Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUÍMICA ORGÂNICA III – QUI 232 UNIDADE 2: REAÇÕES DE ADIÇÃO NUCLEOFÍLICA EM COMPOSTOS CARBONILADOS (REAÇÔES ENVOLVENDO ALDEÍDOS E CETONAS) Aula 17 e 18 Patrícia Fontes Pinheiro Estereoquímica das reações de adição nucleofílica: faces Re e Si ➢ Um carbono carbonílico ligado a dois substituintes diferentes é um carbono carbonílico pró-quiral porque ele se tornará um centro quiral (carbono assimétrico) se for adicionado um grupo diferente daqueles aos quais ele já está ligado. A adição do produto será um par de enantiômeros. Faces Re e Si ➢ O carbono carbonílico e os três átomos ligados a ele definem um plano. O nucleófilo pode se aproximar de qualquer lado do plano. ➢ Um lado da substância carbonilada é chamado face Re, e o outro lado do plano é chamado face Si; Re vem de rectus e Si, de sinister — similar a R e a S. ➢ Para distinguir entre as faces Re e Si, os três grupos ligados ao carbono carbonílico são assinalados prioridades por meio do uso do sistema de prioridades de Cahn-Ingold- Prelog (CIP), usado na nomenclatura E,Z e R,S. ➢ A face Re é a face voltada para o observador quando as prioridades decrescem (1 > 2 > 3) no sentido horário, e a face Si é a face oposta — aquela próxima do observador quando as prioridades decrescem no sentido anti-horário. Faces Re e Si ➢O ataque pelo nucleófilo na face Re forma um enantiômero, ao passo que o ataque na face Si forma outro enantiômero. Por exemplo, o ataque do íon hidreto pela face Re da butanona forma (S)-butan-2-ol, e o ataque pela face Si forma (R)-butan-2-ol. Faces Re e Si ➢O ataque pela face Re forma o enantiômero R ou S dependendo da prioridade do ataque do nucleófilo relativo às prioridades dos grupos ligados ao carbono carbonílico. Por exemplo, vimos que o ataque do íon hidreto pela face Re da butanona forma (S)-butan-2-ol, mas o ataque do reagente de Grignard metílico pela face Re do propanal forma (R)-butan-2-ol. ➢ Como o carbono carbonílico e os três átomos ligados a ele definem um plano, as faces Re e Si têm probabilidades iguais de serem atacadas. Conseqüentemente, uma reação de adição forma quantidades iguais dos dois enantiômeros. Planejando a síntese: Desconexão, sintons e equivalente sintético ➢Em uma análise retros- sintética, um químico disseca uma molécula em partes cada vez menores até atingir os materiais de partida disponíveis. ➢Uma etapa útil na análise retrossintética é a desconexão — quebrar ligações para produzir dois fragmentos. De modo geral, um fragmento é carregado positivamente e outro, negativamente. Planejando a síntese: Desconexão, sintons e equivalente sintético ➢Os fragmentos de um a desconexão são denominados síntons. ➢Os síntons na sua maioria não são substâncias reais — podem ser espécies imaginárias. Por exemplo, se considerarmos a análise retrossintética do ciclo- hexanol, veremos que um a desconexão fornece dois sintons — um ar- hidroxicarbocátion e um íon hidreto. ➢Outra opção de fragmentos de um a desconexão (síntons): ➢O brometo de cicloexila, com um bromo retirador de elétrons, é um equivalente sintético para o carbocátion da cicloexila. O cicloexanol, portanto, pode ser preparado pelo tratamento do brometo de cicloexila com o íon hidróxido. ➢Esse método, contudo, não é tão bom quanto a primeira síntese que propusemos — a redução da cicloexanona — porque uma parte do haleto de alquila é convertida em alceno e o rendimento global da substância-alvo toma-se baixo. ➢ A análise retrossintética mostra que o 1-metilcicloexanol pode ser formado da reação da cicloexanona, o equivalente sintético para o hidroxicarbocátion, e brometo de metilmagnésio, o equivalente sintético para um ânion metílico. ➢Outras desconexões do 1-metilcicloexanol são possíveis porque algumas ligações do carbono servem como um sítio de desconexão. ➢Por exemplo, uma das ligações C — C do anel pode ser rompida. ➢No entanto, essa não é uma desconexão útil, porque os equivalentes sintéticos dos síntons que eles produzem não são facilmente preparados. ➢Uma etapa retrossintética deve levar a materiais de partida que sejam fáceis de serem obtidos. As formas da ressonância em uma substância carbonilada α,β-insaturada mostram que as moléculas têm dois sítios ele- trofílicos: o carbono da carbonila e o carbono β. Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ➢ As formas da ressonância em uma substância carbonilada α,β-insaturada mostram que as moléculas têm dois sítios eletrofílicos: o carbono da carbonila e o carbono β. Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ❖ Adição direta ou adição 1,2. ❖Adição conjugada ou adição 1,4 Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ➢ O produto obtido de uma adição nucleofílica a um aldeído ou cetona α,β- insaturada pode ser de adição direta ou pode ser obtido de adição conjugada, o que influencia isso são 3 fatores: 1. Natureza do nucleófilo, 2. Estrutura da substância carbonilada , 3. Condições na qual a reação é realizada. ➢ NUCLEÓFILOS: bases fracas permitem que a adição direta seja reversível — formam produtos de adição conjugada porque a adição conjugada não é reversível e o produto de adição conjugada é mais estável. Os nucleófilos deste grupo incluem os íons haleto, o íon cianeto, tióis, alcoóis e aminas. Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ❖Adição conjugada ou adição 1,4 Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ➢ Os nucleófilos que formam produtos de adição estáveis — como nucleófilos que são bases fortes, e por isso fazem adições diretas irreversíveis — podem formar tanto produto de adição direta quanto produto de adição conjugada. ➢ A reação que prevalece é aquela que for mais rápida, portanto o produto formado dependerá da reatividade do grupo carbonila. ➢ As substâncias com grupos carbonílicos reativos formam produtos de adição direta porque, para aquelas substâncias, a adição conjugada é mais rápida. ➢ Os aldeídos, por exemplo, têm grupos carbonílicos mais reativos do que as cetonas. por isso boroidretos de sódio formam inicialmente produtos de adição direta com aldeídos. ➢ Comparado com aldeídos, as cetonas formam menos produtos de adição direta e mais produtos de adição conjugada. Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ➢ Se a adição direta for o resultado desejado de adição de hidreto, ela pode ser alcançada ao se realizar a reação na presença de cloreto de cério, um ácido de Lewis que ativa o grupo carbonila perante ataques nudeofílicos pela composição com o oxigênio carbonílico. Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ➢ Os reagentes de Grignard com aldeídos α,β-insaturados e cetonas α,β- insaturadas desimpedidas formam produtos de adição direta. ➢ Se, no entanto, a velocidade da adição direta for diminuída por fatores estéricos, um reagente de Grignard vai formar um produto de adição conjugada porque a adição conjugada se toma a reação mais rápida. Adição nucleofílica a aldeídos e cetonas α,β-insaturados ➢ As adições conjugadas ocorrem somente quando os reagentes de Gilman reagem com aldeídos e cetonas α,β-insaturadas. ➢ Portanto, os reagentes de Grignard devem ser usados quando se quiser adicionar um grupo alquílico ao carbono da carbonila, ao passo que os reagentes de Gilman devem ser usados quando se quiser adicionar um grupo alquílico ao carbono β. Adições catalisadas por enzimas a substâncias carboniladas α,β - insaturadas Referências • BARBOSA, L.C.A. Introdução à Química Orgânica. São Paulo: Prentice Hall, 2ed., 2011. • BRUICE, P. Química Orgânica, vol.1, 4 ed. São Paulo, Pearson, 2006. • CLAYDEN, J.; REEVES, N. Organic Chemistry. Oxford University Press: United Kingdom, 2000. • SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. B. Química Orgânica, v. 1, 10ª edição, (traduzida da original- John Wiley & Sons, Inc), Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora,, 2013. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27
Compartilhar