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G RU PO SER ED U CACIO N AL PSICO LO G IA, LID ERAN ÇA E CO M PO RTAM EN TO N AS O RG AN IZAÇÕ ES PSICOLOGIA, LIDERANÇA E COMPORTAMENTO NAS ORGANIZAÇÕES Dayanna dos Santos Costa Maciel; Fabiana Sekiguchi de Carvalho Buchmann. Organizadora: Manuela Pereira Gomes. PSICOLOGIA, LIDERANÇA E COMPORTAMENTO NAS ORGANIZAÇÕES Dayanna dos Santos Costa Maciel. Fabiana Sekiguchi de Carvalho Buchmann. Organizadora: Manuela Pereira Gomes. Psicologia, Liderança e Comportamento nas Organizações © by Ser Educacional Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepik, ©Unsplash. Diretor de EAD: Enzo Moreira. Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato. Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa. Equipe de Designers Instrucionais: Gabriela Falcão; José Carlos Mello; Lara Salviano; Leide Rúbia; Márcia Gouveia; Mariana Fernandes; Mônica Oliveira e Talita Bruto. Equipe de Revisores: Camila Taís da Silva; Isis de Paula Oliveira; José Felipe Soares; Nomager Fabiolo Nunes. Equipe de Designers gráficos: Bruna Helena Ferreira; Danielle Almeida; Jonas Fragoso; Lucas Amaral, Sabrina Guimarães, Sérgio Ramos e Rafael Carvalho. Ilustrador: João Henrique Martins. BUCHMANN, Fabiana Sekiguchi de Carvalho; MACIEL, Dayanna dos Santos Costa. Organizador(a): GOMES, Manuela Pereira. Psicologia, Liderança e Comportamento nas Organizações Recife: Digital Pages, Telesapiens e Grupo Ser Educacional - 2022. 120 p.: pdf ISBN: 978-65-994722-9-9 1. Psicologia 2. Liderança 3. Comportamento. Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 E-mail: sereducacional@sereducacional.com Iconografia Estes ícones irão aparecer ao longo de sua leitura: ACESSE Links que complementam o contéudo. OBJETIVO Descrição do conteúdo abordado. IMPORTANTE Informações importantes que merecem atenção. OBSERVAÇÃO Nota sobre uma informação. PALAVRAS DO PROFESSOR/AUTOR Nota pessoal e particular do autor. PODCAST Recomendação de podcasts. REFLITA Convite a reflexão sobre um determinado texto. RESUMINDO Um resumo sobre o que foi visto no conteúdo. SAIBA MAIS Informações extras sobre o conteúdo. SINTETIZANDO Uma síntese sobre o conteúdo estudado. VOCÊ SABIA? Informações complementares. ASSISTA Recomendação de vídeos e videoaulas. ATENÇÃO Informações importantes que merecem maior atenção. CURIOSIDADES Informações interessantes e relevantes. CONTEXTUALIZANDO Contextualização sobre o tema abordado. DEFINIÇÃO Definição sobre o tema abordado. DICA Dicas interessantes sobre o tema abordado. EXEMPLIFICANDO Exemplos e explicações para melhor absorção do tema. EXEMPLO Exemplos sobre o tema abordado. FIQUE DE OLHO Informações que merecem relevância. SUMÁRIO UNIDADE 1 O que caracteriza os grupos e as equipes? � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13 Os tipos de grupo e as suas especificidades � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16 A formação de grupos e equipes � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �18 Os diversos modos de atuação em equipe � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 24 Equipes funcionais cruzadas ou multifuncionais � � � � � � 25 Equipes virtuais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 25 Equipes autogerenciadas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 26 Equipes de resolução de problemas � � � � � � � � � � � � � � � � � � 26 O comportamento organizacional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �28 O cuidado da Psicologia Organizacional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 31 Uma nova abordagem: a Gestão com Pessoas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 32 UNIDADE 2 Conceituando e distinguindo líder e chefe � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 41 Estilos de liderança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 44 Teorias comportamentais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 44 Teorias contingenciais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45 Modelo de Contingência de Fiedler � � � � � � � � � � � � � � � � � � 46 Teoria Situacional de Hersey e Blanchard� � � � � � � � � � � � � 46 Teoria do Caminho-meta de House � � � � � � � � � � � � � � � � � � 47 Novas abordagens em teorias de liderança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 48 Características comportamentais dos líderes � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 51 Habilidades e atitudes necessárias ao exercício da liderança � � � � �54 UNIDADE 3 O perfil de competência do líder do século XXI � � � � � � � � � � � � � � � � � � 63 Os processos de gestão de pessoas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 71 Práticas de seleção: agregando pessoas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 73 Treinamento e desenvolvimento � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 75 Processo de treinamento � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77 Remuneração: recompensando pessoas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 83 Desenho do sistema de remuneração � � � � � � � � � � � � � � � � 83 Rotatividade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 84 A tomada de decisão e a gestão de equipes � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �86 UNIDADE 4 A liderança versus os resultados: uma visão introdutória � � � � � � � �93 Mentoring � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 95 Coaching � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 98 O comportamento humano nas organizações � � � � � � � � � � � � � � � � � � 101 A liderança versus a emoção e o sentimento � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �105 A saúde e a qualidade de vida: mantendo pessoas no trabalho � � � � � 108 Medicina ocupacional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 109 Qualidade de vida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �110 Apresentação Olá, aluno(a)! Tudo bem? Agora, vamos iniciar os nossos estudos sobre Psicologia, liderança e comportamento nas organizações. Aqui, abordaremos os conceitos de psicologia organizacional, buscando entender os fenômenos do comportamento humano que acontecem dentro do ambiente de trabalho. Para tanto, falaremos a respeito das vantagens e desvanta- gens dos grupos e das equipes, ou seja, as suas diferenças frente à realização de um trabalho. Também discutiremos sobre a gestão de pessoas e os seus processos, para compreendermos a importância dos estudos sobre o comportamento humano nas organizações. É com isso em mente que vamos contextualizar a temática da liderança e dos estilos de liderança, ok? Vamos começar! Autoria Dayanna dos Santos Costa Maciel. Olá! Como vai? Eu sou Dayanna dos Santos Costa Maciel e serei uma das pessoas responsáveis por guiar você nesta etapa de estudos. Sou formada em Administração, pela Universidade Federal de Cam- pina Grande (UFCG), e tenho mestrado nessa mesma área, com ên- fase em Estratégia e Inovação, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desde 2019. Também possuo mestrado em Gestão de Re- cursos Naturais, pela UFCG, desde 2014, com ênfase em Estratégia Ambiental e foco em Modelos e Ferramentas de Gestão nas Empre- sas. Além disso, tenho experiênciatécnico-profissional no ensino de Administração, ministrando algumas disciplinas, como Marketing, Planejamento Estratégico, Cultura organizacional e Liderança e Ad- ministração de Recursos Materiais e Patrimoniais, nos âmbitos da graduação e da pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Estou feliz em poder ajudá-lo(a) neste momento. Curriculo Lattes Fabiana Sekiguchi de Carvalho Buchmann. Oi, aluno(a)! Tudo bem? Eu sou Fabiana Sekiguchi de Carvalho Buchmann e estarei com você nesta jornada de aprendizagem. Bem, sou graduada em Psicologia, pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduada em Docência no Ensino Superior pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), especialis- ta (practitioner) em Programação Neurolinguística, pela Sociedade Brasileira de Neurolinguística, e coach, pela Sociedade Brasileira de Coaching. Além de possuir conhecimento e atuação nessas áreas, tenho vivência profissional desenvolvida em Recursos Humanos, princi- palmente nos subsistemas de Treinamento, Gestão por Competên- cias, Avaliação de Desempenho e Processos Seletivos. Curriculo Lattes Organizadora Manuela Pereira Gomes. Oi, caro(a) aluno(a)! Como você está? Agora é a minha vez de me apresentar! Meu nome é Manuela Gomes, sou graduada em Turismo e apaixonada pelo segmento que atuo, que é a Hotelaria e o Turismo. Tenho MBA em Gestão de Pessoas e em Comunicação e Marketing Turístico, sou mestra em Hotelaria e Turismo e estou concluindo outro mestrado em Tecnologia e Gestão da Educação a distância. Atualmente, sou professora EAD nos cursos de Gestão do Grupo Ser Educacional, coach de Carreiras, com Formação em Coa- ch Estratégico Comportamental e diretora de uma consultoria de Gestão de Pessoas para Hotelaria. Trabalho com recrutamento, se- leção, treinamento e desenvolvimento de pessoas, além de minis- trar palestras e cursos neste segmento. Conhecendo um pouco mais de nós, que tal iniciarmos nossa discussão? Vamos lá! Curriculo Lattes UN ID AD E 1 Objetivos 1. Compreender as características básicas que distinguem os grupos das equipes. 2. Conhecer as diversas atuações enquanto grupo e equipe. 3. Familiarizar-se com o conceito de comportamento organiza- cional e a sua relação com a cultura do ambiente de trabalho. 4. Estudar sobre a Psicologia Organizacional e sua importância. 12 Introdução Certamente, você já teve a oportunidade de desenvolver alguma ati- vidade em grupo ou equipe, então é capaz de discernir um pouco sobre o seu funcionamento, certo? Pois bem, isso significa que, na prática, você já tem alguma noção sobre o contexto de estruturação e de interação existente em grupos, mas é necessário conhecer teorica e objetivamente alguns conceitos que o(a) nortearão em sua prática profissional. Este é o assunto que abordaremos aqui. Mais que isso, falaremos a respeito dos fundamentos de gru- pos e equipes, apresentando, para seu conhecimento, os tipos e as características, bem como a formação e o comportamento deles. Para tanto, iremos desvendar como podemos fazer uso dessas in- formações para alcançar os objetivos para os quais o grupo ou equi- pe foi criado, empreendendo mecanismos como a comunicação e o processo de tomada de decisões. Somado a isso, antecipamos a nossa discussão sobre o mun- do corporativo, que está em constante mudança e transformação. Sabemos que para se manterem competitivas as organizações pre- cisam se utilizar de todos seus recursos e, para isso, precisamos entender que, no fim das contas, é tudo uma questão de compor- tamento organizacional. Isto é, como os colaboradores atuam em meio ao ambiente de trabalho que está à disposição deles, enquanto grupos ou equipes. É interessante como dentro de uma organiza- ção tudo está conectado e uma coisa pode influenciar a outra, não é mesmo? Para aprofundarmos mais nossa compreensão sobre este as- sunto, vamos começar! 13 O que caracteriza os grupos e as equipes? Para responder a essa pergunta, iniciamos agora os nossos estudos refletindo sobre o que conhecemos, na prática, como um grupo e/ ou uma equipe, antes mesmo de adentrarmos em definições mais teóricas, ok? Nesse sentido, tendo por base as suas experiências, pense em questões como: Grupo e equipe são a mesma coisa? Há características que você identifica nos grupos e/ou nas equipes dos quais você faz ou já fez parte, por exemplo? E quais seriam essas características? Em linhas gerais, as definições atribuídas a um grupo envol- vem os seguintes termos: conjunto de pessoas; interação; compar- tilhamento de valores e crenças; identidade; e objetivos comuns. Consideramos, pela perspectiva de Robbins (2010), que o grupo é um conjunto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos, que se juntam visando à obtenção de um determinado objetivo, ele possui identidade, originada no compartilhamento de valores e crenças, e o seu desempenho é igual à somatória das con- tribuições individuais. Deu para acompanhar? Por sua vez, para nós, as equipes são tidas como o conjunto de pessoas que atuam com responsabilidade mútua e têm habilida- des complementares. Nesse caso, compreendemos que uma equipe promove uma sinergia positiva por meio do esforço coordenado das habilidades de seus membros. Dessa maneira, essas habilidades e esses esforços coletivos resultam em um nível de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais e, como você entenderá ao longo da nossa discussão, isto é um aspecto importante para a formação de equipes eficazes. Voltando às diferenciações da atuação em grupo e equipe, trazemos a perspectiva de Bowditch e Buono (2015, p. 95), que defi- nem grupos como “duas ou mais pessoas que são psicologicamen- 14 te conscientes umas das outras, e que interagem para atingir uma meta comum.” Já Chiavenato (2005, p. 280) estabelece que […] quando um grupo existe em uma organi- zação, os seus membros estão motivados a trabalhar juntos; percebem o grupo como uma unidade unificada de pessoas que interagem entre si; contribuem em várias medidas para os processos grupais, o que significa que algumas pessoas contribuem com mais tempo e energia do que outras; alcançam acordos e desacordos por meio de várias formas de interação. Ciente dessas perspectivas que trouxemos, o que você con- clui? Embora sejam definições parecidas, há uma linha tênue que distingue esses dois âmbitos de atuação, concorda? Portanto, não se esqueça: um grupo não é uma equipe, e, dentro das organizações, a diferença entre eles se mostra na exis- tência ou não do trabalho coletivo engajado, ok? Figura 1 - Diferença entre grupos e equipes Fonte: Gavioli (2012). 15 Ainda a esse respeito, Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 299) afirmam: Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamente para compartilhar informações e tomar decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na área de responsabilidade. Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade de se engajar em um tra- balho coletivo que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é apenas o somatório das contribuições individuais de seus mem- bros. Não existe uma sinergia positiva que pos- sa criar um nível geral de desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. Uma equipe de trabalho, por sua vez, gera uma sinergia positiva por meio do esforço coorde- nado. Os esforços individuais resultam em um nível de desempenho maior do que a soma de suas contribuições individuais. Abaixo, há uma representação básica que pode lhe auxiliar a entender melhor a maneira como o trabalho é desenvolvido nessas duas frentes, comparando-as. Figura 2 - Atuação dos colaboradores em grupos e equipes Fonte: Robbins; Judge; Sobral (2010, p. 300). 16 Chegando aqui, devemos fazer uma ressalva: nesse contexto de grupos e equipes, sinergia significa a cooperação e o esforço em- preendido para realizar algo muitocomplexo e ter êxito no final, ou seja, é quando o trabalho conjunto acaba sendo maior que a soma dos trabalhos individuais. Sabendo de tudo isso e que um grupo é formado por pessoas que se unem em prol de um objetivo específico, você precisa ter em mente também que os objetivos e/ou as metas visados podem se di- recionar para tarefas, em um contexto organizacional, ou para ati- vidades sociais, voltando-se para as nossas relações interpessoais. E é justamente com uma noção maior a respeito deste tema que vamos nos utilizar dos conceitos mencionados por Bowditch e Buono (2015), Robbins (2010) e Chiavenato (2005) para estudar os tipos de grupo e suas estruturas no tópico a seguir. Os tipos de grupo e as suas especificidades Alguns tipos de grupo são mencionados por Bowditch e Buono (2015), os quais daremos atenção a partir de agora: Primários Estes se voltam para relacionamentos interpessoais, como família e amigos mais chegados, e podem surgir a partir de grupos secundários, uma vez que é comum fazermos amigos de longa data a partir de relações de trabalho, por exemplo. Secundários Eles se direcionam para tarefas ou metas e grupos de trabalho ou se voltam para objetivos organizacionais. OBSERVAÇÃO 17 Formais Formados dentro da empresa com objetivos específicos e re- lacionados a tarefas ou projetos, estes grupos geralmente estão de- limitados por um organograma e dizem respeito aos que surgem da interação interpessoal entre membros de um time da empresa. Informais Estes não obedecem à mesma diretriz dos grupos formais, pois se baseiam em relações de afinidade. Homogêneos Os membros deste tipo possuem características em comum, como valores, metas, idade ou gênero. Heterogêneos Eles apresentam muita variedade e poucas coisas em comum e são classificados com base no grau de semelhança entre os mem- bros, do ponto de vista de um conjunto específico de particularida- des. Nesse sentido, o grupo pode ser heterogêneo em relação a traços culturais ao mesmo tempo que é homogêneo frente a algo que os une, como ajudar pessoas em situação de rua, por exemplo. Interativos Nestes, os participantes interagem entre si com algum tipo de troca presencial. Nominais Aqui, a interação é indireta, sem que haja a presença física dos integrantes. Um bom exemplo de grupo nominal é a aula EAD, em que não existe essa presença física do aluno e do professor, pois só há de forma virtual. Embora tenham suas vantagens, como baixo custo, redução de influências pessoais no processo decisório e otimização das agendas dos participantes, os grupos nominais não são tão ricos no que se refere aos debates presenciais. 18 Permanentes São aqueles que continuam, independentemente das tarefas ou atividades. Temporários Eles são formados em virtude de uma tarefa, um aumento inesperado no volume de trabalho ou um projeto específico, impor- tante ou muito extenso, e assim que o trabalho é entregue, o grupo temporário se desfaz. Desse modo, a maior parte dos grupos dentro da organização é permanente. Frente a todo esse cenário que estamos apresentando, você já parou para pensar como surgem os grupos e as equipes? Como eles se desenvolvem e quais são os elementos que os estruturam e caracterizam? Se não pensou, chegou o momento de conhecer mais sobre isso. A formação de grupos e equipes Na literatura sobre comportamento organizacional, encontramos alguns modelos que buscam elucidar o desenvolvimento dos gru- pos, e, dentre eles, destacamos, para fins de aprendizado, o modelo dos cinco estágios, representado e detalhado abaixo. Figura 3 - Estágios de desenvolvimento de um grupo Fonte: Robbins; Judge; Sobral (2010, p. 265). 19 Os estágios de desenvolvimento de grupos e equipes possuem peculiaridades, e, além disso, é essencial destacarmos que não é ne- cessário a todos os grupos passarem pelas cinco fases citadas. Quadro 1 - Modelo dos cinco estágios de desenvolvimento de um grupo ESTÁGIO DESCRIÇÃO FORMAÇÃO É caracterizada por uma grande dose de incerteza sobre os pro- pósitos do grupo, sua estrutura e liderança. Os membros estão “reconhecendo o terreno” para descobrir quais comportamen- tos são aceitáveis no grupo. Este estágio estará concluído quando os membros começarem a pen- sar em si mesmos como parte do grupo. TORMENTA É quando há conflitos dentro do grupo, inclusive sobre quem vai controlá-lo. Os membros acei- tam a existência do grupo, mas resistem aos limites impostos à individualidade. Quando este estágio estiver concluído, have- rá uma hierarquia de liderança relativamente clara. 20 NORMATIZAÇÃO É o estágio em que se desenvol- vem os relacionamentos mais próximos e o grupo passa a de- monstrar coesão. Existe agora um forte sentido de identida- de coletiva e de camaradagem. Este momento de normatização se completa quando a estrutura do grupo se solidifica e assimi- la um conjunto de expectativas comuns que definem qual deve ser o comportamento correto de seus membros. DESEMPENHO Neste estágio, a estrutura é to- talmente funcional e aceita. A energia do grupo se transferiu do esforço voltado ao conhe- cimento e à compreensão mú- tuos de seus membros para o desempenho da tarefa que deve ser realizada. INTERRUPÇÃO Estágio final do desenvolvi- mento para os grupos tempo- rários, é caracterizada por uma preocupação maior com a con- clusão das atividades do que com o desempenho para reali- zá-las. Fonte: adaptado de Robbins; Judge; Sobral (2010, p. 265). Mediante todos esses processos, podemos dizer, ainda, que os grupos fazem parte da organização e que seu comportamento está sujeito às influências de condições externas e impostas a ele. Em resumo, o grupo deve ser considerado como um subsistema de um sistema bem maior. Para a realização do trabalho em grupo, Chiavenato (2005) relata oito condições organizacionais. Vamos a elas! 21 1. Estratégia organizacional Definida pela cúpula da empresa, a estratégia estabelece os objetivos e os meios para alcançá-los, além de direcionar a organi- zação. Ela influencia os grupos, pois decide a alocação de recursos ou a importância dada a eles nas diversas áreas da empresa. 2. Estrutura de autoridade Com isso, é estabelecida quem se reporta a quem, estipulada a autonomia na tomada de decisões, localizado o grupo na hierar- quia da empresa e definidos quem são seus líderes e suas relações com os outros grupos. 3. Regulamentações formais Essas regulamentações visam à padronização das regras, po- líticas e diretrizes que os colaboradores devem seguir. Quanto mais formais forem os procedimentos, maior será a previsibilidade e a compatibilidade do comportamento dos grupos, ainda que a liber- dade e a autonomia sejam afetadas. 4. Alocação de recursos Aqui, todos os recursos serão distribuídos pela empresa: equipamentos, verba, matéria-prima e tempo, seguindo as delibe- rações da organização. Os grupos de trabalho estão sujeitos à dispo- nibilidade, abundância ou escassez desses recursos. 5. Processos de seleção de pessoal Os critérios de seleção utilizados nos processos de escolha dos colaboradores são determinantes para as características das pessoas que serão os membros dos grupos de trabalho da empresa. 6. Sistema de avaliação de desempenho e recompensas O comportamento dos grupos é fortemente influenciado pe- los processos de avaliação do desempenho dos seus membros, na definição de quais comportamentos serão valorizados e premiados. 7. Cultura organizacional Ela delimita modelos de comportamento dos colaboradores 22 que são aceitos ou não pela empresa. Para permanecer na organiza- ção, os membros do grupo precisam acatar e seguir esses modelos. 8. Condições físicas de trabalho São as características do local de trabalho que são impostas aos grupos, tais como: disposição física, colocação dos equipamen- tos, arrumação do espaço de trabalho das pessoas, nível de ilumi- nação e de conforto. Todos esses fatores podem criar ou impedir oportunidadesde interação, da mesma maneira que podem ser facilitadores ou agra- vadores da atuação dos grupos dentro da organização. Nesse sentido, a postura e preocupação atual das empresas é proporcionar um ambiente positivo e agradável, incentivando o melhor funcionamento dos grupos de trabalho por meio do atendi- mento das condições adequadas ao trabalho em grupo. Se você vem nos acompanhando no desenvolvimento desta discussão, podemos assumir que já tenha compreendido bem como se dá o modus operandi dos grupos. Sendo assim, o que mais pode- mos falar a respeito das equipes? Talvez pelo contraste possamos tornar mais claras as suas particularidades. Vamos compará-los mais uma vez? Quadro 2 - Características da atuação em grupos e equipes GRUPOS EQUIPES Têm um só líder. Compartilham a liderança. A responsabilidade é individual. A responsabilidade é individual e compartilhada. Têm o mesmo propósito que a organização. Têm um propósito específico. O produto de trabalho é individual. O produto de trabalho é coletivo. Realizam reuniões eficientes. Estimulam reuniões abertas e constantes, direcionadas para a solução de problemas. 23 Têm seu desempenho medido de forma indireta. Têm seu desempenho medido de forma direta, pela avaliação dos produtos de trabalho coletivos. Discutem, decidem e delegam. Discutem, decidem e fazem o trabalho real. Fonte: adaptado de Daft (2005, p. 450). Enfatizando nosso olhar sobre as equipes, observamos, além do que foi mencionado, que elas sempre envolvem relacionamentos e essa característica coletiva gera sinergia, o que não encontramos em um grupo. As equipes se baseiam em conexões pessoais e em relações afetivas entre os membros, envolvem diversidade e unidade, honestidade e empatia, aceitação e abertura, criticismo e acordo, confiança e acei- tação de riscos para criar algo maior do que a união das partes. Nos grupos, as decisões são tomadas por uma pequena parcela de integrantes, e o poder é distribuído de forma hierárquica. Seus líde- res têm a capacidade para pressionar, coagir e manipular os outros, e o grupo é estreitamente dependente deles. Como explicamos, as equipes não se utilizam da coação ou da pressão para obter a lealdade, visto que a direção se dá automati- camente por meio da identificação e integração dos objetivos, visão e estratégia. Não há necessidade de obediência, medo ou subordi- nação, visto que elas atuam com interdependência, autoconfiança e re- troação crítica. Valorizam a diversidade, o diálogo e a negocia- ção para atingir o consenso e uma direção comum. Por isso, clareza de coesão, espírito focado na tarefa, quali- dade de sua satisfação nos processos de trabalho e afeição nos rela- cionamentos de seus membros são algumas das características das equipes. Seu poder vem da capacidade de atuar em conjunto. EXPLICANDO DIFERENTE 24 Devido a essas qualidades, progressivamente, elas estão se tornando unidades fundamentais de energia nas organizações, fa- zendo com que seus membros deixem para trás comportamentos inadequados como egocentrismo, individualismo e competitividade para aproveitar a ausência de restrições sociais. Afinal, equipes bem-sucedidas prosperam em empresas de- mocráticas, pois elas requisitam um contexto de ética, integridade, processos colaborativos e abertos, redes de associação e lideranças também democráticas e comprometidas. Nesse sentido, ser parte de uma equipe não significa perder a individualidade, e sim contribuir para a melhoria de produtos, processos e relacionamentos. Essas descrições nos auxiliam a entender as razões pelas quais as organizações estão reestruturando seus processos de tra- balho em torno das equipes. Além de trazerem sinergia positiva que ajuda os gestores a alcançarem suas metas, como mencionamos, as equipes requerem mudanças na atitude dos colaboradores que fazem parte delas, pois é necessário que eles aprendam a cooperar com os outros integran- tes, a compartilhar informações, confrontar diferenças e a superar seus interesses pessoais pelo bem de todos. Sabendo disso e pensando no meio em que trabalha, se este for seu contexto, você se reconhece em uma equipe? Para facilitar essa sua identificação, vamos iniciar o próximo tópico. Os diversos modos de atuação em equipe Veja, há vários tipos de equipe descritos na literatura, para o nos- so estudo atual, consideraremos as equipes funcionais cruzadas, as virtuais, as autogerenciadas e as forças-tarefa, trazidas por Chia- venato (2005). Além desses tipos, é importante destacar que, aqui, focare- mos ainda na equipe de resolução de problemas abordada por Ro- bbins (2010), levando em consideração que as outras trazidas por este autor já estão contempladas por Chiavenato (2005), está bem? 25 Figura 4 - Os quatro tipos de equipes Fonte: Robbins; Judge; Sobral (2010, p. 300). Equipes funcionais cruzadas ou multifuncionais As equipes funcionais cruzadas ou multifuncionais são formadas por membros de departamentos e especialidades diferentes, possi- bilitando a troca de informações, a solução de problemas e a admi- nistração de projetos complexos com mais riqueza de ideias. Equipes virtuais Nas equipes virtuais, os membros se comunicam à distância, em tempo real, utilizando a tecnologia — e-mail, chat, videoconferên- cia etc., ou seja, as tarefas podem ser executadas por membros lo- calizados em diferentes ambientes físicos. E como não há interação direta entre os integrantes, essas equipes tendem a focar nas tarefas e demonstram menor troca de informações afetivas entre si. Para que essas equipes sejam eficazes, a gestão precisa ga- rantir que os membros confiem uns nos outros para diminuir os ruídos na comunicação e garantir que o progresso seja, constante- mente, monitorado, fazendo com que os objetivos não se percam e todos os integrantes tenham visibilidade. Nesse cenário, também é importante que os resultados e os esforços sejam divulgados para toda a organização a fim de trazer evidência à equipe. 26 Equipes autogerenciadas As equipes autogerenciadas são equipes independentes que geren- ciam suas atividades na totalidade: admitir, planejar, programar, executar e avaliar. Elas são responsáveis pelo gerenciamento e de- sempenho de tarefas que geram produtos ou serviços para clientes internos ou externos, e a posição de supervisão pode chegar a ser eliminada. Suas dificuldades estão na administração de conflitos e nos índices de absenteísmo e rotatividade, ainda que demonstrem índices de satisfação superiores. Equipes de resolução de problemas Estas equipes trocam informações e apresentam sugestões sobre como melhorar a qualidade de produtos, processos, métodos de trabalho e ambiente, mas não têm autonomia para implantar as su- gestões. Um dos grandes desafios das organizações é transformar seus times em equipes altamente eficazes, no entanto, essa mudança não surge espontaneamente, sendo necessárias ações de aprendizagem, desenvolvimento das equipes e, por parte da organização, a utiliza- ção de técnicas de melhoria contínua. Equipes bem constituídas são a sustentação das corporações, e seu desenvolvimento e manuten- ção requer disciplina, esforço e engajamento de todos. E que qualidades comportamentais devem existir nas equipes efi- cazes? 1. Os membros precisam entender claramente os objetivos. 2. Cada integrante deve possuir habilidades significativas para a execução das tarefas, podendo contribuir de forma efetiva SAIBA MAIS 27 para a equipe. 3. Os integrantes necessitam compartilhar um sentimento de confiança entre si. 4. A boa comunicação interna é imprescindível nesse contexto. 5. Todos devem se engajar em relação aos objetivos de forma a alcançá-los. 6. Uma capacidade de negociação deve ser usada para chegar ao consenso dentro da equipe e à aceitação externa. 7. Uma liderança renovadora deve existir para estimular e con- duzir seus membros. 8. O apoio interno dos componentes e externo à organização deve existir.Figura 5 - Modelo de eficácia da equipe Fonte: Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 303). 28 O comportamento organizacional Até aqui, vimos que os grupos e equipes se formam de acordo com diferentes contextos organizacionais e de liderança, no entanto, não chegamos a falar com maior detalhamento em que influencia o comportamento da organização e dos colaboradores em meio ao ambiente de trabalho. Por isso, agora que nos deteremos neste assunto, devemos informá-lo(a), inicialmente, que o comportamento organizacional é algo particular de cada companhia. Ele é composto pelos valores, crenças e objetivos que são compartilhados pela gestão e pelos colaboradores. Trata-se, por- tanto, de uma junção daquilo que o colaborador traz de sua perso- nalidade, experiência e vida pessoal com as regras da empresa. Cada organização tem sua própria cultura, composta por um conjunto de crenças, valores e comportamentos, além de uma es- trutura, o que a torna única e específica: não existe outra igual a ela. Frente a isso, a área do comportamento organizacional quer compreender como cada organização funciona e se comporta, pois elas não existem isoladas e sozinhas no universo corporativo. Sem pessoas, a companhia simplesmente não funciona, de modo que é fundamental estudar e compreender esse compor- tamento. Em especial, porque a estrutura organizacional precisa acolher, de forma adequada, seu capital humano (colaboradores), criando condições para que ele possa alavancar a empresa ao su- cesso. De que forma uma organização pode garantir uma estrutura que possibilite esse reconhecimento e essa atenção aos seus cola- boradores? Bem, o foco está nos Recursos Humanos da companhia, que deve buscar alinhar os interesses da empresa e as necessidades dos colaboradores. Sendo assim, a proposta é promover qualidade de vida e condições favoráveis para que os profissionais tenham o má- ximo de produtividade e bom desempenho, por meio da mediação 29 entre os interesses empresariais e a qualidade de vida da equipe, entende? Em um mundo corporativo como esse, que está em cons- tante mudança e transformação, para se manterem competitivas, as organizações precisam utilizar de todos seus recursos e, por sua vez, também precisam entender que, no fim das contas, é tudo uma questão de comportamento organizacional. Somando a essas perspectivas como um todo, Robbins (2005) define o comportamento organizacional como o estudo do que as pessoas fazem na organização e como este comportamento afeta o desempenho da empresa. Para que seja possível o entendimento mais amplo do com- portamento organizacional, consideramos o modelo conceitual de Chiavenato (2005), que o divide em três níveis hierárquicos: orga- nizacional, grupal e individual , que, por sua vez, estão subdividi- dos em variáveis que influenciam ou são influenciadas em seu de- sempenho e resultados. 30 Figura 6 - Níveis hierárquicos Fonte: Chiavenato (2005). Salientamos, ainda, que esses três níveis são como tijolos em uma construção, ou seja, cada nível é construído sobrepondo um ao outro. Um conjunto de indivíduos forma um grupo, e a soma de to- dos os grupos compõem a organização. Nesse sentido, todas as variáveis nos três níveis hierárquicos do comportamento organizacional estão interligadas em uma ca- deia de valores crescente: para que a organização atinja seus objeti- vos, ela precisa de times comprometidos e engajados, formados por colaboradores motivados, que saibam trabalhar em grupo e execu- tem seu trabalho com qualidade. 31 Em situações como essa, percebemos que o absenteísmo tende a ser pequeno e o desempenho das pessoas é otimizado pela satisfação de um trabalho bem feito. Organização, Times e Colabo- radores com bom desempenho conquistarão a satisfação de seus clientes, o que resulta em crescimento organizacional. Daí a importância do estudo do comportamento organiza- cional: ele esclarece como a empresa se comporta de forma global (macroperspectiva), permitindo ajustes e correções em seus pro- cessos (mesoperspectiva) e buscando atingir a excelência por meio de seus colaboradores (microperspectiva). O cuidado da Psicologia Organizacional O que você sabe sobre a Psicologia? Bem, a palavra “psicologia” vem do termo grego psyche, que signifi- ca “estudo da mente ou da alma”. Mas mais que isso, esse estudo foi influenciado pelas bases da Psicologia originária da Filosofia. Com a preocupação dos precursores em construir uma ciência e devido à influência dos pressupostos positivistas, ela foi determinada pela concepção de ciência que estuda o comportamento e os processos mentais (NARBAL; TOLFO, 2014). A Psicologia Organizacional, portanto, mostra-se como a área de estudo responsável pelo cuidado das pessoas nas organizações. Empresas não são somente máquinas, matéria-prima e processos, são pessoas que elaboram esses processos, que fazem a manutenção dessas máquinas e que fazem a empresa girar, não é mesmo? Falar de Psicologia Organizacional é falar sobre Gestão de Pessoas, em que a atenção se dá tanto na manutenção dos processos e da produtividade quanto na satisfação e na qualidade de vida do colaborador. Em síntese, é aliar os dois lados da moeda: organização e colaborador. Em um cenário onde as demandas por aumento de produção e lucratividade precisam estar aliadas ao bem-estar e à satisfação de colaboradores, a Psicologia Organizacional se torna uma das áreas mais dinâmicas e desafiadoras no mundo dos negócios. Seu papel 32 é focar no recurso humano da organização, sem perder de vista os interesses da empresa, conciliando qualidade de vida e desempenho organizacional, como chegamos a mencionar aqui. Um funcionário bem adaptado, motivado e treinado adequa- damente terá um rendimento melhor e trará mais resultados, da mesma maneira que será mais cuidadoso com seus horários e terá melhores relações interpessoais. Por isso, podemos dizer que a Gestão de Pessoas é uma das áreas que mais sofreu transformações nestes últimos tempos, passando de administradora de benefícios e fornecedora de funcionários a uma área estratégica, ligada diretamente aos resultados e ao core business da organização. A empresa é um organismo vivo, nutrido e sustentado pelas pessoas que a compõem: são essas pessoas que atendem o cliente, que fabricam o produto e mantêm a empresa no mercado. Também são elas que lideram, organizam e representam a organização frente à sociedade e ao consumidor. Ao fazer uma boa gestão de pessoas, faz-se uma boa gestão de empresas; isso se dá por meio de políticas e diretrizes que serão elaboradas para lidar com as pessoas em suas atividades desde a in- serção do colaborador na empresa, sua retenção e desenvolvimen- to, até o atendimento de suas necessidades básicas de alimentação, saúde e segurança. Que tal discutirmos um pouco sobre isso? Uma nova abordagem: a Gestão com Pessoas Para Chiavenato (2014), existe uma transição para a terminologia “Gestão com Pessoas” para ilustrar uma possível nova abordagem VOCÊ SABIA? 33 dentro da Psicologia Organizacional. Esta seria uma abordagem em que o colaborador é um agente ativo e agregador de valor com suas ideias, ações e inovações. Nesse novo contexto, a grande responsabilidade da Psicolo- gia Organizacional, que passaremos a chamar de Gestão com Pes- soas mediante suas atividades, será a de transformar colaboradores em parceiros, empregados em fornecedores de competências e exe- cutores em detentores de capital intelectual. E para que essa área consiga atingir seus objetivos transfor- madores, é necessário que a organização também enxergue seus colaboradores como parceiros, não somente provedores de mão de obra. Os colaboradores devem ser encarados como fornecedores de competências (conhecimento, habilidade e atitude), experiências e talentos que possam contribuir para o alcance dos objetivos da em- presa. Se é necessário um produto melhor, é preciso investir na con- tratação de pessoas mais qualificadase/ou treinar as que já estão na organização. Encorajar o desenvolvimento individual do colabora- dor por meio de incentivos educacionais elevaria seu nível técnico, trazendo, com isso, benefícios mútuos. Você já havia pensado nisso? Quando Chiavenato (2005) utiliza os termos empregabilidade e empresabilidade, por exemplo, ele está enfatizando tanto a capa- cidade de conquistar e se manter no emprego quanto a capacidade da empresa em desenvolver e utilizar as competências dos seus co- laboradores. Para que essa dinâmica aconteça, a Gestão com Pessoas pre- cisa se fundamentar em alguns pontos importantes. Dentre eles, as pessoas devem ser vistas como: • seres humanos, não somente como recursos, logo sua contri- buição à organização deve ser reconhecida; • ativadoras, que impulsionam a empresa aos seus objetivos; • parceiras da organização, uma vez que todo investimento só se justifica quando traz retorno, assim, o esforço, a dedicação e a responsabilidade do colaborador devem ser recompensa- 34 dos com carreira, benefícios, crescimento e reciprocidade; • talentos fornecedores de competências, já que a tecnologia é inútil sem alguém para manuseá-la com destreza; • capital humano, agrega inteligência ao negócio da organiza- ção; Em suma, para que os objetivos sejam alcançados, é necessá- rio que as pessoas sejam vistas como elementos fundamentais para a eficácia organizacional. Sendo assim, a atuação da gestão deverá: • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e metas, pois, mais do que fazer corretamente (eficácia), devemos buscar as nossas metas com excelência (eficiência). • Trazer competitividade, fazendo com que as pessoas sejam mais produtivas e, com isso, tragam mais benefícios para to- dos — clientes, parceiros, colaboradores. • Prover pessoas bem treinadas e motivadas, havendo capaci- tação contínua e recompensas vinculadas ao desempenho. • Aumentar a satisfação das pessoas no trabalho, respeitando- -as e reconhecendo-as, pois pessoas satisfeitas rendem me- lhor e realizam suas atividades com mais qualidade. • Promover a qualidade de vida no trabalho, pois a confiança das pessoas na empresa é vital para a fidelidade e a motivação dos colaboradores, o que inclui segurança, estilo de gestão, ambiente de trabalho e autonomia. • Administrar mudanças, levando em consideração que nada é estático e a organização precisa estar pronta para as novas estratégias, soluções e ações de acordo com as novas aborda- gens. • Zelar pela ética e comportamento socialmente responsável, de modo que toda ação deve ser transparente, justa e confiá- vel, mantendo o cuidado para que não haja discriminação ou 35 violações aos direitos básicos das pessoas. • Construir a melhor equipe para a melhor empresa, visto que uma força de trabalho bem estruturada constrói uma empresa de sucesso. Além do que estamos trazendo, aqui, sabemos que a Psicolo- gia Organizacional pode ser utilizada em qualquer tipo de ambiente de trabalho: em empresas privadas, instituições públicas, organiza- ções não governamentais e órgãos pertencentes ao governo. Dessa forma, frisamos que a existência de um trabalho de Psicologia Organizacional é de suma importância para garantir mais saúde, qualidade de vida e produtividade dentro do ambiente de tra- balho. Assim, o acompanhamento psicológico no ambiente de tra- balho é favorável tanto para o bem-estar dos funcionários quanto para o sucesso da empresa. A seguir, podemos analisar as interfaces da Psicologia do Trabalho, Psicologia Organizacional e a Gestão de Pessoas. Figura 7 - Interfaces das áreas Fonte: Zanelli; Bastos (2004, p. 483). 36 Diante disso, podemos compreender que a psicologia do trabalho está mais voltada às questões do mercado, do emprego, da organização do trabalho, da ergonomia e da saúde no trabalho, ao passo que as atividades do psicólogo relacionadas à gestão e ao comportamento se dirigem mais às atividades do administrador. Concluímos, então, que o psicólogo contribui com conheci- mento, métodos e técnicas sobre como gerir as pessoas e os pro- cessos organizacionais. E a Psicologia Organizacional, frente a isso, constitui-se como o que usualmente definimos por comportamen- to humano nas organizações ou comportamento organizacional (NARBAL & TOLFO, 2014), certo? Olá, caro(a) aluno(a)! Chegando a este momento, você já sabe que o foco do estudo do comportamento organizacional é entender como as empresas se comportam e como são afetadas pelas ações de seus colaboradores, de forma individual e em grupos, bem como quais são as interferên- cias que acontecem nesta relação, não é mesmo? Aqui, além de se familiarizar com esse tema, você pôde perceber que trabalhar com pessoas de culturas, idade e gêneros diferentes é sempre um estímulo ao novo, um incentivo à busca da conciliação frente aos contrastes que percebemos diariamente. É por isso que ajustar nosso estilo de relacionamento em respeito à diversidade é uma atitude cada vez mais valorizada no contexto empresarial, e este é somente um dos desafios que a Psicologia Or- ganizacional enfrenta no dia a dia: dar atenção aos recursos huma- nos da empresa, buscando o aumento da produtividade sem perder de vista a qualidade de vida dos colaboradores. Nesse sentido, a área de Gestão com Pessoas tem por finalidade au- xiliar a organização no alcance das metas, trazer competitividade e prover pessoas bem selecionadas e treinadas, mantendo um bom nível de satisfação no trabalho, além da qualidade de vida, admi- SINTETIZANDO 37 nistrando mudanças e construindo a melhor equipe para sua orga- nização. Frente a isso tudo, aos conceitos e às características de grupos e equipes, o que você conseguiu discernir? Para garantirmos uma resposta positiva, vamos recordar: concei- tualmente os grupos e equipes não são a mesma coisa. Como explicamos, o grupo é um conjunto de dois ou mais indivíduos interdependentes e interativos, que se juntam visando à obtenção de um determinado objetivo. Ele possui identidade, originada no compartilhamento de valores e crenças, e o seu desempenho é igual à somatória das contribuições individuais. Já as equipes são tidas como o conjunto de pessoas que atuam com responsabilidade mú- tua e têm habilidades complementares que geram sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Com isso, você pôde concluir que os grupos e as equipes têm pe- culiaridades na sua formação, o que lhes concede características e comportamentos organizacionais distintos, concorda? Então, se você fosse convocado(a) para analisar o comportamento de um grupo, por onde você começaria sua missão? Ficou motivado(a) a criar grupos e equipes, ou participar deles em sua vivência social? Esperamos que você tenha gostado do que apresentamos aqui. Desejamos bons estudos, até a próxima! 38 UN ID AD E 2 Objetivos ◼ Entender o conceito de liderança, discernindo sobre a dife- rença entre líderes e chefes, identificando os reflexos da teoria do traço e da teoria comportamental. ◼ Identificar as características comportamentais dos líderes nas organizações. ◼ Identificar e analisar os diversos estilos de liderança. ◼ Compreender o que envolve a competência (conhecimento, habilidade e atitude). 40 Introdução Olá, aluno(a)! Tudo bem com você? Seja bem-vindo(a) aos estudos sobre Psicologia, liderança e com- portamento nas organizações. Você sabia que o comportamento dos indivíduos e dos grupos pode ser dirigido conforme a necessidade da organização? Pois bem, isso é possível por meio da figura dos chefes e dos líderes, que serão nosso tópico inicial de estudo. A figura do líder se destaca pela sua utilização de outras fontes de autoridade que não seja o poder para convencer e direcionar seus liderados e é por isso que a liderança nas organizações pode impactar diversos fatores. Além disso, quando falamos a respeito do mundo administra- tivo, são perceptíveis três estilos principais de liderança: a Autocrá- tica,quando o líder centraliza em si as decisões; a Liberal, quando o líder interfere pouco, deixando o poder de decisão a cada indivíduo; e, por fim, a Democrática, quando o líder organiza os liderados de forma que as decisões sejam feitas em conjunto. Nesse sentido, este material será destinado também a alguns tipos de liderança que estão sendo altamente debatidos no âmbito corporativo, dentre eles: liderança contingencial, liderança situa- cional, liderança carismática, liderança transacional, liderança transformacional e liderança do tipo Laissez-faire (liberal). Então, você está preparado(a) para embarcar nessa jornada? Sigamos em frente! 41 Conceituando e distinguindo líder e chefe Vamos iniciar o estudo da liderança refletindo sobre a referência que temos do que é um líder e um chefe a partir das experiências de vida. Para isso, pare um pouco e recorde algumas ocasiões em que você esteve sob o comando de um chefe e as que você esteve sob o co- mando de um líder. Então, notou diferenças entre o comportamento dessas pessoas (chefe e líder)? Em qual situação de comando você se sentiu mais confortável? Muitas vezes, a palavra chefe possui uma conotação negativa no ambiente de trabalho, de modo que é associada à figura de uma pessoa exigente com um alto nível de cobrança e que é responsá- vel pelas decisões ou pela aprovação das decisões e dos trabalhos realizados por seus subordinados. Mas, em termos teóricos, o que é um chefe e o que caracteriza este cargo? Vamos agora elucidar esses conceitos. O chefe ou a função de chefia remete ao desenvolvimento de pa- péis de gestão, por isso, a palavra chefe no ambiente de trabalho, comumente, lembra a figura de um gerente ou de um gestor supe- rior. Portanto, podemos assim assumir que a definição de gerente se aplica à definição de chefe, e, a esse respeito, assevera Maximiano que: cada gerente, em uma organização formal contemporânea, ocupa uma posição dentro de uma hierarquia regida por normas impes- soais. Essa posição, chamada de cargo, empre- ga a seu ocupante o direito de tomar decisões e de se fazer obedecido, durante um período, chamado mandato, e dentro de uma jurisdição definida por algum critério de divisão do tra- DEFINIÇÃO 42 balho. [...] As normas impessoais transformam o ocupante do cargo em figura de autoridade, com poderes formais para influenciar o com- portamento alheio – seus subordinados ou go- vernados. As normas também definem os limi- tes nos quais esses poderes podem ser usados (MAXIMIANO, 2017, p. 270). Com base no disposto, podemos, de forma objetiva, definir chefe como aquele que está em uma posição mais elevada dentro da organização e que tem como objetivo o gerenciamento, sendo res- peitado por seu poder dentro da organização (OLIVEIRA, 2014). Nesse sentido, os subordinados obedecem ao chefe porque têm a obrigação legal de obedecer, independente de suas opiniões e percepções sobre o chefe, suas atitudes e decisões. Agora que você conhece a definição de chefe, é importante ter em mente que chefia é uma posição, de modo que o indivíduo que o ocupa foi designado para essa função mediante um critério. Por- tanto, há casos em que o chefe assume a posição por outros moti- vos que não sejam seu conhecimento ou aptidões de liderança. Com isso, podemos concluir então que nem todo chefe é um líder. Tornar-se um líder é um processo gradativo que depende de investimentos tanto em habilidades quanto em conhecimentos e emoções. A capacidade de liderar é um conjunto de aptidões que po- dem ser aprendidas e aperfeiçoadas mesmo naqueles que são consi- derados líderes natos, ou seja, sempre é possível melhorar e lapidar. O papel do líder é fundamental na elaboração e desenvolvi- mento de estratégias, na condução e motivação de grupos, para que estes possam alcançar, de maneira individual e coletiva, seus pro- pósitos pessoais e profissionais. A liderança coloca energia e define a direção nas corporações. Podemos encontrar várias definições que tentam explicar o que é liderança, mas vamos nos concentrar em dois autores para desenvolver esses conceitos: Chiavenato e Robbins. Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 359) definem liderança 43 como a “capacidade de influenciar um conjunto de pessoas para al- cançar metas e objetivos”. Esta influência pode ser formal, vinda do cargo que o líder ocupa, ou informal, quando vem de pessoas que são respeitadas por suas ações ou opiniões, mas não são lideranças formais. Ambas são importantes e têm seu lugar de destaque na es- trutura da empresa. Segundo Robbins, Judge e Sobral, as organizações precisam de líderes desafiadores, com visão de futuro, inspiradores de times que serão os responsáveis pela realização dessas visões. Assim, lí- deres que sejam capazes de gerenciar os trabalhos dentro de siste- mas corporativos eficientes. De acordo com Chiavenato (2005), liderança é uma forma de poder pessoal através do qual uma pessoa influencia outra para provocar ou modificar o comportamento dela. Ele define poder como o potencial de influência de um indivíduo sobre o outro e a autoridade como o poder reconhecido e socialmente aceito; a per- cepção de poder em um líder está fortemente ligada à sua capacida- de de persuadir e motivar seu time. Em sua visão, existem cinco tipos diferentes de poder, que podem ser derivados da posição (coerção, recompensa e legitima- do) ou da pessoa (competência e referência): → Poder coercitivo – é baseado no medo e na imposição, ou seja, o liderado sabe que sofrerá algum tipo de penalidade caso não atenda às exigências do líder. → Poder de recompensa – é baseado no incentivo ou reco- nhecimento da equipe. → Poder legitimado – esse se origina da posição ou cargo que o líder ocupa no grupo ou na empresa. Neste cenário, é a hierarquia que determina o nível de autoridade. → Poder de competência – como o próprio nome já diz, está apoiado no talento, no conhecimento técnico e na competência de seu ocupante. Os liderados o enxergam como alguém que está além de seus próprios conhecimentos. → Poder de referência – está apoiado na atuação e no caris- 44 ma do líder e, assim, ele é admirado por suas ações e seus traços de personalidade que lhe dão referências positivas com sua equipe. Seu poder vem da admiração e do desejo do time em querer se parecer com ele. Vale lembrar que a verdadeira liderança deve se basear em exemplos de poder, de competências, ou de referências, para que seja capaz de gerar resultados por meio das pessoas e não por pres- são, dádivas ou por conta do cargo que ocupa. Estilos de liderança O tema liderança é, sem dúvida, um dos mais estudados graças à sua importância no mundo corporativo, que solicita líderes cada vez mais eficazes para renovar e estimular as empresas rumo a novas conquistas. Por isso, vamos agora nos aprofundar em algumas teo- rias de liderança e seus respetivos estilos. Teorias comportamentais As teorias comportamentais propõem que certos comportamentos diferenciam os líderes daqueles que não são e que é possível treinar as pessoas para se tornarem líderes. Dessa forma, estas buscam mapear e compreender o com- portamento das lideranças para, assim, perceber como as pessoas lideram suas equipes e quais são suas técnicas de administração. Elas oferecem sete estilos de liderança, que são: autocrático, liberal ou laissez-faire, democrático, orientado para a produção, orientado para as pessoas, estrutura de iniciação e estrutura de consideração. A liderança autocrática é centralizadora, fixa diretrizes e su- pervisiona a equipe de perto. Por isso, há pouco espaço para discus- sões e as decisões devem ser acatadas. Ainda que pareça difícil lidar com esse estilo, em algumas situações de pressão ou prazos muito curtos, um líder dominador pode ser a melhor opção, contando que esse estilo seja amenizado assim que o contexto mudar. Na liderança laissez-faire, o grupo tem total liberdade de ação 45 e o líder interferemuito pouco nas decisões, com participação mí- nima nas atividades, limitando-se a dar instruções gerais ao time. Este estilo só é eficaz se o grupo for suficientemente maduro, hábil e responsável para se autogerenciar; caso contrário, o resultado pode ser desastroso. Quando o líder conduz a equipe, orienta o grupo em suas ati- vidades e diretrizes, incentiva a participação de todos nas decisões e sua autoridade é descentralizada, temos o estilo democrático. Sua grande vantagem é promover o desenvolvimento das pessoas, além de seu amadurecimento enquanto profissionais. No estilo orientado para a produção, o nome se explica: esta liderança prioriza os aspectos técnicos e práticos do trabalho, enfa- tizando o cumprimento dos objetivos e tarefas do grupo. O colabo- rador é visto como um meio para a realização do trabalho. Já para o líder orientado para as pessoas, o foco está nas re- lações interpessoais, nas necessidades de seu time e na aceitação das diferenças pessoais; sua base de liderança é atingir os resultados por meio das pessoas. No caso da estrutura de iniciação, este estilo se refere à for- ma como o líder é capaz de definir seu papel em relação aos papéis dos liderados, ou seja, quem faz o quê e até onde cada um pode che- gar em termos de autonomia (líder e equipe). Lideranças com alto grau de estruturação delegam tarefas aos membros, enfatizam o cumprimento dos prazos e cobram o desempenho. O estilo de estrutura de consideração tem relação com a ca- pacidade do líder em manter relacionamentos de trabalho confiá- veis e de respeito às ideias dos seus membros, tendo consideração por seus sentimentos. Esse líder demonstra interesse nos proble- mas pessoais de seus liderados, trata a todos como iguais e oferece apoio e reconhecimento. Teorias contingenciais Esta linha de estudo enfatiza a influência da situação e do contexto no estilo de liderança exercido pelo gestor, levando em considera- 46 ção o ambiente, a tarefa, a equipe e os objetivos. Sob determinadas condições, o líder pratica certo tipo de es- tilo, porém, se as condições mudarem, ele pode mudar seu estilo de gerenciamento da equipe. Vamos considerar três modelos de estilos de liderança que levam em consideração as situações em que acon- tecem: Modelo de Contingência de Fiedler, Teoria Situacional de Hershey e Blanchard e Teoria do Caminho-meta de House. Modelo de Contingência de Fiedler Este modelo propõe combinar o estilo do líder com a situação orga- nizacional, ou seja, escolher o líder que vai se adequar a determina- da situação, na qual ele será mais eficaz. O primeiro passo é identificar o estilo do gestor, detectando se ele é mais orientado para a tarefa ou para as relações pessoais; para esta verificação, a teoria se baseia em três variáveis: relações entre líder e liderados (a forma como os membros apoiam o líder), estrutura da tarefa (entendimento dos membros quanto aos obje- tivos e procedimentos) e poder da posição (grau de autoridade do líder para recompensar ou corrigir e seu conhecimento da tarefa). Com essas informações, é possível ajustar o líder à situação em que ele irá obter melhores resultados. Equipes com baixo rendi- mento, gerenciadas por um líder orientado para os relacionamen- tos, podem melhorar seu desempenho se forem administradas por outro orientado para a tarefa. Equipes produtivas, com mau rela- cionamento, pedem um gestor voltado aos relacionamentos para melhorar o clima entre os membros. Teoria Situacional de Hersey e Blanchard Outra alternativa seria modificar a situação ou contexto para ade- quar ao estilo do líder: reestruturar as tarefas, aumentar ou limitar seu poder de recompensa. Esta teoria destaca o grau de maturidade das equipes, que podem ser mais maduras (membros capacitados tecnicamente e mais confiantes) ou menos (integrantes com poucos 47 recursos técnicos e mais inseguros); o nível de maturidade técnica e emocional determina o estilo do líder em seu gerenciamento, vamos entender agora os diferentes tipos. → Estilo de contar – é usado nas equipes com baixa habili- dade e baixo desejo de executar o trabalho, onde o líder define as tarefas e incentiva os membros a assumirem sua responsabilidade por elas. → Estilo de vender – se a equipe está motivada, porém, ainda não tem o domínio das tarefas, este é o mais indicado, pois diminui a insegurança no trabalho ao dar apoio técnico e encorajar o entu- siasmo. → Estilo participativo – no caso de equipes capazes, mas des- motivadas, é necessário que o líder tenha este estilo, atuando com ações de incentivo sem deixar de lado o apoio ao trabalho. → Estilo delegativo – caracteriza um líder de equipes madu- ras, coesas e motivadas e sua principal atuação é direcionar o dia a dia do trabalho. Teoria do Caminho-meta de House A responsabilidade do líder no alcance das metas passa diretamente pelo aumento da motivação da equipe: é o que diz a Teoria do Ca- minho-meta de House. Nessa linha de pensamento, o estilo do líder deve facilitar o caminho da sua equipe para o atingimento das me- tas, reduzindo as dificuldades por meio de informações, recursos e apoio. Os estilos deste gestor podem ser de liderança diretiva, apoia- dora, orientada para resultados ou participativa. Como o seu nome já diz, a liderança diretiva guia os times nas tarefas, demonstrando o que deve ser feito e de que maneira deve ser executado: planejamento e programação das atividades, objeti- vos de desempenho e padrões de comportamento, regras e procedi- mentos. Ela é muito eficaz em situações em que as tarefas não são muito claras ou falta estrutura para executá-las, visto que o líder decide tudo. 48 Em um contexto onde as tarefas são estressantes, repetiti- vas ou desagradáveis, a liderança apoiadora pode tornar o ambiente mais agradável e melhorar a execução das atividades. Ela cria um clima de equipe, elevando a satisfação do time, pois foca sua atua- ção nas relações interpessoais. Em linhas de produção, nas quais o trabalho é frustrante, monótono e cansativo, esse estilo pode ame- nizar o desconforto da atividade. A liderança orientada para resultados incentiva seus lidera- dos a atingir níveis mais altos de qualidade e desempenho. O líder mostra confiança em sua equipe e em suas habilidades para atingir níveis desafiadores de performance ao encorajá-los a buscar novos padrões de qualidade em seu trabalho. Quando o líder valoriza as opiniões e sugestões de seus lide- rados, incentiva sua participação na tomada de decisões e nas reu- niões de trabalho, ele está praticando a liderança participativa. O líder ideal deve praticar estes quatro estilos ao mesmo tempo, de acordo com a situação ou contexto do momento, adaptando-se ao cenário que envolve equipe, tarefa, complexidade e ambiente. Novas abordagens em teorias de liderança As novas abordagens no assunto liderança possuem um ponto em comum: enxergar o líder como uma pessoa inspiradora que entu- siasma seus seguidores por meio de suas palavras, ideias e compor- tamentos. Estes estilos são a Liderança Carismática, a Liderança Transacional e Transformacional e a Liderança Autêntica. CURIOSIDADE 49 Segundo o dicionário Aurélio, carisma é definido como grande pres- tígio de uma personalidade excepcional, ascendente que exerce so- bre outrem. A liderança carismática se baseia na força das habilidades pessoais de uma pessoa que causam um profundo efeito em seus liderados. Portanto, são líderes caracterizados por autoconfiança e confiança em seus liderados, altas expectativas em seu time e o uso do exemplo pessoal. Robbins, Judge e Sobral (2010) descrevem quatro caracterís- ticas para esses líderes: 1. visão e articulação – este líder é capaz de elucidar a impor- tância de uma meta e como ela pode mudar seu futuro; 2. risco pessoal – são os líderes dispostos a correr riscos pes- soais e se sacrificam para atingir suas visões; 3. Sensibilidade às necessidades dos liderados – são os líderes sensíveisàs necessidades e sentimentos dos outros; 4. comportamentos não convencionais – esses líderes têm comportamentos inovadores e que vão contra as normas. Es- ses atributos impulsionam os liderados a se identificarem com a liderança e com sua missão, desenvolvem alta confiança e lealdade, absorvem seus valores e imitam seu comportamen- to. São líderes que “contaminam” com seu entusiasmo, con- fiança nos objetivos e no atingimento das metas; estilo mais comum nas personalidades do mundo corporativo, político e da música. As Lideranças Transacional e Transformacional são, na verdade, dois estilos que se complementam: a transacional conduz seus membros aos objetivos viabilizando recursos e informações (muito parecida com a teoria do caminho-meta que já vimos), po- DEFINIÇÃO 50 rém, a transformacional inspira os liderados a superar limites e se esforçar ao máximo pelo bem da organização. Nesse sentido, são atentos às necessidades e preocupações de seus liderados, ajudando-os a ver os problemas sob novas perspec- tivas e modificando (positivamente) sua visão do trabalho. Trans- mitem e inspiram confiança, fazendo com que todos se esforcem. Além disso, usa de seu prestígio para estimular o orgulho da equipe. O líder transformacional utiliza técnicas do líder transacional para atingir seus objetivos: por meio da facilitação das tarefas e de metas claras (transacional), o líder transformacional incentiva seus liderados por meio da atenção pessoal, utilizando novas formas na solução de problemas (criatividade), promovendo o estímulo inte- lectual e oferecendo uma missão ao grupo que traz orgulho e res- peito. Por fim, a liderança autêntica se baseia na confiança e na éti- ca. Os líderes autênticos são conscientes de sua identidade, daquilo que acreditam e agem de acordo com seus valores e crenças de for- ma sincera e aberta. Com isso, geram confiança, pois transmitem credibilidade por seus atos e regras morais. Também compartilham informações, encorajam a comunicação aberta e são fiéis aos seus ideais. Esse estilo de liderança pensa além dos seus próprios inte- resses e visa as necessidades de todas as outras partes interessadas: empresa, colaborador, comunidade, ambiente. Ética e liderança estão ligadas por laços muito fortes: líderes sem ética podem ser tão impactantes quanto os éticos, pois utili- zam de seu carisma para exercer seu poder sobre seus seguidores. A confiança é a qualidade mais importante na liderança autêntica, pois dela derivam todos os outros atributos desse líder e a sua falta causa sérios problemas na equipe. O engajamento e comprometi- mento são medidos pelo nível de confiança da equipe em seu líder, SAIBA MAIS 51 ou seja, somente o líder confiável e transparente será capaz de fazer seu time se superar no alcance das metas e objetivos traçados. Po- demos desenvolver a confiança através de três características: inte- gridade, benevolência e capacidade. Características comportamentais dos líderes Antes de entrarmos no assunto deste tópico, vamos refletir um pou- co sobre o comportamento do líder. Será que todas as habilidades de liderança são usadas em todos os momentos? Possivelmente não, porque a liderança é um processo que envolve o interpessoal e o social dentro de um contexto com- plexo. Além das teorias que estudamos, existe uma que ainda vale a pena destacar: a teoria dos traços de liderança. Esta teoria busca identificar qualidades e características pessoais que diferenciam lí- deres de não líderes (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010). A teoria dos traços procura explicar o fenô- meno da liderança por meio de certos traços de personalidade, de nascença ou adquiridos, que os líderes demostram. Conhecendo esses traços, consegue-se identificar os líderes po- tenciais. Além disso, seria possível desenvolver esses traços nas pessoas e, assim, formar líde- res (MAXIMIANO, 2017, p. 279). Nesse sentido, podemos entender que esses traços são ca- racterísticas pessoais distintas, como inteligência, valor, aparência etc. Estas características refletem no comportamento do líder, como REFLITA 52 a inteligência que pode fazer com que o líder exiba um comporta- mento calculista junto aos seus liderados. Segundo Bryman (1992), podemos agrupar esses traços em três grupos, conforme resume o seguinte quadro: Quadro 1 – Os três principais tipos de traço dos líderes. TRAÇO DESCRIÇÃO EXEMPLOS Fatores físicos Têm relação com as características físicas do indivíduo, como altura, peso, aparência física e idade. Dentro de um grupo de adolescentes, é muito mais fácil um líder jovem ser aceito, devido à sua vitalidade, do que um idoso, com larga experiência e vivên- cia. Contudo, isso não é uma regra. Habilidades Inteligência, fluên- cia verbal, esco- laridade e conhe- cimento são tidos como características facilitadoras da liderança. Em princípio, quando alguém tem habilidades de comunicação ou informação, existe uma maior possi- bilidade de atrair atenção. Aspectos de personalidade Moderação, intro- versão, dominân- cia, ajustamento pessoal, autocon- fiança, sensibili- dade interpessoal e controle emocional são as característi- cas mais atuantes na aceitação ou não de um líder. Uma pessoa sensível nem sempre conse- gue manter um bom relacionamento com as demais. Fonte: Adaptado de Bryman (1992). 53 Conforme estamos aprendendo, o comportamento do líder facilita o exercício da liderança, ou seja, ela resulta da presença de traços específicos no comportamento e na figura física do líder. Que traços e características são essas? Pare um pouco e descreva men- talmente um líder que você conheça. Quais caraterísticas você iden- tificou imediatamente? Acredito que algumas dessas características podem estar comtempladas na seguinte figura: Figura 1 – Características pessoais dos líderes. Fonte: Adaptado de Daft (2005). Ainda a respeito das caraterísticas pessoais dos líderes, Chia- venato (2006, p. 451- 452) identifica as seguintes: → facilidade em solucionar problemas e conflitos; → habilidade de delegar responsabilidades aos outros; → habilidade de interpretar objetivos e missões; → habilidade de estabelecer prioridades; → habilidades de planejar e programar atividades em equipe; → facilidade em supervisionar e orientar pessoas. 54 Habilidades e atitudes necessárias ao exercício da liderança Você já parou para pensar o que define um líder competente? Para responder a essa questão, vamos compreender, inicialmente, qual é o significado da palavra “competência”. Com uma breve busca, encontramos os seguintes significados dis- postos no Dicionário On-line Português (2009-2020, p. 1): [Substantivo feminino] Capacidade decorren- te de profundo conhecimento que alguém tem sobre um assunto: recorrer à competência de um especialista. [Jurídico] Atribuição, jurídica ou consuetudi- nária, de desempenhar certos encargos ou de apreciar ou julgar determinados assuntos. Ca- pacidade de fazer alguma coisa; aptidão. Dever ligado a um ofício, cargo, trabalho; atribuição, alçada. Conjunto de habilidades, saberes, co- nhecimentos: entrou na faculdade por compe- tência própria. No contexto da liderança e da gestão de pessoas nas organi- zações, o termo competência é utilizado como um substantivo vin- culado ao conhecimento, às habilidades e às atitudes das pessoas. É importante observar que a definição de competência re- mete aos seguintes termos e expressões: saber agir, mobilização de recursos, interação entre saberes múltiplos e complexos, aprendi- zado, engajamento, assumir responsabilidades e visão estratégica. Portanto, no contexto das organizações, as competências dos indi- DEFINIÇÃO 55 víduos (incluindo os líderes) são fontes de valor para a organiza- ção, ou seja, direcionadas aos objetivos da organização, permitem alcançá-los com sucesso. De acordo com Fleury (2002, p. 55), nesse sentido: “Do lado da organização, as competências devem agregar valor econômicopara a organização e valor social para o indivíduo [...]”. Portanto, para fins de nossos estudos, assumimos a defini- ção de competência disposta por Fleury (2002), de modo que ela é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, o conjun- to de capacidades humanas que justificam uma alta performance. Portanto, líderes competentes são líderes de alta performance que geram valor econômico para as organizações e valor social para as pessoas que dela fazem parte. Diante do que já foi exposto aqui, proponho a seguinte reflexão: eu possuo quais dessas competências? Independentemente de sua res- posta, saiba que cada uma delas pode ser desenvolvida por meio de treinamentos. Por exemplo, as competências de comunicação po- dem ser desenvolvidas ou melhoradas por meio da sua participação em um curso de oratória ou em dinâmicas de interação com pessoas. Ficou curioso(a) para saber como desenvolver as demais competên- cias? Pesquise um pouco sobre o assunto e irá descobrir como ad- quiri-las ou aprimorá-las. Resumidamente, o foco do nosso aprendizado, nesta etapa, é a competência do ser individual. Como pudemos ver, a competência de liderar remete a agregar valor social aos indivíduos por meio de conhecimento (C), habilidades (H) e atitudes (A), o que é denomi- nado na literatura como CHA da competência. No que tange ao conhecimento, ele é definido por Davenport e Prusak (1998, p. 6) do seguinte modo: REFLITA 56 conhecimento é uma mistura fluida de ex- periência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, o qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informa- ções. Nas organizações, ele costuma estar em- butido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais. Outra definição de conhecimento nos é fornecida por Chiave- nato (2016, p. 338): o conhecimento é uma mistura de experiências condensada, valores, informações contextuais e insights (discernimento) de uma pessoa e que proporciona uma estrutura para a avalia- ção e a incorporação de novas experiências e informações. O conhecimento está na mente das pessoas. As pessoas transformam a infor- mação em conhecimento, fazendo compara- ções, analisando as consequências, buscando as conexões e conversando com outras pessoas sobre as informações recebidas Com base nas definições acima, temos que o conhecimento está relacionado à experiência das pessoas e ao processamento de informações. Nesse sentido, entendemos por informação, a reunião ou o conjunto de dados e conhecimentos organizados, que permite cons- tituir referências sobre um determinado acontecimento, fato ou fe- nômeno. Já a experiência remete aos sentimentos, procedimentos, rotinas vivenciadas pelos indivíduos. Assim, objetivamente pode- mos entender por conhecimento, o atributo de possuir entendi- mento e compreensão sobre algo por intermédio da experiência e do raciocínio acerca das informações. Dentro dessa perspectiva, o conhecimento encontra-se classificado, basicamente, em explícito (transmitido por informações) e em tácito (relacionado com expe- riências). No que se refere às habilidades no contexto do CHA, podemos 57 defini-las como a capacidade individual de desempenhar as diver- sas tarefas de uma função. Essas habilidades podem ser tanto inte- lectuais como físicas, conforme: as habilidades totais de uma pessoa normal- mente são formadas por dois grupos de fato- res: as habilidades intelectuais e as físicas. [...] habilidades intelectuais - capacidade para de- sempenhar atividades mentais, tais como re- fletir, raciocinar e resolver problemas. [...] ha- bilidades físicas - capacidade de desempenhar atividades que demandam resistência, destre- za, força e características similares (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 49). Dentro das organizações, um líder competente é aquele que consegue colaborar na geração do conhecimento e desenvolver, aprimorar e direcionar as habilidades dos seus liderados para atin- gir os objetivos organizacionais, gerando valor tanto para a empresa como para seus liderados. Ainda, cabe ao líder influenciar e geren- ciar atitudes dos indivíduos, aqui temos, então, o “A” do CHA da competência. Segundo Robbins, Judge e Sobral (2010), a atitude é uma ação que remete a uma avaliação de algo por parte do indivíduo. Assim, os autores destacam que: atitudes são afirmações avaliatórias — favorá- veis ou desfavoráveis — com relação a objetos, pessoas ou eventos. Refletem uma predispo- sição individual com relação a alguma situa- ção ou fenômeno. Quando digo “gosto do meu trabalho”, estou expressando a minha atitude com relação ao trabalho. (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 66). Dessa forma, as atitudes dos indivíduos dentro das organiza- ções refletem a combinação dos componentes cognitivos, afetivos e comportamentais deles. A figura 2 ilustra e define cada um desses componentes. Perceba nele que uma atitude resulta da combinação entre avaliação, sentimento e comportamento. 58 Figura 2 – Componentes da atitude dos indivíduos. Fonte: Adaptado de Robbins, Judge e Sobral (2010). Parabéns, estudante! Em conjunto, finalizamos esta etapa. Inicialmente, aprendemos que chefe e líder são papéis diferentes, embora ambos lidem com grupos de pessoas. O poder do gerente vem da estrutura organizacional, enquanto o poder da liderança, vem de fontes pessoais, como os interesses pessoais, as metas e os valores. Assim, é possível entender a liderança por meio dos traços e do comportamento dos líderes. O momento atual das organizações pede equipes que possam atuar com autonomia e independência, para isso, o líder deve ter a clareza e o discernimento para saber usar suas habilidades e expertise para SINTETIZANDO 59 obter de seu time o máximo de potencial, utilizando todas as técni- cas, conhecimentos e experiência que dispõe. Nesse sentido, você adquiriu a habilidade de identificar diversos estilos de liderança, aprofundando-se em algumas teorias, como o autocrático, liberal, democrático, transacional, transformacional, carismático, contingencial e situacional. Por fim, aprendemos brevemente sobre a competência, que é o con- junto de conhecimentos, habilidades e atitudes, isto é, o conjunto de capacidades humanas que justificam uma alta performance. Dessa definição, deriva o CHA da competência que engloba: Conhecimen- to, Habilidades e Atitudes. Diante do exposto, conclui-se que um líder competente é aquele que consegue, dentro das organizações, colaborar para gerar conheci- mento, desenvolver, aprimorar e direcionar as habilidades, in- fluenciar e gerenciar atitudes dos seus liderados para atingir os ob- jetivos organizacionais, gerando valor tanto para a empresa como para eles. Assim, espero que tenha assimilado este conteúdo e até a próxima! 60 UN ID AD E 3 Objetivos ◼ Identificar o perfil de competência do líder do século XXI, observando como são expressas as principais característi- cas dele em função da dinâmica da nova economia e do novo mundo do trabalho. ◼ Compreender a importância dos processos de gestão de pes- soas no contexto corporativo. ◼ Compreender a importância do comportamento do líder na tomada de decisão da empresa.. 62 Introdução Olá, querido(a) aluno(a)! Como está? Chegando aqui, você já deve saber que há diferentes estilos de li- derança e que os colaboradores podem ser reunir em prol de seus objetivos por meio de equipes e/ou grupos, a depender de cada or- ganização, certo? Aqui, indo um pouco além disso, iremos abordar o perfil de competência do líder do século XXI e analisaremos os processos de gestão de pessoas e sua importância na organização. Nesse sentido, também veremos como se constitui o contexto da tomada de deci- são do líder nas equipes. Está preparado(a) para esta viagem ao conhecimento? Bons estudos! 63 O perfil de competência do líder do século XXI Sabemos que existem variáveis
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