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Taenia saginata / solium ou Solitária Ambos parasitos são responsáveis por 2 patologias que apresentam importância tanto na medicina humana quanto na veterinária, a Teniese (patoligia humana onde um exemplar adulto fica no intestino, causando infecção) e cisticercose (quando atinge bovinos e ovinos as larvas / ciscertos e para cada um deles há a espécie relacionada, sendo a saginata e solium, respectivamente). Nota: Homem (hospedeiro definitivo e obrigatório) -> Estágio adulto; Animal (hospedeiro intermediário) -> Estágio larval. O homem que porta um exemplar de verme adulto, popularmente conhecida como solitária já que normalmente é encontrado 1 verme grande no intestino. Em casos de reinfecção a resposta imune e alguma tênia adulta inviabilizam o crescimento de um novo ser. Ao chegar no intestino ela demora, aproximadamente, 3 meses para amadurecer e após isso ela começa a eliminar anéis que constituem seu corpo junto com material fetal que são as proglotides onde vai haver vários ovos maduros protegidos por uma cápsula espessa que irão ser liberados junto do material fecal do indivíduo infectado. Nota: O nome da larva dentro do ovo é oncofesra (escutei isso) ou embrião hexacanto (??). Após o animal ingerir um material contaminado o ovo irá romper ao chegar no intestino, a ocosfera irá eclodir no intestino, possuindo movimento próprio. Na anterior do helminto há 6 ganchinhos / acúleos (gente eu sou meio surdo n sei oq ele disse ouvi isso) que vão servir para que ele possa se fixar na mucosa intestinal, assim ele pode perfurar esse epitélio até encontrar um vaso sanguíneo ou linfático para cair na grande circulação e poder para em qualquer órgão ou tecido. A resposta imunológica acontece, mas para se proteger ele invagina a região anterior e forma meio que uma vesícula, além disso ao seu redor ele sintetiza proteínas semelhantes ao colágeno para formar uma parede cística para conferir proteção, assim chamados esse ser de cisticerco. Nota: A cápsula e os nutrientes no interior da vesícula conferem viabilidade do cisticerco por até 2 anos, tempo “suficiente” para que a carne seja abatida e consumida por um indivíduo e fazer o processo contrário (desintegração da parede cística, desinvaginação da região anterior, aderência ao epitélio duodenal, crescimento e formação de anéis, para com 3 meses ser adulta e poder destacar as probotides gravidas para o ciclo se repetir). A cisticercose humana só é comprovada a partir da ingestão de ovos da tênia solium, sendo uma patologia sistêmica, preferencialmente no tecido nervoso, ocular, cardíaco e músculos longos. Ciclo evolutivo: Para cada espécie de tênia existe um cisticerco com nome diferente. Homem é o hospedeiro acidental -> Albergam, desenvolvem a parasitose, mas não possuem a capacidade de disseminação, visto que o cisticerco na carne humana só iria atingir caso acontecesse canibalismo. Pode-se obter a cisticercose por meio de 3 vias: - Autoinfecção externa: individuo portador de uma tênia adulta que consumiu os ovos dela de alguma forma. - Autoinfecção interna: quando uma probitde se destaca e acontece um movimento retro peristáltico no intestino e ocorra refluxo e o vômito, nisso haverá ovos. - Heteroinfecção: por meio de alimentos contaminadas e sexo anal / oral. Nota: Normalmente portadores de solium são assintomáticos. O cisticerco vivo no tecido humano será agredido pelo reportório imunológico, ao redor dele acontece uma reação inflamatória exsudativa eosinofilica. O reportório é dividido em TH1 (celular, macrófagos atuam) e TH2 (humoral, anticorpos atuam), no momento da defesa contra o cisterco os linfócitos são direcionados para a reposta TH2, visto que essa resposta é para parasitos extracelulares. Os eosinófilos são os mais convocados para o combate (60% da população) que libera os grânulos e inviabiliza o cisticerco além de causar danos aos tecidos adjacentes. O processo de cicatrização disso é pela deposição de cálcio que vai formar um cisticerco calcificado, meio que um nódulo que pode ser achado por meio de raio X. Resposta celular -> Parasitos intracelulares obrigatórios. Os ovos de ambas as espécies são iguais, sendo impossível especificar o diagnóstico, basta apenas confirmar a positividade para Tênia Sp. Na cisticercose o cisticerco pode ser encontrado no tecido muscular onde pode permanecer por cerca de 2 anos. Cistocertose humana: Muscular e tecidos subcutâneos. O cisticerco podem permanecer vivos por até 3 meses. Calcificação dos cisticercos. Patogenia e sintomatologia ocular: Cisticerco -> vasos da coroide -> retina em 60% dos casos - Desorganização intra-ocular - deslocamento e perfuração de retina. - Inflamação exsudativa – opacificação do humor vítreo, uveítes. - Perda parcial ou total da visão. - Perda do globo ocular. A neurocisticercoso é a mais comum (cerca de 75%) o diagnóstico é dado com mais frequência em clínicas psiquiátricas por meio do exame de ressonância de crânio. Neurocisticercose: - Presente em 75% dos infectados. - Localização: leptomeninge e córtex mais acometidos cerebelo e medula espinhal menos acometidos. As manifestações clínicas mais frequentes são: - Cefaléia intensa (hipertensão intracraniana). - Edema cerebral » Crises convulsivas » hemorragia cerebral » Vômitos do tipo cerebral - Ataques epilépticos (90%), » Paralisias, - Desordens mentais: alucinações, demência - Distúrbios visuais Diagnóstico – teníase: Clínico: Difícil (maioria assintomática), depende sempre de confirmação laboratorial. Laboratorial direto: parasitológico de fezes. É necessário fazer o diagnóstico parasitológico de fezes para visualizar ovos ou as próprias pr oglotides. Temos o swab anal feito com fita, bom para a tênia saginata. Há também o diagnóstico diferencial pela técnica de tamização (peneirar) indivíduos positivos eliminam cerca de 3 a 5 proglótides por dia junto com material fecal. É necessário coletar todo material fecal de 24h que vai ser lavado e peneirado em uma peneira com malha fina (aqui ficará a proglótide), basta apenas usar a taxonomia e liberar o resultado. O diagnóstico para cisticercose é principalmente feito por imagem de tomografia computadorizada. Diagnóstico – cisticercose: Imagem - visualização de cisticercos calcificados - Raio X, - Ultra-sonografia, - Resonância magnética, - Tomografia computadorizada. Imunológico - Detecção de anticorpos no soro, LCR e humor aquoso - Reação de fixação de complemento - Imunofluorescência - ELISA - anticorpos das classes IgG e IgM, obtendo-se uma especificidade de 95% - Imunoeletroforese. - Exame histopatológico. Também podem ser usados ensaios imunológicos para identificar IgG e IgM por ELISA. Tratamento e controle de cura: Teníase: - Niclosamida - Praziquantel (10-20mg/Kg) - Mebendazol - Albendazol (400mg) - Nitazoxanida - Semente de abóbora Cisticercose: - Cirúrgico ou medicamentoso - Praziquantel (50mg/kg/dia x 15-30 dias) - Albendazol (10-15 mg/Kg/ dia x 30 dias) - Rompe a membrana do cisticerco – antigênico - Altas doses de corticóide - Anticonvulsivantes (carbamazepina e fenitoína) - 62% dos pacientes desenvolvem epilepsia secundária ao parasitismo do SNC. - Acompanhamento especializado durante e após tratamento. É recomendando, primeiramente, eliminar a tênia adulta e depois é necessário tratar a cisticercose por meio de internação, porque os fármacos liberam muito antígeno, algo que é perigoso. Para saber se foi curado basta analisar se nas fezes aparecem os ovos e repete o parasitológico depois de 3 meses que é quando ela fica adulta. Profilaxia e controle: - Educação sanitária - Lavar as mãos e frutas e verduras - Não defecar no solo - Tratamento dos doentes - Inspeção sanitária em abatedouros - Construção de fossas e redes deesgoto - Carne de porco ou gado sempre bem cozida ou assada e de procedência Resumo dos artigos que estão no class: Complexo teníase / cisticercose: uma revisão Teníase e cisticercose são verminoses transmitidas pela Taenia. O complexo teníase/cisticercose é causado pela mesma espécie de cestódio em fases diferentes do seu ciclo de vida. Cisticercose é uma entidade clínica provocada pela presença da forma larvária nos tecidos de suínos, bovinos ou do homem. Em humanos a teníase é também conhecida como solitária, é provocada pela presença da forma adulta da Taenia saginata ou solium que se localizam no intestino delgado. A Taenia soium e a Taenia saginata pertencem à classe Cestoidea, ordem Cyclophillidea, família Taenidae e gênero Taenia. Na forma larvária (Cysticercus cellulosae da Taenia solium e Cysticercus bovis da Taenia saginata) causam a teníase. Na forma de ovo a Taenia saginata desenvolve a cisticercose no bovino e a Taenia solium, no suíno ou no homem. A literatura científica traz duas visões sobre a cisticercose humana. A primeira é que a cisticercose humana causada por cisticercos de T. saginata é extremamente rara ou não ocorre. A segunda, admite a possibilidade de cisticercose humana por ambas as espécies de tênia. Ciclo de vida Os hospedeiros intermediários, T. solium (suíno) e T. saginata (bovino), tornam-se infectados quando ingerem ovos. O homem é o hospedeiro definitivo, passando a integrar o ciclo biológico destes parasitas quando ingere material contaminado por cisticercos de origem suína ou bovina. A prevalência de infecções por T. solium varia muito de acordo com o nível de saneamento, com as práticas na criação de suínos e com os hábitos alimentares de cada região. O suíno adquire esses ovos através de alimentos contaminados com fezes humanas. Depois de ingeridos, os ovos se transformam em estruturas denominadas oncosferas, que seguem através do sangue para a musculatura estriada e desenvolve-se a forma larval, o cisticerco. Os ovos de tênia são ingeridos pelos hospedeiros intermediários, os embriões (oncosferas) se libertam do ovo no intestino delgado pela ação dos sucos digestivos e bile. As oncosferas penetram na parede intestinal e, em 24 a 72 horas, difundem-se no organismo através da circulação sanguínea. Ocorre então formação de cisticercos nos músculos esqueléticos e cardíaco. Quando o homem ingere cisticercos viáveis o mesmo sofre a ação do suco gástrico, evagina-se e se fixando, por meio do escólex, na mucosa do intestino delgado, dando origem a tênia adulta. O homem (hospedeiro definitivo) se infecta ao ingerir carne suína malcozida ou mal assada contendo os cisticercos vivos. Após três meses da ingestão do cisto o homem começa a eliminar proglotes grávidas pelas fezes e reinicia-se o ciclo. Um homem infectado pode eliminar milhares de ovos ao dia, livres nas fezes ou com segmentos intactos, cada um contendo grande quantidade de ovos, que podem sobreviver no ambiente durante vários meses. Estes ovos depositados no solo contaminam as pastagens e a água. Estas verminoses também podem evoluir em hospedeiros intermediários anormais, como o cão, o gato e o macaco. O homem também pode ser o hospedeiro intermediário pela ingestão de ovos da T. solium procedente de alimentos contaminados com fezes de humanos portadores de teníase ou pela autoinfecção. Quando ingeridos, esses cisticercos podem se alojar em diversas regiões do organismo inclusive sistema nervoso central gerando sérios problemas e podendo levar inclusive à morte. A doença causada é a neurocisticercose. Caso os ovos de tênia sejam ingeridos pelo homem estes podem desenvolver a fase larval (cisticercose). Essa forma de infecção pode se tornar muito grave, pois há um grande tropismo pelo sistema nervoso central, onde, geralmente, os cisticercos desencadeiam reações inflamatórias, provocando a forma mais grave da doença, a neurocisticercose, cisticercos podem se alojar no sistema nervoso do homem e levar até a morte. O complexo teníase/cisticercose, portanto, é uma zoonose, doença transmitida do homem para o animal e vice-versa. Esta doença ocorre quando o homem ingere carnes, verduras e legumes contaminados com ovos de tênia. Patogenia e sintomatologia A teníase é uma infecção menos grave e têm como sintomatologia mais frequente dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia frequente e constipação em adultos. O prognóstico é, excepcionalmente, causa de complicações cirúrgicas, resultado do tamanho do parasita ou de sua penetração em estruturas do aparelho digestivo tais como apêndice, colédoco e ducto pancreático. Na maior parte dos casos, o indivíduo somente toma ciência da infecção quando observa a liberação das proglotes, fato este que só é notado muito tempo após a infecção. Consequentemente, o doente pode disseminar a doença por período bastante longo antes da suspeita de sua contaminação. Já a cisticercose humana é uma doença mais grave caracterizada pelo pleomorfismo, sendo que o cisticerco pode se alojar em diversas partes do organismo, sendo a região de maior frequência o Sistema Nervoso Central, inclusive intramedular, o que traz maiores repercussões clínicas. A cisticercose é uma das enfermidades mais perigosas, transmitidas por parasita aos seres humanos. A larva pode se instalar no sistema nervoso central (neurocisticercose) no olho (ocular), na pele, no tecido celular subcutâneo, no fígado e outras localizações.