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Profa. Ms. Ionara Lucia de Melo Castro Oliveira COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL LIVRO 7 1ª EDIÇÃO GOIÂNIA Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS 2020 WebAula 7 Comportamento Organizacional Catalogação: Biblioteca Anhanguera ____________________________________________________________ Comportamento Organizacional - WebAula 7 / Mayra Caiado Paranhos (organizadora); Ionara Lucia de Melo Castro Oliveira – Goiânia : Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS, 2020. 15 p. : il. ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X 1. Comportamento Organizacional. I. Paranhos, Mayra Caiado. II. Oliveira, Ionara Lucia de Melo Castro. IV. Título. CDU: 658 ____________________________________________________________ 2020 Direitos exclusivos em língua portuguesa cedidos ao Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS Avenida João Cândido de Oliveira, 115, Cidade Jardim Cep: 74423-115- Goiânia - GO Tel: (62) 3246 1404Fax: 3246 1444 site: www.anhanguera.edu.br COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Organização Pró-Reitoria de Ensino a Distância Profª. Ms. Mayra Caiado Paranhos Autora Profa. Ms. Ionara Lucia de Melo Castro Oliveira Produção Supervisão do Processo Instrucional (SPI) Supervisora Prof.ª Esp. Karina Adorno de La Cruz Instrução de Material Didático Impresso (IMADIM) Diagramador Hugo Sávio de Carvalho Melo Revisor de Língua Portuguesa Profª. Ms. Mairy Aparecida Pereira Soares Ribeiro ©2020 por Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito, do Centro Universitário de Goiás UNIGOIÁS. ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 5 SUMÁRIO WEBAULA 7 Estresse, Conflitos e Negociação ................................. 5 7.1 Estresse no Trabalho ................................................... 5 7.2 Conflitos e Inteligência Emocional ............................. 9 7.3 Negociação ................................................................... 13 WEBAULA 7 ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO Prezado aluno Nesta aula vamos estudar sobre aspectos que são relevantes para a qualidade de vida dos colabora- dores no ambiente de trabalho e como podem ser aplicados. 7.1 ESTRESSE NO TRABALHO De maneira geral, os colaboradores de uma organização estão sujeitos ao estresse. Mas qual seria a definição para este termo? Hans Selye em 1926 definiu o estresse como “conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a adaptação” (LIMONGI- -FRANÇA; RODRIGUES, 1997). Observe esta outra definição de estresse apresentada pelos autores: ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 76 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL nam agressivas. Situações de dificuldades pessoais como pro- blemas de saúde, atividades religiosas, acidentes, dificuldades sexuais e aposentadorias, são considerados fatores estressantes para o ser humano. Partiremos agora para os fatores ambientais com relação ao trabalho, podem ser citados a mudança de trabalho, dificul- dades com a chefia, perda do emprego e reconhecimento pro- fissional. Por mais que o trabalho possibilite a realização pessoal e o crescimento do empregado, é comum surgir problemas como insatisfação, desinteresse, apatia, irritação, apreensão, confli- tos, as aglomerações humanas, mudanças rápidas, entre outros fatores de estresse que refletirão em sua saúde e seu bemestar. Pode-se identificar, no ambiente organizacional que algumas pessoas já se adaptaram a uma rotina de estresse em sua vida cotidiana, ou seja, ele surge da interação deste com o lugar que vive e onde trabalha. Sendo assim, pode-se perceber que, o que mais conduz as pessoas a terem estresse no trabalho são o excesso de tarefas, dificuldades em conseguir conciliar vida pessoal com profissional, conflitos com pessoas da equipe ou até mesmo problemas com a política da empresa. Abaixo são citados alguns importantes: Trabalho sob pressão É comum identificar orga- nizações que empregam tanta pressão sobre seus colaborado- res, que eles acabam desenvol- vendo quadros de estresse crô- nico. Este tipo de postura da empresa parte do estabelecimento de metas muitas vezes inal- cançáveis. A pressão geralmente acontece quando a organiza- ção estabelece metas, muitas vezes inalcançáveis, obrigando os profissionais que nela atuam a atingi-las Uma relação particular entre uma pessoa, seu ambiente e as circunstâncias as quais está submetido, que é avaliada pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige dela mais que suas próprias habilidades ou recursos e que põe em risco o seu bem-estar (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 1997, p. 24). Para colaborar com seu entendimento e na mesma linha de pensamento Chiavenato (1999, p. 377) define estresse por: “Conjunto de reações físicas, químicas e mentais de uma pessoa a estímulos ou estressores no ambiente. É uma condi- ção dinâmica, na qual uma pessoa é confrontada com uma oportunidade, restrição ou demanda relacionada com o que ela deseja” O Estresse possui sua origem de duas fontes básicas: atividade física e mental ou atividade emocional as quais confronta-se entre os diversos fatores ambientais os quais favorecem seu surgimento, sejam eles internos ou exter- nos, que influenciam as pessoas conforme situação e local que se encontram. Com relação a perda de suporte social podemos ter por exemplo a morte de alguém da família, de um amigo ou mesmo do cônjuge. Já em relação a família, podem ser obser- vados fatores como, separação, doença na família, casamento, gravidez e nascimento. Situações de mudanças no ambiente também podem causar estresse, como mudanças de escola, de casa, do número de pessoas morando em casa, se tornam moti- vos para a pessoa mudar seu comportamento. Outro fator pre- ponderante de estresse para os indivíduos são as finanças, as dívidas ou perdas financeiras fazem com que as pessoas se tor- nem nervosas, ansiosas e em muitas vezes suas reações se tor- ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 98 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Competitividade indevida Outra grande causa do estresse ocupacional está na cultura que muitas empresas tem de incentivar a competi- tividade de forma exagerada entre seus colaboradores, o que desencadeia em conflitos de relacionamentos e desgastes. De forma planejada, monitorada e em certo nível, a competiti- vidade é importante e estimula o profissional em busca o seu próprio aperfeiçoamento. Centralização de várias atividades – Sobrecarga de Trabalho Atualmente é comum encontrar profissionais reali- zando seus trabalhos em casa, remotamente, porém, a ausência de uma rotina de horários, estendendo para finais de semana, de madru- gada, em seus momentos de folga e lazer, se esquecem que pre- cisam descansar para produzirem melhor. Muito importante observar que quando o indivíduo sente-se sobrecarregado de trabalho, ele desenvolve uma insatisfação,não consegue dele- gar, o que o torna ansioso e estressado diante dos resultados. Doença relacionada ao Estresse A Síndrome de Burnout é um estresse que tem como sig- nificado o desgaste tanto mental como físico, e torna-se carac- terístico em pessoas que praticam excessivos esforços para cor- responderem as solicitações de energia, força ou recursos (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 1997, p. 71). Muito confundida com o estresse comum, a Síndrome de Burnout é uma doença recente caracterizada pelo esgota- mento físico e mental e cuja causa está intimamente ligada à vida profissional. O portador desta síndrome fica sob um nível de estresse extremamente alto, cansaço e mal estar generalizado, apresen- tando sinais de esgotamento físico, emocional e psíquico que estão intimamente relacionadas à vida profissional. Diminuir os problemas de saúde do trabalhador é sinô- nimo de aumento de produtividade na empresa. Destaforma a incidência da Síndrome de Burnout poderá ser evitada. Com qualidade de vida no trabalho consequentemente haverá maior probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social e familiar. 7.2 CONFLITOS E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL O que é inteligência emocional? Inteligência emocional é o nome que se dá ao conjunto de competências relacionadas a lidar com emoções. Mais espe- cificamente, a como (e o quanto) se percebe, processa, compre- ende e tem habilidade de gerenciá-las. Entendendo sobre o que são emoções: Pode-se definir que “as emoções são, literalmente, o que nos move, nos impulsiona, na direção de nossas metas. Elas alimentam nossas motivações e nossos motivos. E, por sua vez, impelem nossas percepções e moldam nossas ações”. (GOLE- MAN, 1999, p.121) Desta forma, as emoções se tornam as grandes responsá- veis por nossas atitudes e comportamentos, pelo fato de se considerar que elas permitem a orientação dos nossos objetivos e colabora para continuar seguindo em busca de novos moti- ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 1110 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL vos e metas. Segundo Goleman (2007) as emoções são impor- tantes e vão ao encontro das necessidades de acordo com a sobrevivência, tomadas de decisão, ajuste de limites, comuni- cação e a união: Definição: Salovey e Mayer definem inteligência artificial pela “capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá- -la em si próprio e nos outros”. Este conceito, conforme os autores, está muito ligado à quatro domínios básicos: • Percepção das emoções: a maneira precisa pela qual uma pessoa identifica as emoções. • Raciocínio por meio das emoções: Emprego das infor- mações emocionais para facilitar o raciocínio • Entendimento das emoções: observar e monitorar as variações emocionais nem sempre evidentes e explícitas, com- preendendo a fundo as emoções (mais profundo do que o “iden- tificar” do primeiro domínio) • Gerenciamento das emoções: aptidão para lidar e admi- nistrar os próprios sentimentos A inteligência emocional de um indivíduo pode ser ava- liada por meio de diversas formas como dinâmicas de grupo, simulação de situações, observação direta das pessoas e instru- mentos psicológicos (ou testes). Conflitos: No ambiente organizacio- nal é normal, até certo ponto, que se ocorram conflitos, uma vez que os colaboradores geral- mente possuem valores e perso- nalidades diversificadas. Porém, o que se faz considerar é que esta diferença pode ter seu aspecto positivo, por enriquecer e completar a identidade da empresa. Em contrapartida, a pre- sença constante de atritos pode comprometer o desempenho dos trabalhos o dia a dia corporativo. Gerenciar e lidar com essas divergências é uma tarefa complexa, uma vez que envolve aspectos individuais, o contexto organizacional e outras variáveis. Entretanto, é fundamental que os gestores procurem mediar e resolver conflitos de maneira imediata porque atri- tos mal resolvidos podem incorrer em inúmeros proble- mas para a empresa, tais como: queda na qualidade do trabalho, ineficiência no que se refere a atendimento de clientes, clima organizacional tenso e negativo, rivalidades e disputas. Os conflitos desencadeiam em situações emocional- mente desgastantes, e neste sentido é imprescindível estar constantemente realizando uma autoavaliação e ao mesmo tempo buscando fazer uma análise do contexto, para assim, fazer uso da inteligência emocional que diz respeito ao controle eficaz das emoções e conduzir bem o processo. Portanto, é preciso estar preparado diante as situações para agir de maneira emocionalmente inteligente. Weisinger (2001, p.117) descreve algumas técnicas para que as situações conflitantes se solucionem de maneira positiva: ➢ Auto-revelação: demonstrar os pensamentos, senti- mentos e desejos. ➢ Positividade: defender as opiniões e necessidades, ao passo que as pessoas devem respeitar as idéias das outras tam- bém. ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 1312 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ➢ Escuta dinâmica: ouvir atentamente o que a outra pes- soa está dizendo. ➢ Crítica: explicar de forma construtiva as suas coloca- ções. ➢ Comunicação de equipe: comunicar-se e interagir-se em grupo para garantir planejamentos eficazes. Goleman (1999) se baseando nas competências emocio- nais de autopercepção , autoregulação, motivação, empatia e aptidão social também expõe estratégias que desativam as situ- ações conflitantes: ➢ Acalme-se, sintonize-se com seus sentimentos e os expresse. ➢ Demonstre a disposição para encontrar uma saída debatendo a questão, em vez de agravá-la com mais agressão. ➢ Manifeste seu ponto de vista num tom neutro e não num tom de discussão. ➢ Tente encontrar maneiras equânimes de resolver a dis- puta, trabalhando em conjunto para encontrar uma solução que possa ser aceita por ambas as partes. O exercício de controle da ansiedade nos diálogos evita situações de interrupção ou de colocar palavras na fala do interlocutor que gera ansiedade naquele que foi interrompido. Estados emocionais pré-existentes em um determi- nado momento, ou seja, a pessoa chega contrariada e ao falar com outra que nada tem a ver com isso assume uma postura imprópria. Percebe-se que para se gerenciar conflito é preciso entender que “a emoção nos desperta e motiva e nos conclama a nos comprometermos. Esse impulso interno é essencial para a implementação bem-sucedida de qualquer tipo de inteligên- cia ou de estratégia.” (COOPER, 1998, p. 186) 7.3 NEGOCIAÇÃO Negociação é uma forma de resolução de confli- tos em que as partes dialogam diretamente. Ou seja, ao ofe- recer o serviço de negociação online, terceiros não interfe- rem nas propostas de ambas as partes, somente oferecem meios para que essas propostas sejam levadas para a parte contrária de uma forma mais fácil. Negociar nada mais é do que chegar a um acordo entre as partes interessadas, de uma maneira que todos saiam satisfei- tos com o resultado. Por isso, quem sabe negociar consegue se posicionar e garantir que os seus objetivos sejam alcançados. A negociação vai além de uma conversa com argumen- tos. Ela requer a atenção para várias etapas: preparação, plane- jamento, acordos, avaliação e manutenção. ➢ A negociação envolve preparar-se previamente, seja com conteúdo ou histórico do que se pretende mediar; ➢ Envolve conhecer o outro e o contexto interno ou externo em que estão inseridos; definindo objetivos e posicio- namentos; ➢ Utilizar uma argumentação baseada em fatos e dados; ➢ Ter proatividade agindo com objetividade e assertivi- dade; ➢ Conhecer e tratar objeções estando preparado para as concessões. Toda negociação gera consequências, podendo ser positivas ou negativas. ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 1514 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL A habilidade de negociar não é inata, mas, sim, desenvol- vida, significando que pode-se melhorar o desempenho como negociador por meio da utiliza- ção de métodos e técnicas e com os conhecimentos adquiridos ao longo de anos de trabalho, avaliando e reavaliando posiciona- mentos e consequências. Ter domínio sobre os 3 pilares da negociação: Herb Cohen, autor do best seller “Você Pode Negociar Qualquer Coisa”, já atuou em grandes negociações —e de acordo com ele, a ciência da negociação se baseia em três pila- res: conhecimento, tempo e poder. Conhecimento Para construir o conhecimento, é necessário buscar entender e pesquisar profundamente o tema sobre o qual está falando e entender as necessidades e motivações de quem está se pretendendo negociar. Essas informações devem ser preci- sas, pois fornecerão bons argumentos e ajudarão a embasar toda a negociação. Tempo O tempo não é relativo somente ao sentido cronológico, mas às oportunidades. É essencial adequar os movimentos ao melhor timing possível, observando não só as reações da pes- soa com a qual está negociando, mas também o contexto, ser preciso e oportuno PoderPoder se mostra na influência, na convicção, nas deci- sões, no domínio do assunto que está sendo tratado. O exercí- cio desse poder faz com que ambas as partes se sintam mais seguras para negociar. Para conseguir praticá-lo, é preciso ter autoconfiança, mas sempre com cuidado para não agir de modo arrogante, autoritário ou grosseiro. O poder é expresso pela nossa capacidade de fazer prevalecer nossas posições ou impedir que o outro, prevaleça com as dele, fazer uso da persu- asão. É levar o resultado da negociação o mais próximo de nos- sos objetivos. Fechamos nossa aula certos de que evitar o Estresse cola- bora com o bom desempenho dos indivíduos na organização, fazendo uso de inteligência emocional, mediando conflitos e exercendo negociações. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina, Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2003. ______. Qualidade de vida no trabalho: conceitos e práticas na sociedade pósindustrial. Atlas. São Paulo, 2004. LIMONGI FRANÇA, Ana Cristina; RODRIGUES, Avelino Luiz. Stress e trabalho: guia básico com abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas S.A., 1997. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2007 ESTRESSE, CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO 1716 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL COOPER, Robert; SAWAF, Ayman. Inteligência emo- cional na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997. WEISINGER, Hendrie. Inteligência emocional no trabalho. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2001. Salovey, P., & Mayer, J. D. (1990). Emotionalintelligence. Imagination, CognitionandPersonality, 9(3), 185–221. doi:10.2190/DUGG-P24E-52WK-6CDG Imagens: Banco institucional Shutterstock.
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