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RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 25 Introdução Avaliar os indicadores como números ABSOLUTOS ou RELATIVOS: Exemplo: nº de casos de AIDS = absoluto Numerador (em cima, nuvem) / Denominador (em baixo, demônio) Dados mais confiáveis são os RELATIVOS (absolutos não servem p/ comparar) Indicadores relativos podem ser: • COeficiente (taxa) = risCO • Índice = proporção COeficiente (taxa): avalia um RISCO (numerador ≠ denominador) Exemplo: óbitos em > 50 anos / população > 50 anos Índice: avalia uma PROPORÇÃO (numerador = denominador) Exemplo: óbitos > 50 anos / óbitos totais Coeficientes mais badalados: 1. Morbidade (risco de a população adoecer) 2. Mortalidade (risco de a população geral morrer) 3. Letalidade (risco da doença matar o doente) COEFICIENTES Morbidade Nº de casos novos = Incidência (ataque) População EXPOSTA Nº de casos (novos + antigos) = Prevalência População EXPOSTA PRE2: MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 26 ↑ prevalência: ↑ Incidência (↑ casos novos) / ↑ Imigração (doentes chegando) ↓ prevalência: morte / cura / emigração Cura / morte: defecção (defecar, esvaziar) Conceitos: - Incidência > prevalência? Macete é duração. Ex: ebola mata rápido (prevalência zero, mas incidência alta) - P = I x D - Pedir p/ calcular incidência, mas não informa população exposta: não há como calcular Situação Prevalência Incidência = defecção = Incidência > defecção ↑ Incidência < defecção ↓ Medicamento que cura ↓ Medicamento que melhora e não cura ↑ Mortalidade MORTALIDADE GERAL: Nº de óbitos = bruta ou geral “Aspone” População de expostos (x 1.000) Conceitos: - População de expostos (risco de homens morrerem de câncer de endométrio é zero) - Mortalidade geral anual na Noruega > Brasil (regiões diferentes possuem estruturas etárias diferentes) - “Para comparar duas regiões deve-se padronizar a idade” * Aspone = “Acessor de Porra Nenhuma” MORTALIDADE POR CAUSA MATERNA – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Nº de óbitos por causa MATERNA Nascidos vivos (expostos) (x 100.000) Óbitos maternos = gravidez, parto e puerpério (até 6 semanas - 42 dias) RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 27 Morte materna: - Direta (+ comum): causas da gestação, parto e puerpério. Ex: eclampsia, DPP - Indireta: doença prévia agravada pela gestação. Ex: HAS prévia, cardiopatia prévia - Não obstétrica: acidentes e violência NÃO são considerados. Exceção: aborto provocado, suicídio por evento puerperal (controverso) Causas de morte materna mais comuns: 1) HAS 2) Hemorragia 3) Infeção Precoce: até 42 dias pós-parto Tardia: entre 42 dias até 1 ano pós-parto MORTALIDADE INFANTIL – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Nº óbitos < 1 ano (infância < 5 anos) Nascidos vivos (x 1.000) Não inclui natimortos pois nem chegou a viver p/ morrer Trocando nascidos vivos e avaliando idades específicas (x 1.000): - Período neonatal: 0 – 27 dias completos - Neonatal precoce: 0 – 6 dias completos - Neonatal tardio: 7 – 27 dias completos - Pós-neonatal (infantil tardia): 28 dias a 1 ano - Perinatal: 22 semanas a < 7 dias 1) Mortalidade perinatal Natimortos (> 22 sem) + < 7 dias → AVALIA PEDIATRA E OBSTETRA Nascidos (vivos + mortos) 2) Natimortalidade Natimortos > 22 semanas → AVALIA OBSTETRA (gestando) Nascidos (vivos + mortos) 3) Neonatal (precoce e tardia): Óbitos < 28 dias AVALIA PEDIATRA (nasceu) Nascidos vivos - Mais difícil de reduzir RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 28 4) Pós-neonatal (infantil tardia) 28 dias até 1 ano AVALIA MEIO-AMBIENTE Nascidos vivos - Melhorou devido saneamento e acesso à saúde > 50% das mortes ocorrem no período neonatal precoce (< 7 dias): 1) Afecções perinatais. Principal: prematuridade (DMH, cordão enforcou) 2) Malformações congênitas (ex: microcefalia, cardiopatias) 3) Respiratórias - Bom pois “não há como” evitar ou intervir Causas de mortalidade Infantil (< 1 ano) Neonatal (< 28 dias) Pós-neonatal (> 28 dias) 1o Afecções perinatais Afecções perinatais Malformação congênita e anomalias cromossômicas *sobreviveu às perinatais 2o Malformação congênita e anomalias cromossômicas Malformação congênita e anomalias cromossômicas Afecções perinatais 3o Doenças respiratórias Doenças Infectoparasitárias Doenças respiratórias Carga global de doença Mortalidade - Quebra na EXTENSÃO DE VIDA: “anos de vida perdidos” - Ex: expectativa de vida aos 25 anos é viver mais 50 anos (se morre, perde 50 anos) - Principais causas: 1a homicídio / 2a IAM / 3a AVE / 4a acidentes de trânsito Morbidade - Perda da QUALIDADE DE VIDA: “anos de vida com incapacidade” - Ex: acidente aos 25 anos e ficar paraplégico (restam 50 anos x 0.5*: perde 25 por incapacidade) *cada evento possui um peso - Principais causas: 1a dor lombar / 2a cefaleia / 3a ansiedade / 4a depressão DALY: Anos de Vida Ajustados por Incapacidade - OMS: ↑ sensibilidade - Tudo que interfere ou rouba anos de vida (morbidade + mortalidade) - ↑ DALY: ↓ qualidade de vida - Grupos (tripla carga de doenças) I: transmissíveis e nutricionais – ↓ II: não transmissíveis - ↑ III: externas - ↑ RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 29 Letalidade Risco de o doente morrer: avalia gravidade da doença (varia conforme lugar) Nº de óbitos = Letalidade Nº de doentes 100% de letalidade: raiva Índices Índice: avalia proporção (denominador = numerador) As proporções podem ser avaliadas por faixa etária, causa de morte etc. Óbitos por idade / causas = mortalidade proporcional Total de óbitos Índice de Swaroop-uemura (I$U): “Razão de mortalidade proporcional” Óbitos ≥ 50 anos = SHU ($ = 5) Total de óbitos Excelente indicador de nível de vida: permite comparar diferentes territórios Índice Níveis > 75% 1o nível: desenvolvidos – Brasil (80%) 50 – 74% 2o nível: Brasil há alguns anos 25 – 49% 3o nível: Brasil quando eu nasci < 25% 4o nível: subdesenvolvido Índice de mortalidade infantil Avalia as diferentes faixas etárias no primeiro ano de vida (perinatal, neonatal etc.) Década de 80: maioria pós-neonatal Década de 2010: maioria neonatal. Principalmente < 7 dias (neonatal precoce) Curva de Nelson Moraes Óbitos por idade Total de óbitos Criado por Brasileiro. Dividiu os óbitos totais no país em 5 faixas etárias e jogou num gráfico Infantis: < 1a Pré-escolares: 1-4a Escolares / adolescentes: 5-19a RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 30 Tipo I Curva em N: nível de saúde muito baixo criança e jovem morrendo Tipo II Curva em L ou J invertido: nível de saúde baixo muita criança morrendo Tipo III Curva em U ou V: nível de saúde regular Criança e idoso morrendo Tipo IV Curva em J: nível de saúde elevado Apenas idoso morrendo = BRASIL L pode enganar ao aparentar ser pior que a N, pois nesta estão morrendo crianças, mas não é! Por quê? Porque ele quem inventou... Macete: Não Lembro (low = baixo) Um Jeito Índice de morte por causa Óbitos por causa Total de óbitos Brasil: principais causas de morte: Cir – Ca - Cex 1) Circulatórias (Cir) 2) Câncer (Ca) 3) Causas externas (Cex) 4) Respiratório (resp) 5) Desconhecida Homens: Cir – Cex (macete: Cir cula e Cex o) Mulheres: Cir – Ca – Resp – Cex (macete: Cir cula, Ca rinho, Resp eito e Cex o) Grande número de mortes desconhecidas: reflete má assistência à saúde e mau preenchimento da declaração de óbito I II III IV RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 31 Causas de morte crianças < 1 ano: 1. Afecções perinatais (PMT) 2. Malformações congênitas 3. Respiratório 4. DIP Causa de morte mais comum entre 1 ano e 40 anos: Causas Externas (Cex) Causas mais comunsde morte por causa externa: 1a Agressão homicídio 2a Acidentes de transporte (exceto 1 – 14 anos: 1a causa) Causas externas nos homens: 1a violência Causas externas nas mulheres: 1a acidentes de trânsito Causas externas são a maior causa de perda de anos produtivos Transição demográfica TRANSIÇÃO MOTIVO ↓ taxa de fecundidade menos filhos ↓ mortalidade geral ↓ mortalidade infantil, controle de morbidades, prevenção ao câncer ↑ esperança de vida ↑ envelhecimento Taxa de fecundidade: Nascidos vivos . Mulheres 15 – 49 anos (x 1.000) Índice de envelhecimento: idosos ≥ 60 anos jovens ≤ 15 anos Pirâmide etária do brasil sofreu 2 principais mudanças: pêra - maçã • Estreitamento da base (↓ fecundidade) • Alargamento do ápice (↓ mortalidade geral + ↑ índice de envelhecimento) Transição epidemiológica Mostra a variação do comportamento das doenças ↓ DIP (doenças infecto-parasitárias) ↑ Doenças crônicas degenerativas (circulatório e neoplasias) ↑ Causas externas (Cir – Ca – Cex) Brasil: TRIPLA carga de doenças (bichos + crônicas + externas) RESIDÊNCIA MÉDICA GUERZONI 32 Curiosidades Doenças de notificação compulsória mais frequentes: 1) Dengue 2) Malária 3) Tuberculose Acidente com animal peçonhento mais comum: escorpião Principais neoplasias no Brasil (exceto pele), por sexo: Homem: Mulher: 1) Próstata 1) Mama 2) Pulmão 2) Colo uterino Principais causas de internação no SUS: 1) Gravidez, parto e puerpério 2) Doenças respiratórias 3) Doenças circulatórias Principais causas de internação por causas externas no SUS: 1) Quedas 2) Acidente de transporte Sistemas SIM: - SIstema de Mortalidade - Fonte: declaração de óbito SINAN: - SIstema Nacional dos Agravos de Notificação - Fonte: notificação compulsória - Informações relacionadas à morbidade SIAB: e-SUS atenção básica SIH: - Sistema de informação hospitalar (AIH) – SUS (não particular) IBGE: população Prova: - Índices de mortalidade: SIM - Mortalidade geral (“aspone”): SIM e IBGE - Morbidade: SINAN e IBGE - Coeficientes de mortalidade materna e nascidos vivos: SIM e SINASC
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