sica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendiza-
gem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o
Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo
aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o §
1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB,
Lei nº 9.394/1996) e está orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos que visam à formação humana integral e à construção de
uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado
nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)
(BRASIL, 2017, p. 07).
A BNCC é hoje o documento de referência educacional no Brasil que contém
as competências e habilidades que devem ser trabalhadas em todas as faixas etárias
do Ensino Infantil ao Ensino Fundamental da Educação Básica.
A Educação Básica segundo a BNCC (2017) deve assegurar aos estudantes o
direito à aprendizagem a partir de competências e habilidades que englobam a mo-
bilização do conhecimento bem “como as atitudes e valores para resolver deman-
das complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
trabalho.” É possível perceber nas habilidades voltadas ao ensino de Arte do Ensino
Infantil ao Ensino Fundamental 2o estímulo ao desenvolvimento de habilidades fun-
damentais como criação, reflexão, crítica e expressão.
No texto da BNCC (2017) podemos identificar as competências gerais da Edu-
cação. Entre elas podemos citar:
[...]1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar
a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
UNIDADE
03
38
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria
das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tec-
nológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da
produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhe-
cimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se ex-
pressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes
contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas di-
versas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e Autoraia na vida pessoal e cole-
tiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-
se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, au-
tonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciên-
cia socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regio-
nal e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar
com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a coope-
ração, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e po-
tencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(BRASIL, 2017, p. 09).
ABNCC (Base Nacional Comum Curricular) documento que atualmente de-
fine e rege o desenvolvimento de todas as habilitadas que os educandos devem de-
senvolver durante a educação básica nos diz:
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e
cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo,
39
aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável re-
quer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desen-
volvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar
com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento
e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhe-
cimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar deci-
sões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar
soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.
(BRASIL, 2017, p. 14).
Ao compreender as habilidades gerais percebemos como o ensino de Arte
contribui na formação do ser pensador, crítico, expressivo e social que através da
análise de obras artísticas, do conhecimento adquirido sobre distintas culturas e sobre
a elaboração de novas obras embasadas por sua bagagem cultural, o torna um ser
compreensível na atuação sobre o mundo.
A BNCC (2017) trata ainda sobre a importância das aulas de arte durante a
Educação Infantil onde a criança terá a oportunidade de desenvolver, desde o início
da sua formação educacional, “o senso crítico e estético agregados ao conheci-
mento de si, dos outros e da realidade que a cerca”. Diz-nos ainda que:
[...] a Educação Infantil precisa promover a participação das crianças
em tempos e espaços para a produção, manifestação e apreciação
artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da
criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se
apropriem e reconfigurem, permanentemente, a cultura e potenciali-
zem suas singularidades, ao ampliar repertórios e interpretar suas ex-
periências e vivências artísticas (BRASIL, 2017, p. 41).
Ao longo do texto da BNCC (2017)podemos perceber a evolução do processo
ensino-aprendizagem que ocorre na Educação Básica desde o ensino Infantil ao En-
sino Fundamental (Anos Finais). Sobre a interação social e essa evolução educacio-
nal reflete que:
[...] as atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas
por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras,
e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital.
Por meio dessas práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e
com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas interações,
estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais, morais e
éticos (BRASIL, 2017, p. 61).
A BNCC (2017, p. 61) nos apresenta ainda que no Ensino Fundamental (Anos
Iniciais):
40
[...] os componentes curriculares tematizam diversas práticas, conside-
rando especialmente aquelas relativas às culturas infantis tradicionais
e contemporâneas”. No Ensino Fundamental (Anos Finais) a diversifi-
cação dos contextos permite o aprofundamento de práticas de lin-
guagem artísticas, corporais e linguísticas que se constituem e consti-
tuem a vida social.
Como professor regente de turma, trabalhar a disciplina arte desde a Educa-
ção Infantil até o Ensino Fundamental (Anos Finais) representa uma contribuição sig-
nificativa na formação do educando em seu pensamento criativo, nas suas habilida-
des sociais e emocionais, na formação crítica e respeitosa sobre a diversidade cultu-
ral bem como o desenvolvimento da utilização da tecnologia como ferramenta de
conhecimento amplo.
ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DO ENSINO DE ARTE ATRA-
VÉS DA BNCC
Vimos anteriormente que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o do-
cumento que atualmente vigora na orientação pedagógica das habilidades e com-
petências do ensino na Educação Básica. A partir da análise das habilidades e dos
componentes curriculares do ensino de Arte na BNCC, podemos entender como é
possível elaborar atividades que contemplem o desenvolvimento do repertório ima-
gético e da expressão artística emocional tornando os educandos seres críticos e cri-
ativos.
3.2.1 Arte na Educação Infantil
Na Educação Infantil o processo Ensino-aprendizagem ocorre de maneira gra-
41
dativa onde a relação entre família e escola reforça o laço da criança ao aprendi-
zado. Ao trabalhar uma atividade artística como pintura, desenho, jogos, brincadei-
ras, músicas, teatro de bonecos, colagens entre outras formas de expressão a criança
torna-se personagem principal de suas atividades gerando sua independência emo-
cional e criativa. Nesse processo a BNCC (2017) reforça o uso de objetivos de apren-
dizagem que norteiam a elaboração de atividades artística.
Nos objetivos de aprendizagem a BNCC (2017, p. 36) ressalta que a criança na
Educação Infantil deve:
1 - Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes
grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento
de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre
as pessoas.
2 - Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços
e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e
diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos,
sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, cor-
porais,
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
3 - Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do pla-
nejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo edu-
cador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais
como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, de-
senvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, de-
cidindo e se posicionando.
4 - Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras,
emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, ele-
mentos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes
sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a
ciência e a tecnologia.
5 - Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessi-
dades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opini-
ões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
6 - Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural,
constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertenci-
mento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadei-
ras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto
familiar e comunitário.
Analisando os objetivos gerais acima podemos compreender as propostas
educacionais através das seguintes dicas:
Quadro 3: Objetivos de Aprendizagem e algumas propostas educacionais para a Educação
Infantil
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PROPOSTAS EDUCACIONAIS
Conviver Realizar atividades coletivas com outras criançascomo música, pintura, desenho.
42
Brincar Conhecer brincadeiras do cancioneiro popular; ex-plorar a coordenação motora.
Participar
Garantir que a criança seja incentivada para realizar
a atividade proposta. [Ser uma(um) educadora
(educador) amorosa (o) para que a criança acolha
a proposta da atividade].
Explorar Elaborar atividades artísticas diversificadas para ga-rantir o objetivo de conhecer novas práticas.
Expressar
Promover a expressão artística garantindo a liber-
dade criativa sem imposição de certo ou errado, bo-
nito ou feio.
Conhecer- se
Reconhecer seus trabalhos artísticos bem como suas
composições de personagens como membros da fa-
mília e/ou outros.
Fonte: Elaborado pelo Autora (2020)
As habilidades desenvolvidas durante a Educação Infantil estão divididas em
campos de experiência sendo eles: “o eu o outro e nós”; “Corpo, gestos e movimen-
tos”; “Traços, sons, cores e formas”; “Escuta, fala pensamento e imaginação”; “Espa-
ços, tempos, quantidades, relações e transformações”.
Cada campo de experiência contempla as habilidades quedevem ser desen-
volvidas nas faixas etárias seguintes: de zero há um ano e seis meses; um ano e sete
meses há três anos e onze meses; quatro anos há cinco anos e onze meses. Essa faixa
etária identifica os objetivos de aprendizagem que é possível de atingir na Educação
Infantil.
As habilidades e competências que os alunos da Educação Infantil devem de-
senvolver no campo de experiência: Traços, sons cores e formas (BRASIL, 2017).
Exemplificando as habilidades citamos a (EI01TS02) para crianças de quatro
anos a cinco anos e onze meses que podem expressar-se através de desenhos, pin-
turas, colagem, dobradura e escultura. O professor ao identificar a habilidade condi-
zente com a disciplina arte pode elaborar uma atividade sobre um determinado as-
sunto (orientado pelos componentes curriculares de acordo com a LDB 9394/96) que
aborde uma dessas práticas relacionadas à habilidade (EI01TS02). Assim o professor
garante o desenvolvimento da habilidade dos alunos relacionada à disciplina ARTE.
Como professor regente coordenador pedagógico a compreensão dos obje-
tivos de aprendizagem é importante para orientar a elaboração de aulas ou projetos
que promovam o desenvolvimento dos alunos. Atividades utilizando músicas do can-
cioneiro infantil, desenho de objetos do cotidiano, entre outras, proporcionam a ex-
pressão, socialização, desenvolvimento da fala e o autoconhecimento.
43
3.2.2 Arte no Ensino Fundamental
As orientações metodológicas educacionais no Ensino Fundamental represen-
tam o desenvolvimento crítico dos alunos, o respeito às diversidades e às diferenças
culturais e contribui na formação da identidade emocional e social dos educandos
a partir dos anos iniciais até os finais.
O estudo da arte como forma de expressão cultural ao longo da história e a
prática artística durante esta etapa educacional proporciona uma nova visão de
mundo para aqueles que assim o fazem. A BNCC (2017) afirma que “a arte propicia
a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças
entre elas”.
Sobre as linguagens artísticas no Ensino Fundamental, a BNCC (2017, p. 191,
grifo do autor) ressalta que:
[...] o componente curricular Arte está centrado nas seguintes lingua-
gens: as Artes visuais, a Dança, a Música e o Teatro. Essas linguagens
articulam saberes referentes a produtos e fenômenos artísticos e en-
volvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir
sobre formas artísticas. A sensibilidade, a intuição, o pensamento, as
emoções e as subjetividades se manifestam como formas de expres-
são no processo de aprendizagem em Arte.
Realizar atividades teóricas e práticas direcionadas às linguagens artísticas é
desenvolver a sensibilidade estética através das expressões artísticas produzidas pelos
alunos. O documento ressalta ainda que:
[...] as manifestações artísticas não podem ser reduzidas às produções
legitimadas pelas instituições culturais e veiculadas pela mídia, tam-
pouco a prática artística pode ser vista como mera aquisição de có-
digos e técnicas. A aprendizagem de Arte precisa alcançar a experi-
ência e a vivência artísticas como prática social, permitindo que os
alunos sejam protagonistas e criadores. A prática artística possibilita o
44
compartilhamento de saberes e de produções entre os alunos por
meio de exposições, saraus, espetáculos, performances, concertos, re-
citais, intervenções e outras apresentações e eventos artísticos e cul-
turais, na escola ou em outros locais. Os processos de criação preci-
sam ser compreendidos como tão relevantes quanto os eventuais pro-
dutos. Além disso, o compartilhamento das ações artísticas produzidas
pelos alunos, em diálogo com seus professores, pode acontecer não
apenas em eventos específicos, mas ao longo do ano, sendo parte de
um trabalho em processo (BRASIL, 2017, p. 191).
Na etapa do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais), a BNCC (2017) indica
que:
No Ensino Fundamental – Anos iniciais, o ensino de Arte deve assegurar
aos alunos a possibilidade de se expressar criativamente em seu fazer
investigativo, por meio da ludicidade, propiciando uma experiência
de continuidade em relação à Educação Infantil. Dessa maneira, é
importante que, nas quatro linguagens da Arte – integradas pelas seis
dimensões do conhecimento artístico –, as experiências e vivências ar-
tísticas estejam centradas nos interesses das crianças e nas culturas in-
fantis
[...] No Ensino Fundamental – Anos Finais, é preciso assegurar aos alu-
nos a ampliação de suas interações com manifestações artísticas e
culturais nacionais e internacionais, de diferentes épocas e contextos.
Essas práticas podem ocupar os mais diversos espaços da escola, es-
praiando-se para o seu entorno e favorecendo as relações com a co-
munidade. Além disso, o diferencial dessa fase está na maior sistema-
tização dos conhecimentos e na proposição de experiências mais di-
versificadas em relação a cada linguagem, considerando as culturas
juvenis (BRASIL, 2017, p. 197-203).
Assim, como arte-educador é preciso ter a elaboração de um planejamento
adequado a cada faixa etária, conhecimento prévio sobre o conteúdo bem como
uma prática da atividade que será proposta, a fim de promover um maior aprovei-
tamento da composição artística feita pelos alunos.
As habilidades do Ensino Fundamental trabalhadas no ensino de Arte regidas
pela BNCC (2017) são apresentadas de forma clara e objetiva para que o professor
e/ou pedagogo consiga compreender quais linguagens artísticas trabalhar e quais
objetivos alcançar.
As habilidades do Ensino Fundamental se encontram em: https://bit.ly/3d4XJ1y. Acesso em
28 ago. 2020.
45
Analisando as habilidades de ensino das linguagens artísticas o professor pode
se organizar para elaborar as atividades teóricas e práticas de sua série preparando-
se para conseguir atingir os objetivos de aprendizagem, respeitando sempre as limi-
tações de absorção de conhecimento e desenvolvimento de prática dos seus alu-
nos. Preocupar-se com as consequências emocionais, socioafetivas e conceituais,
tratar o conteúdo de forma subjetiva e respeitosa reflete na concepção da ideia de
forma lúdica, prática e prazerosa para os alunos em uma determinada atividade.
LINGUAGENS ARTÍSTICAS PARA TRABALHAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA
A Base nacional comum curricular aborda como linguagens artísticas: artes vi-
suais, dança, música e teatro e artes integradas. O documento aborda diferentes
habilidades que podem ser desenvolvidas durante toda a educação básica explo-
rando a articulação entre diferentes formas artísticas.
3.3.1 Artes visuais
Compreender as imagens e suas formas de composição que foram criadas ao
longo do tempo constitui no desenvolvimento do pensamento crítico e do entendi-
mento da manifestação cultural do ser humano durante a evolução da história. Ima-
ginar como eram feitos as obras, os materiais utilizados e os objetivos de toda criação
artística nos faz entender o passado e instiga novas ideias para o futuro. Através do
desenvolvimento de atividades com artes visuais como desenho, pintura, colagem,
recortes, mosaicos, maquetes, entre outros desenvolvemos a percepção dos proces-
sos criativos tornando o aluno um ser compreensivo sobre as culturas diversas capaz
de criar novas ideias.
Figura 4: Atividade desenvolvida: Representação através de desenho livre sobre as ativida-
des feitas durante as férias
Fonte: Arquivo do Autora (2020)
46
3.3.2 Dança
Compreender a diversidade cultural através de danças e maneiras de expres-
sar através do movimento corporal constitui no conhecimento de si mesmo e das
possibilidades de criação através da dança. A BNCC (2017)ressalta que “a Dança se
constitui como prática artística pelo pensamento e sentimento do corpo, mediante
a articulação dos processos cognitivos e das experiências sensíveis implicados no mo-
vimento dançado”.
Desenvolver uma atividade com apreciação de uma dança instiga o olhar
questionador e proporciona novas visões sobre

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