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aula 10

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DIREITO CIVIL I
AULA 10 – DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Tema da Apresentação
CONCEITO
Vícios que maculam o ato jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social, tornando o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado ou interessado.
Tema da Apresentação
A declaração de vontade é elemento estrutural do negócio jurídico. Para que seja válido, todavia, é necessário que a vontade seja manifestada livre e espontaneamente. Pode acontecer , no entanto, que ocorra algum defeito na sua formação ou na sua declaração, em prejuízo do próprio declarante, de terceiro ou da ordem pública.
Tema da Apresentação
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Tema da Apresentação
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Defeitos do negócio jurídico são imperfeições que nele podem surgir decorrentes de anomalias na formação da vontade ou da declaração.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Defeitos do Negócio Jurídico
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Tema da Apresentação
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“Tais defeitos, exceto a fraude contra credores, são chamados de vícios de consentimento porque provocam uma manifestação de vontade não correspondente com o íntimo e verdadeiro querer do agente. Criam uma divergência, um conflito entre a vontade manifestada e a real intenção de quem a exteriorizou. 
A fraude contra credores não conduz a um descompasso entre o íntimo querer do agente e a sua declaração, é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros. Por isso é chamada de vício social “(Carlos Roberto Gonçalves)
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Tema da Apresentação
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 Vícios de consentimento: Provocam uma manifestação de vontade não correspondente com o íntimo e verdadeiro querer do agente. Criam uma divergência, um conflito entre a vontade manifestada e a real intenção de quem exterioriza. São eles: o erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão.
 Vícios sociais: fraude contra credores 
Não conduz a um descompasso entre o querer íntimo do agente e a sua declaração, mas é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros,
Defeitos do negócio jurídico
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Quando o negócio jurídico se apresenta de forma irregular, defeituosa, tal irregularidade ou defeito pode ser mais ou menos grave, e o ordenamento jurídico pode atribuir reprimenda maior ou menor.
Ora a lei simplesmente ignora o ato, pois não possui mínima consistência, nem mesmo aparece como simulacro perante as vistas do direito, que não lhe atribui qualquer eficácia (ato inexistente)
ora a lei fulmina o ato com pena de nulidade, extirpando-o do mundo jurídico (ato nulo)
ora a lei o admite, ainda que viciado ou defeituoso, desde que nenhum interessado se insurja contra ele e postule sua anulação (ato anulável).
Tema da Apresentação
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Tema da Apresentação
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INVALIDADE E INEFICÁCIA
INEFICÁCIA: o vocábulo ineficácia é empregado para todos os casos em que o negócio jurídico se torna passível de não produzir os efeitos regulares. 
INVALIDADE: Quando o negócio jurídico é declarado judicialmente defeituoso, torna-se inválido. Nesse sentido, há que se tomar o termo invalidade
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Tema da Apresentação
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A invalidade, “é aquela falta de idoneidade para produzir, por forma duradoura e irremovível, os efeitos essenciais do tipo”, como sanção à inobservância dos requisitos essenciais impostos pela lei. 
A ineficácia qualifica-se, ao contrário, como característica de um ato “em que estejam em ordem os elementos essenciais e os pressupostos de validade, quando, no entanto, obste à sua eficácia uma circunstância de fato a ele extrínseca” .
Distinção entre invalidade e ineficácia 
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Tema da Apresentação
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O terreno dos defeitos do negócio jurídico oferece material para observar e adequar as discutidas teorias da vontade e da declaração e suas variantes.
Teoria da vontade real – prevalência da vontade
Teoria da declaração- prevalência da declaração
Teoria da responsabilidade – responsabilidade(vicio ou dolo) de quem declarou.
Teoria da confiança – comportamento pautado na boa-fé.
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Tema da Apresentação
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Posição do novo Código brasileiro - O sistema geral dos vícios de consentimento, na evolução do Código de 1916, para o atual submeteu-se, predominantemente, à teoria da confiança, onde o destaque maior é conferido a boa-fé, à lealdade, e à segurança das relações jurídicas. 
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Tema da Apresentação
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ERRO, IGNORÂNCIA, DOLO E COAÇÃO
ERRO (138 a 144,CC)- é a falsa idéia ou falso sentido em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio ou a um direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico.
Art. 138 – São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Os negócios jurídicos celebrados com erro são anuláveis, desde que o erro seja substancial, podendo ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias em que o negócio foi celebrado.
 
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Tema da Apresentação
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IGNORÂNCIA é o completo desconhecimento da realidade, embora tanto o erro como a ignorância acarrete efeitos iguais, quais sejam, a anulabilidade do negócio jurídico, não obstante possuírem conceitos distintos. 
O erro só é admitido como causa de anulabilidade se for essencial
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Tema da Apresentação
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Espécies de erro
Erro substancial ou essencial: é o que recai sobre circunstâncias e aspectos relevantes do negócio. Há de ser causa determinante, ou seja, se conhecida a realidade do negócio. Se o agente conhecesse a verdade, não manifestaria vontade de fazer o negócio.
Erro acidental: é o que se opõe ao substancial, porque se referem a circunstâncias de menor importância. È aquele erro que ainda se fosse conhecido, o negócio jurídico seria realizado, como o erro de cálculo por exemplo – art 143 CC. Quando as duas partes têm conhecimento do exato valor do negócio, é permitida a retificação.
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Tema da Apresentação
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ATENÇÃO
Não é qualquer espécie de erro que torna anulável o negócio jurídico. Para tanto, deve ser substancial, escusável e real.
Obs.: Escusável no sentido de ter uma razão plausível para ter acontecido e real no sentido de ser palpável, de ter provocado efetivo prejuízo para o interessado.
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Tema da Apresentação
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Enunciado 12 da I Jornada de Direito Civil
“na sistemática do art.138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança”
Exemplo: Um jovem estudante recém chegado do interior de Minas Gerais a São Paulo vai até o Viaduto do Chá, no centro da Capital. Lá, na ponta do viaduto, encontra um vendedor – na verdade um ambulante que vende pilhas – com uma placa “Vende-se”. O estudante mineiro então paga R$5.000,00 pensando que está comprando o viaduto, ou seja, não escusável, e, pela sistemática anterior, a venda não poderia ser anulada. Mas pela nova visão do instituto, caberá a anulação, mormente porque a outra parte, ciente do erro, permaneceu em silêncio, recebendo o dinheiro.
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Tema da Apresentação
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Além de ser essencial e escusável conforme o padrão do homo medius, e o caso concreto, há ainda de ser efetivo e real, sendo a causa do negócio jurídico. 
Há a possibilidade de convalescimento do erro conforme se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios jurídicos (pás de nullité sans grief) e ainda pelo princípio da segurança jurídica.
No erro o agente incorre sozinho, se houver indução ao erro caracterizar-se-á o dolo. 
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Tema da Apresentação
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Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
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Tema da Apresentação
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O erro substancial pode ser:
 Erro sobre a natureza do negócio (error in negotio) – é aquele em que uma das partes manifesta a sua vontade, pretendendo e supondo celebrar determinado negócio jurídico, e, na verdade, realiza outro diferente. Ex.: quer alugar e escreve vender; pessoa empresta uma coisa e a outra entende que houve doação; pessoa que quer alugar e a outra supõe tratar-se de venda a prazo.
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Tema da Apresentação
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 Erro sobre o objeto principal da declaração ( error in corpore) – é o que incide dobre a identidade do objeto. A manifestação de vontade recai sobre objeto diverso daquele que o agente tinha em mente. 
Ex. Pessoa que adquire um quadro de um aprendiz, supondo tratar-se de tela de um pintor famoso; o indivíduo se propõe a alugar a sua casa da cidade e o outro contratante entende tratar-se de sua casa de campo. 
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Tema da Apresentação
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 Erro sobre algumas das qualidades a ele essenciais do objeto principal (error in substantia ou error in qualitate) – ocorre quando o motivo determinante do negócio é a suposição de que o objeto possui determinada qualidade que, posteriormente, verifica-se inexistir. 
Ex. pessoa que compra relógio dourado, mas apenas folheado a ouro, como se fosse de ouro maciço.
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Tema da Apresentação
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 Erro quanto à identidade ou à qualidade da pessoa a quem se refere a declaração de vontade (error in persona) – concerne aos negócios jurídicos intuitu personae. Pode referir-se tanto à identidade quanto às qualidades da pessoa. Exige-se no entanto, para ser invalidante, que tenha influído na declaração de vontade ”de modo relevante”. Ex. doação ou deixa testamentária a pessoa que o doador supõe, equivocadamente, ser seu filho natural, ou ainda a que lhe salvou a vida. Essa modalidade de erro tem importância no casamento e nas liberalidades, como na doação e no testamento. Somente é considerado essencial quando não se tem como apurar quem seja realmente a pessoa ou coisa.
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Tema da Apresentação
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ANULAÇÃO DE CASAMENTO 
Erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge. Mulher que tinha comportamento sexual promíscuo e ignorado do seu parceiro, muito mais velho que ela e com quem veio a se casar. Comportamento que se evidenciou ao aparecer ela grávida dois meses após o casamento, certa a impotentia generandi do marido. Negatória de paternidade. Filho adulterino a matre. Registro de nascimento feito pela mãe, declarando o marido como pai da criança. Marido portador de impotentia generandi, tornando certa a impossibilidade da paternidade que lhe foi atribuída, tal como se confirmou em prova pericial. Presunção de paternidade que não pode prevalecer e que não encontra limite temporal para a sua contestação. (TJRJ - AC 3.767/90 - 2ª C . - Rel. Juiz Murilo Fábregas - DJ 18.06.91) (RJ 175/61) 
Anulação de casamento por erro essencial
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Tema da Apresentação
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Erro de direito (error juris) – É o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da norma jurídica aplicável a uma situação concreta e não implicando recusa à aplicação da lei, ou seja, o agente emite a declaração de vontade no falso pressuposto de que procede segundo o preceito legal. 
Ex. pessoa que contrata a importação de determinada mercadoria ignorando existir lei que proíba tal importação.
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Tema da Apresentação
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Há a possibilidade de convalescimento do erro conforme se prevê o art. 144 do C.C. em razão do princípio da conservação dos atos e negócios jurídicos (pás de nullité sans grief) e ainda pelo princípio da segurança jurídica. 
Tal oferta, afasta o prejuízo do que se envanou, deixando o erro de ser real e, portanto, anulável. 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
Convalescimento do erro
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Tema da Apresentação
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DOLO - Indica toda a espécie de artifício, engano promovido por uma pessoa, com a intenção de induzir outrem à prática de um ato jurídico, em prejuízo deste e proveito ou de outrem. 
O dolo no âmbito civil não se confunde com aquele previsto no âmbito penal ( art. 18, I do CP) onde agente atua com a vontade predestinada a causar o delito ou assumiu o risco de produzi-lo.
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Tema da Apresentação
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A grande maioria das ações anulatórias em geral é mesmo com base no dolo em face da grande dificuldade de se provar processualmente o erro. 
Distinção entre erro e dolo: o erro é sempre espontâneo a vítima se engana sozinha, enquanto no dolo o equívoco é provocado por outrem.
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Tema da Apresentação
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Dolo positivo: praticado por meio de ação
Dolo negativo: omissão dolosa (art.94)
Dolo de terceiro: praticado por pessoa diversa dos contratantes.Se existe cumplicidade do beneficiado ou mesmo seu conhecimento, anula-se o negócio. Se, era desconhecido do beneficiado, cabe ao terceiro indenizar as perdas e danos. 
Dolo Recíproco ou Bilateral: Gera a neutralização do delito cometido, por que há compensação entre os dois ilícitos, como consta no dispositivo do art. 97 do atual código civil : "Se ambas as partes procederam com dolo, nenhuma pode alegar, para anular o ato, ou reclamar indenização
DOLO: classificação
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Tema da Apresentação
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Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
 Dolo do Representante de uma das Partes: A responsabilidade civil é cobrada conforme o proveito que tirou do negócio celebrado, através de uma ação regressiva contra o representante pela quantia que tiver desembolsado para ressarcimento do dano causado, salvo se com este estava mancomunado. Como consta nos arts. 96 e 1445 do atual código civil.
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Tema da Apresentação
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 Dolus Bonus: É aquele geralmente empregado no comércio informal e até mesmo no formal. Consiste em exageros nas vantagens e boas qualidades da mercadoria oferecida pelo comerciante, sendo que tal categoria não induz anulabilidade do negócio jurídico.
Ex.o camelô que vende relógios afirmando que são todos provenientes da Suíça. Assim, percebe-se que é um tipo de dolo que não é capaz de viciar a vontade, por não prejudicar a segurança das relações comerciais, pois não é justificável que uma pessoa de sã consciência seja enganada por tal manobra.
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Tema da Apresentação
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 Dolus malus: É o dolo que prejudica efetivamente a vítima, capaz de viciar sua vontade, tornando o negócio anulável. É um artifício fraudulento que consegue enganar até mesmo as pessoas mais cautelosas e instruídas. Consiste numa fraude comissiva (decorrente de uma ação) ou numa omissão intencional de fatores essenciais ao conhecimento da vítima para que esta constitua sua vontade de acordo com seus interesses reais. 
ATENÇÃO
O dolo anulador do negócio jurídico é sempre o dolo principal, é o dolo malus. Porque o dolus bônus é moderadamente aceitável, embora o CDC condene explicitamente a propaganda enganosa.
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Tema da Apresentação
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COAÇÃO (151 a 155 CC) - representa toda ameaça ou pressão exercida sobre a pessoa para obrigá-la, contra sua vontade, a praticar ato ou realizar negócio jurídico.
 
Ha a coação física (vis absoluta) e a coação psicológica (vis compulsiva) que diferem não só pelo meio empregado, mas sobretudo, por seus efeitos. 
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Tema da Apresentação
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Coação Física – pressão física suficiente para tolher os movimentos do agente fazendo desaparecer sua vontade. Não há a manifestação livre da vontade. O Ato é inexistente. Ex. tomar a mão do declarante para assinar o ato contra sua vontade.
Coação psicológica – caracteriza-se pela existência de uma ameaça séria
e idônea de algum dano ao declarante, o que certamente redunda num negócio anulável. Ex. ameaça de revelar segredos pessoais ou profissionais.
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Tema da Apresentação
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É possível que a coação seja exercida por terceiro sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento (art. 154,CC), mas nessa hipótese prevista no art. 155 do C.C., o negócio subsistirá não sendo anulado. 
Não se considera coação a simples ameaça, o exercício normal de direito e nem temor reverencial (artigo 153 do Código Civil).

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